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terça-feira, 28 de março de 2023

Conheça alimentos que ajudam a melhorar o humor


A alimentação pode interferir na saúde e nas emoções

 

A alimentação, além de influenciar diretamente o bom funcionamento do corpo, também pode modificar o humor e as sensações como prazer, bem-estar e alegria. Isso porque os alimentos interferem na produção de substâncias presentes no organismo.

 

De acordo com a nutricionista Gabriela Mendes, existe uma relação entre os alimentos e a produção de neurotransmissores. Estes, por sua vez, são responsáveis por transmitir impulsos nervosos no cérebro, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.

 

Serotonina

“A produção de serotonina, que é responsável pelo sentimento de prazer e bem-estar, pode ser aumentada através do consumo de alimentos ricos em carboidratos e um aminoácido denominado triptofano, que é encontrado em leites e derivados magros, oleaginosas como nozes e castanhas, carnes magras, soja e derivados da soja”, explica Gabriela Mendes.

 

Dopamina e noradrenalina

A dopamina e a noradrenalina, de acordo com a nutricionista, são produzidas com auxílio de outro aminoácido, que é a tirosina. As fontes dela são as leguminosas, como feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja; as oleaginosas, como castanha, amendoim e nozes; peixes, carnes magras, leite desnatado e derivados.

 

Frequência das refeições

Além de saber escolher os alimentos certos, é importante também se preocupar com os horários e a frequência das refeições. “Ficar muito tempo em jejum diminui os níveis de glicose no sangue, o que pode afetar negativamente o humor”, afirma Gabriela Mendes. Por isso, a especialista recomenda fracionar a alimentação e realizar de 5 a 6 refeições por dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

 

Alimentação equilibrada

Para melhorar o humor, também é essencial manter uma alimentação balanceada e variada, contendo cereais integrais, frutas, verduras, legumes, leite e derivados, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, soja, grão-de-bico), ovos e carnes (peixes, frango e carnes magras).

 

Alguns cuidados

A nutricionista Gabriela Mendes também alerta que é importante consumir com moderação o açúcar, a cafeína e o álcool, que podem até provocar sensação de euforia. Porém, ela é momentânea e pode gerar desequilíbrio emocional.

 

Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2023-03-23/conheca-alimentos-que-ajudam-a-melhorar-o-humor.html - Redação EdiCase


Louvai ao Senhor, porque é bom; pois a sua benignidade dura perpetuamente.

1 Crônicas 16:34


segunda-feira, 5 de julho de 2021

Como controlar a raiva: 12 dicas certeiras para lidar com esse sentimento


Quem nunca sentiu raiva ou está mentindo ou não é humano. Inerente à existência humana, a raiva é uma emoção que todas as pessoas, em algum momento da vida, sentem. De acordo com a psicóloga Jaciara Michelle Gaspar (CRP 08/28341), ela pode indicar um desconforto causado por mudanças temporárias ou permanentes no ambiente.

 

“Muitas pessoas acreditam que sentir raiva é ‘ruim’, que não faz ‘bem’. Mas, quando falamos em emoções e sentimentos, não existe bom ou ruim, afinal todos são importantes, e o que precisamos aprender é gerenciar as nossas reações em cada situação.” Que tal aprender a lidar melhor com esse sentimento? Confira como controlar a raiva com as dicas da profissional:

 

1. Como controlar a raiva diante de frustrações

O autoconhecimento é uma ótima estratégia para lidar com o desconforto das frustrações, assim como a aceitação das situações que as causam. Mudar o que se estava fazendo e/ou de ambiente pode ajudar a diminuir a intensidade da raiva que está sentindo e a reagir de forma mais tranquila e assertiva.

 

2. Como controlar a raiva dentro de casa ou com a família

Quando ficamos muito tempo confinados em casa é importante proporcionar momentos prazerosos e descontraídos em família. Pode ser assistir a um filme de que todos gostem, investir em jogos que estimulem a interação, uma refeição diferente que todos possam ajudar a preparar e outras atividades criativas que agradem a todos e proporcionem um momento agradável e fora da rotina.

 

3. Como controlar a raiva em crianças


Assim como os adultos, as crianças precisam aprender a identificar o que estão sentindo e como se expressar. Estimular os pequenos a falarem sobre os seus sentimentos, emoções e sobre o que aconteceu pode diminuir as chances de se expressem batendo ou gritando. Validar a fala e os sentimentos das crianças é essencial para que aprendam a gerenciar a raiva!

 

4. Como controlar a raiva do(a) parceiro(a)

O diálogo entre os casais e o respeito pelo espaço individual é essencial para que momentos de conflito sejam resolvidos de maneira assertiva. Sinalizar ao parceiro(a) quando uma situação foi desagradável e expressar sentimentos em conversas empáticas pode facilitar a compreensão e a resolução dos momentos conflituosos. Ter momentos descontraídos e agradáveis para o casal é importante e também pode ajudar.

 

5. Como controlar a raiva dos amigos


Os amigos são muito importantes e, para que momentos de raiva não acabem com esses relacionamentos, é preciso praticar o diálogo e o respeito pelo espaço e características pessoais de cada um. Assim como na relação entre casais, vale sinalizar quando uma situação causa desconforto!

 

6. Como controlar a raiva no trabalho

Fazer uma (ou algumas) pausas durante a rotina de trabalho pode ajudar a equilibrar a tensão causada pela exigência de produtividade e outras situações comuns no ambiente laboral. Tomar um café/chá ou uma água, conversar com um colega sobre um assunto não relacionado ao trabalho, dividir a atenção e o foco por um momento podem aliviar as emoções quando estiverem à “flor da pele”.

Quando sair da mesa ou conversar não for possível, prestar atenção na sua respiração (inspirar e expirar) e no ambiente é também uma alternativa para tentar ficar mais tranquila.

 

7. Como controlar a raiva em jogos

Games são ótimos para incentivar a competitividade e ganhar é o que todos desejam, certo? Mas, assim como na vida real, no jogo, perder também faz parte! O importante é que o jogador aprenda que seu desempenho no jogo não o define e que pode tentar novamente caso não ganhe. Pausar o jogo por um tempo pode aliviar a raiva. Aproveite para fazer outra atividade ou para relaxar.

 

8. Como controlar a raiva na TPM

As reações emocionais desse período talvez sejam as mais delicadas de aprender a gerenciar, isso porque quem tem útero passa por alterações hormonais intensas durante esses dias. Por isso, aprenda a identificar os sinais do seu corpo, respeite os dias em que não acordar com disposição, programe um momento para relaxar, tomar um chá ou comer sua comida preferida. Lembre-se, também, de fazer um exercício físico que seja agradável para você e que aumente a frequência do seu autocuidado.

 

9. Como controlar a raiva diante de uma perda

 

Todas as perdas, sejam elas reconhecidas ou não socialmente, despertam emoções diversas e que podem ser desagradáveis. O luto é um processo de ressignificação, de adaptação e que precisa ser vivido. Não tente parar o que está sentindo, procure alguém com quem se sinta confortável em falar sobre o assunto! Respeite as suas oscilações de humor, evite comparações e procure ajuda quando sentir necessidade.

 

10. Como controlar a raiva quando a situação foge do seu controle

Algumas situações não estão sob nosso controle e lidar com isso pode ser desconfortável. Refletir sobre essas situações e sobre qual a importância dessa sensação de controle pode ajudar a gerenciar a raiva. Se sentir no controle pode proporcionar alivio, mas, se te fizer sentir emoções desagradáveis, é possível mudar e aprender a viver sem controlar tudo!

 

11. Como controlar a raiva devido à sobrecarga de estudos

O acúmulo de atividades e a exigência de um bom desempenho são frequentes na rotina de muitos de nós Quando se sentir assim, planeje fazer pausas durante as suas tarefas e direcione a sua atenção para a respiração e para o ambiente onde está. Evitar permanecer muitas horas seguidas estudando, mudar o foco para atividades que te façam relaxar e ter uma rotina de sono saudável pode ajudar a melhorar a sua concentração e a gerenciar suas emoções.

 

12. Como controlar a raiva com a excessiva exposição à tecnologia e redes sociais

Até mesmo o que gostamos de fazer pode nos deixar irritados e com raiva. As mudanças constantes das informações globais, a exposição nas redes sociais e o cancelamento virtual são práticas comuns atualmente e podem afetar negativamente nossa saúde mental. É importante reconhecer quando o excesso de informações e a exposição descontrolada às redes sociais precisam de moderação e autocontrole.

Calcule quanto tempo do seu dia você dedica às notícias e redes sociais, pratique o gerenciamento do seu tempo, mantenha contato pessoal com a família e amigos, dedique um tempo a outras atividades prazerosas e reflita quando as pessoas ao seu redor comentarem que você está passando tempo demais nas mídias digitais.

Para lidar com a raiva, é preciso aceitar o que está sentindo, identificar as situações e ambientes nos quais ela acontece e desenvolver habilidades para reagir. Se as emoções estão causando prejuízos à sua rotina, é importante procurar ajuda profissional. Que tal conferir também como controlar a ansiedade para ter uma vida mais leve?

 

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/como-controlar-a-raiva/ - Escrito por Mariana Sanches Otta - ISTOCK

quarta-feira, 3 de março de 2021

Quando a raiva e a irritação são sinais de depressão?


Além do sentimento profundo de tristeza, a depressão pode despertar outras emoções de forma intensa

 

A depressão é uma doença que desperta diferentes sintomas e emoções, como raiva e irritação. Mas como saber diferenciar quando a raiva e a irritabilidade estão dentro da normalidade da demonstração das emoções e quando são sinais de um quadro depressivo? Entenda a seguir:

 

Sintomas da depressão

A depressão tem como sintoma principal a tristeza profunda. Mas não é só isso. Outros sinais que a doença despertam são:

 

Apatia

Falta de motivação

Medos que antes não existiam

Dificuldade de concentração

Perda ou aumento de apetite

Alto grau de pessimismo

Indecisão

Insegurança

Insônia

Falta de vontade de fazer atividades antes prazerosas

Sensação de vazio

Raciocínio mais lento

Esquecimento

Ansiedade

Raiva e irritabilidade

Angústia

Vontade de morrer

Dores de barriga

Má digestão

Azia

Constipação

Flatulência

Tensão na nuca e nos ombros

Dores de cabeça

Dores no corpo

Pressão no peito

Queda da imunidade

 

Raiva e irritação: quando são sintomas da depressão?

Embora a tristeza seja um dos principais sinais, sentir raiva e irritação de uma forma característica também pode ser um sintoma da depressão. De acordo com a psicóloga Fabiane Curvo de Faria, a raiva é uma emoção, uma internalização do que sentimos.

 

Segundo ela, é normal sentirmos raiva e irritação com situações cotidianas. São expressões de frustrações. Entretanto, há uma diferença entre a irritabilidade e o sentimento de raiva do dia a dia e da emoção despertada em quadros depressivos.

