terça-feira, 2 de novembro de 2010

Como se definem os estilos musicais?


Invisível e impalpável, a música é certamente a mais maleável de todas as formas de expressão. Essas qualidades tornam extremamente difícil e ingrata a tarefa de descrevê-la, classificá-la e rotulá-la. Dá para dizer, porém, que sua base é o ritmo, ou pulsação - que deve ter sido a primeira manifestação musical humana. Muito antes de existirem tambores, o homem provavelmente já dançava, marcando o ritmo com palmas ou batendo o pé. "As primeiras músicas compostas pelo ser humano acompanhavam danças ligadas a cerimônias religiosas", diz o antropólogo Rafael de Menezes, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Não é à toa, portanto, que os diferentes tipos de ritmo sempre ajudaram a definir gêneros e estilos. O segundo elemento básico de uma composição musical é a melodia (sequência de notas), que deve ter surgido com o canto também muito antes de existirem os primeiros instrumentos: flautas feitas de osso, datadas do final da Idade da Pedra, entre 10 mil e 20 mil anos atrás.

Só muito tempo depois se desenvolveu a harmonia - a arte e a ciência de combinar as notas musicais em um todo coerente, não só em melodias, como em acordes (blocos de notas tocadas simultaneamente). "Foi uma evolução de séculos, que se deu principalmente a partir da Idade Média, quando a harmonia passou a adquirir maior relevância", afirma o maestro Júlio Medaglia. A relação entre ritmo, melodia e harmonia seria, assim, o primeiro passo na definição de um estilo musical - mas, muitas vezes, isso ainda não basta. Há vários estilos cuja identidade está ligada também a outros fatores - dos instrumentos utilizados à origem étnica (razão pela qual se fala em ritmos latinos e africanos), ao conteúdo emocional das letras (como os lamentos do blues ou do fado português) e até ao modo de interpretação (como a improvisação, característica essencial do jazz). Para complicar, hoje em dia ocorre todo tipo de fusão de estilos.

"Essa é uma arte que pode tudo", diz o musicólogo David Horne, diretor do Institute of Popular Music, em Liverpool, na Inglaterra. Segundo ele, não existe mais uma fronteira clara nem entre gêneros como o clássico e o popular, que historicamente sempre foram bem diferentes. "As fronteiras entre os estilos musicais estão cada vez mais indefinidas e essa flexibilidade é uma característica da própria música enquanto forma de arte", afirma Horne.

Fonte: Revista Mundo Estranho

Procure tempo


Hoje, ao atender ao telefone que insistentemente exigia atenção, o meu mundo desabou...

Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, meu ombro camarada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer quase que instantaneamente...

Lembro de ter desligado o telefone, e caminhado a passos lentos para meu quarto, meu refúgio particular... As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente a minha mente...

Os amores não correspondidos...
A faculdade...
As bebedeiras...
As conversas em volta da lareira até altas horas da noite...

AHHHHH... Os sorrisos.... Como eram fáceis de surgir naquela época!!.....
As confidências ao pé do ouvido...
As colas...
A cumplicidade...
Os sorrisos...

Lembrei da formatura...
De um novo horizonte surgindo...
Das lágrimas e despedidas...
E principalmente, das promessas de novos encontros...

Lembro perfeitamente de cada feição do melhor amigo que já tive em toda a vida...Em seus olhos a promessa de que EU nunca seria esquecido.
E realmente, nunca fui...

Perdi a conta as vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço...

...ou das mensagens, que nunca respondi, as quais constantemente me enviava, enchendo minha caixa postal eletrônica de esperanças e promessas de um futuro melhor.

Lembro que foi o seu rosto preocupado que vi quando acordei de minha cirurgia para retirada do apêndice...

Lembro que foi em seu ombro que chorei a perda de meu amado pai... Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito...
Apesar do esforço para vasculhar minha mente, não consegui
me lembrar de uma só vez em que tenha pego o telefone para ligar e dizer a ele o quanto era importante para mim contar com a sua amizade...
Afinal....

Afinal, eu era muito ocupado!!!

EU NÃO TINHA TEMPO!!!

Não lembro de uma só vez em que me preocupei de procurar um texto edificante e enviar para ele...

...ou qualquer outro amigo, com o intuito de tornar o seu dia melhor.
EU NÃO TINHA TEMPO!!!

Não lembro de ter feito qualquer tipo de surpresa, como aparecer de repente com uma garrafa de vinho e um coração aberto disposto a ouvir.

EU NÃO TINHA TEMPO!!!

Não lembro de qualquer dia em que eu estivesse disposto a ouvir os seus problemas.

