Confira 3 motivos (validados pela ciência) para você reduzir o consumo desses itens
Se você busca manter uma alimentação saudável, já deve
ter ouvido falar que é interessante reduzir o consumo de alimentos
ultraprocessados . Mas será que você sabe os motivos?
Alimentos ultraprocessados são produtos alimentícios
que passaram por inúmeros processos industriais. Eles normalmente contêm vários
aditivos químicos e conservantes para melhorar o sabor, a aparência, a textura
e a vida útil. Por isso, são geralmente ricos em gorduras, açúcares, sódio e
carboidratos, e pobres em vitaminas e minerais.
Para entender melhor o impacto da ingestão frequente
desses itens, a ciência vem fazendo estudos com eles há tempos. A seguir,
separamos três achados que te ajudarão a repensar a presença dos
ultraprocessados no seu armário:
Os principais malefícios à saúde
Eles favorecem o risco de depressão
De acordo com um estudo publicado no Journal of
Affective Disorders , os alimentos ultraprocessados são potencialmente
perigosos à saúde psicológica .
“O estudo descobriu que essas comidas, que também
trazem maior densidade calórica , além de descontrolarem a dieta, uma vez que
podem desencadear adaptações neurobiológicas e levar a um comportamento cada
vez mais compulsivo, também estão associados a quadros de tristeza ”, explica a
médica nutróloga Dra. Marcella Garcez , diretora e professora da Associação
Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
A especialista conta que os indivíduos que comem mais
alimentos ultraprocessados acabam tendo uma dieta de má qualidade (pobre em
proteínas, fibras, gorduras saudáveis, vegetais e frutas), o que representa um
fator de risco para a depressão .
“Tanto macronutrientes (proteínas, carboidratos e
gorduras) quanto micronutrientes (vitaminas e minerais) podem ter impactos
positivos no humor das pessoas que os consomem. Enquanto a ausência de
determinados alimentos na dieta pode contribuir para deixar o indivíduo
cabisbaixo, a presença de outros pode potencializar estresses e ansiedades”,
diz.
Na pesquisa, 24.674 participantes completaram as avaliações
de ingestão alimentar e o questionário de sofrimento psicológico no segundo
acompanhamento. Os estudiosos também calcularam o consumo diário médio de
alimentos ultraprocessados em termos de energia e peso, convertendo as
frequências relatadas de consumo em gramas utilizando tamanhos de porções de
alimentos específicos para o sexo e multiplicando-o pela frequência diária.
Com o objetivo de medir a aflição psicológica, foi
usada a Escala de Angústia Psicológica de Kessler (K10), sendo que pontuações
elevadas nessa medida apontam a presença de doenças mentais típicas.
“Um total de 13.876 mulheres e 9.423 homens foram
incluídos na análise final. Indivíduos que consumiam a maior quantidade de
alimentos ultraprocessados eram mais propensos a morar sozinhos. Também eram
menos propensos a relatar educação superior, ser casados ou estar em um
relacionamento de fato. Também eram menos propensos a se envolver em altos
níveis de atividade física”.
Como detalha a médica nutróloga, as pessoas com o
consumo mais alto de alimentos ultraprocessados ajustados para a energia
apresentaram uma probabilidade 1,14 vez maior de sofrimento psicológico em
comparação com aqueles que consumiam menos.
Essa associação, segundo ela, foi observada apenas em
indivíduos que comeram uma quantidade significativa desses alimentos. “ Eles
não precisam ser completamente proibidos, mas o ideal é que o seu consumo seja
minimizado ”, aponta.
Também estão ligados a um risco aumentado de demência
Estudiosos da China decidiram investigar se alimentos
ultraprocessados causam demência. Realizado pela Universidade Médica de
Tianjin, na China, a pesquisa acompanhou mais de 72 mil pessoas acima de 55
anos.
A equipe de pesquisadores analisou dados obtidos do UK
Biobank de uma base de informações de saúde de meio milhão de residentes no
Reino Unido.
Os participantes, livres de demência no início do
estudo, foram monitorados ao longo de cerca de 10 anos, resultando em 518 casos
diagnosticados com o quadro ao término da investigação.
Assim, os resultados, publicados na revista científica
Neurology , apontaram que a dieta composta por alimentos ultratransformados –
ou seja, carregados de açúcar, gordura e sal adicionados, mas carentes de
proteínas e fibras –, está associada ao risco de desenvolvimento de diversas
formas de demência.
De acordo com Jéssica Martani, médica psiquiatra
especialista em comportamento humano e saúde mental, não é de hoje que os
holofotes estão voltados para este tipo de alimentos, cujas características
sedutoras podem esconder perigos inesperados.
A psiquiatra comenta, com base no estudo, que cada
aumento de 10% no consumo desses alimentos ultraprocessados apresentou uma
alarmante correlação com um aumento de 25% no risco geral de demência, 28% de
acréscimo no risco específico de demência vascular e 14% risco de doença de
Alzheimer.
Por fim, já foram associados ao câncer
Recusar os alimentos ultraprocessados é importante
para evitar um aumentado no risco de câncer, como o de mama, segundo um estudo
francês publicado na revista médica British Medical Journal .
Batizada de NutriNet-Santé, a pesquisa baseada em
questionários preenchidos por 105 mil pessoas (a maioria mulheres) com idade
média de 43 anos, entre 2009 e 2017, constatou um risco mais elevado de câncer
em geral (entre 6% e 18%) e de mama (entre 2% e 22%) em decorrência de uma
dieta à base de macarrão instantâneo, bebidas açucaradas , salgadinhos,
nuggets, almôndegas, embutidos (salame, presunto com aditivos) e pratos
congelados.
Ainda são necessários estudos complementares para
confirmar o vínculo entre causa e efeito. Mas, para especialistas na área da
saúde, os resultados da pesquisa francesa são bastante relevantes. “Eles
reforçaram a percepção médica sobre os impactos negativos à saúde provocados
pelo consumo frequente e excessivo de ingredientes artificiais”, diz o
oncologista Andrey Soares, do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo
Oncoclínicas.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/boa-forma/2024-11-01/por-que-os-alimentos-ultraprocessados-fazem-mal-para-a-saude-.html
- Amanda Panteri
Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e
isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se
glorie.
Efésios 2:8-9