Oftalmologista lista sintomas para ficar atento e explica quando procurar ajuda médica
A saúde dos olhos requer cuidados regulares e
acompanhamento médico adequado para identificar e prevenir potenciais
problemas. Exames oftalmológicos regulares são essenciais, mesmo na ausência de
sintomas aparentes, pois muitas condições oculares podem se desenvolver
gradualmente e sem causar desconforto perceptível. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 2,2 bilhões de pessoas no mundo sofrem
de algum tipo de problema visual, sendo que a maioria deles pode ser tratado ou
prevenido.
Chega o fim do dia e sua vista parece embaçada. As
letras no celular estão cada vez menores e, para contornar o problema, você
estica o braço para conseguir ler. Diante da placa, você aperta os olhos para
tentar decifrar o que está escrito. Você se identifica com algumas dessas
situações? Se sim, é hora de procurar um oftalmologista e, quem sabe, começar a
usar óculos de grau, assim como mais de 50 milhões de brasileiros, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Identificando os sintomas
Segundo o médico da área de Oftalmologia do AmorSaúde,
Dr. Heitor Piccinini Neto, há diversos sinais que indicam a necessidade do uso
de óculos com lentes corretivas. “Além da dificuldade visual, entre as queixas
mais comuns estão sensação de dor de cabeça , pesar de cima dos olhos,
embaçamento visual no final do dia, dores de cabeça, dependendo do grau, enjoo,
mal-estar, dificuldade de profundidade e esbarrar em objetos”, cita.
Caso o problema apareça no início da vida, quando a
criança ainda não consegue explicar, há indicativos que servem de alerta para
pais e cuidadores, como esfregar ou coçar os olhos com frequência ou, então, se
aproximar demais dos objetos para conseguir enxergá-los. “Crianças pequenas, de
até dois anos, podem desenvolver estrabismo quando o grau é muito alto. Nesse
caso, é importante fazer uma avaliação de fundo de olho”, aconselha o médico.
Condições que levam a usar óculos
Conforme o Dr. Heitor Piccinini Neto, é a necessidade
que leva as pessoas a usarem óculos de grau, dispositivo utilizado para
corrigir alguns problemas oftalmológicos. Ele cita algumas dessas condições:
1. Hipermetropia
É a dificuldade em ver objetos próximos com clareza.
“O foco está num ponto virtual atrás da retina e a pessoa vê a imagem muito
pequena; por isso, precisa de óculos de grau com lente positiva para aumentar
essa imagem”, explica.
2. Miopia
É o inverso. “Uma esfericidade corneira grande faz com
que a imagem se forme num foco antes da retina, fazendo com que a pessoa tenha
dificuldade para longe”, diferencia o profissional.
3. Astigmatismo
Embaça a imagem tanto de longe quanto de perto.
“Vários focos são formados no fundo do olho, em vez de apenas um. A correção é
feita com uma lente cilíndrica, que melhora o foco e, assim, a imagem”,
explica.
4. Presbiopia
Também chamada popularmente de “vista cansada”, é a
dificuldade de enxergar de perto e ocorre quando a musculatura do olho perde a
força e não consegue agir da maneira correta. “O músculo não dá mais conta e a
pessoa precisa de uma ‘bengala’, ou seja, de um auxílio, que são as lentes
corretivas. Para quem já tem miopia, uma indicação são os óculos multifocais”,
diz o médico.
O médico explica ainda que “forçar a visão” não piora
o grau do paciente, seja em miopia ou hipermetropia. “Existe uma predisposição genética
a desenvolver o grau, mas isso não está relacionado ao esforço dos olhos. Na
verdade, quanto mais óculos a gente usa, mais dependente dele a gente fica. Por
isso, se a gente encontra alguma coisinha em exames de rotina e a pessoa não
tem queixa, não costuma ter a prescrição do grau ou, quando tem, é com algum
desconto sem ser o grau total”, explica.
