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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Cientistas finalmente descobrem como o cérebro produz cognição


Um novo estudo do Laboratório Cold Spring Harbor (EUA) analisou como os neurônios do córtex orbitofrontal codificam variáveis mentais como motivação ou confiança, desvendando alguns dos maiores mistérios sobre a cognição humana.

Os achados poderiam levar ao desenvolvimento de melhores tratamentos para condições como transtorno obsessivo-compulsivo, vícios e outras doenças psiquiátricas.

Até podemos pensar que temos uma mente consciente, mas não temos

Córtex orbitofrontal
O córtex orbitofrontal é bem conhecido como uma área crítica para a tomada de decisões no cérebro de humanos e animais.

Um estudo de caso famoso mostrou a importância dessa região: Phineas Gage, um trabalhador ferroviário, sobreviveu a um acidente no qual uma barra de ferro perfurou seu crânio, mas sua personalidade e habilidades de tomada de decisão foram afetadas.

Para expor o funcionamento do mecanismo por trás dessa região cerebral, a equipe da nova pesquisa monitorou a atividade neuronal no cérebro de ratos enquanto eles tomavam decisões complexas, identificando uma estrutura desconhecida na organização funcional do córtex orbitofrontal.

O inconsciente na tomadas de decisão: não subestime os olhos da sua mente
O experimento
Os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos do comportamento de escolhas para determinar o que chamaram de “confiança de decisão”.



Essa abordagem levou a previsões específicas sobre a representação da confiança em termos de variáveis observáveis, como a dificuldade de tomar uma decisão.

O que os cientistas concluíram foi que muitos neurônios orbitofrontais eram consistentes com essas previsões, ou seja, sua atividade aumentava ou diminuía com a confiança de decisão.

Como o cérebro escolhe uma opção quando precisa fazer uma decisão rápida
Dando sentido à bagunça
Estudos anteriores do córtex orbitofrontal já haviam identificado variáveis mentais semelhantes. No entanto, essa região parece muito mais complexa do que outras, como o córtex visual; não há ordem nas respostas, por exemplo.

Para desembaraçar toda essa complexidade, a equipe do novo estudo usou técnicas de aprendizado de máquina avançadas a fim de entender os padrões de atividade de grandes populações de neurônios da região.

Os pesquisadores descobriram que eles se enquadravam em grupos funcionais distintos. Cada um desses grupos codificava diferentes variáveis mentais, como “confiança de decisão” ou “valor de recompensa”, revelando uma organização altamente estruturada.

Anatomia
O próximo passo da pesquisa foi tentar compreender se esses grupos funcionais eram apoiados por alguma estrutura anatômica especializada.

Para isso, a equipe utilizou vírus projetados para visar grupos específicos de neurônios – os que enviam conexões para o corpo estriado, uma parte do cérebro que desempenha um papel na escolha.

Os cientistas monitoraram a atividade desses neurônios e descobriram que eles codificam outra variável mental, o valor de recompensa, aumentando sua atividade quando a recompensa esperada era baixa.

Aplicações
Segundo os pesquisadores, a compreensão da relação lógica entre os neurônios, as diferentes tarefas que eles desempenham e como eles estão fisicamente estruturados no cérebro pode levar ao desenvolvimento de tratamentos para diversos distúrbios psiquiátricos.

Podemos até descobrir como estimular com mais precisão o cérebro de pacientes com depressão grave, Parkinson e outros tipos de doenças.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature. [MedicalXpress]


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Descoberta conexão entre álcool, genética e falha cardíaca


Cardiomiopatia

Cientistas acreditam ter descoberto uma nova ligação entre a ingestão de álcool, a saúde do coração e os nossos genes.

Eles estavam investigando versões variantes de um gene chamado titina, mutações estas encontradas em uma em cada 100 pessoas - ou seja, mais de 2 milhões de brasileiros devem ter essa variação genética.

A titina é crucial para manter a elasticidade do músculo cardíaco, e versões variantes estão associadas a um tipo de insuficiência cardíaca chamado cardiomiopatia dilatada, ou congestiva, na qual os ventrículos aumentam de tamanho e perdem a capacidade de bombear sangue em quantidade suficiente para as necessidades do corpo.

Gene, coração e álcool

O que a equipe descobriu é que o gene variante pode interagir com o álcool para acelerar a insuficiência cardíaca, mesmo que essas pessoas tenham bebido apenas quantidades moderadas de álcool.

