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sábado, 27 de janeiro de 2024

Estudos revelam que casados são mais saudáveis e vivem mais


Pesquisadores indicam ainda que maiores níveis de estresse, ansiedade e depressão durante a pandemia são identificados em solteiros

 

De acordo com a 46º edição das Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o tempo médio de duração dos casamentos no Brasil reduziu de 17,5 anos para 13,8 anos, ou seja, cerca de quatro anos a menos, em dez anos (2009-2019). Quase metade dos casamentos que foram desfeitos em 2019 duraram menos de 10 anos.

 

Na contramão desses números, porém, um estudo publicado no Journal of Marriage and Family (JMF) sugere que pessoas em relacionamentos conjugais parecem ser mais saudáveis, tendem a procurar menos um serviço médico e, nos casos de internamento hospitalar, o tempo de permanência no hospital é menor.

 

A publicação americana mostra que pessoas divorciadas e separadas têm o pior estado de saúde. Pessoas viúvas estão em segundo lugar, seguidas pelas solteiras. Esse também é o tema de um estudo da psicóloga Janete Knapik, professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo.

 

“Relacionamentos de casal têm demonstrado benefícios como a melhora na saúde mental, na qualidade de vida, na saúde emocional e física”, afirma.

 

Segundo ela, esses resultados podem ser explicados pelos papéis conjugais assumidos e pelo estilo de vida dos casais.

 

Uma das hipóteses é de que existe uma seletividade na escolha do parceiro que leva a comportamentos mais saudáveis – isto é, indivíduos casados podem ser autosselecionados com base em características relacionadas à saúde, atitudes em relação à saúde ou fatores comportamentais – e outra hipótese é a de que casais passam adotar comportamentos mais regrados de atenção à saúde, ou seja, ao menor sinal de mal-estar ou adoecimento, as medidas de cuidado são tomadas antes de maiores agravamentos.

 

“Existe uma forte relação social entre o casal que pode resultar em melhor saúde, pois os cônjuges – principalmente as mulheres – atuam como cuidadores, fornecendo suporte físico e emocional”, revela.

 

A professora lista quatro fatores que podem justificar que pessoas em um relacionamento conjugal tendem a ser mais saudáveis: o aumento dos recursos materiais, que são somados; menores níveis de estresse; maior adesão a comportamentos seguros e saudáveis e não exposição a riscos; e maior apoio social.

 

“Os cônjuges podem atuar como zeladores domésticos, evitando assim a necessidade de assistência médica formal. Dessa forma, eles podem auxiliar na adesão à medicação, preparando e incentivando o consumo de refeições saudáveis ou garantindo o comparecimento às consultas médicas”, exemplifica.

 

Além disso, a professora explica que a união de casais pode suscitar uma “capacidade sobressalente”, que é a habilidade de dedicação de tempo, esforço e recursos de saúde disponíveis para melhorar a saúde, como resultado da divisão do trabalho e responsabilidades dentro de casa.

 

“Aumenta o envolvimento no compartilhamento de recursos e investimentos mútuos. Existem efeitos psicológicos e físicos para a saúde da coabitação conjugal”, ressalta.

 

A professora observa, no entanto, que os benefícios do relacionamento conjugal não são percebidos em relações abusivas, já que nesses casos existe uma relação de poder e não de partilha de cuidado.

 

Segundo a professora, idosos divorciados e viúvos apresentam maior chance de demência e maior chance de prejuízo nos domínios cognitivos; idosos que nunca foram casados têm maior chance de prejuízo na memória e adultos com mais de 40 anos e solteiros, especialmente aqueles que não estão em um relacionamento, tendem a ser menos ativos fisicamente do que pessoas casadas.

 

Outro dado interessante é que as mulheres solteiras experimentaram diminuição da qualidade de vida em relação à saúde e uma recuperação mais lenta no primeiro ano em casos de cirurgia cardíaca.

 

“Além disso, diversas pesquisas em diferentes países do mundo que estão avaliando a saúde mental das pessoas na pandemia da Covid-19 têm evidenciado que indivíduos solteiros estão experimentando maiores níveis de estresse, ansiedade e principalmente depressão durante a pandemia”, revela Janete.

 

Fonte: https://vidaplenaebemestar.com.br/qualidade-de-vida/amor/estudos-revelam-que-casados-sao-mais-saudaveis-e-vivem-mais


Tudo posso naquele que me fortalece.

Filipenses 4:13


segunda-feira, 26 de junho de 2017

8 fatos surpreendentes sobre saúde do homem mostram porque mulheres vivem mais

Expectativa de vida, má alimentação, consumo de álcool, de tabaco e mais doenças… São muitos os índices em que o homem apresenta números muito piores que as mulheres no quesito saúde. As evidências demonstram que a população masculina vive menos e tem sua qualidade de vida como resultado de um estilo de vida menos saudável e falta de cuidados com seu corpo.

Listamos aqui oito sinais de atenção para os homens:

Homens vivem menos por causa de seus cérebros
A expectativa de vida média dos brasileiros é bem inferior à das brasileiras. A população geral de nosso país vive 75,5 anos, sendo que as mulheres vivem até os 79,1. Para os homens, a expectativa é de apenas 71,9 anos. E não é um fenômeno tipicamente brasileiro, não. Nos EUA a tendência é a mesma: mulheres vivem até 81,2 anos, enquanto homens, 76,3 anos.
Segundo estudo do professor Robert Shmerling, da Universidade de Harvard, parte da explicação para isso está no “destino biológico” masculino. Ele explica que o lobo frontal do cérebro, que é a região que controla julgamentos e consequências, se desenvolve mais lentamente em homens que em mulheres. Isso explicaria porque a população masculina se envolve muito mais em acidentes ou episódios de violência, ou mesmo porque bebem, fumam e comem mal.

Mais sal, gordura e refrigerante
A falta de cuidado na alimentação também é uma característica prioritariamente masculina, e envolve consumo de açúcares, sal e gordura. Um dos índices que mede consumo de açúcares é a ingestão de refrigerantes: no Brasil, 25% dos homens tomam regularmente; mulheres são 19%.
Em relação à alimentação excessiva de sal em sua dieta, 16% dos homens brasileiros estão acima do recomendado; são 12% das mulheres. A diferença mais nítida é na quantidade de gordura animal: 28% das brasileiras reconhecem excesso de consumo, entre os homens são 47% do total.

Mais tipos de câncer
De acordo com levantamento realizado pelo IBGE, 51% das mulheres brasileiras que apresentam diagnósticos de câncer têm tumores relacionados exclusivamente ou à mama ou ao colo de útero.
Nos homens, os casos de câncer de próstata representam 37% do total, o que significa que as incidências de tumores em outros órgãos do corpo é proporcionalmente maior: 18,7% são na pele; 10,4% no intestino; 5,1% no estômago; 1,6% no pulmão.

Álcool: homens são mais dependentes
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano constatou que, nos EUA, 4,5% da população masculina do país é considerada dependente do álcool; a população feminina tem 2,5%.
No Brasil, 36% dos homens afirma ter consumido álcool pelo menos uma vez na última semana; entre mulheres, índice é de 13%. Quando perguntados sobre terem bebido além da conta, diferença é maior: 21,6% dos homens assumem terem exagerado no álcool, mais de três vezes os 6,6% das mulheres.

Fumam 4 vezes mais
Dos aproximadamente um bilhão de fumantes regulares em todo mundo, 800 milhões são homens. No Brasil, segundo o IBGE, a proporção é bem menor, mas mesmo assim a diferença é considerável: 11% das mulheres brasileiras fumam regularmente, enquanto entre homens o índice é de 19%.
O risco de morte decorrente do tabaco também afeta mais ao sexo masculino: segundo a OMS, todo ano morrem 5 milhões de pessoas por causa do cigarro, 3,5 milhões são homens.

Homens vão menos ao médico
Quantas vezes você vai ao médico para uma consulta preventiva? Se você for homem, é provável que a resposta seja 50% menor do que de uma mulher. É o que diz uma pesquisa realizada pelo sistema de saúde de Orlando: em dois anos, homens visitam seus médicos 50% menos e é três vezes mais provável que um homem passe até cinco anos sem uma consulta médica.
A pesquisa constatou três justificativas masculinas: dizem ter coisas demais para fazer, afirmam ter medo de descobrir o problema e relatam constrangimento com certos exames clínicos (como o de toque de próstata).

