Veja dicas para incluir snacks saudáveis e práticos na rotina alimentar e diminuir a ingestão de alimentos ultraprocessados
Produtos industrializados com aditivos artificiais
costumam ter alto teor de açúcar, gorduras e sódio, além de baixo valor
nutricional
Biscoitos, refrigerantes e salgadinhos são alguns dos
exemplos de alimentos ultraprocessados no mercado e que, quando consumidos em
excesso, podem levar a consequências mais graves à saúde. De acordo com estudo
realizado pela Fiocruz, 10% dos óbitos ocorridos no Brasil em 2019 tiveram
relação direta com o consumo exagerado de ultraprocessados, totalizando 57 mil
mortes anuais, que equivalem a seis mortes por hora ou 156 por dia. A
Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, mantém uma lista em que atualiza
frequentemente a classificação de alimentos ultraprocessados e o potencial
cancerígeno.
A nutricionista Tayná Moura Santana, da rede de
clínicas AmorSaúde, alerta que a presença de substância cancerígenas aliadas
aos altos níveis de aditivos químicos, conservantes, corantes, estabilizantes e
açúcar, gorduras e sódio, introduzidos industrialmente, aumentam os riscos de
cânceres por estarem associados ao aumento de gordura e inflamação do
organismo. O risco pode se agravar quando combinado com outras doenças, como a
obesidade.
O que são alimentos ultraprocessados e por que são tão
prejudiciais?
A nutricionista explica que os ultraprocessados são
caracterizados como alimentos que têm múltiplos ingredientes industriais,
incluindo substâncias artificiais como aromatizantes, corantes e
emulsificantes. Além de possuírem alto teor de açúcar, gordura e sódio, com
baixo valor nutricional, ainda são pobres em fibras, vitaminas e minerais
essenciais. “Esses alimentos são formulados com ingredientes refinados e
modificados, como xaropes, proteínas hidrolisadas e gorduras hidrogenadas”,
complementa a nutricionista.
Exemplos comuns de ultraprocessados incluem:
• Refrigerantes e sucos artificiais;
• Salgadinhos de pacote;
• Bolachas recheadas e biscoitos industrializados;
• Embutidos (salsicha, presunto, mortadela, salame);
• Macarrão instantâneo;
• Cereais matinais açucarados;
• Pratos prontos congelados (lasanhas, nuggets,
hambúrgueres industrializados).
Conheça as armadilhas
É comum ver nas gôndolas do mercado as inúmeras
embalagens dos ultraprocessados que, segundo Tayná, em razão do marketing
agressivo, “geralmente são promovidos como práticos, saborosos e acessíveis”.
Contudo, é essencial que o consumidor esteja atento à composição descrita no
rótulo, priorizando outros lanches, principalmente se o intuito é a praticidade
do dia a dia.
“Ao escolher um snack saudável, é importante avaliar
sua composição nutricional, evitando excessos de açúcar, sódio, gorduras ruins
e aditivos artificiais. Leia a lista de ingredientes, verifique a quantidade de
açúcar, sódio e o teor de gorduras”, recomenda a nutricionista.
Uma das armadilhas mais presentes nas embalagens de
alimentos ultraprocessados está nas palavras “saudável”, “light”, “proteico”,
“zero”. Esses termos podem induzir o consumidor a investir em um alimento que,
em sua composição, muitas vezes, diz o contrário.
Dessa forma, a chave é a tabela nutricional e a lista
de ingredientes. “Quanto menos ingredientes, melhor. Prefira aqueles com
alimentos integrais (como castanhas, frutas secas, sementes e cereais
integrais). Evite nomes difíceis: ingredientes como xarope de glicose,
maltodextrina, glutamato monossódico, corantes artificiais e conservantes
indicam alto nível de processamento”, elenca.
Como escolher opções mais saudáveis?
Apesar de parecer um desafio para a correria do dia a
dia, é possível investir em escolhas mais saudáveis e práticas. “O consumo
regular de snacks saudáveis pode ter um impacto significativo na saúde a longo
prazo, ajudando a prevenir doenças crônicas e promovendo bem-estar geral. Esses
lanches, quando equilibrados nutricionalmente, fornecem energia, nutrientes
essenciais e contribuem para hábitos alimentares mais consistentes e
saudáveis”, explica a profissional.
Na prática, é possível prevenir doenças
cardiovasculares, diabetes tipo 2 e obesidade, além do próprio câncer, já que
há um controle dos níveis de açúcar no sangue e a manutenção do peso corporal.
A nutricionista recomenda que haja um tempo dedicado com antecedência para
montar os snacks. Algumas opções podem ser:
🍎
Frutas frescas ou secas (sem açúcar adicionado);
🌰
Castanhas, amêndoas e nozes (sem sal ou temperos artificiais);
🥛
Iogurte natural (sem açúcar) com chia e granola caseira;
🍿
Pipoca feita em casa com pouco sal e azeite;
🥕
Palitinhos de cenoura, pepino ou tomate cereja com homus;
🥚
Ovos cozidos;
🍫
Chocolate amargo (mínimo 70% cacau, sem açúcar adicionado).
Na hora de comprar snacks prontos, alguns critérios
podem ajudar a fazer escolhas mais saudáveis. O ideal é optar por opções com
baixo teor de açúcar adicionado, preferencialmente com menos de 5g por porção,
e evitar adoçantes artificiais. Além disso, a qualidade das gorduras presentes
nos alimentos deve ser observada, priorizando aquelas naturais e evitando
gorduras trans ou hidrogenadas.
O teor de sódio também merece atenção, sendo
recomendável escolher produtos com menos de 200mg por porção. Já as fibras
desempenham um papel essencial na saciedade e na saúde intestinal, e snacks com
pelo menos 3g por porção são os mais indicados.
“Equilibrar praticidade com qualidade nutricional é
totalmente possível, mesmo em uma rotina corrida. A chave é investir em
planejamento, escolher alimentos minimamente processados e ter opções práticas
sempre à mão”, finaliza a nutricionista.
Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/bellamais/saudefeminina/entenda-como-o-consumo-de-ultraprocessados-pode-aumentar-risco-de-c%C3%A2ncer-1.1580332
- Foto: Freepik
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