 

"A raiva gerada pela depressão é constante e perdura por um longo período de tempo. Tem constância. Diferente da raiva do dia a dia que nos irritamos e depois passa em minutos. Uma raiva constante e cronificada pode ser um sintoma desta doença. É uma raiva que não passa e tem características de frustração e de irritabilidade", diz Fabiane.

 

Pessoas com depressão que se movimentam pela raiva pretendem informar sobre algo que incomoda e lhes causa prejuízos. "As pessoas que estão deprimidas não fazem um bom manejo emocional e por isso não sabem 'se livrar' das emoções prejudiciais a elas (...). A pessoa que apresenta esse quadro está constantemente mal-humorada e mostra uma ira contínua. Também tem tendência a responder aos acontecimentos com ataques de ira, insultando aos outros ou com um sentimento exagerado de frustração por coisas sem importância (um sentimento desproporcional ao acontecimento)", descreve Fabiane.

 

Como lidar com a raiva e a irritação?

A psicoterapia é indicada para casos de depressão e ajuda a lidar com a raiva e excesso de irritabilidade. "É normal sentir raiva quando nos frustramos. Não somos robôs, mas devemos escoá-la de maneira saudável. Isso é uma habilidade que aprendemos na vida através de inúmeras orientações e aprendizados que recebemos ao longo dela - ou em terapia", diz Fabiana.

 

Também vale a pena restringir, em períodos de crise ou durante o tratamento, gatilhos para essas emoções, como as redes sociais, além de buscar criar uma rede de apoio. "Nossos familiares e nossa rede de apoio devem sempre estar cientes de que a doença causa sintomas que falam por ela. Porém, é muito importante ter atenção para que erros ?reais? não sejam confundidos com a doença".

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37373-quando-a-raiva-e-a-irritacao-sao-sinais-de-depressao - Escrito por Maria Beatriz Melero

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

As emoções podem diminuir a inflamação… e as doenças?


Experimentar uma série de emoções positivas pode realmente melhorar sua saúde e reduzir o risco de doenças?

 

De acordo com um estudo recente, sim, certas emoções reduzem a inflamação … e, portanto, os níveis de doença também.

 

Vamos lá, fique feliz: a ligação entre suas emoções e a inflamação

Pesquisas anteriores provaram uma ligação entre emoções positivas, níveis de felicidade e níveis de inflamação no corpo. Mas este pequeno estudo, publicado na revista Emotion , descobriu que as pessoas que vivenciam uma ampla gama de emoções positivas podem reduzir a inflamação sistêmica em seus corpos, o que pode reduzir o risco de doenças crônicas.

 

Como a inflamação está na raiz da maioria das doenças, isso pode ter efeitos de longo alcance, especialmente à medida que envelhecemos.

 

Veja como o estudo funcionou. Os pesquisadores pediram a 175 participantes com idades entre 40 e 65 anos para manter um registro de suas emoções por 30 dias. As pessoas registram com que frequência e com que intensidade experimentaram 32 emoções diferentes: 16 positivas, como estar excitado, orgulhoso ou alegre e 16 negativas, como se sentir irritado, lento ou chateado. Seis meses depois, cada participante foi testado para marcadores de inflamação e amostras de sangue coletadas.

 

Os resultados surpreenderam os pesquisadores. As pessoas que vivenciaram uma maior variedade das 16 emoções positivas no dia-a-dia – entusiasmado, interessado, determinado, animado, divertido, inspirado, alerta, ativo, forte, orgulhoso, atento, feliz, relaxado, alegre, em calma, calma – teve menos inflamação do que o resto do grupo, mesmo depois de levar em conta o índice de massa corporal, características demográficas, condições médicas e outros fatores.

 

E os níveis mais baixos de inflamação eram verdadeiros mesmo quando comparados com pessoas que experimentaram emoções positivas por um período semelhante de dias, mas tiveram um intervalo menor delas. Quando se tratava de reduzir a inflamação, a diversidade emocional positiva importava mais do que simplesmente se sentir feliz.

 

Você pode esperar que o oposto seja verdadeiro para as emoções negativas – que as pessoas que experimentaram uma gama mais ampla de emoções negativas podem ter níveis cada vez mais altos de inflamação. Curiosamente, não foi esse o caso. A diversidade de emoções importava apenas quando eram positivas.

 

Então, o que há na gama de emoções que podem reduzir a inflamação e contribuir para a redução do risco de doenças crônicas? De acordo com os pesquisadores do estudo, experimentar uma variedade de sentimentos – não apenas positivos, mas também como calmos ou relaxados – pode ter um efeito benéfico em nossa saúde, tanto física quanto mental, por “prevenir uma superabundância ou prolongar qualquer emoção de dominando a vida emocional de um indivíduo. ” Em outras palavras, não nos fixarmos em apenas um sentimento, mesmo que seja positivo, nos mantém mais saudáveis.

 

E embora este seja o primeiro estudo que analisa o papel independente das emoções positivas e negativas na inflamação, outros estudos descobriram que experimentar vários tipos de emoções positivas são essenciais para alimentar a resiliência psicológica e melhorar as conexões sociais com outras pessoas, o que pode retardar a progressão da doença ou melhorar a saúde física.

 

Por que a inflamação é importante

Níveis mais baixos de inflamação são essenciais para reduzir o risco de doenças crônicas. Acredita-se que um sistema imunológico hiperativo é o que causa a inflamação. Veja, certos alimentos e toxinas ambientais se acumulam no corpo, estimulando o sistema imunológico. Por sua vez, ele libera células de defesa e hormônios no corpo.

 

Mas como você não está lutando contra o resfriado comum, o sistema imunológico permanece em alerta e em alta atividade, danificando os tecidos durante o processo.