Cometem mais suicídios
É verdade que há mais mulheres que tenham depressão e que até, em média, cometem mais tentativas de suicídio que homens. Mas são eles, de fato, que levam o ato até suas últimas consequências: segundo o Mapa da Violência, no Brasil, 78% dos suicídios são cometidos por homens. A hipótese mais recorrente é de que eles buscam muito menos ajuda para doenças mentais e evitam aceitar que apresentam quadros de depressão.

Problemas cardíacos são mais frequentes
De acordo com uma publicação do departamento de saúde da Universidade de Harvard, a incidência de doenças cardíacas é bem maior no sexo masculino: homens são 50% mais propensos a tê-las do que mulheres, sobretudo em idades mais baixas.
Médicos apontam que o organismo masculino ter menos estrogênio é um dos porquês, somado com falta de cuidados médicos, hipertensão e níveis altos de colesterol.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Pessoas que frequentam igreja e outros templos religiosos vivem mais, diz estudo

Se você é uma pessoa religiosa e percebe que a crença ajuda a ter uma vida mais leve e plena, saiba que além de contribuir para seu bem-estar espiritual, pode ainda sentir os efeitos sobre a saúde, especialmente se frequenta igreja ou outros tipos de templos.

De acordo com um estudo publicado no “JAMA Internal Medicine”, pessoas que vão a igrejas reduzem os riscos de morte prematura. Para chegar à conclusão, os pesquisadores usaram dados de uma pesquisa com mais de 75 mil mulheres que acompanhou saúde e estilo de vida, incluindo a participação em serviços religiosos, em um período de 16 anos.

Foi descoberto então que, em comparação com pessoas que nunca iam à igreja, as que frequentavam o ambiente religioso mais de uma vez por semana apresentava um risco 33% menor de morte por qualquer causa. Um padrão semelhante foi observado para riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer.

O trabalho científico eliminou estatisticamente a possibilidade de causalidade inversa, ou seja, que pessoas saudáveis frequentam igreja mais do que as não saudáveis. Os estudiosos descobriram que algumas variáveis, como o apoio social e tendência a não fumar, contribuíram para o efeito. 


domingo, 19 de junho de 2016

Porque as mulheres vivem mais do que os homens: estudo

No nosso país, de acordo com os dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres possuem expectativa de vida média de 78,8 anos, enquanto a dos homens é de 71,6 anos.

Por que as mulheres vivem 7 anos a mais? Isso não é algo muito fácil de identificar, devido a quantidade de fatores que podem influenciar a longevidade. O que sabemos é que esse fenômeno é geral e mundial.

Segundo Steven Austad e Kathleen Fischer, da Universidade do Alabama em Birmingham (EUA), que estudam o assunto, os seres humanos são a única espécie em que um sexo é conhecido por ter uma vantagem de sobrevivência onipresente. “De fato, a diferença de sexo na longevidade pode ser uma das características mais robustas da biologia humana”, escreveram em um artigo publicado na revista Cell Metabolism.

Só dá elas
Em outras espécies, de lombrigas a moscas a alguns mamíferos, certos estudos também viram diferenças de expectativa de vida que podem favorecer um sexo.
Porém, estudos contraditórios com diferentes dietas, padrões de acasalamento ou condições ambientais muitas vezes invertem essa vantagem ao outro sexo. Com os seres humanos, são sempre as fêmeas que parecem ter a vantagem.

Muitas evidências
O banco de dados de mortalidade humana (Human Mortality Database) reúne informações de mortalidade de homens e mulheres de 38 países que remontam até 1751 para a Suécia e 1816 para a França.
“Dada essa alta qualidade dos dados, é impressionante que, para todos os 38 países em cada ano no banco de dados, a expectativa de vida feminina ao nascer excede a expectativa de vida masculina”, notam Austad e Fischer.
A maior expectativa de sobrevivência do sexo feminino é vista ao longo de toda a vida, aliás. Inclusive, as mulheres são cerca de 90% dos super centenários, aqueles que vivem até os 110 anos de idade ou mais.

