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domingo, 16 de abril de 2023

Suor excessivo: descubra as causas e saiba como tratar


A hiperidrose acontece quando o suor é excessivo e independe da temperatura do ambiente

 

O suor é um mecanismo natural e tem como principal função equilibrar a temperatura do corpo em relação ao ambiente em que estamos. Entretanto, quando em excesso, além de incomodar e causar constrangimento, pode ser um distúrbio causado por fatores psicológicos ou orgânicos.

 

O que é hiperidrose?

A hiperidrose acontece quando o suor é excessivo e independe da temperatura do ambiente. Segundo o dermatologista Mario Chaves, ela pode ser dividida em primária e secundária. “A hiperidrose primária, o tipo mais comum, caracteriza-se por uma sudorese excessiva localizada nas regiões palmoplantar e/ou axilas”, explica.

 

Camila Paula Silva, fisioterapeuta dermatofuncional, acrescenta que a hiperhidrose primária não possui causas conhecidas, e os efeitos podem iniciar em qualquer fase da vida e permanecer pelo resto dos anos.

 

Hiperidrose secundária

A hiperidrose secundária, de acordo com Mario Chaves, pode ser localizada ou generalizada e “associa-se a condições médicas, como síndromes genéticas, malignidade ou infecção”, explica o dermatologista.

A fisioterapeuta dermatofuncional acrescenta que o problema pode “estar associado à obesidade, à menopausa, ao uso de drogas antidepressivas, às alterações endócrinas e às alterações neurológicas com disfunção do sistema nervoso”.

 

Como melhorar quadros de hiperidrose?

 

Algumas atitudes e mudanças de hábitos no dia a dia podem melhorar significativamente os quadros de hiperidrose. A cirurgiã plástica Daniela Zavatini, apresenta algumas sugestões:

 

Use roupas de tecidos leves (algodão ou linho), claras e soltas. Evite os tecidos sintéticos;

Tenha sempre lenços descartáveis e, se for o caso, peças de roupa para trocar;

Evite lugares muito quentes e mantenha a sua casa ventilada;

Consuma com moderação bebidas alcoólicas, com cafeína e comidas picantes;

Escolha antitranspirantes que contenham de 10% a 15% de hexahidrato de cloreto de alumínio. Eles podem causar irritação na pele, se você for sensível, ou manchar a roupa;

Adote medidas para combater o estresse.

 

Como tratar o problema

De acordo com Mario Chaves, para o tratamento da hiperidrose, “podem ser utilizados inicialmente medicamentos tópicos prescritos pelo dermatologista, como aplicação de toxina botulínica do tipo A e medicamentos orais”.

 

Soluções para casos graves

Em casos mais graves de hiperidrose, existem outros tratamentos específicos que podem ser adotados para solucionar o problema. A cirurgiã plástica Daniela Zavatini lista alguns deles:

 

Simpatectomia

Consiste na secção de determinados pontos do tronco simpático, localizado no interior da cavidade torácica. Com isso, o estímulo nervoso para as glândulas sudoríparas cessa e a sudorese desaparece. Após esse tratamento cirúrgico, pode surgir aumento de sudorese em outras áreas, como no tronco.

 

Excisão das glândulas axilares

Consiste na retirada de segmento da pele da axila rica em glândulas sudoríparas. O resultado varia conforme o tamanho da área retirada. Pode ocorrer formação de cicatriz hipertrófica, limitando a movimentação do membro superior.

 

Aplicação de toxina botulínica

Indicada na hiperidrose secundária, principalmente axilar, tem eficácia cientificamente comprovada. Tem como inconveniente a durabilidade do tratamento. Novas aplicações devem ser realizadas, em média, a cada 8 meses.

 

Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2023-04-14/suor-excessivo--descubra-as-causas-e-saiba-como-tratar.html - Por EdiCase


Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos. Provérbios 16:3


quinta-feira, 3 de março de 2022

Notou uma coloração diferente nos olhos de seu cachorro? Saiba o que pode ser e como tratar


Considerando que os pets estão vivendo mais tempo se comparado a 20 anos atrás, problemas de visão também se tornaram mais comuns

 

Um dia, durante uma brincadeira ou simplesmente após uma análise mais apurada, eis que o tutor se dá conta de que a cor do olho do seu mascote está diferente. Em animais jovens, com menos de seis meses de idade, isso pode ainda fazer parte do fenótipo, ou seja, o cachorro era para ter o olho daquela cor, que nem sempre aparece de maneira uniforme. Além disso, pode haver um ponto de pigmentação diferente, uma "mancha" escura ou clara no meio do cristalino, que é até comum em algumas raças, como dachshund e husky siberiano.

 

No entanto, quando o mascote já é mais velho, por volta de sete, oito ou 10 anos, é possível que os olhos fiquem mais "vítreos", ou até mesmo com uma ligeira nuance azulada em sua coloração, algo que se percebe com maior facilidade quando o ambiente está claro. A esclerose do cristalino, como é chamado, é um processo natural e tem a ver com a idade. Mesmo tendo olhos castanhos, é possível perceber um sutil "revestimento" azulado no que antes parecia ser castanho profundo.

 

Meu cachorro ficará cego porque está ficando com os olhos claros?

Não necessariamente. A cor vítrea, por si só, parece não comprometer a visão. Porém, outras situações podem estar acontecendo simultaneamente a um cachorro com mais idade. Seu pet começa a "perder" você de vista com mais frequência quando vão passear no parque ou ao ar livre. Isso ocorre porque vai reduzindo a sua capacidade de focar. Animais mais velhos vão perdendo a acuidade visual com o passar do tempo, e, em vez de seguir você, ele acaba prestando mais atenção em sua voz, ou fica parado no mesmo lugar por mais tempo mexendo freneticamente o nariz, o que nada mais é do que uma maneira de identificar sua presença. Pode acontecer simplesmente de ele se sentar e ficar esperando que a presença conhecida se aproxime. Por outro lado, pode acontecer de ele sair correndo desesperado atrás de uma par de pernas que não é a sua. Estes sinais indicam que seu pet não enxerga tão bem quanto antes e que talvez você deva rever a questão do manejo, o que inclui o uso de uma guia retrátil ou não se ausentar por longos períodos do lado do seu mascote.

 

E quando os olhos ficam esbranquiçados?

A cor do olho também pode clarear de forma mais intensa, chegando até a ter um pequeno ponto "esbranquiçado".  Aí já estamos falando de um outro problema. A catarata, aquela que ouvimos falar em humanos, também ocorre nos animais. Considerando que os pets estão vivendo mais tempo se comparado a 20 anos atrás, problemas de visão também se tornaram mais comuns. A precipitação esbranquiçada que se forma no olho pode aumentar e não se deve negligenciar seu aparecimento. Algumas cataratas podem ser removidas por especialistas veterinários habilitados. Quanto mais cedo seu pet passar por uma avaliação, melhor o prognóstico.

 

A catarata está frequentemente associada a diabetes em cães e talvez seja necessário partir para uma dieta especial que melhor controle os níveis glicêmicos do seu pet. Atenção: catarata em cão com diabetes não estabilizada pode cegar de forma definitiva o animal.

 

Olhos secos e remelentos indicam problema?

Problemas oftálmicos podem ter origem também na incapacidade das estruturas adjacentes em manter a córnea lubrificada, outro responsável por comprometer a visão do seu mascote, o famoso "olho seco". Essa patologia, por sua vez, vem acompanhada de remelas diárias. E isso não está necessariamente relacionado à idade. Questões familiares também contam no histórico. Alguns cães podem ser oriundos de famílias caninas que apresentam distúrbios precoces na visão, problemas que podem aparecer ainda nos primeiros anos de vida e que exigem cirurgia ou tratamento para o resto da vida.

 

A preocupação não se limita apenas à mudança na cor do olho do seu pet. Qualquer alteração ocular é motivo de preocupação e deve, sim, ser investigada. A idade sempre é um fator a ser considerado quando o assunto é a saúde dos olhos, uma vez que tudo no corpo do animal começa a envelhecer. Contudo, olho é uma estrutura delicada, ainda mais em cães que metem o focinho em tudo quanto é lugar. Essa curiosidade pode ferir a córnea, o que causa dor e coceira. O ato de coçar o olho com a pata é extremamente nocivo para a saúde ocular, que fica comprometida.

 

A relação de problemas inclui pigmentação de córnea, entrópio, glaucoma, doenças do nervo óptico, atrofia e deslocamento de retina. O que parecia coisa de gente, vejam só, também acomete os animais. Por isso, ao notar ferimento, remelas e pigmentações desconhecidas busque avaliação de um oftalmologista veterinário. Uma análise mais criteriosa pode trazer qualidade de vida ao seu mascote.

 

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/mundo-pet/noticia/2021/10/notou-uma-coloracao-diferente-nos-olhos-de-seu-cachorro-saiba-o-que-pode-ser-e-como-tratar-ckv8h0tai008g019ml9au0ejj.html - Daisy Vivian - stock.adobe.com


A alma generosa engordará, e o que regar também será regado.

Provérbios 11:25


sábado, 7 de novembro de 2020

Como tratar sintomas leves de COVID-19 em casa


Saiba como monitorar quadros leves da doença fora do hospital e quando é recomendado voltar ao médico

 

Apesar do novo coronavírus ter o potencial de causar quadros graves que necessitam de internação, a maioria das pessoas infectadas apresentam sintomas mais leves. Nesses casos, em que o indivíduo não precisa permanecer no hospital, alguns cuidados podem auxiliar no monitoramento da COVID-19 em casa.

 

Essas recomendações precisam ser seguidas a partir da orientação de um médico, especialmente se a pessoa tiver procurado um serviço de saúde, como evidencia a infectologista Dania Abdel Rahman, do Hospital Albert Sabin.

 

Neste sentido, vale saber que, meses após o início da pandemia, as diretrizes do Ministério da Saúde foram alteradas e passaram a recomendar que qualquer pessoa com suspeita de infecção por coronavírus busque auxílio imediato.

 

Para que o indivíduo seja mandado para casa após o atendimento, ele não deve apresentar nenhum sintoma que ameace sua vida naquele momento. Assim, de maneira resumida, é necessário que o paciente não tenha falta de ar, apresente febre baixa ou tenha apenas perda de olfato e paladar.

 

Quadros leves de COVID-19: o que fazer

É essencial que o paciente observe o quadro e fique alerta para o surgimento de sintomas como cansaço e falta de ar. Se esses sinais surgirem, é necessário estar atento também para possíveis pioras, principalmente depois de esforços físicos, como tomar banho, ir ao banheiro e ao se levantar. Nesses casos, é indicado que ele retorne ao médico.

 

Além da observação, a hidratação é fundamental para qualquer pessoa, com ou sem infecção. No entanto, especialmente durante um quadro ativo como o de COVID-19, é indicado que os pacientes bebam bastante água, uma vez que isso evita sintomas como tontura e dor de cabeça.

 

Com relação a atividades físicas, as recomendações precisam ser individualizadas. Pessoas aptas a se exercitarem costumam ser assintomáticas ou com sintomas tão leves a ponto de não ficarem incomodadas com o esforço. "Um paciente com dispneia não pode realizar exercícios físicos. Quem tem muita prostração e cansaço muscular precisa fazer repouso", acrescenta Dania.

 

Como acompanhar os sintomas em casa

O monitoramento dos sintomas pode ser efetuado pelo próprio paciente, caso ele esteja em bom estado geral. Porém, a piora nos quadros de dispneia e cansaço indica a necessidade de auxílio profissional.

Observar a temperatura corporal com um termômetro também é importante para a acompanhamento do quadro. Além disso, a pessoa pode acompanhar a saturação de oxigênio nas células a partir de um aparelho conhecido como oxímetro. Ele pode ser usado em casa desde que sejam seguidas algumas recomendações, como:

Não colocar o aparelho em unha com esmalte, pois isso diminui a sensibilidade

Deixar o aparelho de 2 a 3 minutos no dedo

Buscar o pronto socorro em caso de saturação abaixo de 94%

O uso de antitérmicos e analgésicos para aliviar dor e febre só deve ser feito pelo paciente conforme a orientação de um especialista - lembrando que NUNCA é recomendada a automedicação em qualquer quadro de saúde.

 

Recomendações para familiares

O que os especialistas indicam para quem vive junto a uma pessoa infectada continua igual: o paciente doente deve permanecer em um cômodo separado. Com relação à alimentação, é aconselhável que alguém leve a comida em uma bandeja, se afaste e só então o infectado abra a porta para pegar a refeição.

 

Os utensílios do paciente devem ser lavados normalmente com água e sabão e, preferencialmente, não podem ser utilizados por outros integrantes da casa. Se possível, é indicada também a utilização de um banheiro exclusivamente para o doente - caso haja mais de um banheiro na casa.

 

O lixo deve ser descartado do cômodo pela própria pessoa doente, embalando e deixando o saco no lado de fora, para que outra pessoa possa levá-lo. Entretanto, é importante ressaltar que pessoas não contaminadas devem manusear o mínimo possível esse tipo de material, seguindo alguns cuidados, como o uso de luvas descartáveis.

 

Por último, a utilização de máscara durante qualquer interação necessária com infectado é extremamente relevante, assim como não dormir no mesmo cômodo e deixar janelas abertas para manter o ambiente bem arejado.

 

O tempo de isolamento indicado para os casos de COVID-19 tratados em ambiente domiciliar é de 14 dias. Depois desse período, se febre e sintomas respiratórios desaparecerem, é possível retornar à rotina normal. As pessoas que tiverem contato com doentes devem estar atentas ao surgimento de eventuais sintomas e, da mesma maneira, buscar atendimento médico.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/36950-como-tratar-sintomas-leves-de-covid-19-em-casa - Escrito por Clovis Filho

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Como tratar as varizes em homens

Cirurgião vascular indica as causas e tratamentos da doença que atinge homens entre 30 e 40 anos

Alguns homens se queixam das dores, inchaço e sensação de peso nas pernas provocadas pelas varizes no membro inferior. Os homens, principalmente aqueles que estão na faixa etária de 30 e 40 anos são as principais vítimas das varizes.

Para Fernando Bacalhau, cirurgião vascular especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia (SBLMC), a hereditariedade é uma das principais causas. “As varizes consistem em veias tortuosas que apresenta um defeito em suas válvulas fazendo com que o sangue se movimente no sentido contrário”, explica.

Se a mãe tem varizes, aumenta as chances dos filhos também apresentar o quadro. “No homem, outros fatores como obesidade, sedentarismo ou permanecer muito tempo em pé ou sentado contribui para o surgimento das varizes”, afirma o cirurgião vascular. 

As varizes masculinas podem passar despercebida pelos homens, uma vez que o pelo masculino camufla as veias. “A maioria dos homens só descobrem que tem o problema porque vão procurar ajuda médica para aliviar os sintomas como dor e inchaço nas pernas”, ressalta o médico.  

Geralmente, é após dos 50 anos que muitos recorrem à ajuda. ”Se as varizes fossem diagnosticadas cedo o homem evitaria todo esse sofrimento”, comenta.

COMO AMENIZAR

Um dos tratamentos indicados para tratar as varizes é a laser endovenoso. “O procedimento consiste na incisão de uma agulha no interior da veia para levar a fibra ótica do laser de diodo. Dessa forma as veias de grande calibre são desativadas e tratadas por uma microfibra ótica”, revela Fernando.
Outras técnicas podem ser aliadas na hora de combater as varizes. “Existe ainda a escleroscopia com espuma - técnica que trata veias finas e grossas com injeção”, finaliza o especialista.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-tratar-as-varizes-em-homens/2651/ - Texto: Clara Ribeiro / Foto: Shutterstock

quinta-feira, 7 de março de 2013

A melhor (e a pior) forma de tratar a dor


Sim, ela rouba horas de sono, prejudica relações afetivas e mina o desempenho profissional. Mas é possível retomar o controle da própria vida aprendendo a gerenciá-la

 A dor não é uma ilustre desconhecida para a maioria das pessoas. Apesar da falta de dados estatísticos no Brasil, um estudo do John Hopkins Medical School, nos Estados Unidos, apontou que 31% das pessoas do país conviviam com algum tipo de dor. Se a proporção por aqui for semelhante, teríamos uma legião de 59 milhões de pessoas com o problema.

"A dor é prevalente em mulheres de meia-idade, contudo, em alguns estudos sobre o tema, essa proporção é igual à de homens.­ A prevalência da dor crônica também aumenta com o aumento da idade: entre 45 e 65 anos nas mulheres e 65 a 69 anos nos homens", aponta Durval Campos Kraychete, anestesiologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Há também indícios de que sexo feminino apresenta uma maior sensibilidade à dor. As razões, entretanto, são inconclusivas. "Ainda Não sabemos ao certo se estas diferenças realmente existem e, se existem, qual fator é predominante: diferenças na geração da resposta dolorosa (fator do tipo biológico) ou no enfrentamento da dor (fator do tipo psicológico e social)", completa a especialistaMonica Levy Andersen, biomédica da SBED.

Dor aguda X dor crônica
É considerada aguda a dor que dura aproximadamente três meses. "Geralmente, ela se relaciona à inflamação dos tecidos e cessa com a cicatrização dos mesmos. É o que acontece em traumatismos ou cirurgias", diz José Tadeu Tesseroli de Siqueira, cirurgião- dentista e presidente da SBED.
Entretanto, ao persistir após a cicatrização, a dor perde sua função de "alerta" e torna- se uma doença. "Entre os fatores de risco para cronificação da dor estão a dor pré, trans ou pós-operatória não controlada, histórico de dor crônica e genética. Portanto, os dois primeiros fatores podem ser perfeitamente controláveis se a queixa do paciente for considerada", complementa.
A dor crônica produz uma série de modificações neurofisiológicas e funcionais, alterando o sono, o apetite, as relações sociais e a qualidade de vida. "Isso torna o tratamento o difícil para um único especialista, motivo pelo qual deve ser tratada por uma equipe multidisciplinar. Dessa forma, é possível formular planos diagnósticos e terapêuticos individualizados", defende Irimar de Paula Posso, anestesiologista da SBED.

Sequelas de dores
Muitos progressos médicos foram realizados no combate à dor nos últimos anos, impulsionados principalmente pelo aumento da expectativa de vida da população. Se um adulto brasileiro vivia em média 38,5 anos em 1940, hoje a média é de 73,5 anos. Some a isso o aumento da sobrevivência nos tratamentos contra o câncer, em acidentes automobilísticos e até em guerras. Em todas essas situações, há um maior indício de sequelas de dores crônicas entre os sobreviventes. A seguir, trazemos um plano de gerenciamento da dor para as cinco áreas que os leitores da VivaSaúde declaram ser as mais comuns: costas, cabeça, ombro, joelho e quadris. Muitas das nossas sugestões podem ser utilizadas tanto em dores crônicas quanto em agudas, além de serem aplicáveis em mais de uma região do corpo. Confira!

CAMINHE COM A SBED
Para conscientizar a população de que é possível viver sem dor com tratamentos adequados, a SBED promove todas as quintas-feiras e sábados uma caminhada no Parque Ibirapuera, em São Paulo. www.pareador.com.br

DOR NAS COSTAS

Dor aguda:
O tipo mais comum é a lombalgia aguda - aquela pontada que aparece no final das costas. Sua origem geralmente é músculo- -esquelética, desencadeada por tensão e má-postura. Nesse caso, o tratamento envolve anti-inflamatórios, RPG e repouso para que a vilã vá embora em alguns dias. Há ainda dores provocadas por desvio na coluna (como cifose e lordose) e pelo deslocamento nos discos de cartilagem que separam as vértebras (hérnia de disco), cujo tratamento pode envolver cirurgia.

Dor crônica:
Se não administrada a tempo, a dor aguda pode cronificar. Isso significa que os sinais de dor se tornam independentes no Sistema Nervoso Central, gerando uma espécie de memória. Por exemplo, alguns pacientes submetidos a cirurgia na coluna podem apresentar dor crônica após o período de recuperação. Ela pode ainda ser causada pela degeneração das articulações por desgaste (artrose) ou de origem autoimune (artrite reumatoide), fibromialgia (síndrome autoimune caracterizada por dores difusas), ser sequela de câncer ou não ter causa específica.

Tratamentos
"O tratamento da dor crônica envolve a combinação de fármacos, como opoides, analgésicos anti-inflamatórios e antidepressivos", explica Cláudio Correa, coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital Nove de Julho. Apesar de causar estranheza, os antidepressivos são uma poderosa arma contra a dor, uma vez que melhoram a qualidade do sono e a disposição dos pacientes. "Na fibromialgia, por exemplo, anti-inflamatórios não são eficientes, já que não há inflamação", destaca Eduardo Paiva, reumatologista da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Gerenciando a dor em casa

EXERCITE-SE: ALONGAMENTO PARAVERTEBRAL DORSAL
"Deitado de barriga para cima, dobre as duas pernas e abrace os joelhos contra o peito. Permaneça nesta posição por 20 segundos, repetindo três vezes ao longo do dia", indica Luis Carlos Onoda Tomikawa, fisiatra do Centro de Dor do Hospital Nove de Julho (SP).

TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO
Respirar profundamente pelo nariz e espirar pela boca oferta oxigênio para os tecidos, diminui a ansiedade e pode ajudar a amenizar o impacto da dor. "Oxigênio é necessário na maioria das reações químicas corporais", diz o anestesiologista Durval Campos.

COMA MAIS BANANA
A serotonina é um neurotransmissor vinculado à sensação de bem-estar. "Quando ele se encontra baixo, há um aumento da sensibilidade à dor. Ele também é fundamental para saúde do sono, o que ajuda no tratamento", destaca Mariana Froes, nutricionista do Centro Multidisplinar da Dor (RJ). Alimentos como banana, amêndoas e nozes possuem triptofano, aminoácido precursor da serotonina. Um estudo filipino, aliás, mostrou que a banana consegue equilibrar as taxas desse neutrotransmissor. "Há uma queda da serotonina no final da tarde, momento em que esses alimentos são importantes", acrescenta. A dica, claro, vale para dores em qualquer região.

No consultório
TÉCNICA DE ALEXANDER
Em um estudo das universidades de Bristol e Southampton, publicado na revista científica British Medical Journal, 463 pacientes que sofriam de dores crônicas nas costas foram submetidos a diversos tratamentos. Ao final, aqueles que haviam passado por sessões da Técnica de Alexander - aulas posturais que melhoram a relação entre a cabeça e a coluna - apresentaram redução nas crises. "Geralmente se faz de uma a duas aulas por semana, com duração de 45 minutos cada", orienta Ana Thomaz, professora formada pelo Alexander Technique Studio em Londres.

QUIROPRAXIA
O quiropraxista manipula vértebras e articulações com as mãos para prevenir e tratar alterações na coluna. "A quiropraxia devolve a mobilidade da articulação, diminui a pressão sobre ela e automaticamente a dor, a inflamação e a tensão dos músculos adjacentes", ensina Ana Paula Facchinato, coordenadora do curso da Universidade Anhembi Morumbi (SP). São necessárias de uma a duas sessões por semana até a melhora dos sintomas. Dependendo da evolução do quadro, as consultas ficam mais espaçadas, podendo ser a cada três meses.

HIDRODISCECTOMIA
Procedimento é minimamente invasivo, realizado sem anestesia e que não provoca lesões. Visa evitar que a dor provocada pela hérnia de disco vire crônica. "Um jato de soro fisiológico sob pressão permite aspirar um disco degenerado e limpá-lo de substâncias nociceptivas, uma das razões da dor", resume Eduardo Barreto, presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro (SNC-RJ). [Vale para dor aguda]

O QUE NÃO FAZER
- Evite dobrar a coluna ao pegar algum objeto no chão. O correto é flexionar apenas os joelhos. Permanecer horas initerruptas sentado à frente do computador está vetado. "Isso alonga em excesso os tecidos posteriores, empurrando o disco intervertebral para trás", argumenta Eduardo Barreto, presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro (RJ).
- "Uma dieta rica em fritura, carboidratos refinados, doces e alimentos processados pode aumentar a inflamação do organismo, podendo piorar o quadro de uma pessoa que já tem dor", lembra Mariana.
- Evite saltos acima de 5 cm. Eles promovem o encurtamento do músculo posterior da perna e acentuam a lordose.
- Evite carregar peso equivalente a 10% do corpo.

DOR DE CABEÇA

Dor aguda:
Se a dor de cabeça é difusa, leve e dá as caras esporadicamente, não é preciso grandes preocupações. Em linhas gerais, esses sintomas são provocados por tensão, má postura ou sono irregular. A melhor forma de tratar o problema é com repouso, bolsa de gelo e analgésicos comuns, desde que não usados frequentemente. Seu uso abusivo provoca dependência do organismo e pode levar a um quadro de dor crônica. Além disso, é preciso mudar os hábitos de vida para que a dor não volte. Já quando a dor de cabeça é intensa e aparece de repente, é necessário correr para o médico. "A cefaleia súbita - ou a pior dor de cabeça da vida do paciente - é sinal de alerta para patologias neurológicas graves, como acidente vascular cerebral hemorrágico. Nesses casos, deve-se procurar um serviço de emergência o mais rápido possível", adverte Marcelo Queiroz, chefe da equipe do Ambulatório de Dor do Hospital São Camilo (SP).

Dor crônica:
Mas há também as dores crônicas, que são aquelas recorrentes. A própria cefaleia tensional é considerada crônica quando aparece pelo menos 15 dias no mês. Já a enxaqueca é uma dor latejante que vem acompanhada de enjoos e intolerância a ruídos e luz. A cefaleia menstrual é provocada pela queda do hormônio estrógeno durante a menstruação. Completam o quadro a cefaleia em salvas - dor na região ocular desencadeada por café, cigarro ou alimentos estimulantes - e a cefaleia da coluna, provocada por tensão cervical ou hérnia de disco.

Tratamentos
Na dor crônica, o primeiro passo é abandonar o uso de analgésicos para que o cérebro possa se recuperar. "Medicações preventivas devem ser usadas diariamente. Elas não eliminam completamente a cefaleia, mas reduz as dores e a intensidade das crises, tornando-as controláveis", diferencia Marcelo Queiroz. Para o alívio das crises podem ser prescritos anti-inflamatórios e medicamentos da classe dos triptanos.

