Segundo um estudo, o vírus vindo da China afeta mais
alguns subgrupos, como pessoas mais velhas ou com doenças crônicas. Conheça
quais e as complicações
O coronavírus e seus sintomas mais graves surgem
especialmente em pessoas mais velhas e que tenham alguma doença crônica. Essa é
uma das conclusões de um novo estudo publicado no The Lancet por pesquisadores
da China.
No trabalho, os cientistas avaliaram todos os casos
confirmados dessa infecção respiratória que deram entrada entre 1º e 20 de
janeiro de 2020 em um hospital de Wuhan, o provável epicentro do surto. Foram
99 indivíduos ao todo.
Entre eles, 55% possuíam algum problema crônico.
Diabetes, doenças cardiovasculares, males digestivos ou respiratórios e câncer
estavam entre eles. Além disso, a média de idade dos pacientes era de 55 anos —
37% estavam acima dos 60 anos.
Segundo o trabalho chinês, isso ocorreria porque o
envelhecimento e essas enfermidades tendem a diminuir a imunidade contra
infecções em geral.
Aliás, os pesquisadores também notaram que mais
homens foram parar nesse hospital por causa do coronavírus. Dos 99 enfermos, 67
eram do sexo masculino (68%). “A reduzida suscetibilidade das mulheres a
infecções virais pode ser atribuída à proteção do cromossomo X e aos hormônios
sexuais, que exercem um papel no sistema imunológico”, escrevem os autores, no
artigo.
Os sintomas mais comuns entre esse grupo
hospitalizado pelo coronavírus foram febre, tosse e falta de ar. Dores
musculares e de cabeça, bem como confusão mental, irritação na garganta e
desconforto no peito também foram observados.
Além disso, 75% dos 99 participantes do estudo
apresentaram uma pneumonia que afetou os dois pulmões. Até o momento, 11% de
todos os participantes morreram.
Mas atenção! Isso não significa que a letalidade do
novo coronavírus é de 11%. Primeiro porque o número de casos avaliados nesse
experimento, embora seja o maior até o momento, é pequeno. Segundo que os
pesquisadores se concentraram em pessoas hospitalizadas.
Ou seja, é possível que o vírus tenha causado
sintomas mais brandos em outros sujeitos, que nem viram necessidade de ir até
um pronto-socorro. Se for o caso, ao incluir essa turma em outro estudo, a
letalidade certamente cairia. Devemos esperar mais estudos.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-sintomas-graves/
- Por Theo Ruprecht - Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital