Médico esclarece algumas informações importantes sobre as causas e os tratamentos dessa doença
Maio é o mês que promove a conscientização da
enxaqueca, doença que acomete mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e um dos
motivos mais frequentes de consultas médicas, segundo a Organização Mundial da
Saúde. A campanha Maio Bordô tem por objetivo mostrar o impacto da condição na
vida das pessoas e o que deve ser feito para combatê-la.
Devido à sua alta prevalência, é comum ouvir várias
dicas e teorias sobre o que pode curar ou piorar uma crise de enxaqueca, quase
sempre pensando apenas na dor de cabeça, que é o sintoma mais comum, mas não o
único. Por isso, o neurologista e presidente da Associação Brasileira de
Cefaleia em Salvas e Enxaqueca (Abraces), Dr. Mario Peres, desmistifica e
esclarece alguns dos principais aspectos relacionados à enxaqueca e às dores de
cabeça. Confira!
1. Enxaqueca é um tipo de dor de cabeça
Verdade. Porém, a enxaqueca não é apenas uma dor de
cabeça forte. Os medicamentos e recomendações para tratar a dor de cabeça comum
tendem a ser mais moderados e de uso pontual. Por outro lado, a enxaqueca exige
cuidados especiais e acompanhamento médico mais próximo, que podem incluir
mudanças nos hábitos alimentares e na rotina de exercícios, além do uso de
medicamentos específicos e de uso contínuo.
2. A enxaqueca é causada no fígado
Mito. É comum ouvir teorias sobre a origem da
enxaqueca, como a crença de que ela é causada no fígado devido aos sintomas de
náusea e vômito. No entanto, estes sintomas têm sua origem no cérebro, mais
precisamente em uma região chamada mesencéfalo que, quando estimulada, libera
substâncias que provocam náuseas e vômitos, contribuindo para os sintomas
associados à enxaqueca.
3. Analgésicos curam a enxaqueca
Mito. Embora analgésicos comuns possam trazer alívio
para diversos tipos de dores de cabeça, é importante ressaltar que eles
geralmente não são eficazes no tratamento da enxaqueca. Isso ocorre porque essa
é uma condição complexa, com causas multifatoriais, que envolvem mecanismos
neuroquímicos específicos.
4. É necessário realizar exames de imagens para o
diagnóstico
Mito. O diagnóstico da enxaqueca é predominantemente
clínico, sendo baseado principalmente nos sintomas relatados pelo paciente.
Isso inclui a frequência dos episódios, a intensidade da dor e a presença de
sintomas associados, como náuseas, sensibilidade à luz (fotofobia) e
sensibilidade ao som (misofonia). Exames complementares podem ser solicitados
pelo médico para descartar outras condições que possam causar sintomas
semelhantes aos da enxaqueca.
5. A prática de atividade física previne crises de
enxaqueca
Verdade. A prática regular de exercícios físicos,
realizada fora dos períodos de crise de enxaqueca, pode de fato funcionar como
um fator de melhora na frequência e na intensidade das crises. Isso ocorre
porque o exercício físico regular pode ajudar a reduzir o estresse, melhorar a
qualidade do sono, promover a liberação de endorfinas (substâncias naturais que
aliviam a dor) e contribuir para o equilíbrio hormonal.
6. Quem tem enxaqueca não pode comer chocolate ou
tomar vinho e café
Depende. Alguns pacientes podem ter suas crises
desencadeadas pelo vinho, chocolate ou café. Outros podem não apresentar esta
sensibilidade. Por isso, é fundamental consultar um médico especializado para
identificar quais alimentos podem estar desencadeando as crises em cada caso
específico.
7. As mulheres são as que mais sofrem com enxaqueca
Verdade. Após a puberdade, a doença afeta cerca de 18%
das mulheres e 6% dos homens, com pico de prevalência entre 20 e 59 anos de
idade. As flutuações hormonais ao longo do ciclo menstrual, assim como eventos
como gravidez, menopausa e uso de contraceptivos hormonais, podem influenciar
significativamente a ocorrência e a gravidade das crises de enxaqueca em
mulheres.
8. As crises de enxaqueca desaparecem durante a
gestação
Depende. No período gestacional, a maioria das
pacientes, por questões hormonais , apresenta melhora na frequência e
intensidade das crises. Porém, em alguns casos, as crises persistem ou até
mesmo pioram.
9. A enxaqueca é uma doença hereditária
Depende. Ter um familiar em primeiro grau com
enxaqueca parece estar relacionado a um maior risco de desenvolvê-la. Ou seja,
herdaram da mãe, do pai ou de ambas características genéticas que levam à
enxaqueca.
10. Beber água cura a crise de enxaqueca
Mito. Manter-se bem hidratado pode ajudar a prevenir
ou reduzir a gravidade das crises, especialmente em indivíduos propensos à
enxaqueca induzida pela desidratação. No entanto, embora a água seja essencial
para a saúde geral, não é considerada um “fator de cura” para a doença em si.
11. A enxaqueca não tem cura, mas tem tratamento
Verdade. Embora ainda não seja possível banir a
enxaqueca definitivamente da vida das pessoas, as terapias atuais já conferem
alívio duradouro às crises, proporcionando uma qualidade de vida bastante
satisfatória aos seus portadores.
12. Quem tem enxaqueca não pode se expor ao sol
Mito. O que se observa é que pacientes com enxaqueca
apresentam sensibilidade à luz (fotofobia), especialmente nos períodos de
crise.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2024-05-17/12-mitos-e-verdades-sobre-a-enxaqueca.html
Por Nicole Kloeble - Imagem: Krakenimages.com | Shutterstock
Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo daí
graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1 Tessalonicenses 5:16-18
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