Gerenciando o problema em casa
DURMA BEM
Relaxar ajuda a controlar a dor, sendo assim, evite pensamentos excessivos ou preocupações nos momentos antes de dormir.

NÃO SE COBRE
"É comum pacientes com enxaqueca terem este padrão", confessa o médico. Aprender a lidar com as sobrecargas do dia a dia, tanto externas quanto internas, reduz essa autocobrança.

CAMINHE
Uma pesquisa da­Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que sedentários têm 43% mais chances de ter enxaqueca. "O ideal são exercícios físicos regulares, aeróbicos, com alongamentos e sem sobrecarregar a musculatura do pescoço", sugere Marcelo Queiroz. Caminhada e hidroterapia são boas pedidas. "A frequência semanal deve ser no mínimo três vezes, com intervalos de 48 horas", orienta Patrick Stump, fisiatra da SBED.

COMA MAIS AVEIA
O magnésio pode ser benéfico porque participa da síntese da serotonina e funciona como relaxante muscular. A recomendação diária do nutriente é de aproximadamente 300 mg por dia. Os alimentos campeões em magnésio são a aveia (200 mg para cada 100 g), a amêndoa (270 mg para cada 100g) e a semente de girassol (360 mg para 100 g).

No consultório
BOTOX
A aplicação de toxina se mostrou eficaz na prevenção de dores de cabeça em quem sofre de enxaqueca crônica. "Ela diminui a sensibilização periférica craniana, que reduz a sensibilização central (cerebral) e, assim, a dor", descreve Leandro Calia, neurologista e professor da Universidade Santo Amaro (Unisa). Entretanto, são necessárias aplicações periódicas. "Normalmente, o efeito começa a declinar entre três e quatro meses", completa Ailton Melo, neurologista da Universidade Federal da Bahia (UFBA). [Vale para dor crônica]

MINDFULNESS
É uma técnica de meditação budista que foi aperfeiçoada pela psicologia e visa aumentar a atenção. Uma recente revisão da literatura realizada pela pesquisadora Keren Reiner, da Ben Gurion University of the Negev, em Israel, apontou que a mindfulness ajuda a controlar a dor. "Embora possa haver mecanismos psicológicos envolvidos, tais como a redução da ansiedade, há também alterações fisiológicas. Nossa hipótese é que a prática leva a mudanças físicas que reduzem a sensa­ção de dor", explica Keren. Entretanto, a técnica é menos eficiente em idosos.
"Possivelmente devido a doenças psíquicas ou uma redução na capacidade para cumprir com as intervenções", exemplifica Jonathan Greenberg, da mesma universidade. A mindfulness pode ser utilizada em dores que afetam diversos membros do corpo.

O QUE NÃO FAZER
- Certos alimentos estão associados às crises de cefaleia, como café, chocolate, frutas cítricas, nozes, alimentos muito gelados, gordurosos, condimentados ou ricos em glutamato monossódico. Essa substância se encontra em salgadinhos, molhos prontos e adoçantes.
- Evite expor-se ao sol.
- Fique longe de perfumes com aromas fortes ou ambientes recém pintados.
- Evite bebidas alcoólicas.

DOR NO OMBRO

Dor aguda:
"A dor aguda ocorre geralmente após uma lesão, como uma queda. O paciente pode lembrar o momento exato do início e ela dura algumas semanas. Já a dor crônica tem um início atraumático e piora progressivamente", sintetiza Fabio Ravaglia, ortopedista e presidente da ONG Instituto Ortopedia & Saúde (SP).

Dor crônica:
É mais comum do que a dor a dor aguda. Problemas no manguito rotador - conjunto de músculos e tendões que estabilizam o ombro - são as principais causas. A patologia pode ser fruto de inflamação, bursite, tendinite, invasão do nervo supraescapular, entre outros. "A pessoa com essa lesão sente dor quando o braço é levantado ou estendido para a lateral do corpo. Movimentos como aqueles que fazemos para vestir uma blusa ou camiseta também podem ser dolorosos", completa Fábio.
Há ainda o ombro congelado, apelido para a capsulite adesiva. Como o próprio nome indica, o movimento do ombro se torna restrito. "É causada frequentemente por uma lesão. Devido à dor, a pessoa fica impedida de fazer uso do ombro. Mas a progressão de doenças reumáticas, diabetes e cirurgia no ombro também podem causar ombro congelado", lista o médico. Completam a lista a artrose a artrite reumatoide. "Elas provocam tanto a dor quanto o inchaço na articulação", diferencia.

Tratamentos
Além do uso de anti-inflamatórios e analgésicos, é indicado recorrer à fórmula RICE para dores agudas. A sigla em inglês significa descanso, imobilização, gelo e elevação (tipoia). "Para as dores crônicas recomenda-se medicação analgésica e anti-inflamatória, antiartrítica, fisioterapia, acupuntura e em alguns casos mais avançados, a cirurgia", informa.

