Até podemos acreditar que controlamos nossos gostos
por música ou pelos produtos que consumimos, mas a verdade é que nosso cérebro
é muito mais sorrateiro do que pensamos. Muitos hábitos são moldados por seu
sistema de recompensa positiva, que libera hormônios do prazer. Confira alguns
deles:
5. Música pop
Apesar de tendermos a valorizar as habilidades
complexas, como as exigidas de um violinista de música clássica, o que o nosso
cérebro curte de verdade são batidas simples e repetitivas. Música pop é como
nicotina para o cérebro.
Cientistas até podem prever quais músicas vão entrar
para as listas de mais tocadas ao observar a atividade cerebral de quem as ouve
pela primeira vez. Quando um futuro sucesso é apresentado a uma pessoa
conectada a um aparelho de ressonância magnética, o centro de prazer do cérebro
se acende loucamente.
Uma das origens desse prazer intenso vem da
possibilidade de prever as melodias antes delas acontecerem. Quando o cérebro
espera que algo aconteça e a expectativa se concretiza, dopamina é liberada.
Assim, as músicas previsíveis e repetitivas são as que trazem mais prazer.
4. Comidas salgadas e apimentadas
A seção de guloseimas do supermercado tem
basicamente quatro tipos de substâncias: açúcar, gordura, sal e pimenta. É
simples entender porque o nosso corpo quer açúcar e gordura, já que são fontes
de energia rápida. Mas e o sal e a pimenta? Por que gostamos de queimar as
nossas mucosas com eles?
Quando consumimos comidas salgadas, nosso cérebro
nos recompensa com hormônios do prazer. Assim, queremos mais e mais daquela
substância que um dia foi tão rara que era usada como forma de pagamento e
chamada de salário (sim, o sal era uma moeda de troca). Nosso corpo precisava
dele, e nos incentivava a consumi-lo. Hoje, porém, podemos encontrar sal até em
alimentos doces e sucos industrializados, então é importante não ultrapassar a
recomendação diária de ingestão de sódio.
E a pimenta, porque gostamos tanto dela? As
substâncias presentes em uma comida apimentada irritam o nervo trigêmeo, que
fica na face. Cientistas acreditam que a irritação faz com que o cérebro libere
endorfina para diminuir a dor e o desconforto. Isso quer dizer que o amor pela
pimenta na verdade é amor pela dor.
3. Usar hidratante labial
O vício por hidratante labial é tão real que existem
sites para ajudar pessoas a diminuir o número de aplicações por dia. Neles,
alguns indivíduos relatam sentir a necessidade de usar o produto dezenas ou até
centenas de vezes por dia e que, se tentam parar, seus lábios racham
imediatamente.
A sensação refrescante e gostosa de usar o
hidratante vem da cânfora, mentol e fenol. O fenol é usado para diminuir a
coceira e irritação da pele ressecada, mas o problema é que ele causa ainda
mais irritação a longo prazo. Além disso, tendemos a lamber mais os lábios
quando usamos hidratantes, o que contribui para o ressecamento.
2. Se bronzear
Por que alguém exporia voluntariamente o maior órgão
do corpo à radiação que causa câncer? Assim como no caso da pimenta, o nosso
cérebro libera endorfina para compensar a sensação da queimação solar.
Em um estudo, pessoas que se bronzeiam
frequentemente e pessoas que só fazem isso de vez em quando receberam um tipo
de droga que bloqueia a recepção dos hormônios de prazer. Ao se bronzearem, os
que só fazem isso ocasionalmente não sentiram nenhuma diferença, enquanto os
que fazem isso com frequência relataram uma sensação de mal estar e náusea,
parecida com a sensação que quem para de fumar sente.
1. Mastigar gelo
A necessidade de consumir gelo, ou pagofagia, faz
parte de um problema alimentar chamado de “alotriofagia”, que é a vontade de
comer coisas sem valor nutricional (como papel, terra e até giz). Pagofagia
pode ser um indicador de baixos níveis de ferro no organismo, já que esse é um
comportamento comum em pessoas anêmicas. Um estudo sugere que o gelo funciona
como café para quem tem anemia. [Cracked, Washington Post, Lip Balm Anonymous]
Fonte: http://hypescience.com/5-coisas-que-fazemos-diariamente-que-na-verdade-sao-vicios/
- por Juliana Blume
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