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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Futebol é coisa de menino? Temos 3 ótimos motivos para incentivar a sua filha a jogar bola


A inclusão de meninas no esporte traz diferentes benefícios. Veja como o futebol ajuda no desenvolvimento infantil!

 

Considerado o esporte mais popular do mundo, o futebol está enraizado na cultura de diferentes países. Durante as partidas, é possível encontrar pessoas de todas as idades dentro e fora de campo.

 

Entretanto, apesar de ser reconhecido mundialmente, a associação do futebol com o público masculino continua sendo o principal foco. Com isso, é comum encontrar meninos jogando bola desde muito cedo - seja como brincadeira ou com potencial profissional. Já no caso das meninas, esse tipo de incentivo costuma ser menor.

 

“Até há algumas décadas, a imensa maioria das meninas não tinha uma vida ligada aos esportes - exceto aquelas que enfrentavam a mãe, o pai, os vizinhos, que se aproveitavam da iniciação esportiva na escola com êxito e procuravam dar continuidade à prática esportiva”, fala Thelma Hoehne, professora de Educação Física da Universidade Cruzeiro do Sul.

 

A especialista explica que a prática esportiva é um excelente dispositivo cultural para uma vida ativa, que quando desenvolvida desde a infância, tende a ser mantida na vida adulta. “Assim, estimular a prática esportiva entre meninas desde a infância é uma medida importante para uma vida com saúde, o que torna o futebol uma prática plenamente adequada às meninas”.

 

Benefícios do futebol para as crianças

Que a prática de atividades físicas pode trazer benefícios para a saúde mental e física, não é novidade. Porém, no caso do futebol, as crianças também podem usufruir de ganhos que ajudam no seu desenvolvimento e no crescimento saudável.

 

Luis Fernando Garcia, professor de Educação Física do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), explica alguns deles:

 

Social: por ser um esporte praticado em grupo, a criança tem uma vida social mais ativa, fazendo novas amizades. Há também a interação com os professores e com a equipe de arbitragem envolvida nesse processo.

Saúde mental: o futebol contribui para a melhora da concentração, da disciplina, da motivação, da resiliência e da superação. A criança aprende a lidar com situações adversas, como derrota, frustrações e pequenos conflitos que acabam acontecendo no ambiente. Com isso, elas se tornam mais independentes e autônomas.

Saúde física: a atividade contribui para o desenvolvimento de coordenação motora, força, agilidade e resistência praticar futebol também aumenta a disposição para realização de atividade física ou exercício físico - o que evita o sedentarismo e as possibilidades da criança ter obesidade.

 

Importância do incentivo às meninas

Além dos benefícios que o futebol pode trazer para o desenvolvimento das crianças, a inclusão de meninas em um esporte dominado por homens pode contribuir para um futuro mais igualitário.

 

“As meninas devem ser estimuladas ao mesmo tempo que os meninos, desde o nascimento. Afinal, o futebol é uma marca da cultura brasileira, antes apenas dos homens, mas já há alguns anos, também das mulheres”, conta Thelma Hoehne.

 

Apesar do crescimento no número de jogadoras mulheres, assim como de telespectadores para os jogos - fator essencial para que o crescimento feminino no esporte ocorra -, ainda é possível encontrar pais que tenham resistência à ideia de incluir a filha em escolas de futebol.

 

“Essa prática, historicamente restrita à participação das meninas, tem se mostrado mais acessível, embora ainda haja uma certa resistência por parte de certos grupos sociais. As meninas têm aproveitado essa fissura no tecido social que se liga ao futebol para expandirem cada vez mais sua participação efetiva, o que tem produzido uma acelerada mudança no cenário do futebol brasileiro”, comenta Antonio Carlos Vaz, professor de Educação Física da Universidade Cruzeiro do Sul.

 

E não é apenas com um cenário profissional em mente que a prática do futebol pode ser incentivada. Ter o esporte como um hobby ou atividade recreativa já é o suficiente para que habilidades corporais, como a função motora, e melhoras mentais e sociais possam ser adquiridas.

 

Idade ideal

O futebol pode ser incentivado a partir de qualquer idade. Porém, de acordo com o professor Luis Fernando Garcia, para crianças pequenas, o futsal é a opção mais adequada. Isso porque a quadra e o número de participantes são menores - o que torna o contato das crianças com a bola mais fácil.

 

Conforme a criança for crescendo, já terá maior facilidade para atuar no futebol de campo. O espaço mais amplo será recebido de uma forma mais positiva, já que a bola na grama pode exigir um esforço físico mais intenso.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-22664?utm_source=news_mv&utm_medium=MVM&utm_campaign=10246948&utm_smid=10246948-1-1 - Especialista consultado Thelma Hoehne - gettyimages/FG Trade


Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!

