Por mais que a maioria das pessoas reconheça a
necessidade de ser de fato criativo, a maioria ainda acha que “ah, isso não é
pra mim”. Ledo engano, meu amigo.
A criatividade é como um músculo. Para funcionar
bem, tudo o que você precisa fazer é exercitá-lo. E eu te garanto que não é tão
difícil assim: você só precisa uma porção generosa de vontade, uma dose extra
de resiliência e acreditar em você.
Como ser criativo?
Você pode pensar em criatividade como algo que os
comerciantes espertos ou publicitários geniais usam quando precisam chegar a um
anúncio atraente, ou um traço pessoal que apenas algumas pessoas têm
naturalmente, como empresários de sucesso ou atores de improvisação brilhantes.
Mas, de acordo com Keith Sawyer, psicólogo e pesquisador, absolutamente todas
as pessoas do mundo podem ser mais criativas se seguirem apenas oito passos,
não necessariamente em uma ordem linear.
Aqui estão alguns passos decisivos para cultivar a
criatividade, junto com algumas outras dicas que podem ajudar você ao longo do
caminho:
1. Faça a pergunta certa
Para começar nossa jornada de como ser criativo,
vamos usar algumas histórias que Sawyer conta sobre os primórdios da Starbucks
e do Instagram. Nenhuma das empresas seria o que é hoje se seus fundadores
tivessem insistido em resolver os mesmos problemas que as outras empresas. Em
vez de se perguntarem “como posso recriar um lugar para vender café nos Estados
Unidos?”, Howard Shultz refez a pergunta. Ele olhou para o problema por um
ângulo diferente e resolveu encontrar a resposta para “como posso criar um
ambiente confortável e relaxante para desfrutar de um excelente café?”. E no
caso do criador do Instagram, Kevin Systrom, a pergunta mudou de “como posso
criar um ótimo aplicativo de compartilhamento de localização” para “como
podemos criar um aplicativo de compartilhamento de fotos simples?”.
Perceba que tudo parte de um problema. Mas a
pergunta que resume esse problema deve ser certeira.
Sawyer oferece técnicas bem legais para ajudar nessa
busca pela pergunta perfeita. Por experiência, posso dizer que a abundância
pode ser um bom caminho.
Pense no seu cérebro como uma gaveta de arquivos.
Nele, tem uma sequência de pastas. As primeiras têm algumas coisas, claro. Mas
elas são de fácil acesso. Todo mundo as encontra. As coisas mais interessantes
estão guardadas lá no fundo. Só que para chegar até as pastas mais profundas,
você precisa antes tirar pasta por pasta das que estão na frente.
Para isso, rapidamente, sem pensar demais, escreva
10 variações da mesma pergunta. Por exemplo, para a clássica pergunta: “Como
posso construir uma ratoeira melhor”, você pode fazer perguntas como “Como faço
para levar os ratos para fora da minha casa?” e “O que é que um rato quer?” ou
“Como eu posso fazer meu quintal mais atraente para um rato do que a minha
casa?”. Depois de um tempo, você vai ver que uma de suas novas perguntas
provavelmente será melhor do que a original.
2. Torne-se um especialista
O segredo para o sucesso excepcional não reside na
capacidade natural, mas sim na prática deliberada. Na verdade, pesquisas
sugerem que ser bom em qualquer coisa exige cerca de 10 mil horas de prática.
Mas essa prática não diz respeito a fazer a mesma coisa repetidas vezes, no
entanto. Deve envolver práticas que extrapolam sua zona de conforto e exigem
domínio de tarefas que vão um pouco além de suas capacidades.
Você tem que se tornar um especialista em uma área
antes de poder ser criativo nela. “Os criativos de sucesso não apenas gostam de
saber das coisas, eles têm sede por isso. Eles não conseguem parar de fazer
perguntas, e eles sempre vão além do que aprenderam com os professores e os
livros”, diz Sawyer. Há uma infinidade de métodos para fazer isso.
Ouça palestras TED, por exemplo. São vídeos grátis
de discursos inspiradores, engraçados ou fascinantes feitos por pessoas
brilhantes. Para começar, recomendo o meu preferido de todos: o Golden Circle. Posso dizer de olhos fechados que esse vídeo
mudou minha vida, especialmente porque ele diz respeito à minha profissão (que
no caso é a publicidade, marketing, comunicação, discursos de marcas). Mas seja
qual for a sua área de atuação, esse vídeo é realmente inspirador. Ele fala
sobre o estar conectado com um propósito.
Outra boa ideia é usar todos os seus sentidos para
mergulhar profundamente em um assunto. Vamos dizer que você quer aprender sobre
a cidade de Mystras, na Grécia. Você poderia aprender um pouco da língua grega,
procurar fotos do Peloponeso no Google Imagens, tentar cozinhar um prato
tradicional da culinária local, assistir a vídeos de suas festas tradicionais,
ouvir a rádio local e tentar conversar com alguém que seja de lá. As redes
sociais estão aí para diminuir fronteiras.
3. Mantenha a cabeça aberta e consciente
As pessoas criativas estão sempre à procura de
possíveis novas soluções. Você pode fazer isso tornando-se mais consciente, o
que envolve intencionalmente perceber as coisas a seu redor e não atrelar as
pessoas que você encontra com base em suas expectativas ou categorias que você
estabeleceu em sua mente. Em vez disso, tente ser aberto e curioso e resistir
ao impulso quase automático de estereotipar tudo.
Crie a sua própria sorte. Os pesquisadores
descobriram que pessoas que se classificam como sortudas tendem a perceber mais
coisas do que as pessoas que se dizem infelizes. Elas também atuam em
oportunidades inesperadas e se dão bem com os outros, porque são curiosas.
Pessoas infelizes tendem a ser tensas e focadas em metas pequenas que prezam a
perda de oportunidades diferentes que podem aparecer pelo caminho.
Não deixe as imprevisibilidades te irritarem.
Algumas das grandes invenções do mundo vieram de pedras que apareceram no
caminho – como a penicilina e goma de mascar, por exemplo. Elas surgiram porque
alguém não ignorou um acidente, mas sim resolveu estudá-lo.
Brinque com joguinhos para crianças. Esses
brinquedos costumam ser excelentes para estimular novas conexões. Tanto que, se
você visitar qualquer grande empresa que preze pela inovação e criação como um
valor, você vai acabar invariavelmente encontrando uma sala de brinquedos. Ou
brinquedos espalhados por todos os lugares.
4. Brinque e finja
Quando você se distrai brincando, sua mente pode
vagar e seu subconsciente possui tempo para trabalhar. É por isso que o tempo
de trabalho é necessário para a criatividade florescer.
Explore o futuro. Imagine-se sendo uma pessoa de
grande sucesso daqui a cinco anos. Anote todos os detalhes sobre a sua
impressão de como é ter sucesso. Em seguida, escreva a história de como você
chegou lá se fazendo perguntas como: “Qual foi o primeiro passo que você deu
para se mover em direção a sua meta?” ou “O que era um obstáculo no início e
como você o superou?”.
Deixar algo por fazer. Deixar uma tarefa um pouco
inacabada pode tornar mais fácil recomeçá-la no dia seguinte. Isso porque
tópicos cognitivos são deixados em aberto em sua mente e o seu subconsciente vai
trabalhar por você quando você não estiver de fato trabalhando. Isso pode lhe
dar uma visão súbita e bem diferente sobre o trabalho.
Torne-se um iniciante. Aprenda a fazer algo novo,
como malabarismo, escultura em madeira, ou qualquer coisa que estimule novas
habilidades.
5. Tenha um monte de ideias
Tenha ideias de baldes. Sem dó. Lembre-se: pensar
não custa nada. Mas as ideias que você pode ter podem ter muito valor.
E, o mais importante de tudo: divirta-se fazendo isso.
E, o mais importante de tudo: divirta-se fazendo isso.
Faça uma lista de usos inusitados para objetos
domésticos comuns. Quais são algumas maneiras diferentes que você pode usar um
clipe de papel, ou uma faca? Conte cinco minutos no relógio e você vai ver como
uma longa lista aparecerá. Não se preocupe se suas ideias são estúpidas ou não.
