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domingo, 13 de outubro de 2019

6 distúrbios que podem afetar seu sono – e como lidar com eles


Quanto mais os benefícios do sono são aclamados pela ciência, mais devemos prestar atenção à qualidade dele

Entre análises feitas em 2007 e 2017, foi possível verificar um aumento – de 38% para impactantes 69% – na fatia da população brasileira que sofre com a apneia do sono. Os levantamentos foram realizados pelo Instituto do Sono, de São Paulo – que também comprovou que são muitas as pessoas que atualmente sofrem com a insônia.

Quanto mais os benefícios do sono são comprovados (e aclamados!) pela ciência, mais precisamos dar atenção aos distúrbios que impedem ou dificultam o ato de dormir. Os dois males mencionados acima, aliás, são só alguns exemplos dentre os tantos que podem prejudicar nosso descanso. Entenda, logo abaixo, como funcionam e quais são os principais tratamentos para alguns deles.

Apneia do sono
Definição
Trata-se da obstrução total ou parcial do fluxo de ar na garganta enquanto se dorme, o que não deixa o sono ser reparador.
Sintomas
A pessoa sente cansaço e sonolência de dia. Quem dorme ao lado é acordado frequentemente pelos roncos.
Causas
O principal fator é a obesidade. O excesso de peso faz a língua ficar maior e mais pesada – daí ela cai em direção à faringe e fecha a passagem.
Riscos
Vários estudos comprovam a relação da apneia com a maior propensão a problemas cardiovasculares e neurológicos.
Diagnóstico
Feito pela polissonografia. É preciso ficar a noite no laboratório com equipamentos que medem diversos parâmetros.
Tratamento
O CPAP, um aparelho que joga uma corrente de ar pela boca, é o principal. Mas há casos que pedem de aparelhos bucais a cirurgias.

Insônia
Definição
É a dificuldade de pegar no sono ou permanecer desligado. Há aqueles que despertam antes da hora.
Sintomas
Cansaço extremo, falta de foco, irritabilidade, lentidão e dor de cabeça e no corpo por vários dias seguidos.
Causas
São as mais diversas possíveis. A condição pode estar relacionada a maus hábitos no período noturno ou transtornos de ansiedade.
Riscos
A baixa concentração causa acidentes no trabalho e nas vias públicas. A insônia ainda levaria a doenças respiratórias e cardíacas.
Diagnóstico
O médico flagra essa encrenca na consulta, por meio de um questionário simples. Em alguns casos, é preciso recorrer à polissonografia.
Tratamento
A terapia cognitivo-comportamental vai ajudar o indivíduo a reorganizar seus hábitos. Remédios também podem ser prescritos.

Outros transtornos que abalam o sono

Narcolepsia
Está por trás de uma sonolência incontrolável. Quem tem a condição perde a força num segundo e simplesmente apaga.

Bruxismo
É o aperto involuntário dos dentes. Geralmente se acorda com dor na mandíbula. Além disso, a dentição fica bem desgastada.

Sonambulismo
Falas desconexas e movimentos são realizados sem consciência. Comum na infância, tende a desaparecer com o tempo.

Pernas inquietas
Necessidade irresistível de movimentar os membros inferiores para aliviar uma sensação desagradável que não deixa dormir de jeito nenhum.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/6-disturbios-que-podem-afetar-seu-sono-e-como-lidar-com-eles/ - Por André Biernath - Ilustração: Pedro Piccinini/SAÚDE é Vital

domingo, 25 de novembro de 2018

15 dicas úteis para parar de comer excessivamente


O transtorno da compulsão alimentar periódica é considerado o transtorno alimentar mais comum nos EUA.

Mesmo que você não o possua, já deve ter passado por alguma situação semelhante: episódios em que come quantidades extraordinariamente grandes de comida, mesmo na ausência de fome.

A compulsão alimentar pode prejudicar tanto a saúde física quanto a mental. Felizmente, a ciência aponta algumas estratégias simples que você pode tentar para evitar comer descontroladamente:

1. Esqueça dietas radicais
As dietas da moda não só podem ser pouco saudáveis, como estudos mostram que métodos excessivamente restritivos também podem desencadear episódios de compulsão alimentar.
Por exemplo, um estudo com 496 adolescentes concluiu que o jejum estava associado a um maior risco de compulsão alimentar.
Da mesma forma, outro estudo com 103 mulheres observou que a abstenção de certos alimentos resultava em aumento do desejo e maior risco de comer demais.
Em vez de seguir dietas que se concentram em cortar grupos inteiros de alimentos ou reduzir significativamente a ingestão de calorias em um esforço para perder peso rapidamente, concentre-se em fazer pequenas mudanças saudáveis em sua dieta.
Por exemplo, coma mais alimentos integrais e não processados, como frutas, verduras e grãos integrais, e reduza o consumo de guloseimas, em vez de excluí-las completamente da dieta. Isso evitará compulsão alimentar e promoverá melhor saúde.

