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quinta-feira, 30 de abril de 2020

O papel de vitaminas e minerais na imunidade diante do coronavírus


Professora explica como a inclusão de alguns nutrientes em uma dieta equilibrada reforça as defesas do corpo contra infecções como a Covid-19

O sistema imunológico é um conjunto de células que tem a função de proteger nosso corpo de qualquer substância ou micro-organismo que não for por ele reconhecido. Nesse sentido, o papel da alimentação é também manter esse sistema atuante, fornecendo a ele os nutrientes capazes de ajudar a modular suas respostas.

Os minerais e as vitaminas fazem parte desse grupo de nutrientes. E, embora ainda não sejam considerados nutrientes em si, os compostos bioativos encontrados nos alimentos, assim como os pré e os probióticos que influenciam a microbiota intestinal, também são elementos que participam da proteção do organismo.

Entre os micronutrientes mais estudados por seu papel no sistema imunológico estão o zinco, o selênio e as vitaminas A, C e D.

Atingir os níveis preconizados dessas substâncias com a dieta é ainda mais desafiador na população idosa, que é justamente o grupo de maior risco para a Covid-19.

Alguns fatores contribuem com isso: consumo de dietas desbalanceadas devido a dificuldades de renda, isolamento e aquisição e preparo da comida; sensação de sede diminuída e menor ingestão de líquidos; próteses dentais mal ajustadas, que dificultam a mastigação; redução na capacidade de digerir os alimentos; diminuição da absorção de minerais e vitaminas pelo organismo…

Todos esses fatores aumentam o risco de esse público em particular sofrer com déficits nutricionais capazes de impactar na imunidade — o que exige um maior olhar da família ou dos cuidadores para a dieta dos idosos.

Os nutrientes aliados da imunidade
Mas não é só quem tem mais de 60 anos que deve dar atenção à escolha dos alimentos e buscar adequar com eles os níveis de micronutrientes. Por isso aponto, a seguir, as vitaminas e os minerais mais estudados por exercerem um papel nas defesas do nosso corpo.

Zinco
É o mineral que possui maior importância para o sistema imune. Em geral, idosos possuem deficiência de zinco, que tantas vezes é observada pela sensação de diminuição do paladar. Ele é encontrado em carnes, frutos do mar como ostras e mariscos, fígado e vísceras, peixes, ovos e cereais integrais. Pessoas que seguem dietas vegetarianas estritas também podem ter carência da substância.

Vitamina A
Entre suas propriedades, ajuda a modular a imunidade. É encontrada na natureza em sua forma ativa pré-formada (o retinol) em alimentos de origem animal, bem como nos seus precursores, os carotenoides, que aparecem em vegetais — o corpo tende a aproveitar melhor a versão de origem animal. As principais fontes de vitamina A são o fígado e os óleos de fígado de peixe. Já os carotenoides se encontram em vegetais de cor alaranjada ou verde escura.

Vitamina D
Famosa por sua ação nos ossos, também tem um papel relevante no sistema imune. A principal forma de obtê-la é pela exposição aos raios solares, que tornam possível sua síntese pela pele. Mas pescados, óleos naturais de fígado de peixes, alimentos fortificados e suplementos podem contribuir para alcançar e manter os níveis ideais. Na Europa, a deficiência da vitamina foi observada em pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas isso já podia ser esperado, uma vez que os pacientes contraíram a doença em pleno inverno, quando há uma diminuição à exposição solar. No entanto, embora o Brasil seja um país tropical e mais quente, sabemos que grande parcela da população não está com concentrações adequadas da vitamina, muito provavelmente devido ao uso do protetor solar.

Selênio
É um mineral de alto poder antioxidante, mas que também tem função imunológica. Participa, portanto, do controle de radicais livres, moléculas que se formam naturalmente, inclusive com a resposta do sistema imune a infecções, mas cujo excesso causa danos em células e nos órgãos. O alimento mais rico em selênio do mundo é a castanha-do-brasil (ou do Pará) — e basta uma unidade (5 gramas) para alcançar a recomendação diária. O teor do mineral na castanha depende da quantidade do elemento no solo de cultivo.

Vitamina C
Importante nutriente antioxidante, é estudada há muito tempo pelo seu possível papel preventivo e terapêutico em doenças como as do sistema respiratório. Entretanto, apesar de muito consumida, ainda não temos dados científicos robustos a respeito desse efeito. Em relação a resfriados comuns e gripes, já foi observado que pode auxiliar reduzindo o tempo de duração dos episódios. Ainda assim, o corpo tira bom proveito da ingestão regular de fontes de vitamina C, caso de acerola, goiaba e frutos cítricos.

Uma palavra sobre a suplementação
Os dados expostos reforçam que uma alimentação balanceada e saudável contribui para a melhor resistência do corpo a infecções, entre elas a Covid-19. Mas isso, claro, não ocorrerá de um dia para o outro. Falamos de um cuidado que deve acontecer na rotina e, se necessário, contar com orientação profissional.

