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sábado, 2 de agosto de 2025

José Costa: 40 anos de graduação em Educação Física pela UFS


     Acredito que o maior sonho de qualquer estudante é o de passar no vestibular em um curso escolhido por ele e poder no futuro trabalhar no que gosta. E assim, aconteceu comigo quando estudava a 8ª série, em 1976, ao praticar basquete no Colégio Estadual Murilo Braga com o Professor Romilto Mendonça. Naquele momento, resolvi que queria ser professor de educação física.

 

     Em 1979, quando cursava o 3º Ano Científico e jogava basquete na categoria B com o Professor José Antônio Macedo, ele já sabendo do meu interesse em ser professor, convidou-me para ser seu auxiliar nos treinos da categoria A masculino, proporcionando a mim aprendizagem para a futura profissão. Depois que passaram os jogos estudantis, o Professor Gercivaldo Santos me propôs a dar iniciação de basquete a uma de suas turmas femininas sob sua orientação e assim eu fiz. Essas duas ações incentivaram a alimentar o meu sonho de ser professor de educação física.

 

     Em janeiro de 1980, fiz o vestibular para o Curso de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe e fui aprovado a estudar no 1º período. Com a aprovação, solicitei a UFS o direito de morar na “República”, casa alugada pelo DAA da UFS, que servia de alojamento para os alunos do interior, mas a vaga foi negada a mim. Na época, minha mãe não tinha recursos financeiros suficientes para custear as minhas despesas com alimentação e viagens todos os dias para Aracaju. Então, tive a ideia de procurar o líder político Chico de Miguel para lhe pedir a indicação de um emprego como professor de educação física do estado, especificamente no CEMB, escola que eu tinha estudado por 7 anos. Contei o que tinha ocorrido e ele me encaminhou à DRE’3 para tirar os documentos necessários para o trabalho. Na época, o governo do estado permitia que acadêmicos da UFS pudessem lecionar. Durante todo o curso, eu estudava na UFS e ensinava educação física no CEMB.

 

     No primeiro ano do curso, só fiz matérias teóricas nos Centros Acadêmicos da UFS, no centro de Aracaju, a exemplo do prédio que atualmente funciona o IPES, próximo ao Colégio Atheneu. Eu viajava para Aracaju no ônibus dos estudantes que saía da Avenida Dr.  Luiz Magalhães. As aulas práticas eram realizadas no Campus Universitário em São Cristóvão, pois apenas o Departamento de Educação Física funcionava lá.

 

     Em 1981, comecei a ter aulas práticas, a exemplo da disciplina desportos coletivos, mas infelizmente adoeci de broncopneumonia e fiquei afastado do curso por um mês para o tratamento da doença com o Dr. Bertrand Góis. Retornei para as aulas, mas tive uma recaída da doença, o que forçou o meu afastamento do curso naquele período. Em agosto, retornei às aulas, estudando as disciplinas que tinha perdido no 1º semestre. A partir desse ano, comecei a viajar de Kombi com Juarez e também com Silva. Foram centenas de viagens Itabaiana-Aracaju-Itabaiana e graças a Deus nunca presenciei nenhum acidente.

 

      A cada ano, os horários das minhas aulas sempre mudavam, pela manhã ou pela tarde e à noite, era quando precisava trocar de horário no trabalho no CEMB, e felizmente tive um excelente amigo e colega de profissão, José Antônio Macedo, que como nós ensinávamos a mesma modalidade, o basquete. Ele mudava seu horário de trabalho para permitir que os meus estudos pudessem continuar sem atrasos.

 

     O curso de Educação Física, além das disciplinas esportivas, também oferecia matérias de outros departamentos, a exemplo de Ciências Biológicas e da Saúde e eu fiz algumas que eram obrigatórias e outras optativas. No 10º período, que era para ter sido o último, acabei me matriculando na disciplina Fisiologia Humana do curso de Medicina, mas infelizmente, fui reprovado, por sinal, foi a única disciplina que reprovei durante o curso e tive que adiar a minha formatura para o 1º período do ano seguinte, 1985. Como faltavam apenas 4 créditos, eu me matriculei na disciplina Judô, que tinha apenas uma aula por dia, de terça a sexta. Ao final do semestre, fui aprovado na disciplina e pude me formar como Professor de Educação Física.

 


     Como eu atrasei o curso por causa do meu trabalho, da doença e da perda de uma matéria no 10º período, acabei me formando com uma turma que não era a minha no início dos estudos. A maioria dos colegas que se formaram comigo eram do 1º período de 1982. Dos 35 formandos de 1985.1, cinco eram de Itabaiana eu, Aelson, Benjamim, Henrique e Valtênio. Os demais foram: Amabílio, Ana Angélica, Ana Muffareg, Ana Zilda, Antonina, Bárbara, Carlos Alberto, Carlos Henrique, Clay Barros (in memoriam), Cleber (in memoriam), Clédida, César, Dansílvia, Elileuba, Florita, Gilson, Helenita, Ivana, João José, Joran, Jorge Leite (in memoriam), José Antônio, Josefa Virgínia, Leida Lima, Lucineide, Maria Auxiliadora, Maria Vilma, Manoel Mário, Marta, Nairson (in memoriam) e Rosalanda.

