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domingo, 29 de setembro de 2019

Mercado de trabalho vai valorizar mais comunicação do que capacidade técnica


Habilidades interpessoais são complexas. Por exemplo, você sabia que só deve ajudar seus colegas de trabalho se eles pedirem? Ou então que uma equipe conectada demais perde para uma equipe com conexões intermitentes?

Mudanças no mercado de trabalho

Menos treinamento e mais relacionamento: O mercado de trabalho vai tender a valorizar mais as habilidades interpessoais do que as habilidades técnicas.

Esta é uma das conclusões de um estudo feito por especialistas da IBM.

Segundo a publicação, nos próximos três anos, 120 milhões de trabalhadores nas dez maiores economias do mundo precisarão de recapacitação profissional como resultado do impacto da utilização da inteligência artificial e da automação inteligente no mercado de trabalho.

E essa recapacitação não deverá ser necessariamente técnica.

A parte dos 120 milhões de trabalhadores que tem mais chance de despontar na carreira deverá investir não apenas na formação técnica, mas também nas habilidades interpessoais, que dizem respeito à personalidade, ao comportamento e à capacidade de interagir harmoniosamente com as outras pessoas.

Só no Brasil, 7,2 milhões de profissionais terão que ser treinados em novas habilidades. E parte desse treinamento terá que vir do próprio empregador. "O mercado de talentos está saturado, há uma necessidade da empresa de olhar para a própria força de trabalho," disse Christiane Berlinck, diretora de RH da IBM Brasil.

Habilidades interpessoais

A escola, a universidade, o grupo de amigos, e como se relacionar com todos esses agentes, fazem parte do pacote das habilidades interpessoais. Embora comecem a se desenvolver já na infância, essas características requerem atenção durante toda a vida, em especial para quem quer trabalhar em um ambiente corporativo.

A pesquisa também concluiu que, enquanto novas aptidões estão surgindo rapidamente, outras estão se tornando obsoletas. No caso do Brasil, em 2016 habilidades críticas eram "capacidade de se comunicar efetivamente em um contexto de negócios" e "recursos técnicos em ciência, tecnologia, engenharia e matemática". Já em 2018, as duas principais habilidades procuradas foram as comportamentais "gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar" e "disposição de ser flexível, ágil e adaptável às mudanças".

Para Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, as habilidades comportamentais mais importantes são: colaboração, flexibilidade, trabalhar sob pressão, comunicação eficaz, orientação para resultados e liderança de equipe.

O autor sugere ainda características que profissionais precisam ter para desenvolver a inteligência emocional como "método emocional de autogerenciamento" (por exemplo, meditação), gerenciamento do tempo (saber priorizar) e apostar na cultura do feedback (permitir que as pessoas avaliem suas habilidades).

Para Christiane, da IBM, desenvolver as habilidades técnicas e as interpessoais é também trabalho das empresas pois isso significa criar um ambiente de trabalho mais flexível, colaborativo e empático. "Esse mapa de talentos é limitado, se as empresas não fizerem nada para cobrir essa necessidade de mão de obra existe o risco da própria organização não conseguir crescer o seu negócio por falta de pessoas qualificadas", comenta.

Hiato da formação

A pesquisa feita com quase 6 mil diretores executivos de empresas de 48 países. Cerca de 59% deles reclamou por não contar com pessoas, habilidades ou recursos necessários para executar suas estratégias de negócios.

Segundo o estudo, o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas 4 anos. No Brasil, por exemplo, o tempo passou de quatro para 40 dias.