Dieta imuno-moduladora pode ajudar na prevenção e na
recuperação de diversos males do organismo
Já dizia o ditado popular: “você é o que você come”.
Sobretudo em tempos nos quais a rotina impacta significativamente na qualidade
da dieta. Quem nunca culpou a falta de tempo para se alimentar corretamente por
aquela baixa na imunidade?
É muito comum atribuirmos o enfraquecimento da saúde
à falta de atenção ao cardápio. Por consequência, a uma maior ocorrência de
viroses, inflamações e, até mesmo, uma cicatrização mais demorada. Muito mais
do que mera crendice, o poder de determinados nutrientes em estimular o sistema
de defesa do organismo é um fato cada vez mais corroborado pela ciência.
Neste âmbito, certos alimentos ganham destaque tanto
na prevenção quanto na recuperação de doenças. Quer saber quais são e como eles
agem no sistema imunológico? Então veja o que incluir no cardápio para
fortalecer o organismo e conquistar mais saúde por meio da dieta.
Prevenir é o melhor remédio
Conforme explica a nutricionista Joanna Carollo
“manter uma alimentação balanceada no dia a dia, rica em antioxidantes,
vitaminas e sais minerais garante que o organismo esteja preparado para
responder possíveis ameaças quando necessário. Tudo isso de maneira orgânica,
sem que o indivíduo perceba.”
Porém, quando o corpo começa a apresentar sintomas
recorrentes, como inflamações constantes, apatia e fraqueza, pode ser indício
de uma deficiência no sistema imune. Neste caso, vários fatores podem estar
ligados ao problema, inclusive, carências nutricionais. Isso porque o aporte
insuficiente de certos nutrientes pode prejudicar a resposta do organismo e
fazer com que doenças surjam com mais frequência. Esse quadro pode, inclusive,
fazer com que o indivíduo demore mais para se recuperar e permaneça mais tempo
enfermo.
Nutrição x resposta imunológica
A ingestão adequada de vitaminas do complexo B,
por exemplo, é fundamental para a proliferação das células de defesa, os
anticorpos. O ácido pantotênico (B5), em especial, é essencial na formação
desses agentes protetores, responsáveis por capturar os microrganismos
invasores e acionar a resposta imune.
Mas não se resume a isso. “Vários outros nutrientes
estão intimamente ligados ao processo de produção e ação dos anticorpos. As
vitaminas A, C e E, são ricas em antioxidantes que ajudam a aumentar a
resistência do organismo. Os sais minerais Zinco e o Selênio são moduladores
importantes desse sistema, especialmente para a cicatrização.” De acordo com
Carollo, a alimentação equilibrada é uma das principais estratégias para
prevenção de doenças. Mas também pode ajudar na recuperação, desde que o
cardápio seja rico em nutrientes pró-imunidade.
Aposte em um cardápio colorido
Uma das premissas da dieta imuno-moduladora é um
cardápio balanceado. Isso porque nosso sistema de defesa depende de diversos
nutrientes que ajudarão no bom funcionamento das células protetoras. E para alcançar
este objetivo de maneira eficaz, é fundamental existir uma variedade de
alimentos.
De acordo com a especialista da Nova Nutrii, “é essa
diversidade que vai garantir o aporte dos principais nutrientes envolvidos. E a
maneira mais prática de fazê-lo é, justamente, apostando num prato colorido”.
Neste momento, determinados alimentos ganham destaque. Esses possuem
propriedades que “estimulam as reações do sistema de defesa, melhorando a
produção e atuação dos anticorpos, essenciais no combate a agentes nocivos”.
São eles:
Vegetais folhosos de coloração verde escura
Como a couve, o agrião e o brócolis são ricos em
antioxidantes. Substâncias capazes de combater a ação de radicais livres
(agentes que causam danos às células e facilitam o surgimento de doenças). Além
disso, possuem alta concentração de ácido fólico. Essa vitamina é essencial
para a formação dos linfócitos (células de defesa), tanto que sua carência
nutricional pode tornar a resposta imune menos eficiente.
Frutas e legumes amarelo-alaranjados
São ótimas fontes de vitamina C, sobretudo no caso
da laranja. Esses alimentos estimulam a produção de glóbulos brancos,
estruturas fundamentais para a resposta imunológica. Por consequência, aumentam
a resistência a infecções, especialmente respiratórias. Alimentos como o
abacaxi, a acerola, o pimentão e a cenoura também são ricos em betacaroteno.
Este, é um pigmento que confere a esses vegetais, além da coloração
característica, importantes propriedades antioxidantes. Este carotenoide também
é conhecido por ser precursor da vitamina A.
Alimentos de coloração roxo-avermelhada
Como o morango, amoras, uvas, beterrabas e tomates
são ricos em flavonoides, em especial a antocianina. Esses compostos
fitoquímicos reduzem a ação dos radicais livres. Também combatem o
envelhecimento precoce das células e ainda melhoram a função imune por
aperfeiçoarem a resposta dos anticorpos. Outro importante antioxidante presente
nesses alimentos é o licopeno, que além de fortalecer a função imunológica, tem
sido amplamente estudado na prevenção de algumas doenças crônicas.
Turbinando a recuperação
Apesar de sabermos que prevenir é o melhor remédio,
um cardápio em prol do sistema imune também é de grande valia no momento de
tratar problemas de saúde já estabelecidos. Em muitos casos, a dieta é,
inclusive, parte fundamental do tratamento clínico. Situações específicas, nas
quais o paciente encontra-se em condição mais vulnerável (como pós-operatórios
ou terapias intensivas). É preciso apostar também em nutrientes que irão
melhorar a cicatrização e acelerar a recuperação do seu estado de saúde.
Nutrientes que aceleram o processo
Além da variedade de vitaminas e sais minerais
essenciais a todas as dietas, alguns micronutrientes auxiliam na resposta mais
qualificada do sistema imune. A oferta de gorduras boas como o Ômega 3, por
exemplo, potencializa o combate aos radicais livres e propicia maior ação
anti-inflamatória. Este ácido graxo pode ser encontrado em peixes de águas
profundas como o salmão, o atum e a sardinha, além de estar presente em alguns
óleos vegetais.
Já a arginina, um aminoácido presente em carnes,
leite e ovos, tem um papel importante sob a cicatrização de feridas,
especialmente por sua ação vasodilatadora. Por estimular a recuperação dos
tecidos, esta proteína é extremamente benéfica em processos pós-cirúrgicos e
tratamento de traumas, como queimaduras, por exemplo.
De acordo com Joanna, apesar de ser possível
conseguir a oferta de ambos os nutrientes através da alimentação equilibrada,
em alguns casos, a suplementação pode ser necessária. O seu uso pode ser uma
estratégica significativamente benéfica a pacientes mais debilitados ou aqueles
que enfrentam tratamentos específicos, pois podem acelerar a recuperação,
auxiliando, inclusive, a complementar a oferta calórica e proteica fundamentais
para o reestabelecimento da saúde.
Evite os vilões da imunidade
Por fim, a nutricionista alerta para os hábitos
alimentares que podem minar a saúde. “O abuso de produtos industrializados,
ricos em açúcar, aditivos químicos (como corantes e aromatizantes) e gorduras
ruins (trans e saturadas) propiciam processos inflamatórios e deprimem a
resposta imune. Obviamente, vícios como álcool e o fumo causam grande prejuízo
ao organismo. Eles estimulam a ação de radicais livres e estão associados ao
surgimento de diversas doenças crônicas.” Evitando esses hábitos e,
especialmente, apostando numa dieta equilibrada, é possível ter um sistema
imunológico eficaz, conferindo ao indivíduo uma verdadeira “saúde de ferro”.
Fonte: http://www.sportlife.com.br/nutricao/imunidade-alimentos-afastar-doencas/
- por Victor Moura
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