Saiba como monitorar quadros leves da doença fora do hospital e quando é recomendado voltar ao médico
Apesar do novo coronavírus ter o potencial de causar
quadros graves que necessitam de internação, a maioria das pessoas infectadas
apresentam sintomas mais leves. Nesses casos, em que o indivíduo não precisa
permanecer no hospital, alguns cuidados podem auxiliar no monitoramento da
COVID-19 em casa.
Essas recomendações precisam ser seguidas a partir
da orientação de um médico, especialmente se a pessoa tiver procurado um
serviço de saúde, como evidencia a infectologista Dania Abdel Rahman, do
Hospital Albert Sabin.
Neste sentido, vale saber que, meses após o início
da pandemia, as diretrizes do Ministério da Saúde foram alteradas e passaram a
recomendar que qualquer pessoa com suspeita de infecção por coronavírus busque
auxílio imediato.
Para que o indivíduo seja mandado para casa após o
atendimento, ele não deve apresentar nenhum sintoma que ameace sua vida naquele
momento. Assim, de maneira resumida, é necessário que o paciente não tenha
falta de ar, apresente febre baixa ou tenha apenas perda de olfato e paladar.
Quadros leves de COVID-19: o que fazer
É essencial que o paciente observe o quadro e fique
alerta para o surgimento de sintomas como cansaço e falta de ar. Se esses
sinais surgirem, é necessário estar atento também para possíveis pioras,
principalmente depois de esforços físicos, como tomar banho, ir ao banheiro e
ao se levantar. Nesses casos, é indicado que ele retorne ao médico.
Além da observação, a hidratação é fundamental para
qualquer pessoa, com ou sem infecção. No entanto, especialmente durante um
quadro ativo como o de COVID-19, é indicado que os pacientes bebam bastante
água, uma vez que isso evita sintomas como tontura e dor de cabeça.
Com relação a atividades físicas, as recomendações
precisam ser individualizadas. Pessoas aptas a se exercitarem costumam ser
assintomáticas ou com sintomas tão leves a ponto de não ficarem incomodadas com
o esforço. "Um paciente com dispneia não pode realizar exercícios físicos.
Quem tem muita prostração e cansaço muscular precisa fazer repouso",
acrescenta Dania.
Como acompanhar os sintomas em casa
O monitoramento dos sintomas pode ser efetuado pelo
próprio paciente, caso ele esteja em bom estado geral. Porém, a piora nos
quadros de dispneia e cansaço indica a necessidade de auxílio profissional.
Observar a temperatura corporal com um termômetro também
é importante para a acompanhamento do quadro. Além disso, a pessoa pode
acompanhar a saturação de oxigênio nas células a partir de um aparelho
conhecido como oxímetro. Ele pode ser usado em casa desde que sejam seguidas
algumas recomendações, como:
Não colocar o aparelho em unha com esmalte, pois
isso diminui a sensibilidade
Deixar o aparelho de 2 a 3 minutos no dedo
Buscar o pronto socorro em caso de saturação abaixo
de 94%
O uso de antitérmicos e analgésicos para aliviar dor
e febre só deve ser feito pelo paciente conforme a orientação de um
especialista - lembrando que NUNCA é recomendada a automedicação em qualquer
quadro de saúde.
Recomendações para familiares
O que os especialistas indicam para quem vive junto
a uma pessoa infectada continua igual: o paciente doente deve permanecer em um
cômodo separado. Com relação à alimentação, é aconselhável que alguém leve a
comida em uma bandeja, se afaste e só então o infectado abra a porta para pegar
a refeição.
Os utensílios do paciente devem ser lavados
normalmente com água e sabão e, preferencialmente, não podem ser utilizados por
outros integrantes da casa. Se possível, é indicada também a utilização de um
banheiro exclusivamente para o doente - caso haja mais de um banheiro na casa.
O lixo deve ser descartado do cômodo pela própria
pessoa doente, embalando e deixando o saco no lado de fora, para que outra
pessoa possa levá-lo. Entretanto, é importante ressaltar que pessoas não
contaminadas devem manusear o mínimo possível esse tipo de material, seguindo
alguns cuidados, como o uso de luvas descartáveis.
Por último, a utilização de máscara durante qualquer
interação necessária com infectado é extremamente relevante, assim como não
dormir no mesmo cômodo e deixar janelas abertas para manter o ambiente bem
arejado.
O tempo de isolamento indicado para os casos de
COVID-19 tratados em ambiente domiciliar é de 14 dias. Depois desse período, se
febre e sintomas respiratórios desaparecerem, é possível retornar à rotina
normal. As pessoas que tiverem contato com doentes devem estar atentas ao
surgimento de eventuais sintomas e, da mesma maneira, buscar atendimento
médico.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/36950-como-tratar-sintomas-leves-de-covid-19-em-casa
- Escrito por Clovis Filho