O caso Islândia
Um caso interessante para estudo é o da Islândia. Isso porque temos dados de 1800 até o início dos anos 1900 sobre esse pequeno país, que é geneticamente homogêneo e já foi assolado por catástrofes, como a fome, inundações, erupções vulcânicas e epidemias de doenças.
Durante esse tempo de desastres, a expectativa de vida ao nascer caiu tão baixo quanto 21 anos. Em uma época melhor, entretanto, chegou a 69 anos. O curioso foi que, em cada ano, independentemente da disponibilidade de alimentos ou da presença de epidemias, as mulheres no início da vida e perto do fim sobreviveram melhor que os homens.
Isso também foi percebido em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, sabe-se que a mulher tem melhor resistência à maioria das principais causas de morte. “Das 15 principais causas de morte em 2013, as mulheres morreram em uma menor taxa ajustada por idade de 13 delas, incluindo todas as seis principais causas”, os pesquisadores informaram no artigo. “Para uma causa, acidente vascular cerebral, não houve viés de sexo, e apenas para uma delas, a doença de Alzheimer, as mulheres estavam em maior risco”.

Controlando as variáveis
Em animais usados em pesquisas de laboratório, como o verme C. elegans, a mosca da fruta Drosophila melanogaster e rato Mus musculus, padrões de longevidade por sexo podem variar de acordo com origens genéticas ou por diferenças na alimentação e nas condições de moradia e acasalamento.
Essas variáveis não controladas levam a resultados diferentes sobre longevidade. Uma revisão de 118 estudos com ratos de laboratório constatou que 65 estudos relataram que os machos sobreviveram mais tempo, 51 descobriram que as fêmeas foram mais longe, e dois não apresentaram diferença entre os sexos.
Mas, se as variáveis forem cuidadosamente controladas, ratos podem se tornar na verdade um modelo útil para estudar diferenças sexuais na fisiologia celular e molecular do envelhecimento.
Este entendimento pode ser útil para pesquisadores desenvolverem melhores medicamentos para uso humano.
As diferenças podem ser devido a hormônios, a diferenças do sistema imunológico, a respostas ao estresse oxidativo, ou até mesmo ao fato de que os homens têm um cromossomo X e um Y, enquanto as mulheres têm dois cromossomos X.

Elas ficam mais doentes
Um dos aspectos mais intrigantes dessa diferença, e que não tem equivalente conhecido em outras espécies, é que, apesar das mulheres viverem mais do que os homens, parecem ter pior saúde ao longo da vida adulta.
A maior prevalência de limitações físicas na vida adulta feminina é vista em sociedades ocidentais, e também nas mulheres de Bangladesh, China, Egito, Guatemala, Índia, Indonésia, Jamaica, Malásia, México, Filipinas, Tailândia e Tunísia.
Uma explicação intrigante para este paradoxo é uma possível conexão com problemas de saúde que aparecem mais tarde na vida. As mulheres são mais propensas a problemas nas articulações e ossos, tais como osteoartrite, osteoporose e dores nas costas, do que os homens. Tais condições tendem a ser mais graves nas mulheres, e isso pode significar privação de sono crônica e estresse.
Assim, as diferenças entre os sexos poderiam ser devido a doenças do tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo em seres humanos é conhecido por responder a hormônios sexuais femininos.
Mas esta é apenas uma das várias hipóteses plausíveis para o mistério de por que as mulheres vivem mais, em média, do que os homens. Os estudos precisarão continuar para termos uma noção melhor dos fatores envolvidos. [Science20]


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Por que pessoas inteligentes vivem mais

Felizmente, a expectativa de vida das pessoas tem aumentado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os japoneses são os que vivem mais tempo, com uma média de 84 anos, enquanto brasileiros têm expectativa de vida de 73.

Apesar desses números, é um fato óbvio que algumas pessoas vivem muito mais do que outras. Os chamados centenários, por exemplo, vivem pelo menos até os 100.

O que explica essa desigualdade?

