Quem trabalha à noite precisa adaptar o organismo para compensar o sono em outros horários e manter uma rotina
Trocar o dia pela noite é o hábito de muita gente. De
fato, existem pessoas que se sentem melhor quando fazem suas coisas à noite,
enquanto todos estão dormindo e em silêncio. E dependendo do estilo de vida,
trocar o dia pela noite não traz prejuízos. Mas, quem faz isso porque tem
insônia, por exemplo, e precisa estar de pé no dia seguinte pela manhã, pode
resultar em problemas de saúde.
O corpo é feito para dormir à noite
Você já ouviu falar em ritmo circadiano ou relógio
biológico? Todas as pessoas têm, mas nem todas o respeitam. Conforme explicam
os especialistas do Manual MSD, “circadiano significa em torno (circa) do dia
(diano). Os ritmos circadianos são as mudanças regulares dos estados mentais e
físicos que ocorrem em cerca de um período de 24 horas — o relógio interno da
pessoa.”
Esses ritmos são controlados por uma área do cérebro
que é influenciada pela luz (chamado de marca-passo circadiano). Depois de
entrar no olho, a luz estimula as células na parte posterior do olho (retina),
que envia impulsos nervosos a essa área. Esses impulsos enviam um sinal para o
cérebro parar de produzir a melatonina, um hormônio que promove o sono.
Claro que o sono também chega à noite porque você
passou o dia fazendo várias atividades e ficou cansado. Mas, o seu corpo sabe
quando está chegando a hora de dormir porque está escurecendo. É por isso,
também, que muitas pessoas pegam no sono só de estar em um ambiente mais
escuro, mesmo sendo de dia.
Trocar o dia pela noite aumenta o risco de doenças cardíacas
Um estudo foi publicado no periódico European Heart
Journal – Digital Health, da Sociedade Europeia de Cardiologia, mostrando a
relação entre doenças cardíacas e sono, mais especificamente sobre a melhor
hora para ir dormir.
Depois de alguns anos de pesquisa, os cientistas
britânicos concluíram que o hábito de ir dormir entre 22h e 23h está
relacionado a um risco menor de desenvolver doenças cardíacas, se comparado a
quem tem o costume de se deitar mais cedo ou mais tarde.
Ao longo dos anos em que a pesquisa ocorreu com
diferentes pacientes, 3.172 deles (3,6%) desenvolveram doenças
cardiovasculares.
A incidência foi menor entre aqueles que iam dormir
das 22h às 22h59;
Já os que se deitavam antes das 22h tinham ocorrência
de doenças cardíacas 24% maior;
Nos que dormiam entre 23h e 23h59, o índice foi
superior em 12%;
Os que só iam dormir depois da meia-noite,
demonstraram um risco 25% maior.
A saúde é prejudicada de outras formas ao trocar o dia
pela noite
Em entrevista ao UOL Viva Bem, Geraldo Lorenzi Filho,
pneumologista e diretor do Laboratório do Sono do InCor, disse que “é tão ruim
trocar o dia pela noite que a sociedade precifica. O trabalhador ganha
adicional noturno porque nem todo mundo quer aquele serviço. Faz muito mal à
saúde, tudo fica pior: tem maior risco de ter obesidade, depressão e insônia. A
pessoa sai completamente dos ritmos naturais dela.”
A chegada da idade também desregula o relógio
biológico
Trocar o dia pela noite também é um hábito das pessoas
mais velhas. É a explicação para as velhinhas que estão varrendo a calçada de
casa às 5 da manhã e que dormem algumas horas durante a tarde.
Em muitos casos, isso acontece porque, com o avanço da
idade, o relógio biológico se desregula.
O ponto-chave para essa alteração é a presença do
glutamato, substância responsável por transmitir as informações relacionadas à
luminosidade (como explicado no tópico anterior). Ela passa a trabalhar de
forma menos efetiva com o tempo, fazendo com que a informação da redução de luz
seja reduzida, atrasando a produção da melatonina, retardando o ritmo
circadiano.
Fonte: https://www.dicasonline.com/trocar-dia-pela-noite/
- por Priscilla Riscarolli
E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o
vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades.
Êxodo 23:25