 

Doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, artrite, asma e doença de Crohn estão todas ligadas à inflamação no corpo. Ao reduzir a inflamação, diminuímos o risco de contrair essas doenças. E se as emoções reduzem a inflamação, melhor ainda, pois é uma maneira natural de lidar com esse problema.

 

Adaptado de Dr. Axe

 

Fonte: https://www.revistasaberesaude.com/as-emocoes-podem-diminuir-a-inflamacao-e-as-doencas/ - Por Revista Saber é Saúde

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O que é a musicoterapia e qual o seu potencial?


A música está ganhando poder de remédio para silenciar males tão distintos quanto dor e depressão. Entenda como ela afeta a cabeça e o corpo

Antes de falar da musicoterapia, cabe pensar no efeito da música. Veja só: a cacatua Snowball virou febre no YouTube. Seus vídeos chegam a 7 milhões de visualizações. Neles, a ave dança e chacoalha a cabeça ao som de hits do cantor Michael Jackson e da banda Queen. Esse requebrado todo chamou a atenção de cientistas das universidades americanas Tufts e Harvard, que resolveram investigar a fundo essa habilidade única. Eles descobriram que o pássaro, morador de um santuário na cidade de Duncan, na Carolina do Sul (EUA), é capaz de realizar 14 movimentos, que variam conforme a batida das canções.

O bailado de Snowball pode até parecer inusitado e arrebatar milhões de espectadores. Mas você já parou pra pensar sobre a influência que a música tem sobre nós, seres humanos? Afinal, ela está presente em todas as fases da vida e dita o ritmo das mais variadas situações e momentos. Pode reparar: até mesmo os bebês recém-nascidos fazem sons com a boca e são atraídos por barulhos muito antes de dizerem as primeiras palavras.

Para a ciência, não há dúvidas de que a música tem um impacto nas emoções, no comportamento e, em última análise, até na saúde de cada um de nós. Quando tocamos um instrumento ou ouvimos alguma gravação, diversas áreas do cérebro são instigadas — poucas atividades intelectuais têm um efeito tão amplo.

“Regiões responsáveis por atividade motora, memória, linguagem e sentimentos são recrutadas para interpretar os estímulos sonoros”, destrincha a enfermeira Eliseth Leão, pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, na capital paulista.


Mas essas reações não se limitam à massa cinzenta. Experimentos mundo afora vêm testando e reconhecendo o poder terapêutico das melodias para enfrentar os males que abalam a mente e também o corpo. Tanto é que estudiosos já ousam encará-las como um remédio de verdade, com prescrição de dose e esquema de uso.

Os trabalhos pioneiros nessa área foram iniciados na psiquiatria e mostraram que as composições têm um papel a cumprir em doenças como a ansiedade e a depressão.

“Elas também são capazes de reduzir o nível de estresse durante um procedimento cirúrgico, baixam a pressão arterial e a frequência cardíaca e até aceleram a recuperação após uma sessão de exercícios físicos”, lista o fisiologista Vitor Engrácia Valenti, da Universidade Estadual Paulista, em Marília, que publicou uma série de pesquisas que investigam essas questões. Mas será que todos os estilos musicais têm o mesmo efeito?

Os efeitos de cada estilo musical na saúde
Intuitivamente, nós sabemos selecionar o melhor tipo de som para cada ocasião. Na academia de ginástica, por exemplo, preferimos ritmos mais acelerados, que ajudam a dar aquele gás extra para o esforço físico. Já durante a meditação ou a leitura, apostamos em composições mais calmas, que auxiliam a focar e relaxar. Mas é preciso considerar que isso muda de acordo com o lugar onde você nasceu.

“Na cultura ocidental, batidas mais rápidas e progressivas são sinal de alegria, enquanto um compasso lento denota certa tristeza”, ensina o neurocientista Raphael Bender, do Centro Estadual de Educação Profissional Professora Lourdinha Guerra, em Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Em alguns países orientais, essa lógica se inverte.

Com base nessas observações, cientistas começaram a questionar se havia um estilo musical que fosse mais vantajoso que os outros. A escolha natural na maioria das pesquisas são as músicas clássicas compostas por Mozart, Bach ou Vivaldi. “É impressionante como elas continuam a transmitir uma mensagem mesmo após três ou quatro séculos de seu lançamento”, observa Eliseth.

Porém, não dá pra cravar que esse seja o estilo mais saudável de todos. Ora, se você não curte a Nona Sinfonia de Beethoven, escutá-la repetidamente só vai deixá-lo mais incomodado. Por isso, nesse processo é essencial botar na balança os gostos pessoais de cada um.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/o-que-e-a-musicoterapia/ - Por André Biernath - Ilustracão: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital

domingo, 29 de setembro de 2019

Cuide da saúde mental do seu bichinho


Ansiedade, automutilação, agressividade... Entenda os principais problemas de comportamento animal — e saiba como lidar com as emoções deles

Chegava perto do meio-dia de uma sexta-feira e o antropólogo Jean Segata estava prestes a encerrar o expediente na clínica veterinária onde fazia seu trabalho de campo para o doutorado. Localizado no município catarinense de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, o estabelecimento também funcionava como pet shop. O objetivo do estudo era investigar o uso de tecnologias voltadas à saúde e à estética dos animais. Porém, naquele verão de 2009, a tese de Segata tomou um novo rumo.

Uma mulher entrou na sala de espera com uma poodle de 9 anos bastante fraca e desidratada. Pink (nome fictício atribuído na pesquisa) não comia nem bebia água direito, gemia a noite toda, se coçava constantemente e andava meio acanhada. “Outro doutor me disse que ela está com depressão, mas eu não acredito nisso. Minha amiga na contabilidade é depressiva e não se comporta assim”, antecipou a contadora e tutora.