 


     Tive excelentes e competentes professores em todos os departamentos da UFS, e em especial, os mestres do Departamento de Educação Física, foram eles: Aline, Betinho, Cândido (in memoriam), César Cabral,  Conceição, Dagoberto (in memoriam), Edma, Dr. Evandro(in memoriam), Fernando, Homero (in memoriam), Jurinha (in memoriam), Márlio, Martinha, Maurício, Pedro Jorge, Plínio, Sérgio Giansante (in memoriam) e Shizuca (in memoriam).

 


     Em 02 de agosto de 1985, chegou o tão sonhado dia da formatura. Pela manhã, no Departamento de Educação Física no Campus Universitário, ocorreu a Aula da Saudade que foi ministrada pelo Professor César Cabral e, posteriormente, o Descerramento da Placa. À noite, às 18 horas, ocorreu a Missa em Ação de Graças na Igreja de Nossa Senhora Menina no Bairro São José, em Aracaju, e até hoje quando ouço a música “Pra não dizer que falei das flores”, de Geraldo Vandré, vem à lembrança a minha formatura, pois foi a canção de entrada dos formandos. A partir das19h30, ocorreu a Colação de Grau no Ginásio de Esportes Constâncio Vieira, com a presença dos alunos formandos e seus familiares. Estavam me acompanhando a minha mãe, Maria da Graça Costa (in memoriam) e minha noiva, Josefa Madileide de Carvalho. Foi um dia muito especial que nunca esquecerei pela concretização de um sonho que tive aos 15 anos em ser Professor de Educação Física.

 


    Alguns dias após a formatura, eu, Aelson, Benjamim, Henrique e Valtênio convidamos os professores do Departamento de Educação Física da UFS e nossos familiares e realizamos uma festa de confraternização no Bar de Silveira, onde atualmente fica a Galeria Zumar Center em Itabaiana. Como eu, Benjamim e Valtênio já trabalhávamos no Colégio Estadual Murilo Braga, fizemos uma festa para nossos alunos em comemoração à nossa formatura.

 

     Em agosto de 2015, foi realizado um encontro da turma de formandos 1985.1 e os ex-professores do Departamento de Educação Física da UFS para comemorar os 30 anos de formatura. Em 2023, ocorreu outro encontro, e em ambos, por problemas pessoais, não participei.

 

     Hoje, 02 de agosto de 2025, não só eu que está comemorando 40 anos de formatura no Curso de Educação Física pela UFS, mas todos os formados naquela oportunidade e que atuam ou atuaram na educação sergipana como professores de Educação Física.

 

     Graças aos conhecimentos adquiridos no Curso de Educação Física venho contribuindo ao longo de 45 anos na formação integral de milhares de alunos dos Colégios Murilo Braga, Graccho Cardoso, Salesiano, Dom Bosco, O Saber e Escola Municipal José Filadelfo de Araújo. Rogo a Deus que Ele ilumine e abençoe todos os dias de minha vida com saúde para que eu possa continuar trabalhando a favor dos estudantes por muitos e muitos anos.


Professor José Costa – CREF 000245/SE

domingo, 13 de julho de 2025

O sonho e a superação para ser professor de educação física


Em 1976, eu estudava a 8ª série e praticava basquete no Colégio Estadual Murilo Braga com o Professor Romilto Mendonça e, nessa época, sonhava em fazer o vestibular para professor de educação física da UFS. No entanto, tinha algo que poderia atrapalhar esse objetivo, um problema de saúde que eu tinha: a bronquite asmática.

 

Em 1979, já estudando o 3º Ano Cientifico e sob os treinos de basquete do Professor José Antônio Macêdo, o treinamento físico era intenso, pois só tínhamos uma bola de basquete e ele aplicava a calistenia e corridas longas, inclusive pelas ruas da cidade, para melhorar o condicionamento físico e por algumas vezes eu sentia a falta de ar. Quando eu comentava com minha mãe sobre o fato, ela fazia chá de canela em pau e eu melhorava. Isso ocorreu algumas vezes.

 

Faltando um mês para os jogos estudantis de Sergipe, todas os atletas do CEMB passaram pelo médico Dr. Antônio Fernando. Ele atendia em uma sala que ficava na ala D e o objetivo da consulta era fazer uma avaliação médica e ter a autorização para participar da competição em Aracaju. Quando chegou a minha vez, o médico diagnosticou que eu sofria de bronquite asmática e ia proibir a minha participação na competição, mas ele me deu uma chance ao receitar um remédio para melhorar a doença. Ainda lembro o nome da medicação: iodeto de potássio. Uma semana antes dos jogos, retornei para outra avaliação e ele autorizou a minha participação. Na época, eu era o capitão da equipe e o basquete do CEMB ficou em um honroso 4º lugar nos jogos pela categoria B. Com isso, o sonho de ser professor cresceu ainda mais.

