Um dos dados mais surpreendentes da pesquisa, segundo os autores, é o enorme salto de expectativa de vida que as pessoas inativas podem ganhar
Cada pessoa tem uma relação diferente com os
exercícios. Talvez você seja viciado em exercícios físicos, vá a academia cinco
dias por semana ou esteja treinando para uma maratona para superar os limites
do seu corpo. Mas, para a maioria das pessoas, a atividade física fica em segundo
plano em relação a todo o resto que acontece na vida.
Se você é uma das muitas pessoas que atualmente não
atingem as recomendações mínimas de exercícios - 150 a 300 minutos de atividade
física de intensidade moderada por semana -, então você pode estar perdendo
ganhos substanciais em longevidade e saúde, de acordo com um novo estudo
publicado no British Journal of Sports Medicine.
Os pesquisadores analisaram dados de mortalidade de
2017 do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde do CDC. Foram incluídos mais
de 36 mil americanos com mais de 40 anos de idade, cujos níveis de atividade
física foram baseados em dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Exame
Nutricional de 2003 a 2006. Os cientistas examinaram o quanto a atividade
física reduziu ou aumentou a expectativa de vida.
Grandes ganhos para os menos ativos
Talvez esteja na hora de começar a se exercitar mais
se você se encontra no grupo dos menos ativos: "As pessoas que atualmente
estão inativas são as que mais podem ganhar", afirmou Veerman à Fortune. Uma
única hora adicional de caminhada pode dar a essas pessoas seis horas a mais de
vida, acrescenta ele.
Embora esse grupo inativo apareça no estudo com 50
minutos de caminhada diária, esse número provavelmente vem dos movimentos
cotidianos, o que significa que eles não fazem nenhuma atividade física de
intensidade moderada ou vigorosa além das atividades básicas da vida diária,
que são importantes para a saúde geral.
Você tem muito a perder por ser inativo, diz Veerman.
Se as pessoas com 40 anos ou mais fossem tão inativas quanto os 25% menos
ativos da população, haveria uma perda de 5,8 anos na expectativa de vida.
Qualquer movimento a mais já faz bem
Até mesmo subir um nível de atividade pode trazer
benefícios significativos. Para os menos ativos, passar para o segundo grupo
trouxe ganhos na expectativa de vida de 0,6 anos, enquanto passar para o
terceiro grupo acrescentou 3,5 anos.
Quanto aos mais ativos, é provável que eles já tenham
maximizado os ganhos de longevidade, diz Veerman.
As Diretrizes de Atividade Física para Americanos
enfatizam a importância do exercício para o bem-estar geral, não apenas para as
vantagens da longevidade. Os exercícios comprovadamente ajudam as pessoas a
dormir melhor, a realizar tarefas diárias com mais facilidade e a melhorar a
função física e cognitiva, a saúde mental e os níveis de energia, afirma o
DHHS.
O DHHS enfatiza a importância de fazer exercícios de
intensidade moderada e vigorosa diariamente. Isso pode ser difícil se você mora
em lugares que dependem de carro e ainda não tem uma rotina de exercícios,
ressalta Veerman. Mas cada esforço conta, diz ele.
Aqui estão algumas maneiras de incorporar mais
movimento ao seu dia - ou o que Veerman chama de "atividade física
incidental":
Vá pelas escadas sempre que possível.
Tente optar pelo transporte público, para que possa ir
e voltar a pé das estações de ônibus ou metrô.
Use uma mesa de trabalho móvel, para alternar entre
ficar em pé e sentado.
Caminhe até a geladeira, a impressora, o banheiro ou
para tomar café no trabalho.
"Tente encontrar as pequenas coisas que você
possa fazer e que não exijam muito esforço", diz Veerman. "Pequenas
coisas podem fazer uma grande diferença ao longo dos anos".
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Ani Freedman - Foto: ola_p/iStock / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU