O cuidado com a alimentação alta é fundamental para controlar e prevenir a pressão alta
As novas diretrizes da Sociedade Europeia de
Cardiologia trouxeram mudanças significativas para o entendimento dos níveis
saudáveis da pressão arterial. Valores entre 12 por 7 e 13 por 8 passaram a ser
classificados como elevados, o que exige maior atenção para evitar
complicações. Essa atualização reforça, também, a importância de cuidados
contínuos para prevenir a hipertensão e seus impactos na saúde.
“A hipertensão, mais comumente chamada de pressão
alta, é a condição crônica mais comum no mundo todo. É um grande fator de risco
para doenças cardíacas, afeta um bilhão de pessoas e é responsável por uma em
cada oito mortes a cada ano”, explica a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista
com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de
Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).
Controlando a pressão alta
Segundo a Dra. Marcella Garcez, nutróloga e diretora
da Associação Brasileira de Nutrologia, a primeira orientação alimentar, quando
se trata de controlar a pressão alta, é reduzir a ingestão de sal e alimentos
que contenham grandes concentrações de sódio.
“O sódio, presente no sal, é um micronutriente que
realiza a função de controlar as funções renais, a pressão arterial e os
impulsos nervosos, por exemplo. Há evidências comprovadas de que o excesso
desse micronutriente pode alterar a pressão arterial sanguínea e outras funções
do organismo, levando ao desenvolvimento de hipertensão, doenças
cardiovasculares e até mesmo a morte”, alerta a especialista.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o
consumo de sal não ultrapasse 5 gramas por dia, o que equivale a
aproximadamente 2 gramas de sódio. “Então, retirar o saleiro da mesa e diminuir
o consumo de fast-foods e produtos embutidos, enlatados e industrializados são
medidas fundamentais no controle da hipertensão arterial”, acrescenta a médica.
Cuidados com a alimentação
Uma dieta saudável para o coração e para o controle da
pressão arterial vai muito além da redução da ingestão de sódio. “O consumo de
alimentos antioxidantes, com alto teor de fibras e ricos em compostos bioativos
hipotensores, pode ajudar a reduzir os níveis pressóricos”, diz a Dra. Marcella
Garcez.
Segundo ela, o potássio é um grande aliado contra a hipertensão.
“O potássio ajuda a equilibrar os níveis de sódio no corpo, pois auxilia os
rins a excretarem o excesso desse micronutriente pela urina. E, além disso,
ainda promove o relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos, melhorando o
fluxo do sangue e ajudando a reduzir a pressão nas artérias”, diz a
profissional.
Fontes de potássio e magnésio
Para controlar a pressão, a nutróloga recomenda a
ingestão de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio, magnésio e fibras.
“Banana, abacate, laranja, batata-doce e espinafre são exemplos de alimentos
ricos em potássio, então ajudam a equilibrar os efeitos do sódio”, explica a
Dra. Marcella Garcez.
Além do potássio, alguns alimentos também podem
favorecer a pressão arterial de outras maneiras. “O potássio também está
presente em leguminosas, como feijões e ervilha, que ainda contêm fibras, assim
como os cereais integrais, ajudando assim na manutenção de níveis saudáveis de
pressão arterial”, lista a médica.
“Já o magnésio pode ser encontrado nas oleaginosas
como nozes, amêndoas e sementes de linhaça”, destaca a Dra. Marcella Garcez,
que também recomenda o consumo de peixes marinhos gordurosos, incluindo
sardinha e salmão, que, por serem ricos em ômega 3, ajudam a relaxar os vasos
sanguíneos. “E o alho e a cebola também possuem compostos bioativos com a
funcionalidade de ajudar na dilatação dos vasos sanguíneos”, acrescenta.
Benefícios da dieta DASH no controle da hipertensão
Existe, inclusive, uma dieta desenvolvida
especificamente para prevenir e tratar a pressão alta: a dieta DASH, que tem
foco em vegetais, frutas, grãos integrais, laticínios com baixo teor de gordura
e proteínas magras, enquanto desencoraja o consumo de alimentos com gorduras
saturadas e trans.
Pesquisas mostraram que pessoas que seguem a dieta
DASH podem reduzir sua pressão arterial em alguns pontos em apenas duas
semanas. “Com o tempo, a pressão arterial sistólica (o número mais alto em uma
leitura de pressão arterial) pode cair de oito a 14 pontos, o que reduz
significativamente o risco de doença cardiovascular. Os efeitos positivos para
a saúde podem ser ainda maiores se o DASH for combinado com uma dieta com baixo
teor de sódio”, explica a Dra. Deborah Beranger.
E um aspecto interessante é que os efeitos são maiores
em pessoas com hipertensão ou pressão arterial mais alta na linha de base, o
que é comparável a medicamentos anti-hipertensivos. “Os resultados de estudos
reforçam que intervenções dietéticas podem ser úteis como medicamentos
anti-hipertensivos em pessoas com maior risco de pressão arterial alta e devem ser
uma opção de tratamento de primeira linha de rotina para tais indivíduos”,
acrescenta.
Efeitos adicionais da dieta DASH na saúde
Evidências ainda mostraram que a dieta DASH também é
altamente eficaz na redução do colesterol no sangue. “O maior consumo de
fibras, provenientes de vegetais e frutas, e a redução do consumo de gordura
saturada explicam os benefícios da dieta na redução do colesterol no sangue”,
diz a endocrinologista.
Claro, uma dieta individualizada com acompanhamento
médico e nutricional é sempre o melhor caminho. “Porém, temos fortes evidências
que colocar em prática esse tipo de padrão alimentar traz benefícios para
pacientes com síndrome metabólica, incluindo, além de hipertensão arterial,
obesidade, resistência à insulina e níveis alterados de colesterol e
triglicérides no sangue”, finaliza a Dra. Deborah Beranger.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2024-10-25/veja-como-a-alimentacao-ajuda-a-controlar-a-pressao-alta.html
- Por Maria Claudia Amoroso - Imagem: Katinkah | Shutterstock
Mas eu vou restaurar a saúde e curar as suas feridas
‘, declara o SENHOR. (Jeremias 30:17)