Em uma pequena amostra de 141 pacientes com um tipo de insuficiência cardíaca chamada cardiomiopatia alcoólica, o gene da titina defeituoso foi encontrado em 13,5% - muito maior do que a proporção de pessoas que o carrega na população em geral (1%).

Estes resultados sugerem que esta condição não é simplesmente o resultado de envenenamento por álcool, mas pode ser reforçada por uma predisposição genética. Se isto for confirmado por estudos de maior porte, isto pode indicar uma propensão à cardiomiopatia, o que permitirá que outros membros da família possam se cuidar para evitar o mesmo problema.

Cuidados com o exame genético

"Nossa pesquisa sugere fortemente que o álcool e a genética estão interagindo - e a predisposição genética e o consumo de álcool podem agir juntos para levar à insuficiência cardíaca. No momento, essa condição é considerada como devida simplesmente ao excesso de álcool.

"Mas esta pesquisa sugere que esses pacientes também sejam verificados para uma causa genética - perguntando sobre uma história familiar e considerando o teste de um gene titina 'defeituoso', bem como outros genes ligados à insuficiência cardíaca," defendeu o Dr. James Ware, do Imperial College de Londres, coordenador do estudo, que foi publicado no Journal of the American College of Cardiology.

Contudo, recentemente pesquisadores australianos lançaram uma recomendação contrária, mostrando que exames genéticos para condições cardíacas têm forte impacto psicológico e não necessariamente trazem qualquer ganho para o paciente.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=conexao-entre-alcool-genetica-falha-cardiaca&id=12821&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: NIHR/NHS Foundation Trust

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A ciência descobriu como manter longos relacionamentos quentes na cama

É assim que você vai manter o desejo do seu parceiro mesmo em um relacionamento longo

A intimidade verdadeira, para alguns casais, tem um certo custo, incluindo menos desejo sexual um pelo outro, também conhecido como o paradoxo da intimidade-desejo.
Os parceiros trocam a incerteza que alimenta o desejo sexual por conforto e segurança. Naturalmente, nem todos os casais de longa data são vítimas da morte na cama.

O segredo da ciência para que isso não aconteça com você? Faça o seu parceiro se sentir especial. Os pesquisadores descobriram que compreensão, aceitação e cuidado são afrodisíacos potentes, por mais broxante que isso possa parecer.

Responsividade
Estamos falando de um certo tipo de intimidade – responsividade – que pode reavivar o desejo, mesmo em relacionamentos de longo prazo, especialmente para as mulheres.
“A capacidade de resposta é a pedra angular da intimidade”, escreveu Gurit Birnbaum, do Centro Interdisciplinar Herzliya, em Israel, que liderou o estudo. “Quando um parceiro é verdadeiramente responsivo, o relacionamento parece especial e exclusivo. Assim, é como se o sexo melhorasse um relacionamento já valioso”.

Os experimentos
O estudo incluiu três experimentos, cada um envolvendo cerca de 100 ou mais casais heterossexuais.
No primeiro, os pesquisadores disseram que eles iriam trocar mensagens com seus parceiros. No entanto, eram com os pesquisadores que eles estavam falando. Estes davam respostas padronizadas, que podiam ser responsivas (como “Você deve ter passado por um momento muito difícil”) ou não (” Não parece tão ruim para mim”).
Em seguida, os participantes preencheram questionários para medir quão sensíveis e responsivos eles achavam que seus parceiros eram, e também quanto queriam ter relações sexuais com ele ou ela.

O desejo não diferiu significativamente entre os homens que receberam mensagens responsivas ou não – mas as mulheres tinham mais vontade de fazer sexo com seus parceiros quando recebiam mensagens responsivas.

Desejo e valor
No segundo experimento, os participantes conversaram sobre um evento pessoal com seu parceiro. Em seguida, os pesquisadores pediram aos casais para se beijarem e se acariciarem – basicamente, para agir de uma forma fisicamente íntima.
Eles gravaram e analisaram tanto a conversa quanto os carinhos, medindo sinais de responsividade e desejo. Quanto mais os homens e as mulheres viam seu parceiro como responsivos, maior era seu desejo sexual – novamente, essa correlação foi mais forte entre as mulheres.
Finalmente, os participantes mantiveram um diário por seis semanas, durante o qual anotaram os níveis de desejo sexual, a capacidade de resposta de seu parceiro e quão especial o parceiro as fazia se sentir.
Também registraram o “valor” de seus parceiros, uma coleção de fatores como inteligência e atratividade que tornam alguém desejável. Tanto para os homens como para as mulheres, quanto mais responsivos eles percebiam seu parceiro, mais especiais eles se sentiam, e quanto mais alto avaliavam o valor de seu parceiro, mais os desejavam.