Estilo de vida
Muitas questões de estilo de vida importam. Um estudo de 2012 publicado na revista Preventive Medicine seguiu mais de 8.000 pessoas ao longo de um período de 5 anos, e descobriu que o risco de morte por qualquer causa era 56% menor em não fumantes, 47% menor nas pessoas que se exercitavam, e 26% menor nos que tinham uma dieta saudável.
Pesquisadores italianos também analisaram as dietas de habitantes da região de Monti Sicani na Sicília, onde há uma alta prevalência de pessoas com 100 anos. Além de serem fisicamente ativos e terem contato próximo com os parentes, todos os centenários entrevistados eram adeptos a uma dieta mediterrânica tradicional.
A descoberta mais surpreendente dos últimos tempos, no entanto, é que também existe uma forte ligação entre mortalidade e QI: maior inteligência leva, em média, a uma vida mais longa.

Vantagem clara
Esta relação tem sido amplamente documentada por Ian Deary e seus colegas da Universidade de Edimburgo, utilizando dados do Levantamento Mental Escocês. Em 1932, o governo escocês administrou um teste de QI em todas as crianças de 11 anos que frequentaram a escola em um determinado dia.
Mais de sessenta anos depois, com foco na cidade de Aberdeen, Deary e Lawrence Whalley decidiram identificar quem do estudo ainda estava vivo, aos 76 anos. Os resultados foram surpreendentes: uma vantagem de 15 pontos no QI se traduziu em uma chance 21% maior de sobrevivência.
Por exemplo, uma pessoa com um QI de 115 era 21% mais propensa de estar viva na idade de 76 do que uma pessoa com um QI de 100 (a média da população geral).

Epidemiologia cognitiva
A ligação entre QI e mortalidade já foi replicada por 20 estudos longitudinais em todo o mundo, dando origem ao campo da epidemiologia cognitiva, que se concentra em entender a relação entre o funcionamento cognitivo e a saúde.
Uma das principais conclusões deste novo campo é que os fatores socioeconômicos não explicam completamente a relação QI-mortalidade.
Em um estudo, com foco na região do Cinturão Central da Escócia, os pesquisadores relacionaram pontuações de QI de mais de 900 dos participantes do estudo de 1932 a respostas dos mesmos participantes em uma pesquisa nacional de saúde realizada no início de 1970. Os pesquisadores descobriram que, estatisticamente, classe econômica e condições de vida adversas (como desemprego) representaram apenas cerca de 30% da correlação.
Esta evidência sugere que são os genes que contribuem para a ligação entre QI e vida longa.

Nascer para viver muito
Os resultados de um novo estudo realizado por Rosalind Arden e colegas, publicado no International Journal of Epidemiology, fornecem um apoio a esta hipótese.
Os cientistas identificaram três estudos com gêmeos (nos EUA, Dinamarca e Suécia) sobre QI e mortalidade. Tais estudos separam os efeitos de fatores genéticos e ambientais sobre um resultado, como a inteligência ou vida útil, comparando gêmeos idênticos, que compartilham 100% de seus genes, a gêmeos fraternos, que compartilham em média apenas 50% dos seus genes.
As análises estatísticas foram claras e consistentes: os genes eram responsáveis pela maior parte da relação entre inteligência e vida longa.

Os inteligentes se comportam melhor
Exatamente o que pode explicar a ligação genética entre QI e mortalidade permanece obscuro, porém. Uma possibilidade é que um QI mais elevado contribui para mais comportamentos saudáveis, tais como se exercitar, usar cinto de segurança e não fumar.
Consistente com esta teoria, nos dados escoceses, não houve relação entre QI e comportamento de fumar nas décadas de 1930 e 1940, quando os riscos do fumo à saúde eram desconhecidos, mas depois disso, as pessoas com QIs mais altos eram mais propensas a parar de fumar.
Alternativamente, pode ser que alguns dos mesmos fatores genéticos contribuam tanto para a variação no QI quanto para a propensão de se envolver nestes tipos de comportamentos.

