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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Como controlar a raiva: 12 dicas certeiras para lidar com esse sentimento


Quem nunca sentiu raiva ou está mentindo ou não é humano. Inerente à existência humana, a raiva é uma emoção que todas as pessoas, em algum momento da vida, sentem. De acordo com a psicóloga Jaciara Michelle Gaspar (CRP 08/28341), ela pode indicar um desconforto causado por mudanças temporárias ou permanentes no ambiente.

 

“Muitas pessoas acreditam que sentir raiva é ‘ruim’, que não faz ‘bem’. Mas, quando falamos em emoções e sentimentos, não existe bom ou ruim, afinal todos são importantes, e o que precisamos aprender é gerenciar as nossas reações em cada situação.” Que tal aprender a lidar melhor com esse sentimento? Confira como controlar a raiva com as dicas da profissional:

 

1. Como controlar a raiva diante de frustrações

O autoconhecimento é uma ótima estratégia para lidar com o desconforto das frustrações, assim como a aceitação das situações que as causam. Mudar o que se estava fazendo e/ou de ambiente pode ajudar a diminuir a intensidade da raiva que está sentindo e a reagir de forma mais tranquila e assertiva.

 

2. Como controlar a raiva dentro de casa ou com a família

Quando ficamos muito tempo confinados em casa é importante proporcionar momentos prazerosos e descontraídos em família. Pode ser assistir a um filme de que todos gostem, investir em jogos que estimulem a interação, uma refeição diferente que todos possam ajudar a preparar e outras atividades criativas que agradem a todos e proporcionem um momento agradável e fora da rotina.

 

3. Como controlar a raiva em crianças


Assim como os adultos, as crianças precisam aprender a identificar o que estão sentindo e como se expressar. Estimular os pequenos a falarem sobre os seus sentimentos, emoções e sobre o que aconteceu pode diminuir as chances de se expressem batendo ou gritando. Validar a fala e os sentimentos das crianças é essencial para que aprendam a gerenciar a raiva!

 

4. Como controlar a raiva do(a) parceiro(a)

O diálogo entre os casais e o respeito pelo espaço individual é essencial para que momentos de conflito sejam resolvidos de maneira assertiva. Sinalizar ao parceiro(a) quando uma situação foi desagradável e expressar sentimentos em conversas empáticas pode facilitar a compreensão e a resolução dos momentos conflituosos. Ter momentos descontraídos e agradáveis para o casal é importante e também pode ajudar.

 

5. Como controlar a raiva dos amigos


Os amigos são muito importantes e, para que momentos de raiva não acabem com esses relacionamentos, é preciso praticar o diálogo e o respeito pelo espaço e características pessoais de cada um. Assim como na relação entre casais, vale sinalizar quando uma situação causa desconforto!

 

6. Como controlar a raiva no trabalho

Fazer uma (ou algumas) pausas durante a rotina de trabalho pode ajudar a equilibrar a tensão causada pela exigência de produtividade e outras situações comuns no ambiente laboral. Tomar um café/chá ou uma água, conversar com um colega sobre um assunto não relacionado ao trabalho, dividir a atenção e o foco por um momento podem aliviar as emoções quando estiverem à “flor da pele”.

Quando sair da mesa ou conversar não for possível, prestar atenção na sua respiração (inspirar e expirar) e no ambiente é também uma alternativa para tentar ficar mais tranquila.

 

7. Como controlar a raiva em jogos

Games são ótimos para incentivar a competitividade e ganhar é o que todos desejam, certo? Mas, assim como na vida real, no jogo, perder também faz parte! O importante é que o jogador aprenda que seu desempenho no jogo não o define e que pode tentar novamente caso não ganhe. Pausar o jogo por um tempo pode aliviar a raiva. Aproveite para fazer outra atividade ou para relaxar.

