O ser humano é mesmo uma criatura especial. Por ser
um animal cultural, consegue criar religiões, alterar a noções como beleza e
entender o seu ambiente ao ponto de entender que todos morrem. Ao mesmo tempo, o
homem não consegue controlar comportamentos como inventar mentiras e fofocar.
Confira 15 comportamentos comuns que se pararmos
para analisar, parecem meio esquisitos:
15. Alteramos nossos corpos
Em 2015, o Brasil liderou o ranking de cirurgias
plásticas realizadas no mundo. Foram feitas 1,49 milhão de cirurgias, quase 13%
do mundo todo. Além disso, também realizamos pequenos procedimentos como
piercing e tatuagem.
“Existe essa ideia de que se você tiver uma
aparência melhor você vai ser mais feliz, que vai se sentir melhor consigo mesmo”,
explica a psicóloga Diana Zuckerman.
O curioso é que toda essa intervenção nem sempre
rende frutos. Estudos mostram que pessoas que passaram por plásticas por
motivos estéticos não são consideradas mais atraentes do que eram antes.
14. Contamos mentiras
Todo mundo mente. Nem que seja aquela ao omitir
alguma coisa que não estamos com vontade de compartilhar ou em situações
sociais em que somos forçados a elogiar alguém mesmo sem ser uma sensação 100%
sincera.
A verdade é que os pesquisadores não têm certeza
sobre o que nos leva a mentir. O que eles sabem é que mentir é comum e a ação
está ligada à inúmeros fatores psicológicos. Entre eles a autoestima.
Robert Feldman, psicólogo da Universidade de
Massachusetts, explica que a pessoa tende a mentir mais quando percebe que sua
autoestima está ameaçada. “Não fazemos isso para impressionar as outras
pessoas, mas para manter uma imagem de nós mesmos que seja consistente com o
que gostaríamos que fosse”, explica ele.
Já as pessoas que inventam informações totalmente
falsas costumam fazer isso para evitar punições ou passar vergonha.
13. Fofocamos
A maioria das pessoas sente prazer em trocar
informações delicadas sobre outras pessoas. O interessante sobre a fofoca é o
papel aproximador que ela tem entre as pessoas.
O primatologista da Universidade de Oxford, Robin
Dunbar, compara esse comportamento com o dos primatas que dedicam uma enorme
quantidade do tempo tirando insetos dos pelos dos companheiros.
A fofoca tem a mesma função nas sociedades humanas
atuais. “Quando duas pessoas compartilham um descontentamento em relação a
outra pessoa, elas se aproximam”, explica Jennifer Bosson, psicóloga da
Universidade do Sul da Flórida.
12. Temos pequenas amnésias
É impossível se lembrar de tudo o que já aconteceu
na nossa vida, mas esquecer fatos que deveríamos saber – como por que você
entrou em um lugar ou o nome de um parente próximo – é muito estranho.
Muitas coisas podem causar esse salto na nossa
memória, como estresse e sono insuficiente. Mas algumas vezes essas coisas
acontecem como reação gatilho ao abrir uma porta ou ver a roda de um carro em
funcionamento ou até mesmo sombras, de acordo com um estudo publicado na
Quarterly Journal of Experimental Psychology em 2011.
11. Ficamos entediados
Se você parar para analisar, a sensação de tédio é
muito estranha. Vivemos em um mundo repleto de coisas para fazer e a nossa
própria cabeça oferece muitos pensamentos para nos manter ocupados. Mesmo
assim, de vez em quando sentimos aquele desespero por não estar envolvido com
nada.
A verdade é que o tédio não está relacionado apenas
com o nosso nível de envolvimento com uma atividade. Ele surge da falta de
engajamento neurológico, o que traz uma sensação de frustração ou desinteresse.
Algumas pessoas são mais propensas a sentir tédio do
que outras, e isso depende de aspectos psicológicos e também da idade. Pessoas
ao redor de 22 anos de idade tendem a sentir menos tédio do que adolescentes.
“Nessa idade, o córtex frontal está na fase final de maturação, e essa parte do
cérebro atua no autocontrole e na autorregulação”, diz James Danckert,
professor de neurociência cognitiva na Universidade de Waterloo, em Ontario.
10. Nós pensamos na morte
O ser humano se diferencia dos outros animais porque
consegue entender que o nosso tempo de vida é limitado.
A psicóloga Pelin Kesebir, da Universidade de
Wisconsin-Madison, explica que pensamos nisso com muita frequência. “Nossa
mente nos torna dolorosamente conscientes sobre a inevitabilidade da morte.”