Cérebro saudável, vida saudável
Outra possibilidade é que o QI é um índice de integridade física, particularmente da eficiência do sistema nervoso. Para testar esta hipótese, em um estudo, os pesquisadores analisaram as relações entre QI, mortalidade e desempenho em um teste de tempo de reação projetado para medir a eficiência de processamento do cérebro.
As pessoas tinham que pressionar uma de quatro teclas de resposta dependendo de qual dos quatro dígitos aparecia numa tela. Os cientistas descobriram que, uma vez que a pontuação de uma pessoa no teste de tempo de reação foi levada em consideração, sumiu a correlação entre QI e mortalidade.
Em outras palavras, o tempo de reação explicou a relação entre QI e mortalidade.

Avaliações de QI
Estes e outros resultados de epidemiologia cognitiva têm implicações potencialmente profundas para a saúde pública. Junto com fatores como histórico familiar de doenças, o QI poderia ser usado de forma proativa para avaliar o risco das pessoas para o desenvolvimento de problemas de saúde e morte precoce.
Ao mesmo tempo, a potencial utilização de testes de inteligência levanta problemas éticos. Por exemplo, há evidências de que a crença de uma pessoa sobre sua capacidade de ir bem em um teste de inteligência pode estar ligada à sua etnia ou gênero, e pode impactar o quão bem essa pessoa realmente vai no teste. Por sua vez, ser rotulado como alguém com “baixo QI” ou “alto QI” pode impactar a autoestima de uma pessoa.
Uma abordagem para lidar com este problema é desenvolver testes de inteligência que minimizem o impacto desses fatores. Outra é educar o público e os políticos sobre o significado de uma pontuação de QI.
O QI pode predizer resultados, tais como o desempenho no trabalho, o desempenho acadêmico e até a mortalidade, mas é apenas um fator entre muitos que preveem estes resultados. Coisas como personalidade, interesses e motivação importam, também. [ScientificAmerican]


domingo, 9 de novembro de 2014

Cientistas descobrem porque humanos vivem mais do que outros mamíferos

Seres humanos vivem mais tempo do que quase todos os outros mamíferos. Por quê?

Essa é a pergunta que uma equipe internacional de cientistas queria responder. Para isso, eles compararam a quantidade de energia que os primatas usam por dia, em média, com a quantidade equivalente de energia que outros mamíferos gastam diariamente.

Os pesquisadores descobriram, surpreendentemente, que os primatas queimam metade das calorias que outros mamíferos de tamanho similar – um ser humano (mesmo alguém com um estilo de vida muito ativo fisicamente) precisaria correr uma maratona por dia apenas para se aproximar da média de gasto energético diário de outro mamífero de seu tamanho.

Aliás, como primatas em zoológicos gastam tanta energia quanto primatas em estado selvagem, o estudo sugere que a atividade física pode ter menos impacto sobre a quantidade de calorias que os mamíferos gastam do que se pensava.

Segundo os cientistas, este metabolismo lento natural dos primatas pode retardar o processo de envelhecimento, o que faz com que eles vivam mais.

Seres humanos x outros mamíferos

A maioria dos mamíferos, incluindo ratos e cães, atinge a idade adulta dentro de um ou dois anos. Inclusive, muitos mamíferos atingem a maturidade sexual em questão de semanas. Por exemplo, um rato de seis meses tem o equivalente a 18 anos humanos, enquanto um cão de dois anos tem o equivalente a 18 a 25 anos humanos.

Na natureza, estes mamíferos se reproduzem muito mais regularmente do que os primatas e muitos morrem na adolescência, se não antes.

Em comparação, humanos e nossos parentes primatas, como macacos, grandes símios, társios e lêmures, têm longas infâncias, se reproduzem com pouca frequência e vivem uma vida excepcionalmente longa.

Este ritmo lento de vida tem intrigado os biólogos por algum tempo, porque os mecanismos por trás dessa diferença eram desconhecidos.

A pesquisa

Agora, o professor Herman Pontzer, do Hunter College (Nova York, EUA) e seus colegas analisaram 17 espécies de primatas em zoológicos, santuários e na natureza para determinar seu gasto energético diário.

Usando uma técnica segura e não invasiva conhecida como “água duplamente marcada”, os pesquisadores mediram o número de calorias que os primatas queimavam ao longo de um período de 10 dias.

Esta técnica acompanha a produção de dióxido de carbono do corpo, o que dá uma indicação da quantidade de energia que ele está gastando.

