Libby Weaver é uma especialista em saúde que estudou
dietética e bioquímica na Universidade de Sydney, na Austrália.
No final dos anos 90, a sabedoria prevalecente
quanto ao ganho e perda de peso era baseada somente em calorias. No entanto,
logo quando Weaver começou a atender clientes, descobriu que somente se
concentrar nas calorias nem sempre os ajudava a diminuir o número na balança.
Cada vez mais convencida de que havia poderosas
razões por trás da perda de peso que iam muito além da ingestão de alimentos,
Weaver se voltou para seus livros e descobriu fatores subjacentes que podem
sabotar os esforços das pessoas.
No seu novo livro, “Accidentally Overweight: The 9
elements that will help solve your weight loss puzzle”, ela explica quais são
esses fatores. Abaixo, você confere cinco deles.
1. Estresse
A ligação entre estresse e obesidade é cada vez mais
confirmada na pesquisa científica. Para Weaver, é uma das principais razões
pelas quais as pessoas não conseguem perder peso. Por exemplo, uma cliente sua
que era corredora de maratona passou por tanto estresse que ganhou 5,5 kg. O
que estava acontecendo?
“Quando estamos sob estresse constantemente
produzimos adrenalina, que prepara nosso corpo para lutar ou fugir de um
ataque”, diz Weaver. “O fornecimento de sangue é desviado de processos como
digestão para os músculos, e faz com que o corpo use glicose, e não a gordura
corporal como combustível”.
Quando o estresse é prolongado, o corpo começa a
fazer outro hormônio chamado cortisol, que quebra músculos, o que por sua vez
leva a um retardamento do metabolismo. Outros estudos descobriram que as
pessoas com níveis elevados de cortisol tendem a ganhar peso na barriga.
Como combater o estresse, então? A especialista
sugere gastar alguns minutos por dia fazendo uma pausa para relaxar e respirar
corretamente. “A respiração diafragmática é melhor para reduzir os níveis de
estresse, onde você respira lentamente. Tente fazer 20 destas uma vez por dia”,
afirma.
2. Hormônios sexuais
Para muitas mulheres, na semana que antecede a
menstruação, o ganho de peso não é novidade. Weaver conhece clientes que
ganharam até 3 kg nessa fase, por conta da retenção de líquidos causada pelo
aumento dos níveis de estrogênio. Níveis menores de progesterona tornam as
coisas ainda piores. “Este hormônio é um agente antiansiedade e diurético que
nos permite livrarmos do excesso de líquido”, diz Weaver. “Um estado de baixa
progesterona pode levar a um desejo por açúcar, em um esforço para se acalmar,
e também pode ter impacto na motivação para o exercício físico”.
Logo, se você tende a ter sintomas de retenção de
líquidos, tais como inchaço na barriga, seios inchados ou ganho de peso, tente
cortar o café e substitui-lo por chá de ervas durante quatro semanas para ver
se os sintomas desaparecem. Acredita-se que substâncias chamadas metilxantinas
em produtos à base de cafeína (mesmo depois de terem sido descafeinados) podem
contribuir para os sintomas.
3. Níveis elevados de insulina
A insulina é o hormônio produzido no nosso pâncreas
que ajuda o corpo a transformar os açúcares dos alimentos em combustível para
as células do nosso corpo. Ele transporta a glicose primeiro para o fígado e,
em seguida, para os músculos onde é armazenada como glicogênio para ser
utilizada como energia. Se há algum excesso, este é armazenado como gordura.
Comer alimentos ricos em carboidratos refinados e
açúcares pode levar a excesso de insulina. Adrenalina também causa picos de
açúcar no sangue. “Se você não tiver comido por um tempo e estiver sentado em
sua mesa e receber 16 e-mails sobre uma crise inesperada no trabalho ou em
casa, a produção de adrenalina aumenta”, diz a especialista.
Como você não usa a glicose extra disponível, porque
você não tem uma ameaça física para combater de imediato, mais insulina é feita
e mais gordura é armazenada. Assim, se você passou meses comendo bem e se
exercitando sem resultados, pode ser interessante checar seus níveis de glicose
e de insulina no sangue.
Também é uma boa obter carboidratos de alimentos
integrais, especialmente hortaliças e frutas, ao invés de pão branco, por
exemplo, e certificar-se de que suas refeições contêm proteínas, como carnes
magras, peixes, ovos, além de um pouco de gordura, como abacate, nozes,
sementes, óleos de oliva e azeitonas. Esta combinação pode diminuir a liberação
de glicose no sangue, necessitando de menos insulina.
4. Sistema nervoso
Nossos cérebros são preparados para a sobrevivência
em tempos primitivos, e isso pode afetar a forma como nossos corpos queimam
gordura. O sistema nervoso autônomo é a parte do seu cérebro da qual você não
tem controle consciente. Ele regula a frequência cardíaca, a frequência
respiratória, a temperatura e os sistemas imunológico e hormonal. Ele é
dividido em duas partes: o simpático, responsável pela resposta de “luta ou
fuga”, e o parassimpático, responsável pelo descanso e reparação.
Ambos estes sistemas devem trabalhar em equilíbrio –
mas nem sempre isso acontece. “A maioria das pessoas vive em um estado de
dominância do simpático, que significa que fica constantemente em estado de
luta ou fuga, o que provoca uma sobrecarga de adrenalina que leva o corpo a
usar a glicose e não gordura como combustível”.
Por outro lado, o parassimpático ajuda a restaurar a
calma, equilíbrio e funções como digestão que sofrem durante períodos de
estresse. Para ativá-lo, tente fazer uma prática restaurativa semanal, como Tai
Chi, Yoga e Pilates. Se não puder, tente respirar profundamente e
sistematicamente ao acordar e dormir.
5. Emoções
Muitas vezes, não comemos chocolate porque estamos
com fome. É uma vontade ou sentimento subconsciente que vem para preencher um
vazio ou substituir uma sensação ruim. Todos nós batalhamos com emoções
negativas em uma base diária. Se por um acaso a comida é um escape frequente
para você, como acontece com tantas pessoas, existem alguns passos que você
pode tomar para evitar comer quando não está com fome ou sabotar uma dieta por
causa de ansiedade.
Experimente, por exemplo, práticas de mindfulness
(técnica de meditação também chamada de mente aberta) para ajudá-lo a
reconhecer que os sentimentos em si não podem machucá-lo e irão eventualmente
embora. [Telegraph]
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