Essa doença adora um marasmo. Se a gente não se
mexe, ela aparece com maior facilidade, fica mais letal e, mesmo se some,
insiste em ressurgir
Virou lugar-comum comparar a atividade física a
remédios. Mas, ao pensarmos com calma nessa história, dá pra dizer que às vezes
os medicamentos são supervalorizados — e o câncer é um ótimo exemplo disso.
Vamos raciocinar juntos (e, se quiser tirar a prova, questione um médico):
existe algum comprimido que ajude a prevenir e tratar diversos tipos de tumor,
além de evitar um possível retorno deles? Pode apostar que não. Pois, acredite,
esse combo de benefícios já está na bula de uma rotina de exercícios.
Em uma revisão de 71 estudos publicada no periódico
científico British Journal of Sports Medicine, foi observado que 150
minutos de treinos moderados por semana — o mínimo recomendado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) — reduzem a mortalidade por diferentes variedades desse
problema em 14%, o que não é pouco. “O número é explicado de um lado pelo papel
do exercício na diminuição da incidência da doença e, do outro, por seu
potencial em controlá-la quando eventualmente aparece”, argumenta o
epidemiologista Li Liu, um dos responsáveis pela investigação da Universidade
de Ciência e Tecnologia Huazhong, na China.
Do ponto de vista da prevenção do câncer,
organizações como o Departamento de Saúde da Austrália pedem para as pessoas
reservarem ainda mais espaço na agenda aos esportes: seriam necessários 300
minutos de esforço moderado ou 150 de intenso por semana. E um estudo desse
mesmo país — conduzido no Instituto de Pesquisa Médica Berghofer, em Queensland
— aponta que a meta proposta faz todo o sentido.
Segundo cálculos dos cientistas, o não cumprimento
da orientação acima acarretou, apenas no ano de 2010, 1 814 casos adicionais de
tumores de cólon, endométrio e mama na Austrália (nação com pouco mais de um
décimo da população brasileira). “Focamos nos três tipos porque agências
independentes determinaram, com base nas últimas evidências, que eles estão
diretamente associados à inércia”, relatam os autores Catherine Olsen, David
Whiteman e Christina Nagle em comunicado a SAÚDE.
O tripé dos exercícios contra o câncer
Os componentes abaixo fazem parte de qualquer treino. Mas oferecem benefícios extras às vítimas da doença
Práticas aeróbicas: caminhar, nadar, pedalar e
outras modalidades aprimoram o sistema cardiovascular. Elas são especialmente
preconizadas para enfrentar a fadiga que aparece em quem sofre com um
tumor.
Musculação: a atrofia da musculatura é
relativamente comum durante as intervenções médicas. Ao contra-atacar
isso, o levantamento de peso dá autonomia e qualidade de vida à
pessoa.
Alongamento: as práticas que deixam os músculos
flexíveis mantêm, no mínimo, uma parcela da movimentação de braços e pernas.
Isso é bastante positivo depois de eventuais cirurgias.
Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/saude/saude-e-vital/exercicios-contra-o-cancer
- Escrito por Theo Ruprecht –
foto Deborah Maxx
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