Após avaliar o estado de saúde da cadela, o veterinário responsável recomendou que ela ficasse o fim de semana internada na clínica. Segata acompanhou atentamente a bateria de exames e a aplicação de soro. Feitos os testes de laboratório e descartadas possíveis doenças, o veterinário confirmou as suspeitas iniciais: Pink estava mesmo deprimida.

Mais tarde, o antropólogo descobriria que esse não era exatamente o diagnóstico. Diferentemente da complexa depressão humana, o comportamento depressivo dos animais não configura um transtorno mental em si. Ele é um nome genérico para uma estratégia de proteção, uma reação do corpo a algo que não vai bem.


“Quando o animal fica doente, a depressão é necessária para deixá-lo mais quieto, menos vulnerável. Também é acionada para problemas que, cognitivamente, ele não consegue resolver”, explica o veterinário especialista em comportamento animal Mauro Lantzman, que atua em São Paulo.

Na maior parte do dia, Pink ficava sozinha no apartamento e saía pouco para passeios ao ar livre. Os maus hábitos da cuidadora estavam, assim, se refletindo na cadela. Segala percebeu que os laços entre pessoas e bichos domésticos eram muito mais profundos do que julgava, pelo menos do ponto de vista antropológico. “Nós e os Outros Humanos, os Animais de Estimação” foi o título de sua tese de doutorado, defendida em 2012.

Ainda que a depressão animal seja diferente do transtorno que acomete a nossa espécie, os bichos também podem sofrer de um distúrbio com sintomas parecidos com os do nosso quadro depressivo. É a síndrome de ansiedade da separação em animais (Sasa). Ela afeta 17% dos cães, segundo um estudo da Universidade de Helsinque, na Finlândia, que analisou 3 824 casos de 192 raças diferentes.

Só que, entre os cachorros de apartamento, a prevalência fica acima de 55%, acusa uma pesquisa brasileira, da Universidade Federal Fluminense. A síndrome também maltrata gatos, pássaros, ovelhas, cabras, cavalos e porcos — uma vasta fauna. E era o que a Pink tinha quando chegou ao consultório naquela sexta.

A Sasa consiste em um conjunto de reações que os bichos exibem ao ficar sozinhos ou separados de alguém querido. Seus sinais mais comuns são as vocalizações excessivas, a atitude destrutiva e o comportamento depressivo — ou seja, a depressão em si é mais um sintoma da síndrome.

A confusão também vem do fato de que os medicamentos prescritos tanto para a Sasa quanto para a depressão humana são os mesmos: os antidepressivos.

Embora incorreto clinicamente, o uso do termo “depressão” pelos veterinários tinha um fim prático: servia para explicar às pessoas a causa da apatia de seus animais. “A depressão canina poderia ser considerada, assim, uma espécie de ficção útil”, concluiu Segata em sua tese.

Papagaios em prantos
Pássaros também podem apresentar sinais de ansiedade resultante da separação dos donos. É o que ocorre com espécies de papagaios e as calopsitas, por exemplo. Como são animais altamente sociáveis, a saída de outra ave ou do tutor pode desencadear uma sucessão de “gritos”.

As vocalizações começam como simples chamados e, se não forem atendidas, progridem para barulhos cada vez mais nervosos. Para reverter isso, o tutor pode tentar acostumar o pássaro à sua ausência, começando com saídas breves e, gradativamente, seguindo com outras mais longas.

Quais são os outros transtornos mentais dos bichos
A Sasa é o transtorno que mais afeta a saúde mental dos bichos de estimação. Mas não é o único. Muitos pets passam, a rigor, a vida fora de seu habitat. Separados do bando, vivem trancados em casas, estábulos, gaiolas ou aquários. Coibimos seu comportamento instintivo em nome das nossas regras de convivência.

Como reação à sua natureza reprimida, podem desenvolver um leque de comportamentos estranhos ou, digamos, desagradáveis — pelo menos aos nossos olhos. “Gatos, por exemplo, gostam de explorar o ambiente. Se vivem presos, ficam irritados, entediados. Com certeza isso afeta o estado emocional deles”, diz o veterinário Renato Pulz, professor da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

O isolamento — pense aqui em um bicho que fica o dia inteiro sozinho em um apê — não só deixa nossos companheiros ansiosos como pode torná-los mais violentos. É por meio da agressividade que animais inseguros tentam controlar seu ambiente. Essa, aliás, é a principal causa das queixas de agressividade por parte dos cuidadores.

Outros motivos possíveis são a defesa territorial, histórico de maus-tratos ou até disfunções hormonais. Há, claro, predisposições genéticas que devem ser levadas em conta. Por exemplo: cachorros das raças pit bull e rotweiller foram selecionados artificialmente para atuar como cães de guarda e, via de regra, têm traços mais territorialistas. O oposto vale para labradores ou golden retrievers, que, geralmente, são animais de companhia.

Mas nada impede um pit bull de ser dócil; e um golden, agressivo. Vai depender da hostilidade ou da afabilidade do ambiente de criação. Bichos de estimação dificilmente são violentos a troco de nada, ao contrário do que ocorre com humanos. “Em animais, é muito raro uma agressividade pura”, afirma Ceres Faraco, diretora científica do Instituto de Saúde e Psicologia Animal, o Inspa, em Porto Alegre.

Entre os hábitos bizarros, um dos mais comuns é a chamada coprofagia — em bom português, comer cocô. Embora soe nojento, nem sempre isso é sinônimo de problema. Filhotes ingerem fezes para equilibrar a microbiota intestinal, assim como as mães de algumas espécies fazem a mesma coisa para manter o ninho limpo.

Cerca de 50% dos cães tentam consumir seus resíduos em algum momento da vida, e 28% são efetivamente coprofágicos, segundo uma pesquisa da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos.

Além de comerem a própria caca, cachorros são atraídos pelas fezes de gato, ricas em proteínas, e as de cavalo, que contêm matéria vegetal com celulose quebrada. O motivo da comilança fedorenta costuma ser a má digestão de nutrientes ou a falta deles na alimentação regular. Como, em tese, os pets são bem alimentados no contexto doméstico, a coprofagia tantas vezes é sinal de compulsividade e falta de atenção.

Ainda no catálogo de comportamentos estranhos, entram as feridas por lambedura. Basicamente, alguns bichos, como cães e gatos, compensam sua inquietação passando a língua incessantemente em partes do corpo, como as patas. A ponto de, infelizmente, machucá-las.

As lambidas que viram lesões lembram muito o nosso hábito ansioso de roer as unhas. Só que têm consequências mais graves entre os pets, porque podem abrir alas a dermatite e infecções. Alguns bichos ficam no lambe-lambe, outros chegam a se morder…

As veterinárias americanas Valarie Tynes e Leslie Sinn publicaram um estudo de referência sobre os comportamentos repetitivos de cães e gatos e identificaram que esse tipo de automutilação estava presente principalmente em cachorros de porte grande e gatos-de-bengala — raça criada pelo cruzamento de felinos domésticos e outros selvagens com manchinhas de leopardo. Atenção à lambedura, portanto. Ela nem sempre é inofensiva e, não raro, soa o alarme de uma aflição mental.

Cavalos masoquistas
Cavalos também praticam automutilação. Cerca de 70% dos casos ocorrem com os garanhões, os equinos não castrados que são separados do resto da manada, segundo a Enciclopédia de Comportamento Animal (Elsevier). Geralmente, o animal olha para o lado, belisca partes do peito ou da lateral do abdômen, gira 180º graus e dá um chute com uma das patas traseiras.

Os cientistas ainda não sabem se o comportamento tem origem genética ou se é apenas resultado da inquietação típica da situação de isolamento. A orientação dos veterinários é não deixar o cavalo sozinho. Caso não seja possível mantê-lo junto com outros equinos, cães ou cabras podem auxiliar na socialização.

A saúde mental dos bichinhos idosos
Conforme a idade avança, comportamentos inusuais podem indicar outro problema, a síndrome da disfunção cognitiva (SDC), doença degenerativa semelhante ao Alzheimer humano. “Os animais podem ter andar errante, sair de casa e não saber como voltar, se esquecer do tutor, desaprender a fazer suas necessidades no lugar certo”, ilustra Gisele Fabrino, professora de veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araçatuba.

De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, até 30% dos gatos entre 11 e 14 anos sofrem da doença. Nos cães, ela teria a mesma prevalência, mas parece chegar antes — em média entre os 7 e os 9 anos, conforme revisão da Universidade Regional de Blumenau, em Santa Catarina. Nas duas espécies, a disfunção cognitiva afetaria 50% dos animais acima dos 14 anos.

Apesar de não ter cura, a SDC pode ser tratada para amenizar os sintomas. Estímulos mentais e alguns suplementos alimentares parecem ajudar. Mas, como em outras situações, é fundamental consultar o veterinário para diferenciar um transtorno de uma esquisitice comportamental resultante de uma dificuldade de adaptação à vida que demos aos pets. Às vezes, pequenos ajustes na rotina já trazem mais conforto, segurança e alívio para eles.

Conselhos para que seu pet não pene com ansiedade e depressão
Não o separe da mãe antes da hora: um animal retirado do convívio com a genitora muito cedo pode desenvolver uma série de distúrbios comportamentais, como medo e compulsividade. No caso dos cães, o recomendado é esperar, no mínimo, 55 a 60 dias para levá-lo para casa. “Depois disso, ele transfere o vínculo que tinha com a mãe para o tutor”, esclarece Mauro Lantzman.

Outra dica para acostumar o bichinho ao novo ambiente é colocar um relógio analógico na cama dele. O tic-tac simula a batida do coração da mãe e dos irmãos.

Ofereça passeios e brinquedos: seu bicho tem que gastar energia. Cães, por exemplo, costumam pedir de duas a três caminhadas por dia, além de brincadeiras com cordas, bolas pequenas e objetos em forma de osso. No caso dos gatos, tem raças naturalmente mais quietas, como os persas, e outras mais enérgicas, como os siameses. Mas todas precisam de estímulos contra o tédio, como arranhadores e bolas felpudas.

Para periquitos e cacatuas, dá pra oferecer cordas e pedras para que eles exercitem o bico.

Adote mais de um pet: “Eu sempre recomendo que as pessoas tenham dois animais para que eles se entretenham”, aconselha a professora Gisele Fabrino. Embora não seja uma opção para quem tem orçamento limitado, cuidar de mais de um bicho ajuda a afastar os distúrbios causados pela solidão. E isso é fundamental para espécies e raças mais sociáveis.

Se você já tem um pet que manda no pedaço há bastante tempo, o ideal é inserir o novo animal aos poucos para evitar conflitos.

Experimente deixá-lo na creche: para quem fica longe do seu cão por longas horas, alguns estabelecimentos oferecem o serviço de creche. Neles, o bicho interage com outros animais, recebe atenção e tem brinquedos e água à disposição.

