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sexta-feira, 5 de março de 2021

O que está faltando para a prevenção da covid-19


O novo coronavírus penetra na célula da mucosa da orofaringe e se multiplica; de um vírus, resultam trinta, destruindo esta célula.

 

As medidas recomendadas para a prevenção da COVID-19, como o uso de máscaras e o distanciamento social, são necessárias. Porém, uma medida tão importante quanto ou até mais é a preservação e integridade do epitélio da orofaringe, onde habita o novo coronavírus preferencialmente.

 

No relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2003, intitulado “Dieta, Nutrição e Prevenção de Doenças Crônicas”, página 116, está escrito que os ácidos cítrico, fosfórico, carbônico e málico encontrados nos sucos de frutas e refrigerantes causam erosões dentárias, destruindo o esmalte dos dentes e provocando sua queda. Por outro lado, refluxo ácido do estômago na doença do refluxo gastroesofágico provoca faringite química não bacteriana. Líquidos ácidos capazes de destruir os dentes, sendo lançados pela deglutição na mucosa da orofaringe podem plausivelmente causar microerosões, lesões inflamatórias no epitélio da orofaringe, facilitando a penetração e invasão na corrente circulatória pelo novo coronavírus.

 

Recomendamos, portanto, a ingestão somente de água. A água limpa o epitélio, mantendo sua integridade e condições de defesa contra o novo coronavírus. É como jogar cara ou coroa. Se der cara, você ganha; se der coroa, você não perde. Bebidas alcoólicas também são lesivas e inflamatórias no epitélio da orofaringe. Lembramos uma doença clássica denominada gastrite alcoólica para exemplificar.

 

O novo coronavírus penetra na célula da mucosa da orofaringe e se multiplica; de um vírus, resultam trinta, destruindo esta célula. Porém, ele é bloqueado e destruído pelos linfócitos no estado TH2. Se os linfócitos estiverem no estado TH1, são inoperantes. Para que os linfócitos estejam no estado TH2, são necessários nutrientes essenciais, como selênio, vitamina E, betacaroteno, vitaminas do complexo B, ômega 3. Esses nutrientes essenciais são encontrados em uma alimentação composta de arroz integral, milho, aveia, feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, legumes e verduras, frutas inteiras, sementes de gergelim e linhaça e nozes, consumindo-se também pães e similares feitos com farinha de trigo integral, complementados com pequena quantidade de produtos de origem animal. Esta alimentação aumenta a imunidade, possibilitando ao linfócito destruir os vírus que tentam invadir o corpo.

 

Todavia, se o epitélio da orofaringe estiver inflamado com ferimentos causados pelos líquidos ácidos, haverá uma facilitação na penetração do vírus com uma alta carga viral e os linfócitos podem não conseguir bloqueá-los.

 

Portanto, devemos ter uma alimentação integral prevalentemente vegetariana, pois os produtos animais têm excessos de gorduras, que também reduzem a imunidade. Não devemos tomar líquidos ácidos: sucos de frutas, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Essa atitude, associada às demais recomendações, deverá evitar eficientemente os casos novos e as mortes por COVID-19.

 

Frutas inteiras não ácidas (não azedas) podem ser consumidas à vontade. Um pouco de acidez é neutralizada pela saliva produzida na mastigação. Porém, os sucos não são mastigáveis, lançando-se o líquido corrosivo diretamente de encontro à mucosa da orofaringe.

 

Fonte: https://revistanovafamilia.com.br/o-que-esta-faltando-para-a-prevencao-da-covid-19-1128 = Sidney Federmann, CRMSP 17901, título de especialista em cirurgia pediátrica, pós-graduação em nutrologia e ex-diretor clínico do Hospital São Camilo Santana, São Paulo (SP). Médico aposentado do Ministério da Saúde.- Imagem : Pixabay