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domingo, 9 de novembro de 2014

Cientistas descobrem porque humanos vivem mais do que outros mamíferos

Seres humanos vivem mais tempo do que quase todos os outros mamíferos. Por quê?

Essa é a pergunta que uma equipe internacional de cientistas queria responder. Para isso, eles compararam a quantidade de energia que os primatas usam por dia, em média, com a quantidade equivalente de energia que outros mamíferos gastam diariamente.

Os pesquisadores descobriram, surpreendentemente, que os primatas queimam metade das calorias que outros mamíferos de tamanho similar – um ser humano (mesmo alguém com um estilo de vida muito ativo fisicamente) precisaria correr uma maratona por dia apenas para se aproximar da média de gasto energético diário de outro mamífero de seu tamanho.

Aliás, como primatas em zoológicos gastam tanta energia quanto primatas em estado selvagem, o estudo sugere que a atividade física pode ter menos impacto sobre a quantidade de calorias que os mamíferos gastam do que se pensava.

Segundo os cientistas, este metabolismo lento natural dos primatas pode retardar o processo de envelhecimento, o que faz com que eles vivam mais.

Seres humanos x outros mamíferos

A maioria dos mamíferos, incluindo ratos e cães, atinge a idade adulta dentro de um ou dois anos. Inclusive, muitos mamíferos atingem a maturidade sexual em questão de semanas. Por exemplo, um rato de seis meses tem o equivalente a 18 anos humanos, enquanto um cão de dois anos tem o equivalente a 18 a 25 anos humanos.

Na natureza, estes mamíferos se reproduzem muito mais regularmente do que os primatas e muitos morrem na adolescência, se não antes.

Em comparação, humanos e nossos parentes primatas, como macacos, grandes símios, társios e lêmures, têm longas infâncias, se reproduzem com pouca frequência e vivem uma vida excepcionalmente longa.

Este ritmo lento de vida tem intrigado os biólogos por algum tempo, porque os mecanismos por trás dessa diferença eram desconhecidos.

A pesquisa

Agora, o professor Herman Pontzer, do Hunter College (Nova York, EUA) e seus colegas analisaram 17 espécies de primatas em zoológicos, santuários e na natureza para determinar seu gasto energético diário.

Usando uma técnica segura e não invasiva conhecida como “água duplamente marcada”, os pesquisadores mediram o número de calorias que os primatas queimavam ao longo de um período de 10 dias.

Esta técnica acompanha a produção de dióxido de carbono do corpo, o que dá uma indicação da quantidade de energia que ele está gastando.

Ao combinar essas medidas com dados similares de outros estudos, a equipe pode comparar a produção de energia destes animais com a de outros mamíferos.

“Os resultados foram uma verdadeira surpresa. Os seres humanos, chimpanzés, babuínos e outros primatas gastam apenas metade das calorias que esperaríamos para um mamífero”, explicou o professor Pontzer.

Todos os organismos precisam de energia para crescer e se reproduzir, e o gasto energético também pode contribuir para o envelhecimento. As baixas taxas de crescimento, reprodução e envelhecimento entre os primatas correspondem a sua lenta taxa de gasto energético, o que indica que a evolução tem atuado na taxa metabólica para moldar as vidas distintamente lentas dos primatas.

“As condições ambientais que favorecem a redução de gastos de energia podem ser a chave para entender por que os primatas, incluindo humanos, evoluíram este ritmo lento de vida”, sugere um dos coautores do estudo, David Raichlen, da Universidade do Arizona (EUA). [DailyMail]

Fonte: http://hypescience.com/porque-humanos-vivem-mais-porque-vivemos-mais-do-que-os-animais/ - Autor: Natasha Romanzoti