Na torrente de Cedron,
Foi entregue, por dinheiro.
Judas, que provou do Amor,
De seu Mestre e Mensageiro.
Foi, ainda assim, enganado
Entregou Jesus aos soldados
Pervertendo-se por inteiro!
O Senhor, bem ligeiro,
Antecipou-se aos soldados:
"A quem vós estais procurando?"
- "Ao Nazareno, o condenado."
O Mestre lhes disse: - SOU EU!
E todo destacamento emudeceu,
Todos ali caíram, desmaiados.
Pedro, que vai negá-lo,
Não gostou da empreitada.
Adiantou-se e os enfrentou,
Desembainhando a espada.
Desferiu o golpe ao soldado,
Pois estava acostumado
A vencer pela luta armada.
Jesus diz: - Guarda a espada!
Pois deste cálice vou beber.
O Reino de Deus é de Paz
E o amor é que vai vencer.
Nunca uses de violência,
Mas serve-te da decência
Do perdão que vim trazer.
Mal terminou de dizer
E o levaram a Anás
Porque, naquele ano
O sacerdote era Caifás
Judas fugiu, no momento,
E, com o arrependimento,
Empreendeu atitude fugaz
Depois do Sumo Caifás,
Levaram ao governador.
Este não se comprometeu
Com o julgamento do Senhor:
-Que crime ele cometeu?
E já que não sou um judeu,
Levem e condenem o malfeitor.
Conduziram o Salvador
Pelas vielas de Jerusalém.
Deram-lhe pesado Madeiro,
E zombaram dele também.
Jesus, a caminho do Calvário,
Nada revidou, ao contrário,
Demonstrou o amor que tem.
Neste itinerário, alguém
Fez-se presença de amor.
Maria, a Mãe lacrimosa,
Veio-lhe suavizar a dor.
Com ela, outras Marias
Experimentaram a agonia
Que enfrentava o Salvador.
No Calvário, o Senhor
A terra ao Céu uniu.
Entregou o seu Espírito,
Num sofrimento vil.
Na Cruz Jesus morreu,
O Pai Eterno O acolheu
E aos Seus pedidos ouviu.
O Céu, à terra se abriu,
Rasgou-se o véu do templo.
Já não há separação
Entre esses dois pavimentos.
Jesus sua vida nos deu
Salvou a todos os Seus,
Retirando os impedimentos.
A Paixão e o momento
De enorme reflexão...
Como está a consciência,
Apelidada de coração?
Será que nosso proceder
Revela a forma de conhecer
Quem nos trouxe a salvação?
Por Jerônimo Peixoto
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