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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Frutas, legumes e verduras afastariam o câncer de cabeça e pescoço


Um estudo brasileiro associa diferentes alimentos naturais a um menor risco de tumores de boca, faringe e laringe

Valorizar os vegetais é uma estratégia conhecida contra o surgimento de alguns tipos de câncer. E, com os avanços na ciência, essa recomendação dietética está ficando mais precisa. Um novo estudo, por exemplo, mostra que certas frutas, legumes e verduras estão ligadas a uma redução no risco dos tumores de boca, faringe e laringe.

O trabalho foi conduzido pelo A.C.Camargo Cancer Center em três estados brasileiros. Ele envolveu 1 740 indivíduos — 847 acometidos por um desses tipos de câncer e outros 893 sem a doença. Dados sobre dieta, higiene pessoal, condição socioeconômica, tabagismo e consumo de álcool foram investigados.

Ao analisar as informações, os estudiosos viram que o risco de sofrer com a doença era menor em quem tinha o prato mais natural. Mas eles não pararam por aí e resolveram avaliar o impacto de ingredientes específicos.

Para cada alimento, um benefício
Na investigação, o hábito de comer regularmente tomate e frutas cítricas estava relacionado à proteção contra o câncer de boca. Maçãs e peras, por sua vez, pareceram resguardar a laringe.


Já o consumo de vegetais crucíferos (da família do brócolis) culminou em uma menor incidência de tumores de laringe e hipofaringe. Essas estruturas, aliás, também se beneficiariam da ingestão de cenoura.

Até a banana, a fruta mais popular do Brasil, associou-se com a menor probabilidade de câncer de orofaringe.

Mas atenção: os voluntários que colheram essas vantagens relatavam comer os vegetais “diariamente” ou, ao menos, “na maior parte dos dias”.

Os nutrientes que espantam tumores
A oncologista Maria Paula Curado, líder da pesquisa, explica que esses alimentos são fontes de substâncias com efeito anticâncer, como os carotenoides. “O licopeno, presente no tomate, tem ação antioxidante e inibe o crescimento das células tumorais, além de atuar no controle do estresse oxidativo”, destaca a médica, que coordena o Núcleo de Epidemiologia e Estatística em Câncer do A.C.Camargo Cancer Center.

Criptoxantina e betacaroteno, outras moléculas de destaque, marcam presença nas frutas cítricas e na cenoura. Além disso, as vitaminas encontradas nesses vegetais reduzem a ação dos radicais livres nas células – um processo que pode levar ao câncer.

Brócolis, repolho e couve, que também foram analisados no estudo, são fontes de glucosinolatos, partículas que inibem as células malignas. Já o segredo da banana estaria em sua rica constituição: polifenóis, vitaminas e outros compostos bioativos.

Ainda assim, mais do que pensar em um ou outro alimento, os especialistas pedem para variar entre diferentes vegetais — e abusar deles. A recomendação do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é consumir no mínimo cinco porções ao dia de frutas e vegetais sem amido ao dia. Cada porção equivale a uma quantidade que caiba na palma da mão do produto picado ou inteiro.

Outros fatores de risco
Estima-se que cerca de 40% dos tipos mais comuns de câncer sejam evitados com modificações no estilo de vida e na dieta. Agora, não dá para dizer que comer vegetais é o suficiente para, por exemplo, anular os efeitos da combinação de cigarro e bebida alcoólica — responsável por quase 80% dos tumores de cabeça e pescoço.

A infecção pelo vírus HPV também pode levar à doença, que é mais frequente em homens. “Nenhum estudo mostra que elementos nutricionais são capazes de amenizar os malefícios causados por agentes carcinogênicos”, conclui Maria Paula.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Grossura do pescoço pode ser o melhor indicador de gordura corporal

Nos últimos anos, o IMC (Índice de Massa Corporal) se tornou um verdadeiro campeão de credibilidade quando se fala em saber quão gordo cada um de nós está. A fórmula para saber o seu IMC é bem simples: descubra seu peso e divida-o pelo quadrado da sua altura. O número deve estar entre 18.5 e 24.9. Se o seu estiver fora dessa faixa, você está com peso demais ou de menos.

Contudo, pesquisas recentes mostraram que o IMC é um cálculo que, em alguns casos, do ponto de vista médico, pode se mostrar falho, enganoso e impreciso. Afinal, trata de um indicador de saúde, e médicos afirmam que relacionar apenas peso e altura é um cálculo mito raso. Por essa razão, pesquisadores de universidades americanas do Michigan e Alabama anunciaram que há um método inusitado mais confiável do que o IMC: a circunferência do pescoço.

Os objetos de estudo foram 1.102 crianças e adolescentes, grupo para o qual, sabidamente, o IMC não tem a mesma eficácia do que para os adultos. Todos tiveram medidos seu peso, altura e circunferência do pescoço. Para os adolescentes, a medida foi feita sobre o pomo de adão. A partir das medidas, feitas com uma fita métrica comum, os pesquisadores construíram uma tabela, indicando a “linha da obesidade”: Se o pescoço for mais grosso do que isso, de acordo com a idade, o jovem é obeso:

Meninos
6 anos: 28,5 cm
10 anos: 32 cm
14 anos: 36 cm
18 anos: 39 cm

Meninas
6 anos: 27 cm
10 anos: 30,5 cm
14 anos: 32 cm
18 anos: 34,5 cm

Segundo um dos coordenadores da pesquisa, um dos defeitos do IMC é não indicar corretamente a Gordura Corporal Central, que é o mais realista como indicador de saúde. A partir dela, pode-se saber o risco de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. A circunferência do pescoço é um bom indicador nesse sentido.

Assim, em linhas gerais, os médicos não descartam o IMC. É um método desenvolvido ao longo de décadas por profissionais da saúde, e não deixa de ter sua validade. Contudo, não deve ser o único indicador. [CNN]