Da mesma forma, diante de uma avaliação por nutricionista ou médico, podemos recomendar a suplementação de minerais e vitaminas, especialmente para os idosos, que têm maior dificuldade de obtê-los via dieta.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/o-papel-de-vitaminas-e-minerais-na-imunidade-diante-do-coronavirus/ - Por Dra. Silvia Cozzolino, nutricionista - Foto: Fábio Castelo/SAÚDE é Vital

domingo, 29 de dezembro de 2019

Aprenda com os mestres como tirar do papel as resoluções de fim de ano


Estima-se que só 8% delas sejam cumpridas. Como mudar isso? Saiba o que prescrevem escritores, médicos, psicólogos e pensadores

Desde garoto, o escritor Luiz Fernando Veríssimo já gostava de fazer listas com resoluções de fim de ano. Na crônica Resoluções, publicada na edição de 2 de janeiro de 2011 do jornal O Estado de S. Paulo e incluída na antologia Ironias do Tempo (clique aqui para comprar), o criador de personagens famosos como o detetive Ed Mort, o Analista de Bagé e a Velhinha de Taubaté cita algumas delas: “Usar fio dental depois de cada refeição”, “Comer mais verdura” e “Fazer exercício”. Aqui, no item seguinte da mesma lista, acrescenta, irônico, mais uma: “Encontrar maneiras originais de justificar a falta de exercício”.

De uns tempos pra cá, esse gaúcho de 83 anos deixou de fazer resoluções de fim de ano. Em vez disso, aproveita as festas de Natal e Réveillon para ouvir os boleros de Luís Miguel, dançar com os filhos e comer rabanadas, uma de suas iguarias natalinas favoritas. “Resoluções são promessas que fazemos à nossa consciência, em que nem a nossa consciência acredita mais”, faz graça.

Em 2011, o site americano 43 Things fez uma enquete para saber quais são as propostas de fim de ano mais populares que existem. Cerca de 8 mil internautas participaram da pesquisa. As três primeiras colocadas foram “perder peso”, “aprender algo novo” e “guardar dinheiro”. Outras bem votadas foram “arranjar um emprego”, “ler mais” e “parar de fumar”.

“Resoluções muito genéricas, como perder peso, por exemplo, tendem a não dar certo. O ideal é fazer resoluções mais específicas. Que tal se matricular numa academia de ginástica ou começar a correr na praia? Quanto mais específica, melhor. Isso aumenta as chances de sucesso”, afirma o psicólogo Ronald Fischer, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).


Fazer resolução de fim de ano é fácil. Todo mundo faz. Difícil é cumpri-la. Quase ninguém consegue. Um estudo da Universidade de Scranton, nos Estados Unidos, apurou que apenas 8% dos americanos cumprem as decisões que tomam no fim do ano. Entre os britânicos, o percentual é um pouco melhor: 12%.

A exemplo de Veríssimo, o psiquiatra Luiz Alberto Py também é adepto das listas. “No ano seguinte, lá pelo finalzinho de dezembro, gosto de pegar a lista do ano anterior e checar quantas resoluções consegui cumprir. O que eu fiz e o que eu deixei de fazer? Faltou disciplina, organização? O que posso fazer para melhorar? À medida que cumpro umas, acrescento outras”, diz.

Tudo novo de novo
Mas, afinal, para que servem as determinações de fim de ano? Com a palavra, a escritora Martha Medeiros: “Resoluções são fundamentais o ano inteiro. Estamos sempre fazendo planos e tentando melhorar. Estão aí as segundas-feiras que não me deixam mentir. A segunda-feira é o dia mundial do começo da dieta, do começo da academia, do começo da vida sem cigarro. Mas o 1º de janeiro é o pai de todos os inícios. Por que não abraçar essa fantasia?”, indaga a autora de Divã e Felicidade Crônica.

Para Frei Betto, elas servem para “prometer a si mesmo que, no próximo ano, serei melhor do que no atual”. O escritor dá alguns exemplos: comer menos, fazer exercícios, atuar em uma causa social, ficar menos tempo nas redes sociais… “O problema é que muitos não passam das intenções às ações”, lamenta o autor de Fome de Deus e Minha Avó e Seus Mistérios.

O que fazer para, como diria o frade dominicano, “passar das intenções às ações”? Para começo de conversa, o historiador Leandro Karnal, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sugere traçar apenas três metas. “Melhor do que trinta”, frisa. Só que essas metas têm de ser exequíveis.

O filósofo Luiz Felipe Pondé, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e coautor de Felicidades – Modos de Usar, concorda e acrescenta: “Faça resoluções mais simples e menos audaciosas. Resoluções que levem em conta seu cotidiano real e não uma pessoa que não é você”.

No que diz respeito ao número de resoluções, o neurocientista Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é ainda mais econômico: “Escolha apenas uma, pelo critério de relevância, e foque nela”, recomenda o autor de O Oráculo da Noite: A História e a Ciência do Sonho.

Manual de instruções
Definidas as resoluções – ou resolução, no caso de Sidarta Ribeiro –, que tal partir para a ação? A dica de Ronald Fischer é estabelecer metas alcançáveis e, logo depois, estipular prazos realistas para persegui-las. “Metas inalcançáveis e prazos irrealistas podem gerar frustração. Fuja delas”, sugere.

Para Luiz Alberto Py, nenhuma meta é alcançável se não houver disciplina. “Você gosta de si mesmo? Então, demonstre que sim e procure melhorar”, provoca. Na opinião de Karnal, tão importante quanto a disciplina é a insistência. “Premie-se se atingir o objetivo proposto. E insista. Combine com um amigo ou amiga sobre atingir metas em comum. E insista. Reflita sobre o horizonte a ser alcançado. E insista. Não basta ter uma boa ideia, é preciso ter insistência”, prescreve o autor de O Dilema do Porco-Espinho.

