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domingo, 19 de setembro de 2021

Automedicação traz riscos à saúde e pode agravar sintomas

A automedicação pode até agravar o problema que deveria resolver

 

Uma caixinha de remédios é item que não falta na maioria das casas brasileiras, mas enquanto alguns profissionais acreditam que a automedicação seja importante, em casos menos graves, para aliviar a pressão sobre os serviços de saúde, ela também pode virar uma armadilha.

 

"É um problema de saúde pública", diz Abrão Cury, clínico geral e líder da Clínica Médica do Hcor. "Pessoas muitas vezes fazem uso inadequado de medicamentos não só em relação ao problema que elas têm, mas também à quantidade".

 

Ele explica que, além de provocar danos ainda mais graves à saúde, o uso não controlado de remédios pode também silenciar sintomas que estão alertando sobre problemas maiores.

 

Cury ainda cita o uso de antibióticos sem recomendação médica, "podendo causar uma piora do quadro infeccioso, se presente, e gerar resistência": "Esse é um dos motivos pelos quais temos um aumento progressivo da resistência a antibióticos".

 

O neurocirurgião Ygor Peçanha Alexim, do ICNE-SP (Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo), chama atenção aos medicamentos vendidos sem receita e, assim, mais acessíveis à população. "Os antiinflamatórios [como ibuprofeno e nimesulida] e corticosteróides [como prednisona e dexametasona] causam efeitos colaterais como insuficiência renal aguda, e úlcera gástrica", alerta.

 

A ivermectina, utilizada para tratar doenças causadas por vermes, pode levar a "uma hepatite medicamentosa fulminante", enquanto a cloroquina altera o funcionamento do coração.

 

A automedicação pode até agravar o problema que deveria resolver. "Uma das causas mais comuns de cefaleia crônica é o abuso de analgésicos. O diagnóstico ocorre quando o paciente tem dor de cabeça por ao menos 15 dias no mês, e usa analgésicos simples ou múltiplos por ao menos 10 dias".

 

Uso consciente "O paciente pode decidir pelo uso de medicamentos que ele já sabe que são adequados para o problema, e já tenham sido recomendados por médicos", orienta Abrão Cury, clínico geral e líder da Clínica Médica do Hcor.

 

Ele admite que, às vezes, escolher as combinações mais efetivas e seguras de remédios pode ser difícil até para profissionais da saúde.

 

E, mesmo com orientação, o paciente ainda pode extrapolar a dose. Páblius Staduto Braga é reumatologista e médico do esporte, e recorda um caso em que prescreveu a um paciente com osteoartrite o uso de um medicamento por cinco dias. No entanto, a pessoa continuou usando o remédio por conta própria, sem contactar o médico –dias depois, voltou ao hospital com dores abdominais e sangramento.

 

Existem ainda as medicações de uso controlado, como psicofármacos e opióides, que mesmo com exigência de receita médica podem ser abusados por quem os usa.

 

Apesar dos riscos existirem para todos, alguns grupos são mais frágeis aos efeitos da automedicação.

 

A dica, em todos os casos, é "sempre fazer contato com um médico quando a dúvida for medicamentos", segundo Braga. "Desta forma, sentirá mais segurança no momento de tomá-lo, e terá garantias maiores de estar utilizado o que for mais correto e seguro".

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/brasil/1837338/automedicacao-traz-riscos-a-saude-e-pode-agravar-sintomas - Notícias ao Minuto Brasil - © Shutterstock

quarta-feira, 10 de julho de 2019

10 mitos de medicina que pacientes e médicos devem esquecer


Uma nova pesquisa da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos EUA, fez uma descoberta apavorante: mais de 400 práticas médicas comuns foram desacreditadas por estudos científicos.

Isso significa que diversas práticas rotineiras podem estar sendo realizadas em pacientes sem apoio científico que corrobore sua eficácia.

O estudo: metodologia
Os pesquisadores analisaram 3.000 estudos publicados em três importantes revistas científicas médicas: JAMA, The Lancet (artigos divulgados entre 2003 e 2017) e The New England Journal of Medicine (artigos divulgados entre 2011 e 2017).