6. Faça relações inusitadas
Isso envolve estabelecer combinação de coisas que
normalmente não andam juntas. Em um estudo recente, o neurocientista britânico
Paul Howard-Jones pediu a algumas pessoas para criarem histórias dando-lhes
apenas três palavras. Para um grupo de pessoas, as palavras foram relacionadas,
tais como “escova”, “dentes” e “brilho”. Outro conjunto de pessoas receberam
palavras não relacionadas, tais como “vaca”, “zíper” e “estrela”. As pessoas
que receberam as palavras não relacionadas obviamente inventaram histórias mais
criativas.
Faça associações remotas. Um exercício legal pode
ser, por exemplo, ir para a página 56 em dois livros diferentes e encontrar a
quinta frase em cada um, para depois criar uma história que conta a conexão
entre as duas. É um exercício e tanto.
Use analogias. Encontre semelhança entre duas coisas
que à primeira vista parecem diferentes.
Envolva-se com pessoas que são diferentes de você.
Nós saímos com pessoas que são como nós, e ao fazer isso podemos ter uma sensação
bacana e reconfortante de fazer parte de alguma coisa, mas isso não gera
desenvolvimento pessoal – na maioria dos casos. Além disso, tente se imaginar
como outra pessoa – como um chef, um estudante estrangeiro, um inspetor de
obras. Como é que essas pessoas veem o mundo?
7. Escolha as melhores ideias
Se você seguiu os primeiros seis passos, você deve
ter muitas ideias na mão. Agora, o truque é escolher as melhores. Para isso,
você precisa:
– Saber o que você está procurando. Você precisa
confiar em sua intuição, naquela sensação de que teve uma ideia que é melhor
que as outras. Sawyer também recomenda apostar em ideias que são simples,
elegantes e coerentes;
– Ter critérios. Isso, eu receio dizer, a gente só adquire com o tempo. Para desenvolver seus próprios critérios, recomendo que você estabeleça alguns “ídolos”. Pessoas que você admira o trabalho. Comparar o seu trabalho com o dessas pessoas pode ser um bom parâmetro, até você ter confiança o suficiente para confiar no seu taco – ou fazer essas comparações de forma inconsciente;
– Fazer ideias competirem umas contra as outras. Escolha duas ideias e liste os pontos fortes e fracos de cada uma delas. Depois faça um saldo e veja qual delas “ganha” para o seu objetivo;
– Saber que sempre pode fazer melhor. Por isso, nunca pare de criar. Faça o advogado do diabo para chegar a um monte de razões pelas quais a sua ideia possa ser ruim.
– Ter critérios. Isso, eu receio dizer, a gente só adquire com o tempo. Para desenvolver seus próprios critérios, recomendo que você estabeleça alguns “ídolos”. Pessoas que você admira o trabalho. Comparar o seu trabalho com o dessas pessoas pode ser um bom parâmetro, até você ter confiança o suficiente para confiar no seu taco – ou fazer essas comparações de forma inconsciente;
– Fazer ideias competirem umas contra as outras. Escolha duas ideias e liste os pontos fortes e fracos de cada uma delas. Depois faça um saldo e veja qual delas “ganha” para o seu objetivo;
– Saber que sempre pode fazer melhor. Por isso, nunca pare de criar. Faça o advogado do diabo para chegar a um monte de razões pelas quais a sua ideia possa ser ruim.
8. Vá além das suas grandes ideias
Talvez em uma hora ou um dia, invista alguns minutos
para experimentar materiais simples tais como argila ou papelão para dar forma
a um novo conceito. É uma maneira de pensar de um jeito diferente e esse é um
processo que muitas vezes leva a mais ideias.
Desenhe uma imagem. Mesmo se você acha que não sabe
desenhar, você pode, pelo menos, rabiscar e ninguém nunca tem que ver o que
você coloca no papel.
Faça uma colagem. Pegue uma pilha de revistas e olhe
fotos e anúncios. Junte quaisquer coisas que se relacionem com o seu problema
de qualquer maneira e cole-as em um grande pedaço de cartolina. Mantenha esta
arte perto de sua mesa, onde você pode refletir sobre ela. Você pode obter uma
nova perspectiva sobre o seu problema.
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