H1N1 apresenta sintomas mais intensos que a gripe
comum e pode ser prevenida
A lavagem das mãos e o cuidado de cobrir a boca e o
nariz quando tossir ou espirrar são medidas fundamentais de prevenção
As epidemias de zika e dengue têm
tirado o sono de boa parte da população, mas elas não são as únicas. Outra
doença vem ganhando destaque nos noticiários: a gripe influenza H1N1.
O surto da doença tem, inclusive, intrigado os
médicos. Isto porque, a gripe influenza é sazonal (própria de uma estação) e
acontece normalmente nos meses mais frios, de outono e inverno. Porém, as
pessoas começaram a ser infectadas mais cedo, em dias quentes do verão, e não
existe ainda explicação para esse fenômeno.
O H1N1 é uma variação da gripe
comum. Vale destacar que o vírus da gripe é muito
suscetível a sofrer mutações e, assim, ao longo dos anos, o ser humano pode
adquirir essas “variações” da gripe. Como no caso do H1N1 que, estima-se,
surgiu em 2009, com sua transmissão primeiramente em suínos, o que popularizou
a doença como “gripe suína”.
Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luiz
Morumbi, destaca que a gripe H1N1 é transmitida de pessoa para pessoa através
de tosse ou espirro. E algumas pessoas podem se infectar entrando em contato
com objetos contaminados, acrescenta a infectologista.
“O vírus da influenza pode afetar qualquer pessoa.
Mas os grupos que possuem maiores riscos são os idosos, gestantes e crianças
novas”, destaca Raquel.
Sintomas da gripe H1N1
Os sintomas são basicamente os mesmos de uma gripe
comum, porém, costumam ser mais intensos. Desta forma, na gripe H1N1
podem/costumam ser observados:
Tosse;
Febre alta;
Dor de garganta;
Dor de cabeça intensa;
Dor no corpo;
Calafrios;
Cansaço/Fraqueza;
Diarreia;
Vômito;
Secreção nasal;
Falta de ar;
Dores no peito;
Tontura;
Confusão mental;
Desidratação.
“Em crianças, o batimento de asa do nariz, que
mostra uma dificuldade respiratória, e a recusa em ingerir líquido podem
aparecer”, acrescenta a infectologista Raquel.
“Ao iniciar a febre e o desconforto respiratório, o
médico deve ser procurado, lembrando que, quanto mais breve, melhor a
elucidação do diagnóstico”, destaca Raquel.
H1N1 X gripe comum X dengue X zika
Raquel explica que a gripe comum inicia-se
repentinamente, caracterizada por calafrios, febre, dor de garganta, dores
musculares e de cabeça, tosse, espirro, irritação nos olhos, congestão nasal e
fadiga. Porém, nem sempre se desenvolvem todos os sintomas.
No caso de H1N1, os sintomas são praticamente os
mesmos da gripe comum, porém, costumam ser mais intensos.
Para entender por que o H1N1 é mais agressivo do que
a gripe comum, basta saber que, quando o vírus da gripe sofre mutações, ele
mantém algumas proteínas que formam a sua estrutura. Se a pessoa já tem
imunidade para o vírus anterior, está mais preparada para combater a nova
variação. Porém, alguns tipos epidêmicos se rearranjam em proteínas que as
pessoas não têm resistência, tornando algumas mutações mais desconhecidas ao
sistema imunológico, como é o caso do H1N1.
Em relação à dengue, a infectologista destaca que os
sintomas da doença e da gripe H1N1 são parecidos. Mas, no caso da dengue, não
há coriza, tosse, nem dor de garganta.
“No caso da zika, pode haver a presença de coceira
de pele, conjuntivite, aumento dos gânglios. Já a gripe H1N1 apresenta dor de
cabeça intensa, calafrios, tosse e secreção nasal”, diz a médica.
Tratamento para H1N1
Raquel explica que o tratamento é focado em aliviar
os sintomas e evitar a desidratação. “Inclui também o uso de medicamentos
específicos para combater o vírus desta doença, como o Tamiflu. Tais
medicamentos devem ser tomados de 24 a 72 horas após o início dos sintomas”,
diz.