A conclusão? Mais de um a cada dez estudos podem ser classificados como uma “controvérsia médica”, significando que os resultados foram opostos ao senso comum sobre a prática entre os médicos.

“Você ganha um senso de humildade. Pessoas muito inteligentes e bem-intencionadas praticam essas coisas por muitos e muitos anos. Mas estavam erradas”, disse um dos autores do estudo, o Dr. Vinay Prasad, ao The New York Times.

10 mitos médicos
Abaixo, você pode conferir dez sensos comuns médicos versus as descobertas dos estudos que os contradizem:

Estouro da bolsa e decisão de fazer o parto
A prática mais comum, quando a bolsa d’água de uma grávida estoura, é realizar o parto da criança imediatamente, mesmo que tal parto seja prematuro. Isso porque, sem a membrana e o fluido amniótico que protege o feto, os obstetras têm medo (e com razão) de que o bebê seja exposto a uma infecção bacteriana. Logo, seria melhor puxá-lo para fora.
Contudo, um estudo clínico rigoroso descobriu que, se os médicos monitorarem atentamente o feto enquanto aguardam o parto ocorrer naturalmente, o bebê não fica em risco maior de infecção. Além disso, há uma vantagem óbvia em esperar: crianças que são deixadas na barriga até o momento do parto natural são mais saudáveis, com menos problemas respiratórios e menos risco de morte do que aquelas que são imediatamente retiradas na barriga da mãe quando a bolsa estoura.

Peixes gordurosos ricos em ômega-3 e risco de doença cardíaca
Peixes gordurosos ricos em ácidos graxos ômega-3 sempre foram considerados um bom alimento para diminuir o risco de doenças cardíacas. Parece óbvio: pessoas com dietas ricas em peixes gordos têm menos incidentes cardíacos; suplementos de ômega-3 diminuem o nível de triglicérides no organismo, e sabemos que níveis altos dessa gordura levam a um risco maior de doença cardíaca; e o ômega-3 parece diminuir a inflamação, outro fator de risco para doença cardíaca.
Apesar de tudo isso, a pesquisa não tem encontrado eco desses benefícios na vida real: um suplemento diário de ômega-3 não forneceu nenhuma vantagem para os participantes de um estudo com 12.500 pessoas em grande risco de doença cardíaca.

Alergia a amendoim
Uma das alergias mais comuns, muitos médicos pensam que ela ocorre com mais frequência se a criança for exposta a amendoins antes dos 3 anos, de forma que pediatras têm aconselhado os pais a manter seus filhos longe do alimento até essa idade.
A pesquisa científica mostrou, porém, que crianças expostas a amendoim antes mesmo de completarem um ano de idade não tinham risco maior de desenvolver a alergia do que crianças que não foram expostas.

Ginkgo biloba, memória e demência
Ginkgo biloba é uma árvore de origem chinesa, conhecida também como nogueira-do-japão ou simplesmente ginkgo, utilizada na medicina tradicional chinesa como uma forma de preservar a memória.
Suplementos feitos de folha de gingko são populares: pelo menos nos EUA, movimentam um mercado de US$ 249 mi (cerca de R$ 956 mi, no câmbio atual). O único problema é que um grande estudo nacional americano descobriu que eles não ajudam a impedir a perda de memória, diminuindo assim o risco de demência, por exemplo.

Dor aguda e opioides
Aparentemente, muitos médicos tratam pacientes em extrema dor que chegam ao pronto-socorro com uma dose única de um opioide oral (por exemplo, um opioide comum é a morfina).
De fato, opioides são medicamentos poderosos, mas um estudo clínico chegou à conclusão de que opções muito mais seguras, como aspirina e ibuprofeno, funcionam igualmente para aliviar a dor.

Testosterona e perda de memória em homens
Pesquisas iniciais indicaram que alguns homens com níveis baixos de testosterona podem ter problemas de memória. Os homens com níveis mais altos pareciam ter mais tecido cerebral em boas condições em algumas partes do órgão. Homens idosos com níveis maiores de testosterona também se saíram melhores em testes para avaliar a função mental.
Dito isso, um estudo clínico bem conduzido concluiu que pílulas de testosterona não eram melhores que placebo para evitar perda de memória em idosos.

