Tratar apneia do sono e até se proteger de DSTs garantem
coração saudável
São seis os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade,
sedentarismo, tabagismo, diabetes e colesterol elevado. E o que era preocupação
quase que exclusiva do público masculino também começa a ameaçar o sexo oposto.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a incidência de infarto em
mulheres tem crescido e deverá passar a de homens em poucos anos. Além disso,
um estudo publicado pela Associação Médica Americana aponta que mulheres de 45
anos correm um risco 30% maior de sofrer um infarto sem
dor no peito do que os homens.
Para mudar o quadro atual das estatísticas apresentadas pela Organização Mundial da Saúde, que mostra doenças cardiovasculares como principal causa de morte entre as mulheres, ficando acima de problemas como câncer de mama, listamos ameaças pouco conhecidas ao coração feminino. Mergulhe de cabeça no vermelho e proteja-se:
Para mudar o quadro atual das estatísticas apresentadas pela Organização Mundial da Saúde, que mostra doenças cardiovasculares como principal causa de morte entre as mulheres, ficando acima de problemas como câncer de mama, listamos ameaças pouco conhecidas ao coração feminino. Mergulhe de cabeça no vermelho e proteja-se:
Enxaqueca
Como se não bastasse as frequentes dores de cabeça, mulheres
que sofrem de enxaqueca também apresenta um risco elevado de doenças
cardiovasculares. Um estudo publicado pela Academia Americana de Neurologia
aponta, inclusive, que o risco pode ser maior até se comparado ao de mulheres
com diabetes e tabagistas. Para chegar à conclusão, foram acompanhadas 27.860
mulheres por 15 anos. No período, foram registrados 1.030 casos de ataque
cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) ou
morte por algum problema cardiovascular. A conclusão? A enxaqueca foi o segundo
fator de risco que contribuiu para algum desses eventos, ficando atrás apenas
da hipertensão e à frente do diabetes, do tabagismo e da obesidade. Ao tratar o
problema, entretanto, os riscos diminuem.
Estresse
"O estresse é
extremamente prejudicial ao organismo, pois promove a liberação de substâncias
inflamatórias que, em longo prazo, aumentam o risco de problemas
cardiovasculares", aponta o cardiologista Orlando. Isso é o que confirma
um estudo publicado na revista PLoS ONE que acompanhou 22 mil mulheres durante
10 anos. Aquelas consideradas muito tensas tinham um risco 40% maior de sofrer
ataques cardíacos fatais e 67% de sofrer um ataque cardíaco não-fatal do que as
mulheres menos estressadas. Para o cardiologista, uma característica feminina
que favorece o problema é a dupla jornada a qual grande parte delas precisa se
submeter, trabalhando e cuidando da casa e dos filhos.
Alimentos de alto índice glicêmico
Não é só a gordura saturada que é vilã do coração. Uma
pesquisa da Fundação Nacional do Câncer de Milão, na Itália, descobriu que o
consumo exagerado de carboidratos pode
duplicar o risco de doenças cardíacas em mulheres. O nutrólogo Roberto explica:
"alimentos de alto índice glicêmico promovem grande liberação de insulina
no sangue, hormônio que, quando em níveis elevados estimula processos
inflamatórios que degradam os vasos sanguíneos". O mesmo problema afeta
mulheres que não abrem mão de bebidas com adição de açúcar, como aponta um
estudo feito pelo Centro de Saúde da Universidade de Oklahoma, nos Estados
Unidos.
Apneia do sono
"A apneia
do sono caracterizada pela interrupção da respiração durante o sono é
um problema crescente e que favorece alterações metabólicas extremamente
perigosas para a saúde cardiovascular", aponta o cardiologista Orlando
Otávio de Medeiros, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Tais alterações levam, entre outros
problemas, ao desenvolvimento de doenças como o diabetes. O problema é
destacado em um estudo publicado no periódico Annals of Internal Medicine,
que acompanhou 1.116 mulheres. A pesquisa mostrou maior taxa de mortalidade
cardiovascular entre aquelas que sofriam de apneia. Neste caso, a prevenção, de
acordo com o especialista, começa com a realização da Polissonografia, exame
que monitora o sono do paciente para entender a gravidade da doença.
Frituras
O peixe é conhecido por ser amigo da saúde cardiovascular,
graças ao ômega 3, ácido graxo poli-insaturado que realiza uma faxina
nas artérias evitando a formação de placas e ainda controla as taxas de
colesterol no sangue. O modo de preparo do alimento, entretanto, pode torná-lo
um vilão. Isso é o que mostra um estudo publicado no
periódico Circulation: Heart Failure. Depois de acompanhar o diário
alimentar de mais de 84 mil mulheres, pesquisadores concluíram que aquelas que
consumiam peixes grelhados apresentavam menor risco de desenvolver doenças
cardíacas do que as que ingeriam mais peixe frito. De acordo com o nutrólogo
Roberto Navarro, da Associação Brasileira de Nutrologia, quando o óleo é
submetido a altas temperaturas produz substâncias inflamatórias que prejudicam
os vasos sanguíneos, favorecendo infartos e derrames. Assim, prefira optar não
só por essa carne magra, mas também pelo tipo grelhado, protegendo seu coração
em dobro.
HPV
Doença sexualmente transmissível que aumenta o risco de
câncer de colo de útero, o HPV também
parece ser uma ameaça ao coração feminino. A descoberta, que faz parte
do Women's Health Initiative Observational Study, aponta que o vírus pode
atuar como modificador de genes ligados à saúde cardiovascular. "Algumas
viroses tendem a prejudicar o metabolismo de gorduras no corpo, favorecendo a aterosclerose,
que é o endurecimento das artérias", explica o cardiologista Orlando. Com
o tempo, o fluxo sanguíneo por esses vasos vai diminuindo, o que pode culminar
em um ataque cardíaco. Para se prevenir da DST, especialistas recomendam não só
o uso da camisinha como também a vacinação contra o vírus.
Suplementos de cálcio
Com a menopausa, caracterizada pela queda de estrogênio no
organismo, aumenta o risco de desenvolvimento da osteoporose,
o que faz com que muitas mulheres recorram a suplementação de cálcio.
Entretanto, um estudo divulgado no British Medical Journal mostra que
os suplementos podem ser uma ameaça ao coração feminino. "A ingestão de
cálcio por meio da dieta ocorre em pequenas quantidades, diferente da
suplementação, que fornece grandes quantidades do nutriente de uma só
vez", explica o nutrólogo Roberto. O resultado disso é uma possível
calcificação dos vasos e crescimento das placas de gordura, podendo levar ao
entupimento de uma artéria. O especialista recomenda, portanto, que um bom
profissional seja consultado para avaliar a necessidade de incluir a
suplementação na alimentação e, se confirmada, a quantidade a ser ingerida.
Artrite
Embora pareçam problemas distantes, a artrite e
as doenças cardiovasculares parecem ter uma relação bastante próxima. Um estudo
apresentado no Congresso Anual da Liga Europeia Contra o Reumatismo descobriu
que quem sofre da doença apresenta seis vezes mais chances de sofrer um ataque
cardíaco. A doença, que afeta principalmente o público feminino, é conhecida
por desencadear processos inflamatórios no organismo que, possivelmente, afetam
os vasos sanguíneos. "A doença favorece o surgimento de placas de gordura
nas artérias, fazendo com que fiquem endurecidas, o que reduz o fluxo
sanguíneo", explica o cardiologista Orlando.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/16037-previnase-de-10-ameacas-a-saude-cardiovascular-feminina
- POR LAURA TAVARES
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