Outra alternativa são os passeios ou hospedagem oferecidos por aplicativos. O tutor pode acompanhar a situação do animal a distância. Gatos, porém, não são muito adeptos a mudanças abruptas de ambiente e ficam mais à vontade em casa mesmo, com rostos conhecidos.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/cuide-da-saude-mental-do-seu-bichinho/ - Por Juan Ortiz - Foto: GlopaIP / Ilustração: Ana Cossermelli/SAÚDE é Vital

sábado, 16 de junho de 2018

'Haja coração'? Confira dicas para torcer com saúde na Copa


Cardíacos precisam se atentar também na hora de comer petiscos e consumir bebida alcoólica

A Copa do Mundo da Rússia começou com o desafio de contagiar o brasileiro, mas há quem esteja animado e cheio de esperanças pelo hexa. Emoções fortes e petiscos são de praxe durante os jogos, mas é preciso ficar atento: tudo isso pode trazer consequências sérias para a saúde do coração - principalmente aos cardiopatas.

"A medicina já confirmou que as emoções podem causar danos ao coração, mesmo às pessoas sem problemas cardíacos. Essa constatação partiu das grandes catástrofes pelo mundo, como terremotos, guerras, inundações e vulcões. [Nesses casos], a emoção é negativa e muito perigosa", afirma Nabil Ghorayeb membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e especialista em medicina do esporte.

Estudos revisados por ele apontaram que na Copa de 2006, na Alemanha, houve um aumento de internações de alemães relacionadas a problemas cardiovasculares. "Tinha uma comoção, porque a Alemanha era favorita e perdeu", diz. A emoção, segundo ele, vai de acordo com o favoritismo. "Quando é uma seleção que não traz muita confiança, as pessoas não dão muito importância, então os resultados são mais fracos".

Depois de perder por 7 a 1 para a Alemanha em 2014, o especialista acredita que a empolgação do brasileiro está mais fraca este ano. Segundo ele, é possível que tenhamos menos casos cardíacos nos prontos-socorros.

Um estudo liderado por ele e por Álvaro Avezum, diretor de Promoção e Pesquisa da Socesp, registrou que no Mundial de 2010, na África do Sul, houve um aumento de 28% nos atendimentos por enfarte nos prontos-socorros. Na ocasião, o Brasil perdeu para a Holanda nas quartas de final.

Na Copa do Brasil, em 2014, eles conduziram um novo estudo em que, ao chegar ao pronto-socorro, a pessoa respondia a um questionário com causas relativas ao futebol. Entre as perguntas, estavam: "Você veio ao hospital porque está preocupado com o jogo?", "Perdeu dinheiro?", "Está em briga com a família?".

Eles avaliaram as internações nas vésperas de jogos do Brasil, no dia da partida, no dia seguinte e dois dias depois. Quem tinha relatado motivos 'futebolísticos' para a ida ao médico apresentou sintomas cardíacos: dor no peito, pressão alta e arritmia.

Ghorayeb comenta ainda que, depois da lesão sofrida por Neymar, as pessoas perderam força emocional, e o jogo com o maior número de internações foi entre Alemanha e Argentina. "O brasileiro torceu a favor da Alemanha porque não admitia uma vitória argentina", diz. Ao final do estudo, com menos de 300 internações registradas, não houve mortes nem enfartes, mas foram detectados duas mortes de pessoas que assistiam a jogos no estádio por fatores cardíacos.

Dicas do especialista

- Se estiver em tratamento, tome a medicação corretamente e, se o médico permitir, antecipe o remédio antes dos jogos;

- Evite tomar bebidas com cafeína, principalmente os cardíacos, pois ela é estimulante e pode, em algumas pessoas, acelerar o coração e aumentar a pressão arterial;

- Quem for muito emocional, ansioso e os que apresentam facilidade de ficar nervoso durante os jogos, há duas opções: não assistir ou assistir acompanhado de um adulto. Se ocorrer algum problema, a ajuda está perto.

Petiscos. Toda partida de futebol pode vir acompanhada por um churrasco, algumas cervejas e outros petiscos e bebidas que, em excesso, vão prejudicar o coração. A nutricionista Marcia Gowdak, diretora do Departamento de Nutrição da Socesp, diz que o problema no cardiopata é o consumo exagerado nas refeições.

"O consumo calórico é maior, o que pode aumentar a frequência cardíaca, e, dependendo da quantidade de sal, aumenta a pressão arterial", afirma. A quantidade de sal recomendada pela Sociedade Brasileira de Hipertensão é de cinco gramas por dia. Assim, muita atenção ao salgadinhos, batata frita e amendoins.

Bebida alcoólica. A recomendação da especialista vale tanto para cardiopatas quanto para quem não tem problemas no coração. "São 30 gramas de álcool por dia para homem, o equivalente a duas latinhas de cerveja ou duas taças de vinho, e 15 gramas para mulher, ou seja, uma latinha ou uma taça". A diferença entre os gêneros, segundo ela, é devido ao peso corporal e, mais do que o recomendado, há risco de pressão alta.

Marcia lembra ainda que bebida alcoólica interfere na ação de medicamentos e, no caso dos diabéticos, há sobrecarga calórica se tomada além do recomendado. Segundo ela, um grama de etanol tem nove calorias.

Gordura. Os fatores de risco devem estar no foco do cardiopata, como colesterol alto. "Se tem consumo exagerado numa única refeição ou fica beliscando, causa estresse metabólico, que aumenta o triglicérides e glicemia".

A ingestão de gordura também deve ficar limitada a cerca de 15 gramas - uma refeição comum com arroz, feijão e bife magro. Ela explica que quem tem sobrepeso sofre alterações metabólicas, em que pode ocorrer níveis de insulina acima do recomendado, aumento da pressão e da produção de colesterol.