EU NÃO TINHA TEMPO!!!

Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas...

Não me dignei a reparar que constantemente meu amigo passava da conta na bebida...

Achava divertido o seu jeito bêbado de ser.

Afinal, bêbado ou não ele era uma ótima companhia para mim...

Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.

E este talvez vai me acompanhar eternamente...

TALVEZ...

Talvez se eu tivesse saído de meu pedestal egocêntrico e prestado um pouco de atenção...E despendido um pouquinho do meu sagrado tempo, meu grande amigo não teria bebido até não agüentar mais e não teria jogado sua vida fora ao perder o controle de um carro que com certeza, não tinha a mínima condição de dirigir...

Talvez ele, que sempre inundou o meu mundo com sua iluminada presença, estivesse se sentindo sozinho...
Até mesmo as mensagens engraçadas que ele constantemente deixava em minha secretária eletrônica, poderiam ser seu jeito de pedir ajuda...

Aquelas mesmas mensagens que simplesmente apaguei da
secretaria eletrônica, jamais se apagarão da minha consciência.

Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta.
A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.

Agora, lentamente, escolho uma roupa preta - digna do meu estado de espírito - e pego o telefone.

Aviso o meu chefe que não irei trabalhar hoje, e quem sabe, nem amanhã nem depois...

...pois irei tirar o dia para Homenagear com meu pranto a uma das pessoas que mais amei nesta vida.

Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, que para isto, para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida...
EU TIVE TEMPO!!!

Descobri que se você não toma as rédeas da tua vida...
O TEMPO TE ENGOLE E TE ESCRAVIZA.

Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas sou somente "o profissional"
durante o expediente normal.

Fora dele, sou um ser humano!

Nunca mais uma mensagem da minha secretaria eletrônica.

Ficou sem pelo menos um "oi" de retorno.
Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores.

Abraço constantemente meus irmãos e minha família, pois os laços que nos unem são eternos.
Esses momentos costumam desaparecer com o tempo, e todo o cuidado é pouco.

Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam, afinal, PARA QUE GUARDÁ-LOS?

Enfim...

Você achou um tempinho para ler isto....
Agora, disponha de outro minuto para mostrar para os seus amigos e familiares que você está pensando neles e que eles significam algo....
E são importantes na sua vida!!!

Não espere o dia em que as pessoas mais importantes de sua vida serão tiradas de você para que você possa demonstrar o quanto elas significam...
Faça alguém feliz hoje...

O AMANHÃ PODE NÃO CHEGAR...

E você terá perdido uma grande oportunidade de transmitir todo o seu carinho...

Deixe alguém feliz...
Hoje...
E sempre!!!
E principalmente...
SEJA FELIZ VOCÊ TAMBÉM!!!

Autor desconhecido

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

100 livros essenciais da literatura brasileira


Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? Dom Casmurro, Brás Cubas, Macunaíma, Sargento de Milícias, Grande Sertão Veredas e outras grandes obras do Brasil. A revista Bravo selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto ou siga as dicas de 17 educadoras que selecionaram os livros essenciais para ler dos 2 aos 18 anos e chegar a vida adulta com boas referências, no hotsite Biblioteca Básica.

Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.

Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.

É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.

Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista BRAVO!, na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.

O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir. A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!

Adélia Prado: Bagagem
Aluísio Azevedo: O Cortiço
Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos e Noite na Taverna
Antonio Callado: Quarup
Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda
Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino
Augusto de Campos: Viva Vaia
Augusto dos Anjos: Eu
Autran Dourado: Ópera dos Mortos
Basílio da Gama: O Uraguai
Bernando Élis: O Tronco
Bernando Guimarães: A Escrava Isaura
Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados
Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo e Claro Enigma
Castro Alves: Os Escravos e Espumas Flutuantes
Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência e Mar Absoluto
Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H. e Laços de Família
Cruz e Souza: Broquéis
Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba
Dias Gomes: O Pagador de Promessas
Dyonélio Machado: Os Ratos
Erico Verissimo: O Tempo e o Vento
Euclides da Cunha: Os Sertões
Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?
Fernando Sabino: O Encontro Marcado
Ferreira Gullar: Poema Sujo
Gonçalves Dias: I-Juca Pirama
Graça Aranha: Canaã
Graciliano Ramos: Vidas SecaS e São Bernardo
Gregório de Matos: Obra Poética
Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas e Sagarana
Haroldo de Campos: Galáxias
Hilda Hilst: A Obscena Senhora D
Ignágio de Loyola Brandão: Zero
João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço
João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina
João do Rio:A Alma Encantadora das Ruas
João Gilberto Noll: Harmada
João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos
João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro
Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha
Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim
Jorge de Lima: Invenção de Orfeu
José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen
José de Alencar: O Guarani e Lucíola
José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto
José Lins do Rego: Fogo Morto
Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma
Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada
Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé
Luiz Vilela: Tremor de Terra
Lygia Fagundes Telles: As Meninas e Seminário dos Ratos
Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro
Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias
Manuel Bandeira: Libertinagem e Estrela da Manhã
Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre
Mário de Andrade: Macunaíma e Paulicéia Desvairada
Mário Faustino: o Homem e Sua Hora
Mário Quintana: Nova Antologia Poética
Marques Rebelo: A Estrela Sobe
Menotti Del Picchia: Juca Mulato
Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo
Murilo Mendes: As Metamorfoses
Murilo Rubião: O Ex-Mágico
Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva e A Vida Como Ela É
Olavo Bilac: Poesias
Osman Lins: Avalovara
Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande e Memórias Sentimentais de João Miramar
Otto Lara Resende: O Braço Direito
Padre Antônio Vieira: Sermões
Paulo Leminski: Catatau
Pedro Nava: Baú de Ossos
Plínio Marcos: Navalha de Carne
Rachel de Queiroz: O Quinze
Raduan Nassar: Lavoura Arcaica e Um Copo de Cólera
Raul Pompéia: O Ateneu
Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas
Rubem Fonseca: A Coleira do Cão
Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson
Stanislaw Ponte Preta: Febeapá
Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu e Cartas Chilenas
Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética
Visconde de Taunay: Inocência

http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/100-livros-essenciais-398904.shtml

Fonte: Revista Bravo – por Helio Ponciano e Marcelo Pen

DILMA É A PRIMEIRA MULHER ELEITA PRESIDENTE DO BRASIL

Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita presidente do Brasil


Dilma Rousseff é eleita com mais de 56% dos votos válidos de todo o Brasil. Será a primeira vez uma mulher comandará o destino do país. O apoio do Presidente Lula foi imprescindível para a sua vitória. Quem também venceu foi o povo brasileiro e a democracia.

Perfil de Dilma

A economista Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte (MG) em 14 de dezembro de 1947, filha do imigrante búlgaro, naturalizado brasileiro, Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva. Na juventude, participou de movimentos estudantis em Belo Horizonte e depois passou a integrar movimentos de luta armada.
Sua vida partidária começou pelo PDT, legenda da qual foi uma das fundadoras e pertenceu até 2001, quando saiu para se filiar ao PT. No Rio Grande do Sul foi secretária municipal de Fazenda de Porto Alegre na gestão de Alceu Collares (PDT) e de secretária estadual de Minas e Energia nos governos de Alceu Collares e Olívio Dutra (PT).

Candidata do PT à presidência da República é apoiada pela coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, que é integrada pelos partidos PRB / PDT / PT / PMDB / PTN / PSC / PR / PTC / PSB / PC do B. Antes de assumir sua candidatura, Dilma Rousseff teve que deixar o cargo de ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula para disputar a presidência da República, por exigência da legislação. Também foi ministra de Minas e Energia no governo Lula.

domingo, 31 de outubro de 2010

Por que temos cãibra?


Trata-se de uma contração muscular forte, prolongada e parcialmente involuntária. Tudo começa quando o cérebro envia impulsos elétricos para um músculo se contrair. Quando o músculo está relaxado, há uma diferença de potencial elétrico entre o exterior e o interior das fibras musculares. Essa diferença se deve à presença de sódio no lado de fora e de potássio na superfície. Com a chegada do impulso elétrico, porém, tudo muda: abre-se uma série de receptores na membrana que reveste as fibras musculares. Os receptores são como portões, pelos quais o sódio consegue entrar. Essa substância ocupa o espaço do potássio, que acaba saindo. A troca de lugares excita as partículas de cálcio situadas numa região mais profunda e elas, por sua vez, provocam movimentação dos filamentos musculares, ocasionando a contração. "O problema costuma ocorrer quando alguém toma muito diurético ou realiza exercícios físicos intensos", afirma o fisiologista Renato Fraga Moreira Lotufo, da Escola Paulista de Medicina.

Fonte: Revista Mundo Estranho

sábado, 30 de outubro de 2010

Como rezam as diferentes religiões do mundo?


A prece é um elemento universal da espiritualidade humana, encontrada em todas as tradições religiosas. Cada uma delas segue seus próprios rituais, mas o objetivo é o mesmo: comunicar-se com a divindade, em uma atitude de devoção e máximo respeito. "Antes mesmo de existirem sistemas de crença constituídos, o ser humano proferia palavras de apelo ao Criador, sempre com o sentido mágico de obter paz interior e alívio para o sofrimento", diz a antropóloga Liana Maria Sálvia Trindade, da Universidade de São Paulo (USP), especializada no estudo das religiões. Conforme a doutrina, o rito pode incluir ainda adereços especiais. No Judaísmo, por exemplo, é obrigatório o uso do solidéu.