 

Naquele ano, sabendo do meu interesse em ser professor de educação física, Zé Antônio me deu a oportunidade de ser seu assistente técnico na categoria A masculino e o Professor Gercivaldo Santos me convidou para ensinar iniciação do basquete a uma turma feminina sob sua supervisão. Até então, o Murilo Braga só tinha o basquete masculino, e em 1980, a maioria daquelas meninas escolheu praticar o basquete e representar a escola pela primeira vez nos jogos. O meu entusiasmo aumentou cada vez mais em ser professor por essas oportunidades.

 

No final do ano, após ter concluído o 3º Ano Científico, me inscrevi no vestibular da UFS para o curso de Licenciatura Plena em Educação Física contra a vontade de minha mãe, pois ela ficou preocupada por causa do meu problema de saúde. Na época, antes da prova do vestibular, o candidato passava por uma avaliação médica e física. Por minha conta, comprei e tomei outro frasco do iodeto de potássio, fiz o exame médico e fui aprovado. Como eu tinha um bom condicionamento físico pelos treinos do basquete, passei no teste dos 12 minutos de corrida. Eu já sabia nadar, mas para melhorar, eu e o amigo Josiel Batista, que também estava inscrito, íamos de bicicleta até o açude do sítio de prima Irene no Povoado Lagamar onde nós atravessávamos a nado por várias vezes. No teste da natação, bastava atravessar a piscina de 50 metros e fui aprovado no teste, mas ainda tinha um circuito físico para fazer que iria ser realizado no sábado seguinte. Eu estava gripado e ao acordar percebi que estava com febre, mesmo assim não desisti e fui à UFS. O circuito era por tempo e tinha como exercícios: barra, paralela, abdominais, salto vertical, corrida sinuosa em velocidade e outros. Não me saí bem no circuito por conta da gripe. Quando saiu o resultado final eu não fui aprovado, foi um dia muito triste para mim. A minha segunda opção era o curso de biologia, minha mãe até gostou, porque ela tinha medo que eu não aguentasse fazer o curso de educação física. Uma semana depois, recebi um telegrama da UFS afirmando que o meu teste tinha sido revisto e eu estava apto para fazer o vestibular de educação física, pulei de alegria, foi um dos dias mais felizes de minha vida.

 

No início do ano de 1980, fiz o vestibular e fui aprovado. Fiz a matrícula e ao começar o curso ingressei no serviço público estadual como professor de educação física no CEMB, pois na época era permitido o universitário ser contratado pelo estado. Dois sonhos concretizados no mesmo ano: estudar e ser professor de educação física.

 

Nos dois primeiros semestres, eu só fiz matérias teóricas. No 1º semestre de 1981, me matriculei nas disciplinas práticas, entre elas: desportos coletivos, que abrangia o basquete, futebol de campo, handebol e voleibol, e desportos individuais como o judô e o tênis de campo, e a natação.

 

No mês de abril daquele ano, numa Sexta-feira Santa, após uma forte gripe, tive broncopneumonia. Fiquei um mês fazendo o tratamento com Dr. Bertrand Góis. Fui curado, e afastado do trabalho e das aulas do curso através de atestado médico. Ao retornar ao curso, tive um mal-estar e o médico sugeriu que eu trancasse as matérias do semestre, mas já tinha passado o prazo e acabei perdendo o período. Continuei trabalhando e no 2º semestre repeti as matérias que eu tinha perdido no semestre anterior. Naquele ano, eu e minhas alunas ganhamos a 1ª medalha do basquete nos Jogos da Primavera, entre as mais de duzentas que ganhei ao longo de minha carreira como professor de educação.

 

No final do ano de 1984, fiz uma cirurgia de amígdalas por causa das inúmeras inflamações na garganta com o Dr. Edmundo Maia (in memoriam).



Em junho de 1985, conclui o curso e em agosto recebi o diploma do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física no Ginásio de esportes Constâncio Vieira em Aracaju com a presença de minha mãe Maria da Graça Costa e de minha noiva Josefa Madileide de Carvalho.

 

Graças a Deus eu não desisti de ser professor e superei os problemas de saúde com a ajuda e compreensão de minha mãe e das orientações médicas. Fui persistente, determinado, obstinado em alcançar o sonho de ser professor.

 

Rogo a Deus todos os dias de minha vida para que me dê saúde e possa continuar contribuindo na formação integral de crianças e adolescentes como faço há 45 anos nos colégios Murilo Braga, Dom Bosco, Graccho Cardoso, Salesiano, O Saber e na Escola Municipal José Filadelfo Araújo.

 

Por Professor José Costa – CREF 000245-SE