Esse problema – uma desbalanço no ritmo do coração –
pode ser causa ou consequência de outras doenças. Veja como evitar,
diagnosticar ou tratar a arritmia
A arritmia cardíaca é uma condição caracterizada
pela falta de ritmo nos batimentos do coração. Ela pode ser sintoma de algum
problema (físico ou psicológico) para o organismo ou fruto de um desequilíbrio
do próprio órgão.
Dentro das arritmias, existem as taquicardias
(quando o ritmo é acelerado) e as bradicardias (quando a cadência é lenta
demais). Ambas podem se agravar e levar ao colapso do coração.
O quadro cobra investigação médica, porque
compromete o bombeamento do sangue para o corpo e chega a levar, em casos
extremos, à morte súbita. A arritmia cardíaca mais prevalente na população é a
fibrilação atrial, marcada por uma falha na condução dos estímulos elétricos
que fazem o músculo cardíaco bater.
Aí, em vez de contrair e relaxar, o órgão fibrila,
ou seja, fica apenas tremendo.
Sintomas da arritmia cardíaca
Palpitações no coração, que duram de segundos a
semanas
Queda de pressão
Fadiga
Falta de ar
Desmaios
Enjoos e vertigem
Fatores de risco
Tabagismo
Sedentarismo
Sobrepeso e obesidade
Apneia do sono
Exageros na ingestão de bebidas alcoólicas
Distúrbios de tireoide
Hipertensão
Diabetes
Estresse
Predisposição genética
A prevenção
Apesar de a genética influenciar a predisposição a
arritmias, cortar alguns fatores de risco, caso do cigarro, do abuso de álcool
e do ganho de peso, e controlar outros (como diabetes e hipertensão) diminui a
probabilidade de o coração ficar com os batimentos desgovernados. O essencial,
portanto, é manter uma rotina ativa e equilibrada, sem muitos exageros aos
finais de semana.
A alimentação também pode interferir nesse contexto,
já que o músculo cardíaco depende de minerais como potássio, magnésio e cálcio
para bater na cadência ideal. Portanto, aconselha-se investir em um menu
recheado de frutas, verduras, legumes, grãos e cereais, além de laticínios
magros.
O diagnóstico
Um coração saudável bate entre 60 e 80 vezes por
minuto. Se esse ritmo cai ou se eleva com muita frequência, ou se a pessoa
apresenta sintomas significativos como enjoo e tontura, é hora de procurar um
médico.
No consultório, o cardiologista investigará a
história do paciente, fará o exame físico e poderá recorrer ao
eletrocardiograma, exame focado na cadência dos batimentos do coração.
Se houver necessidade, outros exames, como o
ecocardiograma (uma espécie de ultrassom do coração) e o teste ergométrico, que
avalia o desempenho do órgão em uma prova de esforço físico na esteira, podem
ser convocados.
O tratamento
Intervir na origem da arritmia costuma ser o ponto
crucial para cessar a falta de ritmo nos batimentos cardíacos e os sintomas que
surgem com ela.
Exemplo: se é um distúrbio de tireoide que faz o
coração acelerar (ou ficar mais lento), resolver o problema costuma ser
suficiente para devolver a cadência certa ao músculo cardíaco.
Em muitos casos, porém, um tratamento específico
precisa entrar em cena. O cardiologista poderá receitar medicamentos
antiarrítmicos para regular o baticum no peito.
No caso de doenças como a fibrilação atrial, outras
drogas costumam ser indicados, como os anticoagulantes, já que essa condição
pode fazer com que o sangue estacione em apêndices do coração, gerando coágulos
que viajam pela circulação e entupem vasos — o estopim para acidentes
vasculares cerebrais (AVCs), por exemplo.
Em algumas situações, cirurgias ou procedimentos
mais invasivos como ablação são necessários para ajustar falhas na condução dos
estímulos elétricos no músculo cardíaco. Por fim, eliminar fatores de risco
como o tabagismo, manter uma rotina de exercícios físicos e adotar uma dieta
balanceada compõem o plano terapêutico para evitar complicações da arritmia.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-arritmia-cardiaca-causas-sintomas-e-tratamentos/
- Por Goretti Tenorio e Chloé Pinheiro - Ilustrações: Horácio Gama/SAÚDE é
Vital