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domingo, 3 de março de 2024

Mergulhar nos jogos eletrônicos traz riscos e benefícios


Escapismo

 

A popularidade dos jogos digitais no Brasil é inegável: O país entrou para a lista dos dez maiores mercados do mundo e o número de jogadores já supera os 100 milhões - quase dois terços da população afirmam jogar.

 

Não por acaso, cresce a preocupação com os impactos dos jogos na saúde física e mental, especialmente de crianças e jovens - Por que tantas pessoas ocupam-se tanto com jogos eletrônicos?

 

Em busca de respostas bem fundamentadas, pesquisadores brasileiros fizeram um levantamento em toda a literatura científica, procurando estudos que abordaram essa questão. Eles então juntaram todos os estudos e compuseram uma conclusão geral, no que se convenciona chamar um "meta-análise".

 

A conclusão geral é que uma das principais razões pelas quais as pessoas buscam jogos virtuais é o escapismo, a tentativa de escapar da vida real em um mundo ficcional. O escapismo é um hábito relacionado a problemas de saúde psicológica, emocional e mental, também observado em casos de dependência de álcool, vício em pornografia e vício em redes sociais.

 

Os cientistas também observaram uma associação entre escapismo e narcisismo, um transtorno de personalidade marcado pela sensação de grandiosidade, bem como com falta de sucesso de estratégias cognitivas e comportamentais para lidar com exigências internas e externas, desenvolvimento do transtorno do jogo pela internet (TJI), solidão e dificuldade na regulação emocional.

 

Além disso, segundo os 36 estudos científicos analisados, feitos em dezenas de países, a busca por escapar da vida real pode ser exacerbada por fatores como ansiedade social, antecedentes competitivos, sofrimento psiquiátrico e baixa autoestima.

 

Quando o escapismo traz benefícios

 

Por outro lado, as pesquisas não mostraram apenas notícias preocupantes. O primeiro ponto a se considerar, dizem os pesquisadores, é que o escapismo não é a única motivação para jogar. A possibilidade de se tornar poderoso, o interesse na mecânica do jogo (números e percentagens), a competição, a socialização, o relacionamento, o trabalho em equipe, a descoberta e exploração do mundo, a interpretação de personagem e a personalização também têm sido relatados na literatura científica.

 

"Os jogos eletrônicos não são exclusivamente um ato de escapismo, mas uma forma de diversão. A natureza positiva ou negativa da prática depende de fatores como o contexto cultural," disse Lucas Marques, da Faculdade de Medicina da USP.

 

Além disso, o escapismo poderia funcionar como estratégia de regulação emocional ao distrair a atenção do jogador de situações emocionalmente intensas e promover confiança, determinação, sentimento de pertencimento e representação em comunidades virtuais, além de mitigar a solidão em pessoas ansiosas.

 

"Um dos artigos analisados na revisão tratava justamente de pessoas que jogavam para escapar da realidade do desemprego e conseguiam atingir um estado de autoconclusão - ao passar fases, experimentavam aumento de autoestima e bem-estar," contou Lucas.

 

Checagem com artigo científico:

 

Artigo: Escaping through virtual gaming-what is the association with emotional, social, and mental health? A systematic review

Autores: Lucas M. Marques, Pedro M. Uchida, Felipe O. Aguiar, Gabriel Kadri, Raphael I. M. Santos, Sara P. Barbosa

Publicação: Frontiers in Public Health

DOI: 10.3389/fpsyt.2023.1257685

 

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=mergulhar-jogos-eletronicos-traz-riscos-beneficios&id=16386 - Com informações da Agência Fapesp - Imagem: Sasin Tipchai/Pixabay


E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades. Êxodo 23:25


terça-feira, 11 de abril de 2023

Descubra os riscos do vício em jogos eletrônicos na infância


O mundo de fantasias pode se transformar em um pesadelo quando o jogador perde o controle

 

Descubra os riscos do vício em jogos eletrônicos na infância

Apesar da ideia de que jovens e crianças são os mais afetados pelo vício por jogos eletrônicos, qualquer pessoa pode se tornar vítima. “Encontramos, como usuários destes jogos, indivíduos de todas as idades: adultos, adolescentes e crianças. Embora os mais suscetíveis sejam adolescentes e adultos, todos ficam expostos às características de dependência que estes jogos oferecem”, explica a psicóloga Mirella Benevenuto.

 

Segundo ela, algumas dessas características são: gratificação imediata, ritmo acelerado e imprevisibilidade. Esse tipo de jogo pode funcionar como um mundo paralelo cheio de aventuras e sonhos, mas terminar como um pesadelo.

 

Perfil do jogador eletrônico

A pessoa viciada em jogos eletrônicos traz uma obstinação pelo jogo, não aceita perder e afirma jogar para se divertir. Tem muita dificuldade em controlar o impulso pelo jogo e gasta muito tempo com isso.

“Essencialmente, [há] substituição de múltiplas possibilidades de uso do tempo e de desfrute de prazer pelo uso exagerado reconhecidamente de horas usadas para jogar, preparar jogos e conseguir mais jogos”, afirma Hewdy Lobo Ribeiro, médico psiquiatra forense.

 

Cuidado com as crianças

É inegável que a internet e a falta de espaço para praticar atividades ao ar livre acabaram levando as crianças para frente do computador, por isso merecem mais atenção. “Pesquisas revelam que quase todas as crianças e jovens de 8 a 18 anos adotam os jogos eletrônicos como parte fundamental e, às vezes, exclusiva para suas vidas, ocasionando, entre efeitos negativos, a obesidade, a timidez e a agressividade”, afirma Bartira Mendes.

 

Atenção aos sinais

Os pais devem ficar atentos quando as crianças deixam de fazer outras atividades para jogar. O ponto de atenção deve surgir “quando, de forma claramente incontrolável, substituem tempo de alimentação, ida ao banheiro, estudo, sono e relacionamentos interpessoais pelo uso de jogos, busca de novos jogos e cuja vida, ao invés de vivência politemática, passa a ficar monotemática em jogos”, analisa Hewdy Lobo Ribeiro.

 

Consequências do vício em jogos eletrônicos

A psicóloga Mirella Benevenuto ressalta que, até os 21 anos, o cérebro não está completamente formado e que a capacidade de decisões, julgamentos e autocontrole do jovem não está plenamente desenvolvida. Isso, por sua vez, acaba “provocando o desejo de ficar cada vez mais conectado neste mundo virtual. Isso o faz desenvolver uma compulsão. A mesma compulsão semelhante a que se verifica nos viciados em drogas, álcool e jogos de azar”, alerta.

 

Segundo ela, esse “comportamento compulsivo, agora já um vício, contribuirá ao indivíduo o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos e crises de abstinência, comprometendo sua capacidade de interagir socialmente com amigos e familiares, a noção de tempo, o interesse por outras atividades e a escola”. Independentemente da idade do jogador, é importante ficar atento: nada que rouba seu tempo com a família, te impeça de dormir, estudar ou fazer qualquer outra atividade do dia a dia é considerado normal!

 

Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2023-04-03/descubra-os-riscos-do-vicio-em-jogos-eletronicos-na-infancia.html - Por EdiCase


Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Zacarias 4:6