O mais importante, ressalta Martha Medeiros, é não se estressar. A lista de resoluções, explica, é só um empurrão. Não pode virar angústia. O que importa, continua, é estar psicologicamente aberto a evoluir. “Pior é não ter plano nenhum, objetivo nenhum, motivação nenhuma. Isso, sim, é desolador. Faça sua lista. Se você cumprir dois entre dez itens, já é um movimento a ser comemorado”, incentiva.

Os conselhos dos mestres
“Faça uma lista de suas resoluções. Quando chegar dezembro, dê uma olhada nela e confira quantas resoluções você conseguiu cumprir. Daí, pergunte a si mesmo: o que eu me propus a fazer e não fiz? Por que eu não consegui fazer? Faltou disciplina, organização? O que eu posso fazer para melhorar?”
Luiz Alberto Py (psiquiatra)

“Em vez de fazer resoluções genéricas, como perder peso ou aprender mandarim, dê preferência a resoluções mais específicas, como matricular-se numa academia de ginástica ou em um curso de línguas. Além disso, estabeleça metas alcançáveis e estipule prazos realistas”.
Ronald Fischer (psicólogo)

“Escolha apenas uma resolução, pelo critério de relevância, e foque nela”.
Sidarta Ribeiro (neurocientista)

“Faça resoluções mais simples e menos audaciosas. Resoluções que levem em conta seu cotidiano real e não uma pessoa que não é você”.
Luiz Felipe Pondé (filósofo)

“Estabeleça três metas exequíveis (melhor do que trinta) e, todo dia 15, procure revisar suas resoluções. Reforce o motivo de sua meta. Premie-se se atingir o objetivo proposto. Combine com um amigo ou amiga sobre atingir metas em comum. Reflita sobre o horizonte desejado. E insista”.
Leandro Karnal (historiador)

“Não se estresse com resoluções de fim de ano. A lista é só um empurrão. Não pode virar angústia. O que importa é estar psicologicamente aberto a evoluir. Pior é não ter plano nenhum, objetivo nenhum, motivação nenhuma. Isso, sim, é desolador! Faça a sua lista. Se cumprir dois entre dez itens, já é um movimento a ser comemorado”.
Martha Medeiros (escritora)


domingo, 4 de agosto de 2019

Vitaminas: para cada deficiência, vários problemas


Conheça o papel das principais vitaminas e os riscos de não ingeri-las em quantidades adequadas

Do recém-nascido ao idoso, há a necessidade de uma alimentação adequada, que forneça todos os nutrientes necessários. E não podemos falar só de carboidratos, proteínas e lipídios, como também de outros componentes, incluindo-se aí as vitaminas.

Elas detêm funções importantíssimas na manutenção da saúde, prevenindo inúmeras doenças, regulando o funcionamento das células e por aí vai.

Na verdade, cada vitamina tem seus benefícios e peculiaridades. Na contramão, o déficit delas traz as mais variadas repercussões para o corpo.

Então vamos abordar aqui algumas dessas substâncias:

Vitamina A
Presente principalmente no fígado, no leite e na gema do ovo, ela é essencial para o funcionamento do organismo. A vitamina A é, por exemplo, fundamental para a criação de células sanguíneas, especialmente os linfócitos (que fazem parte do nosso sistema de defesa). A ingestão deficiente dessa vitamina, portanto, pode influenciar na resposta imunológica do organismo.
Além disso, a sua carência compromete a integridade do revestimento do trato pulmonar, gastrointestinal e urinário, facilitando a ocorrência de infecções graves.

Vitamina D
Considerada um hormônio, seu fator precursor está presente no óleo de peixe e de fígado de bacalhau e na gema de ovo. Ele é convertido na forma ativa da vitamina D por meio da exposição à luz solar.
Pessoas com deficiência de vitamina D sofrem maior ocorrência de infecções respiratórias. Perceba que essas doenças surgem com maior frequência no inverno, quando estamos menos expostos à radiação solar.
Além disso, a vitamina D tem um papel importante na regulação do sistema imunológico.

Vitamina E
Presente em vários alimentos de origem vegetal, como nos óleos de soja e de milho, tomate e vegetais verde-escuros, esse nutriente tem importante papel antioxidante. A falta dele pode acarretar disfunções no sistema imunológico, além de doenças neuromusculares e retinopatia, um problema que compromete a visão.

Vitamina K
A vitamina K participa da regulação dos processos de coagulação sanguínea, ajudando a controlar sangramentos. Encontrada nas hortaliças verdes, também pode ser sintetizada pelo organismo.

Vitamina B1 (tiamina)
Também conhecida como tiamina, ela tem entre suas funções o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Mais do que isso, sua presença é fundamental para o sistema nervoso.
A vitamina B1 é encontrada em diversos alimentos de origem animal e vegetal. Carnes, vísceras (especialmente fígado e coração), gema de ovo e grãos integrais são algumas de suas principais fontes.
A deficiência dessa substância no organismo pode levar a uma doença chamada beribéri, que afeta os sistemas nervoso e cardiovascular.

Vitamina B2 (riboflavina)
Atua na formação das células vermelhas do sangue. Ela é especialmente importante durante a gravidez, a fase de lactação e nos anos de crescimento da criança.
A vitamina B2 pode ser encontrada em produtos derivados do leite, folhas verdes e vísceras.

