Psicóloga alerta sobre os sinais que indicam quando o hábito de jogar se transforma em doença
Difícil encontrar alguém que nunca tenha tentado a
sorte em uma mega-sena acumulada, mesmo sabendo que é mais fácil ser atingido
por um raio que acertar os seis “números da sorte”. O problema é quando o ato
de jogar se torna uma atividade compulsiva e viciante, causando prejuízos
emocionais, sociais e financeiros.
Perigos do vício em jogos
Por não ser muito divulgado, este tipo de vício não
tem a devida atenção que merece, mas é uma doença e pode destruir vidas e
famílias. “Tudo pode começar como uma simples diversão, mas, à medida que a
frequência com que joga e o tempo aumentam, passa a ser um desafio e/ou uma
busca pela conquista do prazer, que é sempre momentâneo e que o faz arriscar
mais e mais nas tentativas em ganhar”, analisa a psicóloga Bartira Mendes.
Segundo ela, esse ganho “pode estar relacionado às
dificuldades de conquistas reais, de como a pessoa se vê na sociedade, no
trabalho, nos estudos e na vida amorosa. Resumindo, o vício por jogar é um
processo lento, imperceptível e difícil de assumir”.
Vício por jogos não escolhe idade
Engana-se quem acredita que o vício por jogo pode
atingir apenas adultos. Há diversos tipos de jogos, desde os jogos de azar até
os eletrônicos, que podem roubar a infância das crianças, a juventude de
adolescentes, a família de adultos e a paz dos idosos.
“O jogador viciado traz a obstinação e a perseverança.
Não aceita perder e afirma jogar para se divertir. Apesar das graves
consequências, como separação conjugal, demissão, perdas econômicas e assim por
diante. O jogador tem muita dificuldade em controlar o impulso de jogar, em
admitir a existência do problema e de pedir ajuda”, alerta Bartira Mendes.
A pessoa viciada sempre acredita naqueles 5 minutos de
sorte, que uma jogada vai mudar a vida. “O que se observa é que, o viciado
apresenta um processo repetitivo e frequente, que de alguma forma controla sua
vida, levando a uma disfunção e afastamento social, ocupacional e dos valores
familiares”, alerta a psicóloga.
De acordo com a profissional, de uma forma geral, “são
sujeitos que apresentam uma oscilação de humor, e algumas vezes reagem
insensíveis aos acontecimentos de tragédias ou de alegria daquele que está ao
seu redor. Eles criam uma sensação e atração específica de um mundo próprio,
com seus sonhos e poderes, em busca de uma aparente tranquilidade e segurança”.
Mesmo efeito que as drogas
O jogador pode utilizar o jogo como uma válvula de
escape para fugir da vida real, por não se sentir como parte de um contexto
social e cultural que o leva a acreditar não ser amado ou respeitado. O
problema é que o jogo pode se tornar uma espécie de droga.
“Pesquisas científicas consideram que, levando em
conta que o vício é uma desordem química no cérebro e que hábitos e
comportamentos aumentam a produção de dopamina e diminuem o nível de
norepinefrina (hormônios neurotransmissores), a única maneira de manter o nível
desses hormônios é jogando mais tempo e com mais frequência”, explica Bartira
Mendes.
Ela acrescenta que, “dessa forma, o jogador pode, sim,
ser comparado aos dependentes químicos, como o álcool, o crack e a cocaína.
Jogar ativaria os circuitos cerebrais que provocam um prazer semelhante ao das
drogas”.
O vício leva à perda do controle
O jogo se torna perigoso quando a pessoa perde o controle.
“Este vício, quando não percebido, ignorado e não assumido pelo jogador, coloca
em risco a própria vida. Ou seja, com a perda do controle de suas ações e
reações, o que fica é uma insatisfação, que pode levá-lo à morte”, alerta
Bartira Mendes.
Sinais do vício
Os sinais de que a pessoa precisa de ajuda podem ser
visíveis, “como desidratação e desnutrição por substituir alimentação por
jogos; psíquicos como insônia e coração disparado na falta dos jogos por algum
impedimento; familiar de não conseguir atender a necessidades afetivas da
família por substituição da convivência e troca afetiva pelo uso de jogos; e
até criminal, quando, na falta de recursos, recorre ao crime para adquirir o
dinheiro”, lista a psicóloga.
Busque ajuda
A melhor forma de prevenir esse tipo de vício é ficar
longe dos jogos, principalmente se você sente que tem uma certa tendência a
qualquer tipo de vício. Se já sente que o problema se instalou, a melhor forma
é buscar a ajuda de profissionais de saúde, instituições como JA (jogadores
anônimos) e o apoio da família.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2023-05-09/entenda-os-perigos-do-vicio-em-jogos.html
- Por EdiCase - Matilde Freitas - Imagem: massimofusaro | Shutterstock
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