Salmo 133:1


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sistema de Cotas nas Universidades: A inclusão que exclui

“Uma criança afrodescendente observava o homem dos balões na quermesse.
Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores em perspectiva.
Então ele soltou um balão azul, depois um amarelo e, finalmente, um branco.
Todos foram subindo cada vez mais até desaparecerem.
A criança ficou bastante tempo olhando o balão preto, aí perguntou:
- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros?
O vendedor de balões deu ao garotinho um sorriso compreensivo.
Partiu o cordão que prendia o balão preto e, enquanto ele se elevava nos ares, disse:
- Não é a cor, filho. É o que está dentro dele que o faz subir.”

O governo criou um sistema de cotas nas universidades públicas para beneficiar os alunos afrodescendentes e os que estudam em escolas públicas com a afirmação de que haverá uma diminuição das desigualdades entre cidadãos e grupos sociais, como se eles fossem menos competentes, capazes ou inteligentes em relação aos brancos e aos que estudam em escolas particulares para passar no vestibular.

Algumas décadas atrás estudei em escola pública e o nível de ensino era bom, mas com o passar dos anos piorou, vieram os filhos e optei em colocá-los para estudar na escola particular para terem uma melhor qualidade de ensino. O fato de ter estudado em escola particular não quer dizer que meu filho seja de família rica, porque na maioria das vezes, quem tem filhos estudando na escola particular está se sacrificando financeiramente para oferecer melhores condições de ensino a eles e aumentando as chances de aprovação no vestibular, mas com o sistema de cotas, estão perdendo 50% de chances de ingressarem nas universidades públicas.

O sistema de cotas já foi muito discutido no país, uns a favor e outros contra, mas agora que saíram os resultados dos vestibulares é que veremos na prática as suas deficiências. Milhares de alunos estão comemorando a aprovação no vestibular, mas também é verdade que outros milhares estão frustrados, decepcionados e revoltados, principalmente, os que estudaram em escola particular e não conseguiram a vaga por causa do sistema de cotas e viram alunos do grupo B e C (afrodescendentes e alunos das escolas públicas), com menos pontos ingressarem nos seus lugares. Por exemplo, no curso de medicina da UFS, apenas um aluno do grupo B e C ficaria classificado para o grupo A (escolas particulares) se não existissem as cotas, provavelmente dezenas de alunos do grupo A tiveram mais pontos que os alunos aprovados nos grupos B e C e ficaram de fora. Provavelmente, isto ocorreu em quase todos os cursos oferecidos pela UFS e em todas as universidades públicas brasileira.

Algumas perguntas precisam de reflexões e respostas: É justo que os alunos do grupo A que obtiveram mais pontos que os alunos do grupo B e C fiquem de fora da universidade por causa das cotas? O ensino nas universidades será nivelado pelos alunos aprovados no grupo A ou pelos alunos dos grupos B e C? É justo que depois de 12 anos de estudo, o aluno seja discriminado por ter estudado em escola particular e perca a chance de 50% em ingressar na universidade pública por causa de um sistema de cotas? Os afrodescendentes que são juízes, promotores, engenheiros, professores, médicos precisaram de cotas para ingressar nas universidades e serem bem sucedidos na vida ou foi por estudo, capacidade e competência? O sistema de cotas não está sendo uma discriminação racial e social para todos?

O governo também deveria criar um sistema de cotas para o ingresso de políticos no congresso nacional, nas assembleias legislativas e nas câmaras de vereadores determinando vagas obrigatórias aos índios, sem terra, trabalhadores assalariados, mulheres, afrodescendentes e cidadãos que estudaram em escolas públicas, porque a maioria dos políticos eleitos vem da elite que domina o Brasil há centenas de anos como: fazendeiros, empresários, usineiros, banqueiros.

O que o governo precisa fazer é melhorar o ensino nas escolas públicas e aumentar o poder aquisitivo do cidadão para diminuir as desigualdades sociais e não criar sistemas de cotas, porque desta maneira o mérito acadêmico está ficando em segundo plano, em que alguns alunos bem pontuados perdem as vagas para outros menos pontuados. Seria o mesmo que você chegar em 3º lugar numa corrida e perder a medalha de bronze para o 4º colocado.

Para o cidadão ser alguém na sociedade, ele precisa ser capaz, competente, inteligente e não privilegiado por um sistema de cotas, por que é injusto incluir alguns, excluindo outros. O sistema de cotas precisa ser revisto para que a injustiça não prevaleça no mérito do conhecimento, por que alguém está sendo discriminado por ele; quem será?

Por Professor José Costa