Vitamina B3 (niacina)
Está aí uma vitamina que auxilia no aproveitamento adequado de carboidratos e proteínas, além de participar da síntese de gordura e do processo de respiração.
Sua deficiência pode acarretar anormalidades digestivas que levam à irritação e inflamação das mucosas da boca e do trato gastrointestinal. Como consequência, episódios de diarreia se tornam constantes.
A niacina está presente principalmente em carnes magras, aves, peixes, amendoins e leguminosas.

Vitamina B5 (ácido pantotênico)
Ela está relacionada com a síntese de colesterol, hormônios esteroides, neurotransmissores… Na indústria, é utilizada para a produção de dermocosméticos por sua capacidade de hidratar e reparar danos celulares.

Como é encontrada em diferentes tipos de alimentos (gema de ovo, leite, cereais, fígado de animais), são raros os casos de deficiência.
Em geral, o déficit de vitamina B5 ocorre em pessoas com problemas de absorção de nutrientes, em portadores de insuficiência renal que realizam diálise e em consumidores de grandes quantidades de bebida alcoólica.

Vitamina B6 (piridoxina)
Assim como a B2, ajuda a metabolizar proteínas, carboidratos e gorduras, ao mesmo tempo que faz o sistema nervoso central trabalhar direitinho. A vitamina B6 está presente em muitos alimentos, sendo suas principais fontes: aves, peixes, fígado, cereais e leguminosas.

Vitamina B7 (biotina)
Também chamada de vitamina H ou biotina, ela regula a expressão dos nossos genes. Ainda está envolvida em processos como manutenção dos níveis de glicose no sangue e na composição de cabelos e unhas.
Essa vitamina, assim como a maioria das que integram o complexo B, é amplamente distribuída nos alimentos, sendo fontes importantes o fígado, os cereais, os grãos e os vegetais.
A carência da vitamina B7 provoca principalmente queda de cabelo, conjuntivite, perda do controle muscular e dermatite esfoliativa na região dos olhos, nariz e boca. Além disso, abre as portas para problemas neurológicos e gastrointestinais.

Vitamina B9 (ácido fólico)
O ácido fólico é, na verdade, a forma sintética da vitamina, que se encontra em vísceras, feijões e vegetais de folhas escuras, bem como em diversos alimentos fortificados.
O principal papel do ácido fólico está no metabolismo de aminoácidos e na síntese de DNA, que é fundamental para o desenvolvimento embrionário. Estudos mostram que a suplementação com ácido fólico na gestação previne defeitos do feto.

Vitamina B12 (cobalamina)
A vitamina B12, ou cobalamina, é encontrada em alimentos de origem animal, como produtos lácteos, carnes, frutos do mar, peixes e ovos. É responsável por importantes funções no organismo, garantindo o metabolismo das células, especialmente as do trato gastrointestinal, da medula óssea e do tecido nervoso.
Baixos níveis da substância não raro acarretam manifestações graves, como a anemia megaloblástica e anemia perniciosa. Grupos específicos, a exemplo de vegetarianos e veganos e pessoas com mais de 50 anos, são os mais vulneráveis à deficiência de vitamina B12. A suplementação, sempre com recomendação do especialista, pode ser uma boa estratégia para esses casos.

Vitamina C (ácido ascórbico)
Essa é das mais conhecidas. E não à toa: a vitamina C desempenha funções antioxidantes, atua na manutenção das paredes dos vasos sanguíneos, na reparação dos tecidos e na absorção do ferro, além de fortalecer o sistema de defesa contra infecções.
Ela não é produzida pelo organismo, portanto deve ser ingerida diariamente na alimentação. Presente na maioria dos alimentos de origem vegetal, especialmente nas frutas cítricas, é bastante sensível às variações de luz e temperatura. Isso significa que processos como o cozimento ou um longo tempo de espera entre o preparo e o consumo das preparações reduzem sua disponibilidade.

Um recado final (e muito importante)
Para saber se você anda ingerindo boas doses das mais variadas vitaminas, lembre-se de consultar um nutricionista, que é capaz de recomendar uma dieta saudável e segura para você e sua família.

Os suplementos vitamínicos só devem ser recomendados por profissionais de saúde especializados.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/alimente-se-com-ciencia/vitaminas-para-cada-deficiencia-varios-problemas/ - Por Marisa Lipi, nutricionista - Foto: Fabio Castelo/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Estudo reforça papel da atividade física na prevenção do câncer no Brasil


Se praticassem mais atividades físicas, os brasileiros poderiam evitar 10 mil casos da doença por ano

Que a prática de atividades físicas reduz o risco de diversas doenças você já sabe. Mas agora, um estudo inédito do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) apontou quantos casos de cânceres de mama na pós-menopausa e de cólon (os mais comuns no país) seriam reduzidos somente com exercícios: cerca de 10 mil por ano apenas no Brasil! Para isso, a gente teria que treinar cinco horas por dia – valor máximo encontrado em 6% dos participantes do levantamento.

Porém, como essa quantidade não é realista para a maioria de nós, os pesquisadores decidiram calcular um valor mais atingível e concluíram que, se cada pessoa fizesse 150 minutos de exercícios por semana, seriam evitados 2.300 casos de câncer por ano. O problema é que quase metade da população brasileira não segue essa rotina, que, inclusive, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados da investigação, feita em parceria com as universidades de Harvard (EUA), Cambridge (Inglaterra) e Queensland (Austrália), são resultado de um cruzamento entre número de ocorrências dos dois tipos da doença com as infromações da última Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013.