Gerenciando a dor em casa
EXERCITE-SE
Um
exercício simples para fortalecer a musculatura do ombro pode ser feito com uma toalha, ao sair do banho. "Segure as pontas da toalha, uma em cada mão, para esticá-la. Passe a toalha nas costas, variando as posições dos braços até enxugar todas as partes das costas", ensina Fábio. [Vale para dor crônica]

DE OLHO NA POSTURA
A postura influencia pouco nas causas de dores no ombro, mas mesmo assim merecem atenção. "Entre elas, estão os movimentos repetitivos nas tarefas do trabalho ou na prática esportiva. Sustentar um peso no alto pelo braço pode levar a problema no manguito rotador", exemplifica o médico. Evite, ainda, carregar bolsas pesadas diariamente.

COMA MAIS PEIXES
A ingestão de ômega 3 proporciona melhoras no caso da artrite reumatoide. Preconiza-se a ingestão de aproximadamente 11 gramas do nutriente por semana. Isso equivaleria a 1 porção de sardinha a cada dois dia, combinada a 1 colher (sopa) rasa de linhaça diária e um punhado (20 g) de nozes por semana.

No consultório
CRIOTERAPIA
Estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com pacientes idosos que conviviam com dor no ombro apontam a eficiência da crioterapia nas sessões de fisioterapia. A técnica consiste no resfriamento do ombro com gelo ou géis. O procedimento foi combinado com sessões de estimulação elétrica e alongamentos diversos. "O gelo alivia a dor da inflamação e influencia na vasoldilatação", esclarece Marco Antonio Ambrosio, ortopedista do Hospital Samaritano, de São Paulo (SP).

REFORÇO MUSCULAR
Há vários exercícios que podem ser feitos com pesos, elásticos e bastões ou em barra. Mas o uso de equipamentos precisa ser acompanhado por um fisioterapeuta.

O QUE NÃO FAZER
- Não controlar a glicemia: aproximadamente metade dos casos de ombro congelado (capsulite adesiva) ocorre em pacientes diabéticos.
- Evite fazer atividades com o braço levantado, como trocar cortinas ou lâmpadas.
- O mesmo vale para esportes como tênis, basquete e vôlei.
- Na hora de dormir, repousar a cabeça sobre os braços dobrados comprime tendões musculares e pode levar à dor.

DOR NOS JOELHOS

Dor aguda:
O joelho é uma região do corpo bastante vulnerável às dores. Entre os problemas mais comuns na região estão a inflamação da bursa - bolsa de líquidos que facilita o atrito entre tendões e ossos - ou dos próprios tendões. Ambas podem cronificar. Outra dorzinha chata ocorre quando músculos e ligamentos que sustentam a patela do joelho sofrem alguma alteração, provocando problemas na cartilagem, que também pode vir a ser recorrente. "Há ainda esportes que podem provocar­ lesões nos meniscos e ligamentos. Estas lesões são mais incapacitantes e normalmente exigem tratamento cirúrgico", acrescenta.

Dor crônica:
A artrite reumatoide a a artrose também podem atingir os joelho. Há ainda a artrose secundária, que acontece após alguma lesão que alterou a função normal do joelho.
Tratamentos
A dor crônica pode exigir opiodes e analgésicos e antidepressivos. Se houver inflamação, o­tratamento inclui medicação anti-inflamatória, gelo ou calor local, fisioterapia e suspensão temporária de exercícios físicos", comenta Daniel Barros Pereira, ortopedista da Orthomed Center, de Uberlândia (MG). Nem todos os problemas no joelho podem ser prevenidos, entretanto, algumas dicas podem ajudar a evitar acidentes e blindar as cartilagens. "Como controle de peso corporal, exercícios físicos frequentes e moderados e avaliação médica regular", lista o médico.

Gerenciando o problema em casa
EXERCÍCIO
: AGACHAMENTO PARA FORTALECER MUSCULATURA DO QUADRÍCEPS
Em pé e com as costas retas, coloque o pé direito no centro e mantenha perna semiflexionada. A perna esquerda fica estendida na parte de atrás. Agache até os joelhos formarem um ângulo de 90 graus. Levante e repita o movimento. Faça duas séries de 10 exercícios para cada lado.

ENCONTRE UM HOBBIE
Ler, ouvir música ou descobrir qualquer outro passatempo ajuda a "enganar" o cérebro e diminui a dor percebida. "O cérebro é o nosso órgão principal no processamento das dores físicas. Isso pode ser uma agravante ou um forte aliado", reflete Alexandre Annes Henriques, psiquiatra e diretor científico da SBED. "Situações de distração costumam ser agradáveis, e podem liberar substâncias que propiciam um estado de relaxamento. Esses 'opioides' não necessitam de receita médica e podem reduzir a quantidade de sinais de dor na medula espinhal", defende.

COMA MAIS ALIMENTOS RICOS EM VITAMINA C
Alimentos
com potencial anti-inflamatório podem ajudar em situações de inflamações crônicas, amenizando a dor. "Os antioxidantes estão presentes em muitos alimentos ricos em vitamina C - como caju, acerola e goiaba - e nos flavonoides do chá verde, açaí e morango", lembra a nutricionista Mariana Froes. A acerola, aliás, é uma campeã em vitamina C: cada 100 gramas da fruta contém 1,6g do nutriente. O valor está além da ingestão mínima preconizada do nutriente, que é de 75g para mulheres e 90mg para homens.

No consultório
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS)
O estímulo elétrico realizado em sessões de fisioterapia reduz a dor e melhora a funcionalidade do joelho em casos de osteoartrose, segundo pesquisa da USP. "Se a dor for aguda, tendo em vista um processo inflamatório, podemos utilizar a crioterapia (gelo) ou a eletroterapia", completa Carmen­Ilca de Almeida Vianna, fisioterapeuta de São Paulo (SP).