Conclusões
Em outras palavras, sentir-se especial e sentir-se cuidado alimenta o desejo sexual, especialmente para as mulheres.
Como elas normalmente investem mais na parentalidade do que os homens e, portanto, têm mais em jogo ao escolher um parceiro, pode ser que se importem mais com sugestões comportamentais como a capacidade de resposta, que sugerem a vontade de um parceiro de investir no relacionamento.
Vale lembrar que os casais do estudo eram heterossexuais, relativamente jovens (cerca de 20 a 40 anos), de uma única nacionalidade (israelense), e a maioria estava junto por apenas alguns anos – logo, as descobertas podem não se mostrar universais.
Como um próximo passo, Birnbaum e seus colegas querem descobrir se, além de alimentar o desejo, a responsividade também pode proteger um relacionamento de traições. [Ozy]


terça-feira, 7 de julho de 2015

Cientistas descobrem a melhor maneira de envelhecer

De acordo com um novo estudo do Kings College London e da Universidade de Birmingham (ambas no Reino Unido), manter-se fisicamente ativo permite que você envelheça de forma ideal.

A pesquisa com ciclistas idosos descobriu que muitos tinham níveis de função fisiológica que os colocariam em uma idade muito mais jovem em comparação com a população em geral.

O estudo

84 homens e 41 mulheres entusiastas do ciclismo com idades entre 55 a 79 anos participaram do estudo.

Ciclistas foram recrutados para excluir os efeitos de um estilo de vida sedentário, o que pode agravar problemas de saúde e causar mudanças no corpo que podem parecer ser devido ao processo de envelhecimento.

Os participantes tinham que ser capazes de pedalar 100 km em menos de 6,5 horas e 60 km em 5,5 horas, respectivamente, para serem incluídos no estudo. Fumantes, bebedores pesados e pessoas com pressão arterial alta ou outras condições de saúde foram excluídas.

Os voluntários foram submetidos a dois dias de testes em laboratório. Para cada participante, um perfil fisiológico foi estabelecido, incluindo medidas cardiovasculares, respiratórias, neuromusculares, metabólicas, endócrinas, de funções cognitivas, de resistência óssea e um teste de bem-estar. Reflexos, força muscular, consumo de oxigênio durante o exercício e potência foram determinados durante a pesquisa também.

Os resultados mostraram que, nestes indivíduos ativos, os efeitos do envelhecimento estavam longe de serem óbvios. Na verdade, pessoas de diferentes idades podiam ter níveis semelhantes em funções como a força muscular, a capacidade pulmonar e a capacidade de exercício.

A taxa máxima de consumo de oxigênio mostrou uma associação mais estreita com a idade, mas mesmo usando esse marcador não foi possível identificar com algum grau de precisão a idade de qualquer indivíduo, o que seria a exigência de qualquer biomarcador útil de envelhecimento.

Em um teste básico, mas importante da habilidade de pessoas idosas – o tempo necessário para levantar de uma cadeira, andar três metros, virar, andar de volta e sentar-se novamente – também foi feito. Levar mais do que 15 segundos para completar a tarefa geralmente indica um elevado risco de queda.

Mesmo os participantes mais velhos do estudo ficaram bem abaixo desses níveis, encaixando-se dentro da norma para adultos jovens e saudáveis.

Conclusão

No geral, o estudo concluiu que o envelhecimento é provavelmente um fenômeno altamente individualista. Como as pessoas são muito diferentes umas das outras, são necessários mais estudos que sigam mais voluntários ao longo do tempo para entender melhor os efeitos do envelhecimento.

No entanto, mesmo que inevitavelmente nossos corpos experimentem algum declínio com a idade, ficar fisicamente ativo pode “comprar-lhe” anos extras de melhor desempenho em comparação com pessoas sedentárias. [MedicalXpress]

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cientistas descobrem como o sono fixa a memória no cérebro


Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia em Riverside (EUA) confirmou o mecanismo que permite que o cérebro consolide memórias e descobriu que um remédio para dormir comumente prescrito melhora esse processo.