"O homem tem que ser humilde diante de Deus, jamais pode mostrar a cabeça dentro da sinagoga ou quando reza", diz o rabino Yekuda Busquila, da Congregação Israelita de São Paulo. Os muçulmanos, por sua vez, pedem graças ao Criador depois de rezar, ato que, entre eles, obedece a uma série de regras. O fiel tem que orar sempre voltado para a Meca, cidade da Arábia Saudita onde está seu principal santuário. Além disso, só é permitido rezar em locais limpos, daí a utilização de um pequeno tapete. "Ele pode ser carregado para qualquer parte e é uma garantia de que se está rezando sobre um local puro, já que o dono do tapete sabe que ele está limpo", explica o xeique Ali Abdune, presidente da Assembléia Mundial da Juventude Islâmica. Já no Catolicismo, o ritual pode ser feito tanto em particular quanto na igreja, durante a missa. Ao final da prece, é obrigatório fazer o sinal da cruz. "Jesus Cristo ensinou assim e por isso devemos seguir esse preceito", afirma o padre Eduardo Coelho, da Arquidiocese de São Paulo.

No Budismo, a oração busca não só aproximar o homem de uma realidade superior, como ajudar o praticante a desenvolver qualidades típicas do Buda como a calma, a alegria e o amor. "É uma forma de trazer bênçãos protetoras para o dia-a-dia, apesar de nem todas as vertentes do Budismo adotarem a prece", diz Peter Harvey, professor de Estudos Budistas da Universidade de Sunderland, na Inglaterra.

Sua religião-mãe, o Hinduísmo, também não prevê uma forma única de orar. Para eles, a prece é importante, mas não obrigatória. "Nessa conversa mental com a divindade, o hindu fecha os olhos para que todos os seus sentidos fiquem voltados para seu mundo interior. Assim, ele pode ascender a patamares mentais superiores", afirma Swami Nirmalatmananda, presidente do templo Hama Krishna Vedanta, em São Paulo.

Apelo ao divino

Os principais sistemas de crença fazem da oração uma reverência

BUDISTAS
Tanto em casa quanto no templo, a prece é feita diante de um relicário com a imagem de Buda, cercado de velas, incenso e flores. Para rezar, o budista junta as mãos, se ajoelha e se curva três vezes diante da imagem. Depois, faz as oferendas (flores, velas e alimentos), que simbolizam o ciclo da vida, a luz dos ensinamentos e a gratidão.

CATÓLICOS
A religião contém duas orações básicas; o Pai Nosso e a Ave Maria. Muitas vezes, o fiel reza com o rosário de 165 contas, correspondente a 15 vezes a primeira prece e 150 a segunda. Ao terminar, faz o sinal da cruz. O católico geralmente reza ajoelhado, com as mãos unidas.

JUDEUS
As preces estão na chamada Torá, o livro sagrado do Judaísmo, e podem ser seguidas pelo pedido de perdão, feito diretamente a Deus, sem intermediários. Sentado no banco da sinagoga, cada fiel tem seu próprio livro de orações. Conforme a seqüência de preces, ele alternadamente levanta-se e se ajoelha, depois volta a sentar. Os homens têm de usar uma pequena touca, o solidéu, em sinal de respeito a Deus.

HINDUÍSTAS
Não existem regras no Hinduísmo, mas em geral o devoto reza sentado sobre uma almofada na famosa posição de lótus: com as pernas cruzadas e a coluna e a cabeça eretas. Antes de iniciar a prece, ele fecha os olhos e coloca as mãos sobre as pernas. Alguns usam um rosário de 108 contas.

MUÇULMANO
O fiel deve rezar todo dia em cinco horários: 5:00, 12:30, 16:00, 18:30 e 20:00. Para isso, ele entra na mesquita sem sapatos e se encaminha à Sala de Oração, que ocupa a ala de um jardim aberto. No centro do jardim, fica o poço de purificação, para ele se lavar antes da prece. No muro que dá para Meca há um nicho, o mihab, que indica a direção para a qual se deve rezar. Durante a oração, o fiel se inclina para a frente, prostrado no chão, em sinal de respeito ao Criador. A testa toca o tapete especial para esse ritual (cada um deve ter o seu e cuidar de mantê-lo sempre bem limpo).

Fonte: Revista Mundo Estranho