 

8. Como controlar a raiva na TPM

As reações emocionais desse período talvez sejam as mais delicadas de aprender a gerenciar, isso porque quem tem útero passa por alterações hormonais intensas durante esses dias. Por isso, aprenda a identificar os sinais do seu corpo, respeite os dias em que não acordar com disposição, programe um momento para relaxar, tomar um chá ou comer sua comida preferida. Lembre-se, também, de fazer um exercício físico que seja agradável para você e que aumente a frequência do seu autocuidado.

 

9. Como controlar a raiva diante de uma perda

 

Todas as perdas, sejam elas reconhecidas ou não socialmente, despertam emoções diversas e que podem ser desagradáveis. O luto é um processo de ressignificação, de adaptação e que precisa ser vivido. Não tente parar o que está sentindo, procure alguém com quem se sinta confortável em falar sobre o assunto! Respeite as suas oscilações de humor, evite comparações e procure ajuda quando sentir necessidade.

 

10. Como controlar a raiva quando a situação foge do seu controle

Algumas situações não estão sob nosso controle e lidar com isso pode ser desconfortável. Refletir sobre essas situações e sobre qual a importância dessa sensação de controle pode ajudar a gerenciar a raiva. Se sentir no controle pode proporcionar alivio, mas, se te fizer sentir emoções desagradáveis, é possível mudar e aprender a viver sem controlar tudo!

 

11. Como controlar a raiva devido à sobrecarga de estudos

O acúmulo de atividades e a exigência de um bom desempenho são frequentes na rotina de muitos de nós Quando se sentir assim, planeje fazer pausas durante as suas tarefas e direcione a sua atenção para a respiração e para o ambiente onde está. Evitar permanecer muitas horas seguidas estudando, mudar o foco para atividades que te façam relaxar e ter uma rotina de sono saudável pode ajudar a melhorar a sua concentração e a gerenciar suas emoções.

 

12. Como controlar a raiva com a excessiva exposição à tecnologia e redes sociais

Até mesmo o que gostamos de fazer pode nos deixar irritados e com raiva. As mudanças constantes das informações globais, a exposição nas redes sociais e o cancelamento virtual são práticas comuns atualmente e podem afetar negativamente nossa saúde mental. É importante reconhecer quando o excesso de informações e a exposição descontrolada às redes sociais precisam de moderação e autocontrole.

Calcule quanto tempo do seu dia você dedica às notícias e redes sociais, pratique o gerenciamento do seu tempo, mantenha contato pessoal com a família e amigos, dedique um tempo a outras atividades prazerosas e reflita quando as pessoas ao seu redor comentarem que você está passando tempo demais nas mídias digitais.

Para lidar com a raiva, é preciso aceitar o que está sentindo, identificar as situações e ambientes nos quais ela acontece e desenvolver habilidades para reagir. Se as emoções estão causando prejuízos à sua rotina, é importante procurar ajuda profissional. Que tal conferir também como controlar a ansiedade para ter uma vida mais leve?

 

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/como-controlar-a-raiva/ - Escrito por Mariana Sanches Otta - ISTOCK

domingo, 21 de janeiro de 2018

O drama da automutilação em jovens

“O que doeu levo onde vou
Sendo que sou a metade
O que doeu levo onde for
Feito feroz tatuagem” Adriana Calcanhoto”

O que está acontecendo com nossa juventude? Essa é a pergunta que muitos têm se feito diante da crescente onda da automutilação ou cutting (palavra inglesa que significa coisa cortada, incisão e talho), um mal que tem afetado crianças e jovens, principalmente, meninas, do mundo inteiro. Seria autoestima baixa? Problemas familiares? Ou seria uma forma destrutiva de lidar com as frustrações?

Nas escolas, é muito comum por parte dos professores, presenciarem seus alunos adolescentes com diversas cicatrizes e cortes nos membros. Algumas pessoas acham que a automutilação, ou cutting, é frescura de jovens tentando chamar a atenção para si, mas não é. A autolesão é uma doença silenciosa, grave e de cunho psiquiátrico. Nela, o jovem mostra-se introvertido, se isola; usa roupas de frio, mesmo em dias de calor, e tem cortes inexplicáveis pelo corpo.

