Prejudicado pela arbitragem, Brasil perde para o
Peru e é eliminado
O Brasil está eliminado da Copa América Centenário.
Na partida mais polêmica até o momento da competição, a Seleção Brasileira
foi prejudicada pela arbitragem do uruguaio Andres Cunha, que validou o gol de
mão do Peru aos 30 minutos do segundo tempo, em duelo realizado na noite deste
domingo, em Foxborough, nos Estados Unidos.
Além deste erro, o juiz deixou de dar um pênalti
para o Peru no começo da etapa final. Os brasileiros também reclamaram muito de
pelo menos três penalidades, mas todas duvidosas.
No fim, o confronto terminou 1 a 0 para os peruanos,
classificados às quartas de final do torneio após somarem sete pontos, três a
mais do que os brasileiros. A equipe do técnico argentino Ricardo Gareca
enfrentará a Colômbia na próxima fase. O outro classificado do Grupo B é o
Equador, que mais cedo goleou o Haiti por 4 a 0, em Seattle, garantindo um
lugar entre os oito melhores da competição com cinco pontos e fará duelo com os
Estados Unidos na briga por uma vaga nas semi.
Esta é a primeira vez que o time canarinho não
alcança a fase de mata-mata da Copa América desde 1987, quando o torneio foi
disputado na Argentina.
Buscando novas alternativas na questionada Seleção,
o técnico Dunga colocou Lucas Lima e Gabriel entre os titulares nos
lugares de Casemiro e Jonas, respectivamente. Gareca, por sua vez, mandou a
campo uma formação com três zagueiros.
O Brasil até dominou o primeiro tempo e teve chances
de abrir o placar, mas parou nas mãos do goleiro Gallese e na incompetência na
hora de finalizar. Para a segunda etapa, o treinador argentino sacou um dos
defensores na tentativa de pressionar a Seleção. A medida funcionou e a equipe
vermelha passou a ameaçar o gol de Alisson.
Em uma falha defensiva no setor esquerdo do Brasil,
o peruano Polo arrancou e cruzou para Ruidíaz, que invadiu a pequena área e, de
mão, empurrou a bola para o fundo das redes. Dunga, que há pouco havia colocado
Hulk no lugar de Gabigol, tinha ainda duas alterações para fazer, mas preferiu
não usá-las. Desorganizados e desesperados em campo, os jogadores de amarelo
não conseguiram reagir e entraram para a recente manchada história da Seleção
Brasileira.
O jogo – Após um começo de jogo tenso em que os
brasileiros pediram sem razão pênalti em cima de Daniel Alves e Gabriel, a
Seleção chegou com perigo pela primeira vez aos 11 minutos, quando o lateral
esquerdo Filipe Luíz arrancou pela esquerda e arriscou de fora da área,
obrigando o goleiro Gallese fazer boa defesa e ceder o escanteio. Na cobrança,
Renato Augusto mandou por cima do travessão.
O Brasil, então, passou a ocupar o campo de defesa
peruano e fez boas investidas em jogadas pela linha de fundo, principalmente
explorando Filipe Luís, um dos melhores em campo até então. No entanto, a zaga
vermelha se defendeu bem apesar de encontrar muitos problemas para sair
jogando, o que facilitou a recorrente recuperação de bola dos brasileiros.
Em uma dessas vaciladas, a zaga adversária
entregou a bola no pé de Elias. Este encontrou Gabriel na grande área e fez o
passe. O atacante girou em um espaço curto e bateu no canto direito do
arqueiro rival, que se esticou todo para fazer a defesa aos 26 minutos.
Se o Peru mal conseguia passar do meio-campo, o time
canarinho tinha dificuldades para furar a retranca do rival e desperdiçava as
poucas chances claras de gol, como no caso de Willian, que recebeu bom passe de
Filipe Luís na área e bateu de primeira, mas por cima do travessão. Já Gabigol
testou o goleiro peruano de longe com chute da esquerda. Gallese, porém,
esteve bem posicionado e espalmou.
Aos 43 foi a vez de os peruanos reclamarem de
pênalti. Flores invadiu a área brasileira em uma das poucas vezes que isso
ocorreu no primeiro tempo e foi calçado de leve por Renato Augusto. O árbitro
uruguaio Andres Cunha manteve o critério dos outros lances polêmicos e nada
deu.
Insatisfeito com a forma pela qual sua equipe foi
dominada na primeira parte do jogo, o técnico Ricardo Gareca promoveu a entrada
do lateral Yotún no lugar do zagueiro Balbín. De fato, o Peru voltou mais
agressivo e assutou a meta brasileira logo aos três minutos, quando Alisson
espalmou de maneira estranha a cobrança de falta de Christian Cueva, reforço do
São Paulo para a temporada. Pouco depois, o meia voltou a assustar o goleiro do
time canarinho novamente em tiro livre direto.
Com mais dificuldade para sair tocando em função da
marcação alta que o Peru passou a exercer, o Brasil só foi chegar com real
perigo aos 24 minutos, em jogada individual de Renato Augusto, que arrancou
pelo meio e passou para Philippe Coutinha na esquerda. O jogador do Liverpool
limpou e bateu com a perna direita para defesa de Gallese.
Aos 29, o lance mais polêmico da partida. O meia
Polo fez jogada de velocidade pela direita, foi até a linha de fundo e cruzou à
meia altura. O atacante Ruidíaz desviou com a mão e fez o gol. O bandeirinha
chamou o juiz para conversar à beira do gramado, gerando muita reclamação dos
peruanos, temerosos pela invalidação do tento. Cerca de cinco minutos depois,
Andre Cunha apontou o meio-campo e validou o gol.
Desesperados em busca do gol de empate e da
classificação, os brasileiros se desorganizaram em campo e passaram a rifar
bolas na área peruana. O juiz, por conta da confusão, deus seis minutos de
acréscimo. Aos 47, a Seleção teve sua melhor chance, com Elias, que recebeu
cruzamento livre na pequena área. O volante, porém, desviou sem força e o
goleiro Gallese defendeu.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0 X 1 PERU
Local: Gillette Stadium, em Boston (Estados Unidos)
Data: 12 de junho de 2016, domingo
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Andres Cunha (URU)
Assistentes: Nicolas Taran e Richard Trinidad (ambos do Uruguai)
Público:
Renda:
Cartões amarelos: Lucas Lima (Brasil)
Cartões vermelhos:
GOLS:
Peru: Ruidíaz, aos 29 minutos do segundo tempo
BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e
Filipe Luís; Elias, Renato Augusto, Lucas Lima, Willian e Philippe Coutinho;
Gabriel (Hulk)
Técnico: Dunga
PERU: Gallese; Aldo Corzo, Christian
Ramos, Balbín (Yotún), Alberto Rodríguez e Trauco; Óscar Vílchez, Andy
Polo e Cueva (Tapia); Édison Flores (Ruidíaz) e Paolo Guerrero
Técnico: Ricardo Gareca