Olho seco
Há também outra condição que não costuma estar
relacionada à necessidade de uso de lentes corretivas. É o olho seco, situação
bastante desconfortável que causa irritação e sensação de areia nos olhos. De
acordo com o médico do AmorSaúde, essa condição pode ser causada por diversos
fatores, que vão desde o esforço que a pessoa faz com o olho até condições
adversas de saúde, como alterações de tireoide, que podem inflamar a
musculatura e dificultar o ato de piscar, mesma condição que pode ser
encontrada em paralisias faciais. Nestes casos, o olho seco é induzido.
“Tem vários tipos de olho seco, dependendo da camada
da lágrima que está sendo afetada. Há exames que detectam o problema mostrando
onde está a alteração. O tratamento geralmente é feito à base de colírios, mas
alguns procedimentos podem contribuir para a melhora, como a luz pulsada”, diz
o Dr. Heitor Piccinini Neto.
Problemas na visão em cada fase da vida
É importante realizar exames oftalmológicos regulares
em todas as idades para detectar e tratar precocemente qualquer problema
ocular, sendo que há condições relacionadas a cada fase da vida.
1. Infância
Na infância, um dos problemas fisiológicos que pode
surgir é o estrabismo. “É muito incomum crianças com catarata e glaucoma, mas,
quando tem, é mais agressivo. É preciso tomar muito cuidado com as telas de
perto, que podem prejudicar o olho da criança e contribuir para o desenvolvimento
de uma miopia bem agressiva”, aconselha o médico.
Por ser a fase do desenvolvimento visual, é muito
importante detectar a necessidade ou não do uso de lentes corretivas. “Se a
pessoa não desenvolve a visão nessa fase, fica com o olho preguiçoso, aquele
olho que não aprendeu a enxergar. Com isso, para o resto da vida, a pessoa tem
a visão prejudicada, não atingindo a máxima capacidade, podendo, inclusive, ser
vetada de concursos públicos e tudo mais”, alerta.
2. Idade adulta
Na média idade, sobretudo a partir dos 40 anos, surge
a dificuldade de enxergar de perto. “Nesta fase, seria mais óculos para
descanso, para uma necessidade visual, e também investigar suspeitas de
ceratocone e outras condições”, diz o Dr. Heitor Piccinini Neto, chamando
atenção para outros aspectos. “Tenham cuidado com as extensões de cílios e com
as maquiagens, e evitem coçar os olhos”, recomenda o médico.
3. Idosos
Para as pessoas 60+, há outras condições típicas, como
catarata e outras degenerações macular relacionadas à idade. “Nesta fase é mais
comum de ser localizado glaucoma, por exemplo. No caso da catarata, o indicado
é a cirurgia facorrefrativa, que substitui o cristalino por uma lente com foco
de longe, média distância e perto. Essa cirurgia pode, inclusive, ser feita antes
do aparecimento da catarata, por volta dos 55 ou 60 anos”, explica o
profissional.
Detectado o problema e a necessidade do uso de óculos,
seu uso é imperativo. “Como a pessoa vai trabalhar sem enxergar? Por exemplo,
como vai ser motorista sem ver direito? Problemas de visão, se não tratados,
trazem muitos problemas para o dia a dia, como dores de cabeça, afastamento do
trabalho e, inclusive, desconforto nas costas, porque quem usa computador chega
mais perto da tela, por exemplo”, diz o Dr. Heitor Piccinini Neto.
Importância dos exames
Conforme o profissional, a base do exame oftalmológico
vai determinar a necessidade ou não de óculos. “O exame oftalmológico completo
detecta a necessidade de óculos. Analisa-se o fundo de olho, a parte anterior,
a córnea, com dilatação e sem. Por isso é importante a avaliação de rotina
anual . Quando se trata de criança com um grau mais elevado, o costume é
avaliar a cada seis meses”, explica o Dr. Heitor Piccinini Neto.
E lembre-se: somente o oftalmologista é habilitado
para prescrever o uso de óculos de grau. Por isso, nada de comprar o item em
banquinhas por conta própria, pois o grau pode não ser o adequado para você.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2024-05-14/4-problemas-de-visao-que-exigem-o-uso-de-oculos.html
- Por Milena Almeida - Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock
Deem graças ao Senhor, porque ele é bom. O seu amor
dura para sempre!
Salmos 136:1
Nenhum comentário:
Postar um comentário