A psiquiatra da infância e da adolescência, Jackeline Giusti, responsável pelo ambulatório de adolescente e automutilação do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, define o cutting como transtorno psiquiátrico com necessidade de estudos futuros. Já na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), ela é tida como transtorno do controle do impulso não específico, ou como um dos sintomas de transtornos de personalidade como o borderline.

Ainda segundo Giusti (20017), ao se machucar a pessoa busca alívio para uma dor com a qual não está conseguindo lidar. O corte, ou qualquer outra lesão no corpo, libera endorfina, mesmo hormônio que dá sensação de bem estar, camuflando assim, a dor psíquica que a atormenta.

Como lidar com o cutting na escola?
A orientação de Jackeline é a de que, na hora da conversa com o estudante, é necessário ter uma atitude acolhedora, sem julgamentos, se mostrar disposto a ouvi-lo e tentar entender. A atitude acolhedora também vale para os pais que, geralmente, não sabem como reagir à situação (edição n° 39)

Há um projeto muito interessante chamado “Projeto Borboleta” criado por praticantes de cutting como forma de ajudar a si próprios e a outros automutiladores que sentiam necessidade em parar com essa prática, e consideravam-se prontos para enfrentar a luta. O processo, à primeira vista, parece simples e visa fazer com que a pessoa treine /desenvolva seu autocontrole.

Ele se desenvolve com as seguintes regras:

1)Quando você sente que quer cortar ou se ferir, com uma caneta ou marcador, desenhe uma borboleta em seu braço ou mão (ou em qualquer outra parte do corpo onde você quer infligir dor / auto ferir);

2)Nomeie a borboleta com o nome de um ente querido ou alguém que realmente quer que você obtenha melhora;

3)Você deve deixar a borboleta desaparecer naturalmente. Não esfregue a parte desenhada, ou aplique produtos que possam remover o desenho;

4)Se você cortar a parte do corpo onde há a borboleta, medite que você a matou.
Se você não cortar, ela continua viva e livre! (lembre-se que esta borboleta representa alguém importante para você);

5)Se você tiver mais de uma borboleta, e se cortar (ou machucar de alguma forma) você matou a todas elas;

6)Outra pessoa pode desenhá-las em você. Estas borboletas são "extra especiais"
Cuide bem delas!

7)Se em algum momento você perder o controle, e se cortar, não desista. Recomece todo o programa.

8) Mesmo que você não se corte, sinta-se livre para desenhar uma borboleta para mostrar seu apoio a uma pessoa que pratica o cutting. Se você fizer isso, e nomeá-la, estará ajudando-a (o) a treinar o autocontrole.

A psicopedagoga e psicóloga Camila Fattori alerta para a importância do atendimento rápido, por um psiquiatra ou psicólogo, do jovem que esteja passando por este problema. Afirma também que é preciso tomar cuidado para não menosprezar tal fenômeno, pois pode sim haver sérios riscos físicos e psíquicos, podendo em casos graves progredir para suicídio. 

O cutting é uma doença e como tal, é dever do Estado promover políticas públicas voltadas para o acesso ao tratamento médico, de adolescentes acometidos por esse mal.

Por Professa Inez Resende

FONTES:
Giusti, J.S. Cinco coisas que você deve saber sobre Automutilação. Internet. In O que eu tenho? Disponivel em: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2009/09/04/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-automutilacao . Acesso em abril de 2011.
Self-harm. Internet. In BBC Online . BBC News, 2004. Disponivel em: http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/medical_notes/4067129.stm Acesso em abril de 2011.
Automutilação. Internet. In Wikipédia, 2011. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Automutila%C3%A7%C3%A3o Acesso em abril de 2017