A infectologista explica que atualmente existem duas
vacinas disponíveis: a trivalente e a tetravalente. “Na trivalente, há
prevenção para A (H1N1), A (H3N2), Influenza B do subtipo Brisbane. Na
quadrivalente, a prevenção é para A (H1N1); A (H3N2); e para 2 vírus Influenza
B (os subtipos Brisbane e Phuket)”, diz.
Raquel reforça que a proteção contra o H1N1 está
contida nas duas. “As vacinas estão indicadas para todas as pessoas, menos para
bebês com menos de 6 meses. Mas, dependendo do fabricante da vacina, a
indicação para crianças é modificada”, explica.
A infectologista destaca que, caso a gripe H1N1 não
seja tratada, a evolução pode incluir formas graves da doença, com pneumonia e
falência respiratória, podendo levar à morte. “O H1N1 pode causar também uma
piora de doenças crônicas já existentes”, alerta.
Abaixo você confere um quadro comparativo entre a
gripe H1N1, a gripe comum e a dengue, em relação aos sintomas que mais costumam
causar dúvidas.
Como prevenir a gripe H1N1
Fernando Gatti de Menezes, infectologista do
Hospital Albert Einstein, explica que para evitar a transmissão de vírus
respiratórios, principalmente o vírus Influenza, as pessoas devem se atentar às
seguintes medidas:
Fazer a adequada higiene das mãos. Podendo ser feita
com água e sabão (durante 40 a 60 segundos) ou com uso de produto alcoólico
(gel alcoólico ou álcool gel), por 20 a 30 segundos. Isso deve ser feito sempre
após contato com superfícies ou após o cumprimento entre pessoas. É prática
fundamental para evitar a disseminação de vírus.
Evitar aglomerações em épocas de surto de influenza.
Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas
respiratórios.
Evitar ao máximo o compartilhamento de utensílios
domésticos, como copos, pratos e talheres com pessoas com sintomas
respiratórios.
Ao tossir ou espirrar, lembrar-se de cobrir a região
da boca e nariz com lenço de papel descartável, tendo como prática, em seguida,
a higienização das mãos.
Lembrar-se da importância da hidratação, para
reduzir os efeitos da baixa umidade relativa do ar nos meses de outono e
inverno (período de maior circulação do vírus influenza).
Ter uma boa alimentação, não pulando refeições e
seguindo uma nutrição balanceada com verduras, legumes, carnes e carboidratos.
Dormir bem.
Praticar atividades físicas.
Controlar o estresse.
Tentar não tocar superfícies que podem estar
contaminadas com o vírus da gripe (como lugares em que várias pessoas tocam ao
longo do dia). Ou, lavar as mãos logo em seguida.
Orientações específicas para pessoas que apresentam
sintomas da gripe, de acordo com o Ministério da Saúde, são:
Se tiver o quadro gripal, evitar visitar pacientes
nos hospitais pelo risco de transmissão.
Seguir sempre as orientações passadas por seu médico
caso já esteja com o quadro gripal.
Evitar sair de casa no período de transmissão da
doença (até 7 dias após o início dos sintomas).
Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando
manter os ambientes ventilados.
Adotar hábitos saudáveis, como alimentação
balanceada e ingestão de líquidos.
Procurar o serviço de saúde imediatamente caso
apresente: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada,
dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vômito persistente,
convulsão.
Lembre-se sempre que a prevenção é a melhor arma
contra qualquer doença, e não é diferente no caso da gripe H1N1, que tem
preocupado tanta gente. Adote o hábito de higienizar as mãos e também a
“etiqueta da tosse”: usar o antebraço, tecido ou papel quando ocorrer tosse ou
espirro, evitando assim a contaminação de outras pessoas. Além disso, mantenha-se
saudável, adotando a prática de exercícios, alimentação balanceada e ingestão
de bastantes líquidos.
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