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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Perfume: sete dicas para fazer a fragrância durar mais no corpo

Saber escolher, onde guardar e como aplicar faz toda a diferença na fixação do produto na pele

Escolher um perfume todos os dias de manhã pode ser uma tarefa tão difícil quanto escolher que roupa vestir, e nem sempre o cheirinho que você mais gosta é o que mais combina com seu estilo e personalidade. No fim, o que todos querem é encontrar aquela fragrância que fique por horas e horas, e existem muitos mitos a respeito desse tema.

"Muitas pessoas acreditam que os perfumes trazem um agente fixador em sua composição, mas a fixação, por si só, é um mito", afirma Veronica Kato, perfumista da Natura. "Isso porque toda fragrância é produzida a partir de uma matéria-prima - e todas as matérias-primas usadas nas essências dos perfumes evaporam, sem exceção. O que as diferencia é a sua volatilidade e as famílias olfativas às quais pertencem", diz.

As famílias olfativas são a forma mais comum de classificação dos perfumes. Toda e qualquer fragrância é uma combinação única das chamadas notas olfativas, que formam o famoso aroma. A partir disso, os perfumes são classificados em famílias, que ao todo são cinco: cítrico, ervas, amadeirado, floral e adocicado.

Mas como isso se aplica ao dia a dia? Confira a seguir algumas dicas que valem ouro para você guardar na memória e ficar sempre cheiroso!

Escolha corretamente
O primeiro passo para escolher a fragrância mais duradoura é saber identificar quais perfumes são mais e menos voláteis, ou seja, se evaporam em maior ou menor velocidade. "Quanto mais notas frescas, mais rápido o cheiro se esvairá", esclarece a química Yara Teresinha Turolla, da PharmaSpecial. "Perfumes cítricos são os que evaporam mais rapidamente, já as fragrâncias de base adocicada duram mais tempo", afirma. Mesmo entre as notas florais, há algumas que permanecem na pele por mais tempo que outras. É o caso do floral adocicado e do floral frutado. Já as fragrâncias produzidas com notas de floral verde duram menos, assim como as essências de madeira fresca.
E no Brasil? A perfumista da Natura, Veronica Kato, esclarece que o clima tropical influencia diretamente na escolha do perfume do brasileiro. "Por causa do tempo quente, as pessoas geralmente optam por perfumes mais frescos, que evaporam mais rápido", afirma.

Acompanhe a temperatura do dia
Segundo a perfumista, o perfume é um acessório como qualquer outro, que acompanha a moda e as tendências. Em dias mais frios, por exemplo, o ideal é escolher um perfume mais encorpado, cujo aroma traga a sensação de calor, conforto e sensualidade, com notas amadeiradas e adocicadas. Avelã, especiarias, frutas vermelhas, chocolate e pêssego são algumas boas opções para o outono e inverno, quando geralmente as temperaturas estão mais baixas.
Já para o verão e a primavera, quando o clima já estão mais quente, a escolha ideal é por fragrâncias mais frescas, aquosas e cítricas. Essências de lichia, pera, uva e outras frutas leves são sempre boas opções. 

Verifique a concentração de essência
Depois de identificar a qual família olfativa o perfume desejado pertence, é importante verificar no rótulo qual a concentração da essência. Quanto maior for a concentração, mais tempo o cheirinho bom permanecerá na pele. "Perfumes de baixa concentração, por outro lado, são a melhor opção para o clima tropical", afirma a perfumista Veronica Kato. "Fragrâncias com concentração em torno dos 5% podem ser aplicadas com generosidade pelo corpo todo, com direito a borrifadas ao longo do dia", diz. Essências com 10% de concentração, como águas de colônia, não exigem mais que duas ou três borrifadas, já os perfumes com concentração a 15%, uma borrifada é suficiente.

Aplique em locais específicos
Você já se perguntou por que costumamos aplicar o perfume no pescoço e nos pulsos? Não é à toa. Nessas regiões, a pulsação pode ser sentida com muito mais intensidade do que em outras partes do corpo. Segundo o farmacêutico Cleber Barros, a temperatura desses locais é um pouco mais elevada, o que facilita o desenvolvimento da fragrância e impede que o cheirinho se dissipe mais rápido. "Atrás da orelha, no pescoço, pulsos, dobras dos braços, cotovelos e atrás dos joelhos são os locais mais indicados para aplicar o perfume", afirma Barros.
"Homens, principalmente os mais altos, também têm o hábito de aplicar o perfume na região do peito, que é o local onde o cheiro poderá ser mais sentido durante um abraço, por exemplo", comenta Veronica Kato. A perfumista também dá outra dica: "depois de aplicar um perfume, dê uma última borrifada no ar. O perfume ficará um pouco no cabelo, um pouco na roupa, e fará toda a diferença".

Hidrate a pele
Está comprovado: pele oleosa retém melhor a fragrância dos perfumes, então, se você tem a pele mais seca, pode caprichar na hidratação. Se possível, priorize sempre hidratantes neutros ou, pelo menos, com essência não muito diferente da do perfume escolhido, para não interferir e realçar o cheiro.
"É muito importante estar com a pele limpa e livre de suor na hora de aplicar o perfume, por isso o melhor momento para a aplicação é sempre depois do banho", recomenda o farmacêutico Cleber Barros.