2. Evite pular refeições
Estabelecer um horário regular para comer e mantê-lo é uma das maneiras mais eficazes de parar de comer compulsivamente. Saltar refeições pode contribuir para os desejos e aumentar o risco de comer em excesso.
Um pequeno estudo de dois meses mostrou que ingerir uma grande refeição por dia aumentou os níveis de açúcar no sangue e do hormônio da fome, grelina, em comparação com consumir três refeições por dia.
Outro estudo com 38 pessoas descobriu que a adesão a um padrão alimentar regular estava associada a uma menor frequência de compulsão alimentar.
Seja três grandes refeições por dia ou refeições menores e mais frequentes, defina um cronograma e o siga para evitar comer compulsivamente.

3. Pratique meditação
Em especial, você pode praticar a “mindfulness” (atenção ou mente plena), um tipo de meditação que envolve chamar sua atenção para como você se sente no momento presente. Essa técnica pode evitar excessos, ajudando-o a reconhecer quando você não sente mais fome.
Uma revisão de 14 estudos descobriu que a prática da meditação mindfulness foi eficaz em diminuir a incidência de compulsão alimentar, bem como alimentação emocional (quando as pessoas comem para se sentir melhores, não porque estão com fome).
Outro pequeno estudo mostrou que a combinação da atenção plena com a terapia cognitivo-comportamental pode melhorar o comportamento alimentar e a autoconsciência.

4. Mantenha-se hidratado
Beber muita água ao longo do dia é uma maneira simples e eficaz de reduzir os desejos e parar de comer demais.
Estudos mostram que o aumento da ingestão de água pode estar relacionado ao menor consumo de calorias e menos fome. Por exemplo, um estudo com 24 idosos descobriu que beber 500 ml de água antes de comer uma refeição diminuiu o número de calorias consumidas em 13%, comparado a um grupo de controle.
Da mesma forma, outro estudo com adultos mostrou que 375 a 500 ml de água ingeridos 30 minutos antes de uma refeição diminuem significativamente a ingestão de calorias e a fome, aumentando a sensação de plenitude durante o dia.
Outras pesquisas indicam que beber mais água pode estimular o metabolismo e aumentar a perda de peso.

5. Tente yoga
Yoga é uma prática que incorpora o corpo e a mente usando exercícios de respiração específicos, posturas e meditação para reduzir o estresse e aumentar o relaxamento.
Estudos indicam que o yoga pode ajudar a incentivar hábitos alimentares saudáveis e reduzir o risco de comer emocionalmente. Uma pequena pesquisa com 50 pessoas com transtorno da compulsão alimentar periódica mostrou que praticar yoga por 12 semanas levou a uma redução significativa na compulsão.
Outro estudo com 20 meninas descobriu que a combinação de yoga com tratamento ambulatorial para transtornos alimentares diminuiu a depressão, a ansiedade e distúrbios da imagem corporal – fatores que poderiam estar envolvidos na alimentação emocional.
A pesquisa científica também mostra que o yoga pode diminuir os níveis de hormônios do estresse, como o cortisol, para manter o estresse sob controle e evitar a compulsão alimentar.

6. Coma mais fibra
Fibras se movem lentamente pelo trato digestivo, fazendo com que você se sinta mais cheio. Algumas pesquisas sugerem que o aumento da ingestão de fibras pode reduzir os desejos, o apetite e a ingestão de alimentos.
Um pequeno estudo de duas semanas descobriu que a suplementação duas vezes ao dia com um tipo de fibra encontrado em vegetais diminuía a fome, aumentava a plenitude e reduzia a ingestão de calorias.
Outro estudo com 10 adultos mostrou que tomar diariamente 16 gramas de fibra prebiótica aumentou os níveis de hormônios específicos que influenciam a saciedade e reduziu significativamente a sensação de fome.
Frutas, legumes e grãos integrais são apenas alguns alimentos ricos em fibras que podem mantê-lo satisfeito.

7. Limpe sua cozinha
Ter muita porcaria em sua cozinha pode facilitar a compulsão alimentar quando os desejos começam a atacar.
Para reduzir o risco de comer emocionalmente, limite o número de opções insalubres. Comece jogando fora guloseimas como salgadinhos, doces e alimentos embalados, e troque-os por alternativas mais saudáveis como frutas e nozes.

8. Exercite-se
Estudos indicam que adicionar exercícios à sua rotina pode impedir a compulsão alimentar.
Por exemplo, um estudo de seis meses com 77 pessoas mostrou que o aumento da frequência semanal de exercícios interrompeu a compulsão alimentar em 81% dos participantes.
Outro estudo com 84 mulheres descobriu que a combinação da terapia cognitivo-comportamental com o exercício regular foi significativamente mais eficaz na redução da frequência de compulsão alimentar em comparação com apenas terapia.
Além disso, outras pesquisas sugerem que o exercício pode diminuir os níveis de estresse e melhorar o humor para evitar uma alimentação emocional.