Asma e pestes domésticas
Médicos normalmente recomendam que as casas de pessoas com asma sejam dedetizadas para se livrarem de ácaros, ratos e baratas. A hipótese por trás desse conselho é que reações alérgicas a tais animais podem levar a ataques de asma.
Um estudo que incluiu dedetização intensa nas residências com crianças sensíveis a alérgenos descobriu que isso não é capaz de reduzir a frequência de ataques de asma.

Contar calorias e perder peso
Será que usar um aplicativo de smartphone ou um diário para contar quantas calorias você perdeu diariamente pode te ajudar a emagrecer, te mantendo consciente do seu progresso?
Alguns médicos acham que sim, mas um estudo de longo alcance, com 470 participantes seguidos por dois anos, concluiu o oposto. Os participantes que registraram suas atividades e as calorias que perderam emagreceram menos do que aqueles que apenas seguiram recomendações gerais.

Lesões de menisco e cirurgia
Rupturas de menisco estão entre as lesões mais comuns no joelho, principalmente entre atletas. Nos EUA, cerca de 460.000 pacientes realizam operação nessa parte do corpo anualmente. Isso porque tais lesões são muito dolorosas, e as pessoas pensam que a dor não aliviará a menos que façam a cirurgia.
No entanto, um estudo que seguiu diversos pacientes com rupturas no menisco e artrite moderada descobriu que seis meses de fisioterapia têm o exato mesmo efeito que a cirurgia para melhorar a dor e qualidade de vida dos indivíduos.

Bonecas realistas, adolescentes e gravidez precoce
Alguns médicos parecem acreditar que dar a uma adolescente uma boneca realista que exige cuidados maternos pode desencorajar a gravidez precoce, uma vez que as garotas entenderiam o trabalho que ter um filho realmente dá.
Um estudo, entretanto, concluiu o oposto: adolescentes que tiveram uma boneca realista eram na verdade ligeiramente mais propensas a engravidar que garotas que não ganharam uma boneca.

A revisão de estudos foi publicada na revista eLife. [TheNewYorkTimes]


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia Mundial do Câncer tem campanha focada nas redes sociais


Dia 4 de fevereiro é o Dia Mundial do Câncer. Apesar do avanço da medicina, tanto nos diagnósticos quanto nos tratamentos, o câncer ainda causa a morte de 7,6 das 12,7 milhões de pessoas diagnosticadas anualmente.

Para 2012, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de mais de 518 mil novos casos da doença no Brasil, sendo os principais o de próstata entre os homens (30,8%) e o de mama entre as mulheres (27,9%). União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) calcula que até 2020 a doença será a causadora do maior número de mortes no mundo.

Para promover a conscientização da população, será realizada uma vasta campanha que abrangerá também as redes sociais. A campanha é realizada pelo INCA, com apoio da UICC, e a meta é ajudar a reduzir o número de mortes prematuras pelo câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis em 25% até 2025.

A fim de promover a integração com o público, a campanha 2012 criou o hotsite http://www.inca.gov.br/wcm/dmdc/2012 e convocou seguidores através das hashtags (palavras-chave antecedidas pelo símbolo#) #JuntosÉpossível; #diamundialdocancer e #worldcancerday nas redes sociais. Para participar, os interessados devem enviar uma mensagem com ou sem foto, identificando o estado ou país de localização. As mensagens devem conter até 140 caracteres. A foto deve ter até 3 megapixels e a extensão deve ser em JPEG.

De acordo com especialistas, o aumento da expectativa de vida faz com que cresçam as chances de desenvolvimento de câncer, e por isso é preciso mais campanhas de conscientização que chamem a atenção não só da população, mas também de autoridades de saúde e do governo. Questões como boa alimentação, prática de atividade física, hábitos sexuais saudáveis, combate ao tabagismo, sedentarismo e consumo de álcool, além da realização de exames frequentes devem ser estimulados. (Bibliomed).

Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=9586&mode=browse&fromhome=y