quarta-feira, 27 de junho de 2018

Descubra em quanto tempo ter uma religião prolonga a sua vida


Um novo estudo americano descobriu que pessoas com afiliações religiosas vivem quase quatro anos mais do que pessoas sem religião.

Esse aumento de quatro anos – encontrado em uma análise de mais de 1.000 obituários de todo o país – foi calculado depois de os pesquisadores levarem em conta fatores como o sexo e o estado civil dos falecidos, dois aspectos que estudos anteriores descobriram ter fortes efeitos sobre a expectativa de vida.

O aumento foi ligeiramente maior (6,48 anos) em um estudo menor com obituários publicados em um jornal de uma única cidade, Des Moines, no estado do Iowa.

Os pesquisadores descobriram ainda que parte da razão para o aumento da longevidade pode vir do fato de que muitas pessoas religiosas também fazem trabalho voluntário e pertencem a organizações sociais, e que os efeitos da religião na longevidade podem depender, em parte, da religiosidade média das cidades onde as pessoas vivem.

Em números
O primeiro estudo envolveu 505 obituários publicados em Des Moines em janeiro e fevereiro de 2012. Além de observar a idade e qualquer afiliação religiosa dos falecidos, os pesquisadores também documentaram sexo, estado civil e o número de atividades sociais e voluntárias listadas.

Os resultados mostraram que os religiosos viveram 9,45 anos mais do que os sem afiliação religiosa. Essa diferença encolheu para 6,48 anos após os pesquisadores controlarem a diferença em longevidade devida ao sexo e ao estado civil das pessoas.

O segundo estudo incluiu 1.096 obituários de 42 grandes cidades dos Estados Unidos publicados entre agosto de 2010 e agosto de 2011.

Neste estudo, as pessoas cujos óbitos mencionaram uma afiliação religiosa viveram em média 5,64 anos mais do que aquelas sem afiliação religiosa, o que encolheu para 3,82 anos após o sexo e o estado civil serem considerados.

Religião pode afetar a saúde das pessoas
Participação social
Muitos estudos anteriores mostraram que pessoas que se voluntariam e participam de grupos sociais tendem a viver mais que outras.

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Assim, os pesquisadores combinaram dados de ambos os estudos para ver se trabalho voluntário e participação em organizações sociais poderiam explicar o aumento da longevidade.

Os resultados mostraram que isso era apenas parte da razão pela qual as pessoas religiosas viviam mais tempo.

“Descobrimos que o voluntariado e o envolvimento em organizações sociais representam apenas um pouco menos de um ano do aumento da longevidade que a afiliação religiosa proporciona”, disse Laura Wallace, principal autora e estudante de doutorado em psicologia na Universidade Estadual de Ohio, nos EUA. “Ainda há muito benefício da afiliação religiosa que isso não pode explicar”.

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Então, o que mais explica como a religião ajuda as pessoas a viverem mais?

Uma hipótese é de que isso está relacionado às regras e normas de muitas religiões que restringem práticas pouco saudáveis, como o uso de álcool e drogas e fazer sexo com muitos parceiros. Além disso, muitas religiões promovem práticas de redução do estresse que podem melhorar a saúde, como gratidão, oração ou meditação.

Religiosidade média
O fato de os pesquisadores terem dados de muitas cidades também permitiu investigar se o nível de religiosidade média de uma cidade poderia afetar a influência da afiliação religiosa na longevidade.

Os resultados mostraram que um elemento-chave relacionado à longevidade em cada cidade era a importância dada à conformidade com os valores e normas da comunidade.

Em cidades altamente religiosas onde a conformidade era importante, as pessoas religiosas tendiam a viver mais do que as pessoas não religiosas. Mas em algumas cidades há um efeito de “transbordamento”.

“Os efeitos positivos para a saúde da religião se espalham para os não religiosos em algumas situações específicas”, explicou Wallace. “O efeito de transbordamento só ocorre em cidades altamente religiosas que não estão muito preocupadas com a conformidade de todos com as mesmas normas. Nessas áreas, as pessoas não religiosas tendem a viver tanto quanto as religiosas”.

Cautela
Os pesquisadores admitem que há limitações para o estudo, incluindo o fato de que eles não puderam controlar fatores importantes relacionados à longevidade, como etnia e saúde.

Porém, no geral, o estudo fornece evidência adicional ao crescente número de pesquisas que mostram que a religião tem um efeito positivo na saúde.

Um artigo sobre as descobertas foi publicado na revista científica Social Psychological and Personality Science. [MedicalXpress]


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