Para se ter uma ideia, se as brasileiras treinassem tanto quanto a média dos homens, poderíamos reduzir 500 ocorrências da doença anualmente. E olha que esses valores são subestimados, já que levantamentos mais recentes também relacionam a quantidade de exercícios à redução de outros 13 tipos de câncer, além de doenças crônicas. Ou seja, muito mais saúde!

Como a atividade física previne o câncer?
A pesquisa usou alguns mecanismos para explicar a relação entre a doença e os exercícios. “A principal é a redução do excesso de peso e da obesidade, que está ligada à quantidade de gordura visceral [presente nos órgãos]”, diz Leandro Rezende, doutorando no Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e um dos autores do estudo.

Ao praticar atividades físicas e emagrecer, conseguimos reduzir a inflamação no corpo, controlar o nível de insulina e melhorar a imunidade. Além disso, um outro estudo realizado no Canadá explica que as células cancerígenas se concentram no tecido adiposo em alguns tipos da doença, como no câncer de mama. Por isso, quanto menor a porcentagem de gordura, menor é o risco.

Segundo Leandro, a intenção dos pesquisadores foi incentivar políticas públicas a favor da atividade física, como a melhoria de espaços urbanos e até dos transportes públicos, para que as pessoas tenham o hábito de caminhar com mais frequência. Assim, mesmo quem não costuma treinar na academia poderia se proteger melhor do câncer.


terça-feira, 31 de outubro de 2017

A importância da atividade física no tratamento da fibromialgia

Novos achados sedimentam o papel dos exercícios no controle dessa síndrome dolorosa. Entenda o porquê — e mexa-se!

Logo que recebeu o diagnóstico de fibromialgia, Ângela Andrade, de 53 anos, não titubeou: seguiu as recomendações e deu um jeito de incluir os exercícios na agenda. Passou por alguns treinos na academia. Não se entusiasmou. Tentou a natação, mas pulou fora da piscina rápido. O medo da água foi mais forte. Persistente, descobriu-se na dança de salão, que pratica, feliz da vida, há quatro anos.

Desde então, o pilates também faz parte de sua rotina. “Se ela fica algum tempo sem as aulas, as dores ressurgem, assim como a insônia e a irritabilidade”, nota o educador físico Bruno Gion Cerazi, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, que, confessa, deu um empurrãozinho para que sua mãe deixasse o sedentarismo de lado.

A prática regular de atividade física é uma das estratégias mais eficazes para controlar sintomas típicos da síndrome, como a dor que se espalha por diferentes partes do corpo, a fadiga e o sono ruim. E uma novíssima revisão de estudos, realizada pelo centro de análises de pesquisas Cochrane, vem chancelar essa indicação.

Os cientistas esmiuçaram 13 trabalhos que, ao todo, envolveram 839 pacientes. E focaram no tipo de exercício mais democrático de todos, o aeróbico. Falamos de caminhada, corrida, ciclismo, natação, hidroginástica, dança, entre outros. Concluíram que movimentar o corpo diminui a rigidez, melhora o condicionamento e o ânimo e — olha que maravilha! — reduz as dores. Um remédio e tanto para a qualidade de vida.

De onde vêm esses efeitos terapêuticos? A atividade física incentiva a liberação de substâncias do próprio organismo que agem como analgésicos naturais, caso das endorfinas. Isso colabora inclusive para melhorar as noites de sono. “Os exercícios também realocam as fibras nervosas envolvidas na sensação de dor.

Ou seja, fazem com que elas passem a desempenhar outras funções, como transferir informações sobre o equilíbrio, o tato ou a temperatura do ambiente, o que diminui o tráfego de impulsos dolorosos para o cérebro”, explica o reumatologista Roberto Heymann, da Universidade Federal de São Paulo. É para suar a camisa ou não é?

Não é de hoje que a atividade física exerce papel de destaque frente à fibromialgia, condição que acomete cerca de 5 milhões de brasileiros. No século passado, médicos já observavam que o sedentarismo piorava as dores e suas outras manifestações.

Ocorre que, mesmo atualmente, com a crescente comprovação e disseminação de que as práticas esportivas fazem um bem danado, tem gente achando que a síndrome não passa de uma invenção da cabeça — e isso tem a ver com o fato de ela ainda estar cercada de mistérios, não totalmente decifrados.

Resumindo, o que sabemos é que a fibromialgia é fruto de uma falha no funcionamento das fibras que transmitem a dor. O sistema nervoso de quem tem a condição é extremamente sensível — daí a sensação dolorosa sem motivo aparente. Tem mais uma peça nessa história, um desequilíbrio bioquímico lá no cérebro. Em função disso, a tendência é que neurotransmissores associados ao bem-estar e ao controle da dor, como a serotonina e a dopamina, estejam em baixa. E aqueles que favorecem o desconforto, adivinhe, fiquem em alta.

Todo esse desarranjo nervoso está por trás do sofrimento físico e psíquico. Não existe, portanto, “doente imaginário” por aqui. A população feminina pena bem mais com o perrengue: estima-se que são sete mulheres afetadas para cada homem, sendo a faixa etária mais prevalente entre 30 e 50 anos. Não se crava uma explicação definitiva para essa desproporção, mas se desconfia de que fatores genéticos e hormonais sejam os responsáveis.

“Além da dor difusa, pacientes relatam fadiga, problemas de sono, déficits de memória e concentração e até intestino irritável”, enumera a anestesiologista Alexandra Raffaini, da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor. A depressão também é comum e chega a agravar os suplícios físicos. Não à toa, o uso de medicamentos antidepressivos faz parte do tratamento na maioria dos casos.

Remédios, porém, não operam milagres sozinhos. Por isso, o fisioterapeuta Maurício Garcia, do Instituto Cohen de Ortopedia, na capital paulista, e outros especialistas ressaltam a importância de uma abordagem multidisciplinar, que envolva psicoterapia e um trabalho físico. “Deve-se tentar reduzir a ansiedade produzida pela doença, explicando ao paciente e à sua família que, embora a dor seja intensa e real, não há lesão nas articulações”, diz Garcia.

Suave, suave… e sempre
Os exercícios compõem o plano terapêutico contra a fibromialgia, mas, para tanto, devem constar no receituário médico e, se possível, contar com supervisão profissional. O primeiro passo é convencer uma pessoa que já está sofrendo com dor e cansaço de que mexer o esqueleto não vai piorar as coisas — pelo contrário!

“Quando há consciência de que o combate ao sedentarismo pode servir como base do tratamento, vêm o esforço e a persistência”, defende o reumatologista Diogo Souza Domiciano, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

A palavra-chave no começo dos treinos é calma. “Dependendo do grau de condicionamento, o início pode desencadear desconfortos. Por isso, uma boa orientação durante a prática é bem-vinda”, sinaliza Domiciano. Respeitar os limites e não pegar pesado é outra lei para evitar lesões. Assim como fez a dona Ângela, o ideal é buscar a atividade que mais lhe agrada. Vale pedalar, nadar, caminhar no parque… Os benefícios vêm de brinde.

O educador físico Bruno Cerazi lembra: “Para ter sucesso, é preciso saber aonde se quer chegar, criar objetivos”. Outro ensinamento do professor é estabelecer uma rotina para treinar, se alimentar e dormir. Já não faltam estudos atestando que incorporar os exercícios ao cotidiano silencia as dores e desperta a qualidade de vida. Com força de vontade e uma dose de suor, fica mais fácil chegar ao tão sonhado alívio.

Os benefícios de caminhada, natação e companhia

Menos dor
Em seis semanas dá pra notar esse efeito. Um dos motivos é que a atividade física estimula a produção dos nossos analgésicos naturais.
Mais disposição
Quem se mexe tem ânimo e condicionamento para situações corriqueiras como subir escadas ou brincar com as crianças.
Menos rigidez
Os exercícios contribuem com a flexibilidade, diminuindo a rigidez muscular e as contraturas, sobretudo pela manhã.
Menos fadiga
Treinos aeróbicos trabalham a respiração e o sistema cardiovascular, deixando o organismo mais tolerante aos esforços.
Mais bem-estar
O aumento na oferta de neurotransmissores associados ao prazer melhora o humor e a autoestima, espantando a deprê.
Quais atividades fazer?
Aeróbicas
Pedalar, caminhar, trotar… Fazer um exercício aeróbico três vezes por semana ajuda a manter o peso e a liberar nossos analgésicos naturais.
Musculação
Já há provas de que treinos de resistência, com orientação e sem sobrecargas, melhoram a situação. Duas vezes por semana estariam de bom tamanho.
Pilates
O método trabalha a boa postura, a flexibilidade, o equilíbrio e a respiração. Só é preciso respeitar os limites do corpo, por favor.
Na água
Os exercícios no meio líquido são bacanas por absorver o impacto. Natação ou hidroginástica ainda favorecem a manutenção do controle das dores.
Alongamento
Embora não existam tantos estudos sobre essa técnica no tratamento da fibromialgia, há indícios de que ajudam a contornar a rigidez.

As bases do tratamento contra a fibromialgia

Remédios
Antidepressivos e neuromoduladores são os mais usados, já que auxiliam a regular os neurotransmissores.
Psicoterapia
A linha cognitivo-comportamental ajuda bastante, pois coloca o indivíduo como parte ativa do tratamento.
Fisioterapia
Algumas técnicas e recursos diminuem a dor, a fadiga e a rigidez. A correção da postura também colabora.
Terapias complementares
Há pistas de que acupuntura, meditação e massagem somam forças ao controle dos sintomas físicos e psicológicos.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/a-importancia-da-atividade-fisica-no-tratamento-da-fibromialgia/ - Por Regina Célia Pereira - Foto: GI//A importância da atividade física no tratamento da fibromialgia/Getty Images

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O que você precisa saber sobre os 6 tipos de gordura do seu corpo

Nem todas são iguais e muito menos vilãs. Entenda um pouco mais sobre o papel de cada uma delas no organismo

Gordura essencial
Como o próprio nome já diz, você precisa dela para viver. Ela regula a temperatura corporal, a absorção de vitaminas, a estrutura celular e a produção de uma série de hormônios. Para gozar de uma boa saúde, nosso corpo precisa ser composto de 10 a 13% desse tipo de gordura – números abaixo disso causam, entre outras coisas, uma queda drástica nos níveis hormonais (algo muito comum entre atletas profissionais).

Gordura branca
Esse tipo de gordura tem a ver com aquele pneuzinho chato que pulando para fora da calça. “Ela é chamada assim porque é literalmente branca devido à sua baixa densidade de mitocôndrias e vasos sanguíneos”, explica Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Sua principal função é transformar calorias em células adiposas, enchendo assim os reservatórios de energia do corpo. Seu excesso compromete os mecanismos de saciedade do organismo por aumentar a resistência à leptina, hormônio que ajuda a controlar a fome.

