O professor Price alerta que a restrição calórica
não foi testada ainda em seres humanos como uma estratégia antienvelhecimento.
Restrição calórica
Há décadas os cientistas tentam desvendar o mistério
da restrição calórica - por que dietas que imitam o jejum melhoram quase tudo
em nosso organismo e nos ajudam a viver mais.
Agora eles obtiveram um primeiro vislumbre de como o
corte de calorias afeta o envelhecimento dentro das células.
Sim, porque apesar de haver uma indústria de bilhões
de dólares dedicada a produtos que combatem os sinais do envelhecimento, os
hidratantes não passam da pele, e o envelhecimento ocorre mais profundamente, a
nível celular por todo o interior do corpo.
Ribossomos
Os que os pesquisadores descobriram é que, quando os
ribossomos diminuem seu ritmo de trabalho, o processo de envelhecimento também
fica mais lento - os ribossomos são os fabricantes de proteínas das células.
Essa diminuição de velocidade reduz a produção de proteínas, mas dá aos
ribossomos um tempo extra para se autorreparar e funcionar de forma mais
eficiente por mais tempo.
"O ribossomo é uma máquina muito complexa, mais
ou menos como o seu carro, e periodicamente precisa de manutenção para
substituir as peças que se desgastam mais rápido. Quando os pneus se desgastam,
você não joga fora o carro inteiro e compra um novo, é mais barato substituir
os pneus," explica o professor John Price, da Universidade Brigham Young
(EUA).
Desta forma, diminuir a ingestão de calorias
equivale a fazer com que seus ribossomos rodem menos e, portanto, desgastem-se
menos e se reconstruam - ao contrário do seu carro, nossas células sabem
reconstruir suas próprias peças desgastadas.
Equilíbrio na dieta
Além disso, assim como os carros, os ribossomos são
caros e úteis - eles consomem entre 10 e 20% da energia total da célula para
fabricar todas as proteínas necessárias para a célula funcionar. Assim, é
impraticável destruir um ribossomo inteiro quando ele começa a funcionar mal.
Mas consertar partes individuais do ribossomo em uma base regular permite que
eles continuem a produzir proteínas de alta qualidade por mais tempo.
"Quando você restringe o consumo de calorias,
há quase um aumento linear na longevidade," disse Price. "Nós
inferimos que a restrição causou mudanças bioquímicas reais que retardaram a
taxa de envelhecimento."
Apesar desta relação observada entre consumir menos
calorias e aumentar o tempo de vida, o professor Price alerta que as pessoas
não devem começar a contar calorias e esperar permanecer para sempre jovens. A
restrição calórica não foi testada ainda em seres humanos como uma estratégia
antienvelhecimento - este estudo foi feito usando camundongos -, e a mensagem
essencial é compreender a importância de cuidar dos nossos corpos de forma
equilibrada, e não submetê-lo a regimes não comprovados de tortura alimentar.
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=comer-menos-aumenta-longevidade&id=11938&nl=nlds
- Redação do Diário da Saúde - Imagem: Nate Edwards/BYU Photo