Cardiomiopatia
Cientistas acreditam ter descoberto uma nova ligação
entre a ingestão de álcool, a saúde do coração e os nossos genes.
Eles estavam investigando versões variantes de um
gene chamado titina, mutações estas encontradas em uma em cada 100 pessoas - ou
seja, mais de 2 milhões de brasileiros devem ter essa variação genética.
A titina é crucial para manter a elasticidade do
músculo cardíaco, e versões variantes estão associadas a um tipo de
insuficiência cardíaca chamado cardiomiopatia dilatada, ou congestiva, na qual
os ventrículos aumentam de tamanho e perdem a capacidade de bombear sangue em
quantidade suficiente para as necessidades do corpo.
Gene, coração e álcool
O que a equipe descobriu é que o gene variante pode
interagir com o álcool para acelerar a insuficiência cardíaca, mesmo que essas
pessoas tenham bebido apenas quantidades moderadas de álcool.
Em uma pequena amostra de 141 pacientes com um tipo
de insuficiência cardíaca chamada cardiomiopatia alcoólica, o gene da titina
defeituoso foi encontrado em 13,5% - muito maior do que a proporção de pessoas
que o carrega na população em geral (1%).
Estes resultados sugerem que esta condição não é
simplesmente o resultado de envenenamento por álcool, mas pode ser reforçada
por uma predisposição genética. Se isto for confirmado por estudos de maior
porte, isto pode indicar uma propensão à cardiomiopatia, o que permitirá que
outros membros da família possam se cuidar para evitar o mesmo problema.
Cuidados com o exame genético
"Nossa pesquisa sugere fortemente que o álcool
e a genética estão interagindo - e a predisposição genética e o consumo de
álcool podem agir juntos para levar à insuficiência cardíaca. No momento, essa
condição é considerada como devida simplesmente ao excesso de álcool.
"Mas esta pesquisa sugere que esses pacientes
também sejam verificados para uma causa genética - perguntando sobre uma
história familiar e considerando o teste de um gene titina 'defeituoso', bem
como outros genes ligados à insuficiência cardíaca," defendeu o Dr. James
Ware, do Imperial College de Londres, coordenador do estudo, que foi publicado
no Journal of the American College of Cardiology.
Contudo, recentemente pesquisadores australianos
lançaram uma recomendação contrária, mostrando que exames genéticos para
condições cardíacas têm forte impacto psicológico e não necessariamente trazem
qualquer ganho para o paciente.
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=conexao-entre-alcool-genetica-falha-cardiaca&id=12821&nl=nlds
- Redação do Diário da Saúde - Imagem: NIHR/NHS Foundation Trust
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