9. Tome um bom café da manhã todos os dias
Começar o dia com um café da manhã saudável pode ajudar a reduzir o risco de compulsão alimentar no final do dia.
Isso porque os alimentos certos podem mantê-lo satisfeito e reduzir os desejos e a fome ao longo do dia.
Por exemplo, um estudo com 15 pessoas descobriu que um café da manhã com alto teor de proteína reduziu os níveis de grelina em maior proporção do que um café da manhã rico em carboidratos.
Em outro experimento com 48 pessoas, comer farinha de aveia rica em fibras e proteínas melhorou o controle do apetite e promoveu saciedade.

10. Durma o suficiente
O sono afeta não apenas os níveis de fome e o apetite, como sua privação pode estar ligada à compulsão alimentar.
De fato, um estudo com 146 pessoas descobriu que aquelas com o transtorno relataram sintomas de insônia significativamente maiores do que pessoas sem histórico da condição.
Outro grande estudo mostrou que uma noite de sono mais curta estava associada a níveis mais altos do hormônio da fome, a grelina, e níveis mais baixos de leptina – o hormônio responsável por promover saciedade.
Além disso, dormir menos de oito horas por noite está associado a maior peso corporal.

11. Mantenha um diário alimentar
Um diário alimentar pode ser uma ferramenta eficaz para acompanhar o que você come e como se sente. Isso pode te ajudar a assumir responsabilidades, identificar potenciais gatilhos que te levam a comer excessivamente e promover hábitos alimentares mais saudáveis.
Além disso, torna mais fácil procurar padrões em sua dieta e abordar possíveis problemas.
Um estudo com 17 pessoas mostrou que o uso de um programa de autoajuda online que envolvia manter um diário alimentar estava associado a menos episódios de compulsão alimentar.
Vários outros estudos também sugerem que o rastreamento de sua ingestão alimentar pode estar ligado ao aumento da perda de peso e melhor sucesso com o controle de peso a longo prazo.

12. Encontre alguém para conversar
Conversar com um amigo ou colega que está passando pela mesma coisa quando você sente vontade de comer em excesso é uma estratégia simples para evitar a compulsão.
Um estudo com 101 adolescentes submetidos a gastrectomia vertical mostrou que o apoio social confiável foi associado com menos compulsão alimentar.
De forma semelhante, outro estudo com 125 mulheres obesas descobriu que um melhor suporte social estava ligado à diminuição da compulsão alimentar.
Um bom sistema de apoio social pode reduzir o impacto do estresse, o que por sua vez diminui o risco de hábitos não saudáveis.

13. Aumente sua ingestão de proteínas
Aumentar a ingestão de alimentos ricos em proteínas pode mantê-lo satisfeito e ajudar a controlar o seu apetite para parar de comer compulsivamente.
Um estudo com 19 pessoas mostrou que o aumento da ingestão proteica de 15% para 30% levou a reduções significativas no peso corporal e na massa gorda, bem como à diminuição da ingestão diária de calorias em uma média de 441 calorias.
Da mesma forma, outro estudo descobriu que uma dieta rica em proteínas aumentou o metabolismo, promoveu sentimentos de plenitude e aumentou os níveis de GLP-1, um hormônio conhecido por sua capacidade de suprimir o apetite.
Tente incluir pelo menos uma boa fonte de proteína – como carne, ovos, nozes, sementes ou legumes – em cada refeição e desfrute de lanches ricos em proteínas quando sentir fome para manter os desejos sob controle.

14. Planeje suas refeições
Planejar suas refeições pode garantir que você tenha ingredientes saudáveis à mão para preparar refeições nutritivas, minimizando o risco de exagerar em porcarias.
A prática também pode ajudá-lo a melhorar sua qualidade de dieta e facilitar a adaptação a alimentos ricos em fibras e proteínas.
De fato, um estudo com mais de 40.000 adultos mostrou que o planejamento de refeições estava associado a melhorias na qualidade e variedade da dieta, bem como um menor risco de obesidade.
O planejamento de refeições também torna mais fácil manter um padrão alimentar regular, que tem sido associado a uma frequência menor de compulsão alimentar.
Reserve uma ou duas horas por semana para planejar um cronograma semanal para suas refeições.

15. Procure ajuda se necessário
Se você ainda está sofrendo com compulsão alimentar mesmo depois de tentar algumas das estratégias listadas acima, talvez seja hora de procurar tratamento. Isso pode envolver diferentes tipos de terapia ou medicamentos para ajudar a controlar o comportamento compulsivo e tratar qualquer causa ou sintoma subjacente.
A terapia cognitivo-comportamental, a forma mais efetiva, explora a conexão entre seus pensamentos, sentimentos e padrões alimentares e desenvolve estratégias para modificar seu comportamento.
Outros tipos incluem terapia dialético-comportamental, psicoterapia interpessoal e terapia de perda de peso comportamental.
Antidepressivos, antiepilépticos e certos estimulantes também são usados para tratar o transtorno da compulsão alimentar, embora sejam necessárias mais pesquisas para avaliar os efeitos a longo prazo desses medicamentos. [Healthline]