Esse tipo de pensamento pode causar ansiedade em
alguns enquanto pode trazer sensação de clareza e sabedoria para outros.
9. Temos religião
De onde a religião surgiu? Enquanto cada uma delas
têm uma história para explicar sua origem, isso também pode ser explicado pela
ciência.
Uma das teorias mais populares sobre o surgimento
das religiões diz que o ser humano primitivo vivia em um ambiente em que era
necessário tomar rápidas decisões para descobrir se aquele som que vinha de
trás da folhagem era um predador ou apenas o vento.
Os povos que sobreviveram a essa fase e se deixaram
descendentes desenvolveram o que os cientistas chamam de dispositivo de
detecção de inteligência. Esse instrumento muito aguçado nos faz deduzir que se
algo faz barulho na floresta, é porque há grande possibilidade de que haja um
ser dotado de inteligência espreitando. Isso pode ter evoluído para a sensação
de que há uma entidade sobrenatural observando a humanidade também.
8. Fazemos coisas que são ruins para nós
O ser humano fuma, bebe e usa drogas, mesmo sabendo
que isso é ruim para a saúde. Além de pré-disposição genética para alguns
hábitos viciantes, algumas pessoas podem ter comportamento de risco porque não
estão realmente pensando nas consequências de suas ações, de acordo com Cindy
Jardine, da Universidade de Alberta.
“Não é por que essas pessoas não tiveram acesso à
informação de que isso traz risco. Tendemos a viver no presente e no futuro
próximo, não no futuro distante”, diz ela.
7. Choramos
É muito estranho que uma emoção faça os nossos olhos
soltarem água. Entre todos os animais, somos os únicos que choramos por emoção.
O choro não serve apenas para comunicar nossos
sentimentos para os outros, mas também para livrar o corpo de alguns hormônios
indesejados e outras proteínas que são produzidas em momento de estresse,
produzindo uma sensação de alívio.
6. Sonhamos
Uma das características menos compreendidas do ser
humano é a habilidade de sonhar. Os cientistas não estão completamente certos
sobre o que nos leva a fazer isso, mas uma teoria do psicólogo Deirdre Barrett,
da Universidade de Harvard, sugere que as pessoas sonham para resolver
problemas.
A paisagem rica em imagens dos nossos sonhos nos
ajudam a ver nossos problemas de formas diferentes das que vemos quando estamos
acordados. Esse pensamento livre nos ajuda a resolver questões que não
conseguimos resolver quando acordados.
5. Beijamos
O beijo permite que as pessoas tenham acesso ao
cheiro e gosto dos parceiros sexuais em potencial. A saliva carrega sinais
químicos que indicam se a pessoa está doente ou saudável, por exemplo, e no
caso das mulheres até sobre o seu ciclo menstrual.
Além disso, a pele ao redor do nariz das pessoas é
coberta com óleos que contêm ferormônios, substâncias químicas que trazem
informações sobre a pessoa. É por isso que ao beijar uma pessoa pela primeira
vez podemos nos sentir mais ou menos atraídos por ela.
4. Soltamos pum
Cada pessoa neste vasto planeta libera cerca de 2L
de gás – ou entre 15 e 20 puns – por dia.
Os gases são consequência da atividade das bactérias
do nosso intestino, que nos ajudam a quebrar os alimentos em partes menores que
podem ser absorvidas, e no processo liberam metano, enxofre e sulfeto de
hidrogênio.
3. Damos risada
Psicólogos acreditam que esta resposta
comportamental funciona como um sinal para os outros que espalha emoções
positivas, contribuindo para a união do grupo. Pelo mesmo motivo, orangotangos
e chimpanzés também sorriem para os durante as brincadeiras.
2. Piscamos
Piscar não é tão estranho assim, mas o nosso cérebro
“edita” o que vemos para que aquele momento de escuridão não nos distraia.
Várias áreas do cérebro estão envolvidas nesta atividade, que faz com que
vejamos o mundo de forma contínua.
1. Nos livramos dos pelos
Tanto as mulheres que depilam as axilas, pernas e
virilha, quanto os homens que fazem a barba seguem uma norma social que não faz
muito sentido do ponto de vista reprodutivo.
Os pelos existem nestes locais para segurar os
ferormônios que atraem os nossos pares, então é difícil compreender como
alteramos tanto a nossa percepção do que é aceitável ou não ao ponto de querer
nos livrar deles. Além disso, a barba ajuda mulheres a diferenciar homens
maduros de meninos. [Live Science]
Fonte: http://hypescience.com/15-coisas-estranhas-que-fazemos-todos-os-dias/
- Juliana Blume