Gordura marrom
Ao contrário de sua irmã branca, esse tipo de gordura estimula o corpo a usar energia. “Ela queima calorias para gerar calor”, explica Renato. Um estudo realizado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, descobriu que ambientes frios aumentam a atividade da gordura marrom, fazendo com que ela queime os estoques da branca mais rapidamente.

Gordura bege
Assim como a marrom, a bege queima calorias para manter a temperatura corporal. A diferença entre ela e a versão mais escura é que a bege se origina da branca quando o corpo sofre algum stress, como a prática de atividade física. Isso significa que ela tem o potencial de ser uma arma contra o sobrepeso e a obesidade não só por esvaziar os estoques de energia como por reduzir a quantidade de células adiposas que estocam calorias em forma de gordura.

Gordura subcutânea
Esse tipo é aquele que fica localizado diretamente sob a pele. “Em termos de saúde geral, a gordura subcutânea não é tão nociva quanto outros tipos de gordura”, revela Renato. Para controlar esses níveis é preciso bater o cartão na academia e consumir menos calorias do que o número que você queima durante o dia.

Gordura visceral
Ela é a gordura branca que se deposita entre os órgãos. “Seu excesso está associado ao aumento do risco de diabetes, de hipertensão, de colesterol elevado, de infarto e de derrame”, alerta o especialista. Para combater esse inimigo número um da balança e da saúde, além de controlar a ingestão diária de calorias e investir em integrais e gorduras insaturadas, é preciso evitar alimentos processados, que inflamam os depósitos de gordura.


Fonte: https://boaforma.abril.com.br/dieta/o-que-voce-precisa-saber-sobre-os-6-tipos-de-gordura-do-seu-corpo/  - Por Caroline Randmer (colaboradora) -gpointstudio/Thinkstock/Getty Images

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Encare oito verdades cruéis sobre perder peso

Descubra o papel dos remédios para emagrecer e exercícios na sua dieta

Verdade seja dita, muita gente perde tempo apostando nas táticas erradas de emagrecimento. "Muitas pessoas copiam a dieta da moda que o amigo seguiu, apostam em alimentos 'milagrosos', tomam medicamentos, mas o fato é que a perda de peso é um processo que leva tempo e, acima de tudo, que varia de acordo com cada pessoa", explica a nutricionista Fabiana Marangoni, do Spa Igaratá. É fato, não existe fórmula mágica para mandar os quilos embora, e ainda que você integre o time de quem faz tudo certo, logo abaixo podem estar as respostas para uma dúvida muito comum dentro e fora dos consultórios: "por que eu não consigo emagrecer?"

Seu corpo trabalha contra você
Quando você decide iniciar a reeducação alimentar e começar a cortar as calorias extras da dieta, acredite, seu corpo irá perceber rapidinho. Isso porque existem dois hormônios - leptina e grelina - que estão diretamente relacionados com o metabolismo e o emagrecimento. "A grelina é responsável por avisar nosso cérebro que estamos com fome, já a leptina tem a função de mandar uma mensagem dizendo que o corpo já está saciado e não precisa de comida", explica a nutricionista Fernanda Brunacci, da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem Estar, de São Paulo. Segundo a especialista, quanto maior for a concentração de leptina e/ou menor for a concentração de grelina no organismo, maior é a dificuldade para o emagrecimento no início do tratamento. O grande problema está nas pessoas que, quando começam a dieta, estão com esses hormônios desequilibrados - aí não adianta, parece que a fome está sempre à espreita. 

Não existem soluções rápidas
"Quanto mais restrita e radical é a dieta, maior é a chance de a pessoa querer sair da dieta", explica a nutricionista Fabiana. Pode até ser que você consiga emagrecer com uma dieta milagrosa - mas as chances de recuperar o peso ou ter algum tipo de sequela são grandes. Um corpo bem nutrido e livre de toxinas nocivas ao seu bom funcionamento responde melhor a qualquer tratamento, seja para perder peso, para ganhar qualidade de vida ou ainda para envelhecer de maneira saudável. Dessa forma, fugir das dietas rápidas, que cortam de maneira radical qualquer alimento saudável, é um avanço em sua meta para perda de peso. "O ideal é buscar um profissional qualificado, que identificará suas reais necessidades e traçará metas claras, respeitando seu estilo de vida e ritmo metabólico", completa o especialista.

Só exercício não basta para emagrecer
Está certo que a atividade física é essencial para levar um estilo de vida mais saudável, ajudando a prevenir e tratar uma série de doenças, além de aumentar o gasto calórico diário. Entretanto, ele sozinho pouco mudará os números estampados na balança. "De nada adianta queimar calorias se a qualidade da sua alimentação não é boa ? temos que pensar primeiramente na saúde", diz a nutricionista Fabiana. Ao depositar todas as suas esperanças de emagrecer na atividade física e enfiar o pé na jaca no cardápio com frequência, usando a desculpa de que está fazendo exercícios, você além de não perder peso, estará negligenciando a sua saúde - já que a dupla reeducação alimentar e exercícios é a chave para uma vida saudável e longe de doenças.