Não espalhe
"Apesar de ser extremamente comum esfregar o perfume após a aplicação, isso só ajuda a fragrância a se dissipar mais rápido", afirma Cleber Barros. Para o farmacêutico, tem-se a falsa ideia de que, sem esfregar, a essência evaporará e deixará a pele mais rapidamente, mas o que acontece é justamente o contrário. A perfumista Veronica Kato explica: "O perfume dentro do frasco é todo balanceado. Ao esfregar, você quebra as moléculas e desbalanceia toda a fragrância, e isso muda completamente o cheiro e faz com que ele se dissipe antes do esperado". Portanto, ao passar o perfume de uma região para outra, evite a fricção da pele.

Guarde corretamente
Sim, o armazenamento correto do perfume faz toda a diferença. Calor, luz e umidade podem destruir a fragrância e reduzir muito seu potencial de fixação no corpo. "Não se deve deixar os perfumes expostos a nenhum tipo de luz, nem solar e nem artificial", explica Veronica Kato. "Perfumes têm muitos componentes naturais e a exposição a esses agentes externos prejudicam a qualidade da fragrância", diz.
Então, se o ideal é manter os fracos em locais secos e frescos, o banheiro definitivamente não é o melhor lugar para armazená-los. "Eu mesma guardo na geladeira", conta a perfumista. Parece estranho, mas faz sentido. Todo perfume é testado a aproximadamente 45 graus antes de chegar às lojas e só é liberado se ele tiver pelo menos três meses de estabilidade garantidos. "Cada mês de estabilidade no laboratório equivale a um ano de validade no mercado", explica Kato. "Portanto, é correto afirmar que todo perfume tem três anos de validade, mas quando se armazena na geladeira, a uma temperatura média de cinco graus, você consegue prolongar a vida útil da fragrância para até de cinco a seis anos".


sexta-feira, 15 de março de 2013

Cientistas descobrem como o sono fixa a memória no cérebro


Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia em Riverside (EUA) confirmou o mecanismo que permite que o cérebro consolide memórias e descobriu que um remédio para dormir comumente prescrito melhora esse processo.

As descobertas podem conduzir a novas terapias do sono que melhorem a memória de adultos mais velhos e pessoas com demência, doença de Alzheimer e esquizofrenia.

Memória e sono

Estudos anteriores já haviam sugerido uma correlação entre “fusos do sono” (rajadas de atividade cerebral que duram por um segundo ou menos) durante uma fase específica do sono e a consolidação de memórias que dependem do hipocampo.

O hipocampo, uma parte do córtex cerebral, é importante para a consolidação das informações de curto prazo em memória de longo prazo, e para a navegação espacial. É uma das primeiras regiões do cérebro danificadas pela doença de Alzheimer.

No novo estudo, a psicóloga Sara C. Mednick e sua equipe demonstraram, pela primeira vez, o papel fundamental que os fusos do sono desempenham na consolidação da memória no hipocampo, e mostraram que produtos farmacêuticos poderiam melhorar significativamente esse processo.

“Este é o primeiro estudo a mostrar que você pode manipular o sono para melhorar a memória. Drogas para o sono podem ser uma ferramenta poderosa para distúrbios de memória”, afirma Mednick.

O estudo

49 homens e mulheres entre 18 e 39 anos que dormiam normalmente receberam doses variáveis de zolpidem (Ambien) ou de oxibato de sódio (Xyrem), e, depois de alguns dias (quando as drogas já haviam saído de seus sistemas), um placebo.

Os pesquisadores monitoraram seu sono, bem como mediram sua sonolência e humor após cochilar, e usaram vários testes para avaliar sua memória.

Eles descobriram que o zolpidem aumentou significativamente a densidade de fusos do sono e a consolidação da memória verbal nos participantes. O remédio levou a um melhor desempenho de memória, um desempenho além do visto quando os participantes simplesmente dormiram ou quando tomaram a droga de comparação (oxibato de sódio).

Os resultados definem o cenário para o tratamento alvo de perda de memória, bem como a possibilidade de melhoria da memória acima da vista em um período de sono normal.

Um dos próximos passos dessa linha de pesquisa é determinar qual componente da resposta física para a droga é responsável por aumentar a densidade de fusos do sono e a resultante consolidação da memória.

Mednick também espera estudar o impacto do zolpidem em adultos mais velhos, que já experimentam perda de memória e menos fusos do sono. O mesmo ocorre com indivíduos com demência, Alzheimer e esquizofrenia.

“Nós sabemos muito pouco sobre o sono, embora seja um componente essencial para a saúde“, diz Mednick, que começou a estudar o sono no início de 2000. “Nós sabemos que afeta o comportamento, e sabemos que é essencial para uma série de transtornos com problemas de memória. Precisamos integrar o sono em diagnósticos médicos e estratégias de tratamento. Esta pesquisa abre uma série de possibilidades”, conclui.
O estudo foi publicado no Journal of Neuroscience. [MedicalXpress]