O sexo nem sempre acontece como nos filmes
românticos e nas novelas, o que pode causar frustração em quem compara sua vida
sexual às dos casais da ficção. Quando se trata de sexo, muitas questões ainda
são consideradas tabu e acabam sendo omitidas. Por isso, especialistas
desmistificam alguns temas delicados a seguir.
PERDER A EREÇÃO É NORMAL: não conseguir ter uma
ereção ou, ainda, perdê-la durante o sexo pode acontecer em várias fases da
vida do homem, de acordo com o urologista Augusto Barbosa Reis, professor da
faculdade de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). No início
da vida sexual, o vilão é a ansiedade, que pode interromper o processo ainda
que o desejo seja intenso. Após os 50 anos, até 50% dos homens podem apresentar
algum grau de disfunção erétil. "À medida que o homem envelhece, a
disfunção erétil torna-se mais comum", diz Reis. As causas podem estar
relacionadas a doenças ou alterações do organismo, ao medo e à insegurança. Mas
a disfunção só se torna um problema quando persiste. Neste caso, é preciso
procurar um médico.
O ORGASMO PODE ACONTECER APENAS EM UMA POSIÇÃO:
ainda que o Kama Sutra esteja aí para mostrar a infinidade de movimentos que
podem ser feitos durante o sexo, muitas pessoas só conseguem chegar ao orgasmo
em uma única posição. De acordo com o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor
do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), é o medo de não conseguir ter a
sensação novamente que faz com que muitos repitam o roteiro que deu certo e não
arrisquem novas posições. Mulheres, por exemplo, costumam ter mais facilidade
para chegar ao orgasmo quando o clitóris é estimulado durante a penetração. Já
os homens podem gostar mais das posições que proporcionam uma boa visão do
corpo do par. O que os especialistas explicam é que, ao aumentar a frequência
sexual, é possível descobrir novas possibilidades. "O orgasmo exige
contrações musculares ao redor dos genitais. E há diversas posições que
favorecem essas contrações. A diferença é que, em algumas delas, provavelmente
o orgasmo será mais rápido", diz o psicólogo.
A PRIMEIRA VEZ PODE SER RUIM: muitos jovens são
levados a acreditar que a primeira transa será a mais especial de todas.
"No entanto, pessoas que vão para a primeira atividade sexual com muita
expectativa, ansiedade ou medo poderão ter seu desempenho prejudicado",
explica o psicólogo Diego Henrique Viviani, pesquisador do Inpasex (Instituto
Paulista de Sexualidade). Com as emoções à flor da pele, o homem pode não
conseguir manter uma ereção e a mulher estará mais vulnerável a sentir dores
durante a penetração. Os especialistas explicam, ainda, que o corpo precisa ser
treinado a perceber algumas sensações e, quando não há vivência sexual, fica
difícil chegar ao fim do sexo plenamente satisfeito. Por isso, mesmo quando a
primeira vez não é tão boa, é preciso persistir para descobrir o que lhe dá
prazer e também o que agrada o par.
HOMEM TAMBÉM PERDE O TESÃO: a história de que é a
mulher que foge do sexo, enquanto o homem está sempre pronto para transar, não
passa de clichê. Os homens também têm falta de desejo sexual ocasionalmente.
"As causas mais comuns são alterações hormonais, relacionadas à diminuição
da produção de testosterona, o que pode levar à redução do desejo sexual",
explica o urologista Augusto Barbosa Reis, professor da faculdade de medicina
da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). O cansaço e o estresse também
afetam a libido masculina, assim como problemas na relação a dois e a falta de
interesse pelo par. Diante de um cenário desses, a melhor saída é procurar um
médico para checar a saúde e investir em um diálogo franco com o par.
TRANSAR SÓBRIO É MELHOR DO QUE ALCOOLIZADO: uma
bebidinha é bom para se soltar mais durante o sexo? Não exatamente.
"Qualquer substância que altere a consciência e a percepção diminui a
capacidade de sentir prazer", explica o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr.,
diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade). Sem contar que a bebida
não resolve o problema da timidez, apenas atenua. Por isso, se a incapacidade
de relaxar ou o excesso de vergonha começar a incomodar, o melhor é procurar
outras maneiras de lidar com isso, como conversar com o parceiro ou procurar a
ajuda de um especialista.