Remédios para emagrecer não funcionam sozinhos
Os remédios para emagrecer podem até ser um estímulo para quem tem dificuldade em seguir a dieta - entretanto, só podem ser usados com indicação médica e em casos muito específicos, geralmente quando a adoção de uma alimentação mais saudável e a prática de exercícios físicos feitos corretamente não mostraram resultado na perda de peso. E mesmo que você tenha o uso dos medicamentos prescritos pelo médico, eles não fazem o milagre por conta própria. O remédio sozinho não irá trazer resultados positivos, sendo necessário controlar a alimentação e praticar atividades físicas juntamente com a medicação para conseguir perder peso. "Se os remédios não estiverem acompanhados de hábitos saudáveis, há o risco de a pessoa ganhar os quilos perdidos assim que interromper o uso", declara Fabiana Marangoni.

Não existe uma dieta que sirva para todo mundo
Cada um tem suas preferências na cozinha - desde o tempero até um alimento que ela goste mais ou menos. E é por isso que a dieta do seu amigo ou de um parente pode não funcionar para você - ainda que ele tenha emagrecido 20 kg seguindo o tal cardápio. "De uma maneira geral, uma dieta de baixa caloria pode levar a uma redução de peso, mas não garante que a pessoa consiga levar a dieta durante muito tempo por, na maioria das vezes, não estar de acordo com seus hábitos e costumes", afirma a nutricionista Fabiana. Por isso uma dieta personalizada e individual elaborada por um nutricionista, que leve em conta suas preferências, é muito mais eficaz.  

As pessoas não perdem peso de forma igual
Tem aqueles que perdem 10 kg no primeiro mês, outros que vão demorar mais para ver o ponteiro da balança mudar, e até aqueles que perderão o peso regularmente, um pouquinho de cada vez. E isso acontece porque cada organismo é único e trabalha de uma maneira muito particular, inclusive quando o assunto é gastar calorias. "Fatores como sexo, idade, mudanças hormonais e atividades diárias é que vão favorecer ou dificultar a perda de peso."

Dieta é para a vida toda
Não adianta lutar contra - reeducação alimentar é um estilo de vida, não um cardápio que você segue por dois meses e depois volta a comer fritura e refrigerante todos os dias. "Claro que o processo do emagrecimento tende a ser uma fase mais restrita que o processo de manutenção de peso, mas de qualquer forma, a melhora dos hábitos alimentares deve ser para o resto da vida, pois se a pessoa se descuidar irá ganhar o peso novamente, além de expor seu corpo a diversas doenças", alerta a nutricionista Fabiana. 

Manter é mais difícil que perder
Essa verdade é absoluta principalmente entre as pessoas que, ao atingirem a meta de peso, voltam a ter os hábitos alimentares anteriores à dieta. Isso só fará com que a pessoa ganhe o peso novamente, gerando o efeito sanfona. É importante continuar fazendo exercícios e adequar sua alimentação ao gasto calórico diário, sempre priorizando alimentos saudáveis, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, oleaginosas e carnes magras.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

O importante papel da alimentação no desempenho esportivo

A alimentação adequada e nutricionalmente equilibrada são um dos fatores importantes e essenciais para otimizar a performance, sendo esta, dependente e intimamente relacionada às características individuais do esportista e/ou atleta, às condições de treinamento; além de aspectos psicológicos e ambientais, diretamente ligados a estes fatores.

Além de todos estes fatores deve-se levar em consideração, a modalidade esportiva e características individuais do atleta como: idade, sexo, peso, estatura, composição corporal, aptidão física e estado nutricional.

A dieta ideal é aquela que fornece todos os nutrientes necessários para um perfeito funcionamento do organismo e que quando consumidos proporcionem energia necessária para manter as funções vitais, tanto em repouso quanto em atividade física.

Para você que é esportista/atleta o nutriente que menos deve ser reduzido na dieta é o carboidrato, para que se possa conservar a massa muscular. Dietas deficientes e pobres em carboidratos depletam rapidamente o glicogênio muscular e hepático e, subseqüentemente, reduzem o desempenho nas atividades, causando queda de performance e até pausa na atividade.

O consumo de carboidratos representa um importante elemento nutricional relacionado com os exercícios físicos, tanto no campo competitivo como na atividade física voltada para a saúde. Um correto oferecimento nutricional deste nutriente energético poderá aprimorar a qualidade do exercício realizado, maximizando o rendimento com redução da fadiga. Portanto é imprescindível, a ingestão de carboidratos, antes, durante (dependendo do tempo de atividade) e depois da atividade física.

Faça com que a nutrição seja uma das prioridades do seu treinamento. A nutrição apropriada pode: otimizar os depósitos de energia; reduzir a fadiga e o tempo de recuperação; reduzir lesões e/ou recuperá-las mais rapidamente; manter a saúde geral do atleta.

Fontes consultadas:
1. MARINS, J. A participação dos carboidratos na hidratação: Uma breve revisão. Revista Mineira de Educação Física. 7 (1): 64-81, 1999.
2. WILLIAMS, M. Nutrição para a saúde, condicionamento físico e desempenho esportivo. São Paulo: Manole, 2002.
3. American College of Sports Medicine, American Dietetic Asociation and Dietitians of Canadá. Nutrition and Athletic Performance. Med. Sci. Sports Exerc. 32: 2130-2145. 2000.

Fonte: http://bbel.uol.com.br/qualidade-de-vida/post/o-importante-papel-da-alimentacao-no-desempenho-esportivo.aspx - Por Anna Christina Castilho