Ao combinar essas medidas com dados similares de outros estudos, a equipe pode comparar a produção de energia destes animais com a de outros mamíferos.

“Os resultados foram uma verdadeira surpresa. Os seres humanos, chimpanzés, babuínos e outros primatas gastam apenas metade das calorias que esperaríamos para um mamífero”, explicou o professor Pontzer.

Todos os organismos precisam de energia para crescer e se reproduzir, e o gasto energético também pode contribuir para o envelhecimento. As baixas taxas de crescimento, reprodução e envelhecimento entre os primatas correspondem a sua lenta taxa de gasto energético, o que indica que a evolução tem atuado na taxa metabólica para moldar as vidas distintamente lentas dos primatas.

“As condições ambientais que favorecem a redução de gastos de energia podem ser a chave para entender por que os primatas, incluindo humanos, evoluíram este ritmo lento de vida”, sugere um dos coautores do estudo, David Raichlen, da Universidade do Arizona (EUA). [DailyMail]

Fonte: http://hypescience.com/porque-humanos-vivem-mais-porque-vivemos-mais-do-que-os-animais/ - Autor: Natasha Romanzoti

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

Um estudo japonês sugere que as mulheres vivem mais do que homens porque o sistema imunológico feminino passa por modificações mais lentamente com a idade.

De acordo com a pesquisa da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio, ainda que o sistema imunológico de todas as pessoas fique mais debilitado com a idade, no caso dos homens esse processo é mais rápido, o que poderia explicar sua menor longevidade.

O sistema imunológico protege o corpo de infecções, mas também está associado ao surgimento de doenças caso não esteja bem regulado.

Em 2011, cientistas belgas afirmaram ter encontrado provas de que as mulheres têm um sistema imunológico melhor que o dos homens, enquanto os adeptos de explicações "menos biológicas" apontam para fatos como a maior capacidade de perdoar das mulheres.

Linfócitos

Katsuiku Hirokawa e seus colegas analisaram amostras de sangue de 356 homens e mulheres saudáveis com idades entre 20 e 90 anos.

Eles mediram no sangue a quantidade de leucócitos (glóbulos brancos, células do sistema imunológico) e de moléculas chamadas citocinas, que permitem às células imunológicas coordenarem a resposta do corpo a alguma doença.

Entre homens e mulheres o número de leucócitos por pessoa caiu com a idade, como era esperado e comprovado por estudos anteriores.

No entanto, em um exame mais detalhado foram reveladas diferenças entre homens e mulheres em dois tipos de células que são componentes importantes do sistema imunológico, os linfócitos T e os linfócitos B, dois tipos de leucócitos.

Os cientistas constaram que, com o avançar dos anos, a queda do número da maioria dos linfócitos T e B mostrou ser mais rápida em homens. Os homens também mostraram ter um declínio mais rápido em dois tipos de citocinas que naturalmente se tornam menos comuns com o avançar da idade.

Além disso, o número de dois tipos específicos de linfócitos que costumam se tornar mais numerosos com a idade, T CD4 e as chamadas células exterminadoras naturais, aumentou mais em mulheres do que em homens ao envelhecerem.

Quem determina o quê?

"Mudanças relacionadas à idade em vários parâmetros diferem entre homens e mulheres", escreveu Hirokawa e sua equipe no relatório, divulgado na publicação científica Immunity & Ageing.

"Nossas descobertas indicam que uma taxa de declínio mais lenta destes parâmetros imunológicos em mulheres, em comparação aos homens, é coerente com o fato de que mulheres vivem mais do que homens."

Para Tom Kirkwood, do Instituto de Envelhecimento e Saúde da Universidade de Newcastle upon Tyne, na Grã-Bretanha, as descobertas dos cientistas japoneses são úteis, mas não surpreendem.

"É provável que o envelhecimento mais lento no sistema imunológico de mulheres reflita uma taxa geral de envelhecimento mais lenta, não que o próprio sistema imunológico estabeleça esse ritmo", afirmou o professor.

Outros estudos já tentaram explicar a maior longevidade feminina pelo DNA.

Com informações da BBC

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=por-que-mulheres-vivem-mais-homens