PSICOTERAPIA EM GRUPO
Um estudo com portadores de dores crônicas dos psicólogos Daiane Soares Silva, Luc Vandenbergh e Eliana Porto Rocha, de Goiânia (GO) mostrou benefícios da terapia em grupo no enfrentamento da dor. "A dor é um sofrimento individual e solitário. Os pacientes se sentem desamparados e tendem a se excluir com o tempo. Isso é um estressor que gera mais dor", explica Daiane. A psicoterapia ainda ajuda a superar o medo da dor e como influenciá-la indiretamente. "Por exemplo, mudando a maneira de lidar com o estresse cotidiano e modificando aspectos de seus relacionamentos que causam estresse desnecessário", indica Luc.

O QUE NÃO FAZER
- "Andar com mochilas pesadas ou qualquer outro tipo de sobrecarga é contraindicado. "Os joelhos e o quadril são como um caminhão de carga: quanto mais tempo,menos quilometragem o amortecedor aguenta", brinca o fisiatra Patrick Stump.
- Não suba escadas altas.
- Evite andar de bicicleta. Em linhas gerais, a modalidade esta liberada para quem tem lesão na tíbia e no fêmur, mas é contraindicada para lesões na parte de trás da rótula. "Nos casos indicados, a altura do celim deve estar correta", lembra o médico.
- Aparelhos como o legpress (exercícios de força para pernas) da academia também estão vetados.

DOR NOS QUADRIS

Dor aguda:
Lesões são a principal causa de dor aguda nos quadris. "Em atletas, é comum o chamado 'impacto do quadril', situação em que o osso do fêmur colide contra o osso da bacia. Dores por sobrecarga e inflamações nos tendões também são frequentes", ilustra Christiano Saliba Uliana, ortopedista especialista em quadril do Hospital VITA Batel (PR). Ambas podem cronificar.

Dor crônica:
As dores crônicas nos quadris são geralmente provocadas por fibromialgia, artrite reumatóide ou artrose. "Essa última provoca uma reação inflamatória na articulação, que é a responsável pela dor. A localização característica é na região da virilha", ensina o ortopedista. Mas não só. É comum, ainda, a necrose da cabeça do fêmur. Esse tipo de degeneração é provocado pela falta de sangue na região. "A causa pode ser o uso de medicamentos corticoides e pelo alcoolismo", explica o ortopedista Marco Antônio Ambrósio. Há ainda o fantasma da osteoporose, na qual ocorre perda do mineral cálcio e diminuição da densidade óssea. A doença deixa os ossos mais vulneráveis às fraturas e, consequentemente, à dor.

Tratamentos
Quando um trauma leva à dor aguda nos quadris, o melhor remédio é a já conhecida combinação de repouso, analgésicos, anti-inflamatórios e aplicação de gelo. Em alguns casos, é necessário encaminhar o paciente para a cirurgia. Outros métodos eficientes são o ultrassom terapêutico e a estimulação por ondas de choque. Já a dor crônica pode envolver anti-inflamatórios, analgésicos e antidepressivos, dependendo da causa.

Gerenciando a dor em casa
TAI CHI CHUAN
A arte marcial, caracterizada por movimentos serenos pode aliviar sintomas de fibromialgia, conforme apontou um estudo da Tufts University School of Medicine, dos Estados Unidos. Os pacientes que se exercitaram duas vezes por semana, durante três meses obtiveram melhora do dor, humor e sono. Os benefícios se mantiveram por um semestre ao fim do estudo.

EXERCITE-SE
Deite-se com as costas apoiadas. Mantenha uma das pernas flexionadas e a outra esticada. Eleve a perna esticada e mantenha nesta posição por 20 segundos. Repita o movimento 10 vezes para cada membro.

CONSUMA MAIS LEITE E DERIVADOS
Para previnir a osteoporose, é recomendada a ingestão de aproximadamente 1200 mg de cálcio, o que equivaleria a 4 copos de leite ou de iogurte por dia. Para completar, também é necessária aumentar a síntese de vitamina D, qe ajuda a fixar o mineral no osso. Para isso, basta se expor durante 15 minutos ao sol da manhã ou do final da tarde.

No consultório
HIDROTERAPIA
Pesquisa do Centro Universitário de Araraquara (Uniara) com jovens com atrite reumatoide mostrou que a hidroterapia com foco nos membros inferiores aumentou a amplitude dos movimentos do quadril e amenizou a dor na região. O tratamento consistiu em duas sessões semanais de uma hora, totalizando 10 sessões.

ACUPUNTURA
Segundo a medicina chinesa, a técnica equilibra a circulação das energias corpóreas que estariam em "conflito". "À luz da medicina ocidental, a acupuntura libera neurotransmissores responsáveis pela analgesia e melhora da ansiedade", traduz o fisiatra Patrick Stump. Pode ser utilizado em todos os tipos de dores crônicas.

 O QUE NÃO FAZER
- Ficar parado. O lema é se exercitar mais, mas sem sobrecarga.
- Passe longe de escadas com degraus altos.
- Exercícios de impacto, como a corrida, também são contraindicados.
- Na academia, evite máquinas como leg press e mesa romana não devem ser usadas.