HOMEM NÃO PRECISA EJACULAR PARA SENTIR ORGASMO:
ainda que aconteçam simultaneamente, a ejaculação e o orgasmo são fenômenos
diferentes. Por isso, o homem pode chegar ao ápice do sexo, mas não ejacular.
"A ejaculação é um fenômeno físico que se caracteriza pela emissão do
esperma durante a atividade sexual. Já o orgasmo é sensitivo e acontece no
clímax da atividade sexual", explica o médico João Afif Abdo, mestre em
urologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Alguns homens
poderão se sentir plenamente satisfeitos com o sexo, porém, sem ejacular. É o
caso dos que possuem a chamada agenesia bilateral dos ductos deferentes, que é
a falta das estruturas responsáveis pela produção de 70% a 80% do volume
seminal, o esperma. Homens que retiraram cirurgicamente a próstata e as
vesículas seminais também terão o chamado orgasmo seco, assim como aqueles que
sofreram algum trauma na coluna vertebral.
GOZAR JUNTO COM O PAR NÃO É FÁCIL, MUITO MENOS
NECESSÁRIO: casais que atingem o orgasmo juntos são exceções e não a regra.
Conseguir sincronicidade o tempo todo também é praticamente impossível. Isso
porque a mulher tem um tempo de excitação e orgasmo diferente do homem e,
muitas vezes, precisa ser mais estimulada para chegar "lá". "O
orgasmo sincronizado pode acontecer, porém, precisamos lembrar que a percepção
de prazer é individual", diz o psicólogo Diego Henrique Viviani, do
Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade). Por isso, se você e o par
conseguem gozar, ainda que não ao mesmo tempo, não há com o que se preocupar.
MUITAS MULHERES NÃO CHEGAM AO ORGASMO: há muitas
mulheres que nunca chegaram nem perto de sentir o ápice do prazer.
"Pesquisas realizadas desde a metade do século 20 mostram que apenas 40% a
50% das mulheres conseguem chegar ao orgasmo", diz o psicólogo Oswaldo
Rodrigues Jr., diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade). A razão,
de acordo com ele, costuma ser a falta de dedicação ao sexo. "A melhor
maneira de chegar 'lá' sempre será fazer mais sexo, pensar mais em sexo e
conhecer-se melhor sexualmente", diz. Os laços afetivos com o par também podem
ajudar. Uma pesquisa com 600 estudantes feita pela Universidade de Indiana, nos
Estados Unidos, mostrou que a mulher tem o dobro de chances de chegar ao
orgasmo, seja por penetração ou durante o sexo oral, numa relação estável, em
comparação com o sexo casual.
TRANSAR EM LUGARES INUSITADOS NEM SEMPRE É BOM:
"Transar em um lugar incomum pode ser prazeroso para algumas pessoas e uma
grande fonte de ansiedade para outras", declara o psicólogo Diego Henrique
Viviani, pesquisador do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade). Ele
explica que, para ter prazer numa relação, é preciso estar se sentindo bem
física e psicologicamente, o que muitas vezes depende da capacidade de se
perceber seguro em um determinado ambiente, o que varia de uma pessoa para
outra. A adrenalina do sexo em locais inusitados pode estimular o tesão, mas
também aumentar os problemas de desempenho sexual. Assim, tão importante quanto
realizar fantasias é cuidar para que essas experiências aconteçam em situações
e ambientes em que as duas pessoas se sintam à vontade.
A PENETRAÇÃO NÃO É A ÚNICA FORMA DE PRAZER PARA A
MULHER: de acordo com o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor do Inpasex
(Instituto Paulista de Sexualidade), só 30% das mulheres que chegam ao orgasmo
o fazem por meio da penetração. Por isso, é fundamental explorar outras formas
de prazer, como a estimulação manual do genital, que começa com a masturbação
individual, mas também pode ser ensinada ao par. "As mulheres também podem
aprender a obter orgasmos com penetração, desde que se dediquem ao
desenvolvimento do prazer a dois", diz o psicólogo.
Fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento/album/2014/09/06/no-dia-do-sexo-aprenda-dez-licoes-importantes-que-talvez-voce-nao-saiba.htm
- Por Marina Oliveira e Thaís Macena, do UOL, em São Paulo Leticia
Vilela/UOL