As descobertas podem conduzir a novas terapias do sono que melhorem a memória de adultos mais velhos e pessoas com demência, doença de Alzheimer e esquizofrenia.

Memória e sono

Estudos anteriores já haviam sugerido uma correlação entre “fusos do sono” (rajadas de atividade cerebral que duram por um segundo ou menos) durante uma fase específica do sono e a consolidação de memórias que dependem do hipocampo.

O hipocampo, uma parte do córtex cerebral, é importante para a consolidação das informações de curto prazo em memória de longo prazo, e para a navegação espacial. É uma das primeiras regiões do cérebro danificadas pela doença de Alzheimer.

No novo estudo, a psicóloga Sara C. Mednick e sua equipe demonstraram, pela primeira vez, o papel fundamental que os fusos do sono desempenham na consolidação da memória no hipocampo, e mostraram que produtos farmacêuticos poderiam melhorar significativamente esse processo.

“Este é o primeiro estudo a mostrar que você pode manipular o sono para melhorar a memória. Drogas para o sono podem ser uma ferramenta poderosa para distúrbios de memória”, afirma Mednick.

O estudo

49 homens e mulheres entre 18 e 39 anos que dormiam normalmente receberam doses variáveis de zolpidem (Ambien) ou de oxibato de sódio (Xyrem), e, depois de alguns dias (quando as drogas já haviam saído de seus sistemas), um placebo.

Os pesquisadores monitoraram seu sono, bem como mediram sua sonolência e humor após cochilar, e usaram vários testes para avaliar sua memória.

Eles descobriram que o zolpidem aumentou significativamente a densidade de fusos do sono e a consolidação da memória verbal nos participantes. O remédio levou a um melhor desempenho de memória, um desempenho além do visto quando os participantes simplesmente dormiram ou quando tomaram a droga de comparação (oxibato de sódio).

Os resultados definem o cenário para o tratamento alvo de perda de memória, bem como a possibilidade de melhoria da memória acima da vista em um período de sono normal.

Um dos próximos passos dessa linha de pesquisa é determinar qual componente da resposta física para a droga é responsável por aumentar a densidade de fusos do sono e a resultante consolidação da memória.

Mednick também espera estudar o impacto do zolpidem em adultos mais velhos, que já experimentam perda de memória e menos fusos do sono. O mesmo ocorre com indivíduos com demência, Alzheimer e esquizofrenia.

“Nós sabemos muito pouco sobre o sono, embora seja um componente essencial para a saúde“, diz Mednick, que começou a estudar o sono no início de 2000. “Nós sabemos que afeta o comportamento, e sabemos que é essencial para uma série de transtornos com problemas de memória. Precisamos integrar o sono em diagnósticos médicos e estratégias de tratamento. Esta pesquisa abre uma série de possibilidades”, conclui.
O estudo foi publicado no Journal of Neuroscience. [MedicalXpress]

domingo, 4 de março de 2012

Descoberto o segredo da vida eterna?


A autofagia é um processo fundamental aos seres vivos. A partir dela, cada componente das células é renovado. Em experimentos com moscas e ratos, cientistas verificaram que estimular a autofagia faz com que haja aumento da longevidade. Assim, seria teoricamente possível manipular a duração da vida através da autofagia. E uma cientista sueca descobriu que isso poderia ser feito através de uma proteína.

O termo “autofagia” sugere a ideia de “comer a si mesmo”. Neste processo, uma membrana envolve o material celular inutilizado e se associa a um lisossomo. O lisossomo, por sua vez, quebra em moléculas menores as organelas velhas, que precisam ser substituídas.

A pesquisadora sueca Karin Håberg descobriu que existe uma proteína, chamada de SNX 18, que se liga às membranas autofágicas e pode remodelá-las. Esse papel da SNX 18 ficou provado quando ela experimentou desativar a produção da proteína pelo DNA: imediatamente após a interrupção, a atividade autofágica declinou.

Quando, ao contrário, a produção de SNX 18 foi super estimulada, o número de membranas autofágicas em ação aumentou. Com isso, conforme explica a cientista, fica evidente que a autofagia é diretamente dependente da influência dessa proteína, e futuramente poderemos regular a autofagia em animais através desse controle. [ScienceDaily, Foto]

Fonte: http://hypescience.com/descoberto-o-segredo-da-vida-eterna/ - Por Dalane Santos