Saiba quais são e como evitar que elas incomodem nos
meses frios do ano
A queda no termômetro é bem-vinda para os fãs de
chocolate quente, sopas, roupas mais pesadas… Mas não dá para ignorar que o
inverno pode trazer alguns problemas para a pele, que fica bem mais sensível
nessa época do ano. “A umidade relativa do ar cai, o que favorece o
ressecamento. E certos comportamentos, como tomar banho quente e prolongado,
pioram a situação”, explica Alessandra Romiti, dermatologista da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD).
A hidratação é responsabilidade de uma camada de
gordura que reveste a pele. “E o ressecamento danifica essa barreira protetora,
abrindo caminho para infecções, inflamações e infecções”, explica Alessandra.
Veja, a seguir, quais são as doenças que mais se aproveitam dessa fragilidade e
como preveni-las.
Dermatite seborreica
A popular caspa. Ela atinge especialmente a cabeça,
mas pode chegar também a outras regiões peludas, como axilas, peitoral e
costas. Aqui, a questão não é o ressecamento, mas o oposto dele. É que, para
compensar a secura e a temperatura quente do chuveiro, as glândulas sebáceas da
pele produzem mais oleosidade.
“E isso é sentido onde temos mais fios, pois é ali
que tais glândulas estão presentes em maior quantidade”, ensina Caio Lamunier,
dermatologista da SBD e do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
(USP). Para piorar, um fungo oportunista se alimenta desse sebo e se
multiplica, agravando a inflamação local e provocando coceira – além das
famosas cascas brancas.
Para evitar, o ideal é lavar e secar o cabelo
constantemente em temperatura morna. Se for o caso, com xampus especiais. Fuja
das toucas, gorros e bonés, que favorecem a oleosidade.
Dermatite atópica
A mais clássica do inverno, capaz de atingir até 10%
das crianças, especialmente as que têm outras alergias, como rinite, bronquite
e sinusite. Mas pode também pipocar em adultos. Seus sintomas são pele
avermelhada, coceira, prurido e descamação. Eles são mais notados nas regiões
das dobras, como atrás do joelho.
“Ela é a que mais piora com o ressecamento e o banho
quente e prolongado, pois a perda da barreira protetora deixa a pele suscetível
a agentes irritantes, como aditivos químicos”, aponta Alessandra. Em pessoas
que já são sensíveis, essas agressões podem facilitar as crises de dermatite.
Então, o segredo é hidratar muito a pele, às vezes com produtos específicos.
“Se o hidratante comum causar ardência, é sinal de
que algo está errado”, nota Alessandra. Ela recomenda fugir de produtos muito
coloridos ou cheirosos demais – sinais de que podem conter aditivos químicos em
excesso. Dependendo da extensão do quadro, é preciso passar antialérgicos e até
tomar remédio.
Psoríase
O mal é a falta de sol, que alivia as crises de quem
sofre com a doença crônica. Por isso, o jeito é procurar manter a exposição ao
astro-rei sempre que possível – fora dos horários de risco para o câncer de
pele, claro – e buscar outros tipos de tratamento. “Às vezes, é preciso
recorrer a comprimidos, remédios e loções”, explica Caio.
Mas, como a falta de hidratação piora a coceira – um
dos incômodos associados à psoríase além de suas placas avermelhadas – o ideal
é seguir as orientações gerais e manter a pele bem nutrida.
Ictiose vulgar
Mais rara, ela é uma manifestação extrema da pele
seca. A derme fica mais grossa, descamativa e craquelada – o aspecto pode até
lembrar escama de peixe. “Ela acomete especialmente pessoas de mais idade, pois
com o tempo perdemos parte da camada protetora da pele”, destaca Alessandra.
Logo, idosos devem investir em cuidados especiais.
“O ideal é passar o hidratante logo depois do banho e, se a pele estiver muito
ressecada, até mais de uma vez ao dia”, indica Caio. Já a ducha diária precisa
ser rápida (no máximo, deve durar sete minutos) e morna – com temperatura de
até 37ºC, o equivalente à temperatura corporal.
Esses hábitos, aliás, valem para todos, assim como a
delicadeza na hora de passar sabonete no corpo — buchas e esfoliantes nessa
época não são indicados. Na dúvida, ou se algumas dessas chateações der as
caras, procure o dermatologista, que recomendará os melhores produtos para o
seu tipo de pele.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/as-doencas-de-pele-que-mais-aparecem-no-inverno/
- Por Chloé Pinheiro - Foto: Manuel Nogueira/SAÚDE é Vital
Nenhum comentário:
Postar um comentário