A maioria dos animais faz sexo conforme a concentração de
certos hormônios em seu organismo, algo que varia de acordo com um ciclo. No
caso dos seres humanos, por outro lado, a vida sexual está menos “amarrada” a
questões biológicas, e mesmo assim há uma tendência de se ter relações em
determinados horários e dias da semana. Por quê?
Um dos primeiros estudos sobre o tema foi divulgado em 1982
na revista Human Biology. Nele, a equipe analisou ao longo de um ano a
rotina sexual de 78 casais jovens. Ficou evidente “um índice de cópula
constante durante dias de semana, e um grande aumento nos finais de semana” (em
especial aos domingos). Além disso, a análise revelou que a maior parte (58%)
dos “encontros” ocorria à noite e que havia um pico, embora menor, durante as
manhãs.
Amarras sociais
Quase 15 anos mais tarde, o biólogo Roberto Refinetti, da
Universidade da Carolina do Sul (EUA), conduziu um estudo similar, porém com
maior variação de idades. Da mesma maneira, foi identificado um pico à noite –
normalmente próximo ao horário em que os participantes iam dormir.
Diversas pesquisas mostraram que variações hormonais, embora
possam afetar o interesse dos humanos por sexo, não afetam tanto nossa
capacidade de ter relações (teoricamente) a qualquer hora. Assim, padrões (como
ter mais relações à noite ou nos fins de semana) seriam em grande parte fruto
de convenções sociais e contextos culturais.
A psicóloga Kim Wallen lembra que “humanos são, até onde
sabemos, a única espécie que evita a gravidez e a reconhece como consequência
da atividade sexual”, um exemplo de racionalização envolvendo o sexo. Além da
“gravidez fora de hora”, outro motivo para manter o desejo sob controle em
certos horários e locais seria o receio do ostracismo social (ou, dependendo do
caso, da prisão por atentado ao pudor).
Em outro estudo, Refinetti e sua equipe fizeram duas
perguntas a seus entrevistados: “Em que momentos do dia você normalmente faz
sexo?” e “Por que você faz sexo nesses momentos (em oposição a outros)?”. Mais
uma vez, o período mais comum foi “à noite”, e as explicações mais recorrentes
foram “por causa do horário de trabalho” (33%) e “por vontade” (28%). Em
seguida, vieram “disponibilidade do parceiro” (23%) e “por já estar na cama”
(16%).[io9]
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