"A dieta do cardiopata não é restrita, é uma alimentação que todos deveriam ter para evitar problemas no coração", afirma. Além das refeições espaçadas, consumir cinco porções de frutas e vegetais todos os dias é sempre recomendado.

Todas as recomendações podem variar de acordo com o perfil da pessoa, mas o parâmetro é o peso ideal. Quem faz muita atividade física pode ingerir mais calorias, pessoas com mais de 35 anos devem ter consumo melhor controlado, pois o metabolismo diminui.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Onde reside o amor?


Sem qualquer misericórdia pela poesia, a ciência nos mostrou que os sentimentos (como o amor, por exemplo) e as emoções não “acontecem” no coração, mas no cérebro. Até aí, tudo bem. A questão é: em que regiões do cérebro o amor “acontece”? E o desejo sexual, por acaso é na mesma área?

Para responder estas e outras perguntas, uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da Suécia analisou os resultados de 20 estudos sobre o tema, nos quais pacientes tinham sua atividade cerebral examinada enquanto viam imagens eróticas ou fotografias de entes queridos.

“Vimos que amor e desejo ativam áreas do cérebro diferentes, mas relacionadas”, relata o professor de psicologia Jim Pfaus, da Universidade de Concórdia (EUA). Segundo dados da pesquisa, os dois fenômenos estimulam regiões do chamado corpo estriado.

Tanto o desejo sexual como outros estímulos considerados prazerosos, como sexo e comida, ativam a mesma região. Já a área ativada pelo amor envolve processos de condicionamento em que o cérebro gradativamente aprende que algo é agradável ou prazeroso.

Para acabar de vez com a poesia, eles contam que essa área do amor é a mesma relacionada com o vício em drogas. “O amor é, na verdade, um hábito formado a partir do desejo sexual, conforme este é recompensado. Funciona da mesma forma quando uma pessoa se torna viciada”, destaca Pfaus, para o horror dos românticos.

Embora a ciência venha progredindo cada vez mais em relação ao funcionamento do cérebro, ainda há muito a ser descoberto sobre o amor e outros sentimentos.

Levando em conta os resultados, porém, já podemos trocar aquele famoso trecho de Há Tempos, do Legião Urbana, para “parece cocaína, mas é só amor”.[Medical Xpress]

Fonte: http://hypescience.com/o-mapa-cerebral-do-amor/ - por Guilherme de Souza

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Emoções exercem influência sobre a saúde, especialmente a do coração


Estudos mostram que felicidade, otimismo e fé agem como um escudo contra as doenças

Muito alardeada nos últimos anos, a influência dos sentimentos sobre a saúde vem sendo comprovada por uma infinidade de pesquisas científicas. Os estudos mostram que tanto as emoções positivas como as negativas podem atuar no surgimento de doenças ou preservar a saúde e, ainda, interferir nos tratamentos.

Segundo o médico Mario Alfredo de Marco, coordenador do serviço de atenção psicossocial integrada em saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre as emoções mais nocivas ao organismo estão a frustração, a raiva e o ódio. “Por outro lado, tem a pessoa deprimida, desanimada, desmotivada também, cujos sentimentos podem influenciar (em conjunto com outros fatores de risco) o surgimento de algumas doenças”, esclarece o médico.

Em contrapartida, estudos revelam a cada dia a força das emoções positivas. Felicidade, otimismo e fé (espiritualidade) agem como um escudo contra as doenças.

“As pesquisas avançam regularmente. Foi até criado o termo ‘psiconeuroimunologia’ para definir o ramo que estuda as relações entre as emoções, o sistema nervoso e as funções orgânicas, como a imunidade”, revela a professora de fisiologia humana Roberta de Medeiros, do Centro Universitário São Camilo.

Ela afirma que estudos mostram a cada dia que somos seres absolutamente integrados e que emoções e pensamentos influem na química, nos hormônios e no funcionamento do sistema imunológico e vice-versa. Atualmente, já é possível demonstrar, por meio da fisiologia, como o comportamento de células e os neurotransmissores (mediadores químicos), entre outros, são afetados pelas emoções.

Outros culpados

De modo geral, os sentimentos podem exercer influência sobre o colesterol, o metabolismo (sobretudo interferindo na obesidade), as doenças coronárias, a hipertensão, os problemas gástricos e de pele, o sistema imunológico e as produções hormonais. Mas os médicos pedem cautela na relação entre emoções, estresse e doenças.

O coordenador da Unifesp explica que a emoção não é a única responsável pelo surgimento de uma enfermidade. “Um conjunto de fatores colabora para a formação da doença, entre eles a genética, os aspectos biológicos, psicológicos e sociais e as disposições do indivíduo”, explica.
Para exemplificar, o médico cita o mecanismo da gripe: “ter o vírus é a condição necessária para se ter gripe, mas não suficiente. Há também a resistência do organismo e os fatores alimentares que podem estar envolvidos no surgimento da doença”. Essa integração também vale para transtornos do humor. “A depressão é uma alteração dos neurotransmissores, mas que acontece em função das emoções que uma pessoa experimenta (ou vice-versa)”, acrescenta.

O médico chama a atenção para o fato de as emoções não serem vividas apenas na cabeça, mas também no corpo. Ou seja, elas geram uma resposta fisiológica. “Por exemplo, quando você fica com raiva, a pressão sobe e o sangue circula mais rápido”, descreve. Isso torna o organismo mais suscetível às doenças.

Fonte: UOL - Por Carla Prates