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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Veja como prestar os primeiros socorros em emergências


O conhecimento e a atitude rápida podem ser oportunidades de salvar a vida de pessoas

 

Emergências podem acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar, desde quedas e engasgos até paradas cardíacas e acidentes domésticos. Saber como agir corretamente é fundamental para salvar vidas e minimizar sequelas. José Andys, coordenador do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, destaca que o conhecimento básico de primeiros socorros pode ser a diferença entre a vida e a morte.

 

"De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as lesões acidentais e emergências médicas são uma das principais causas de morte e incapacitação no mundo, especialmente em ambientes domésticos e urbanos. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) alerta que acidentes domésticos causam milhares de internações anuais, muitas delas evitáveis com ações rápidas e corretas", alerta.

 

Segundo o especialista, o medo e a falta de preparo fazem com que muitas pessoas se paralisem ou tomem atitudes erradas diante de uma emergência. "Por isso, a educação em primeiros socorros é vital. Muitas vezes, o primeiro socorrista é um familiar, amigo ou até um desconhecido. Saber como agir de forma correta e segura pode fazer toda a diferença", reforça.

 

Emergências que exigem intervenção rápida

Entre as situações que mais exigem ação imediata, o professor cita a parada cardiorrespiratória, que requer a realização da RCP (ressuscitação cardiopulmonar), o engasgo, que pode ser parcial ou total e demanda manobras específicas como a de Heimlich, além de quedas, traumas, queimaduras e convulsões. "Esses episódios assustam, mas, com orientação adequada, podem ser manejados até a chegada do socorro especializado", explica José Andys.

 

Cuidados antes de prestar socorro

Em emergências, primeiramente, é importante garantir a segurança do socorrista antes de qualquer intervenção. "É preciso avaliar o local e eliminar riscos como fogo, eletricidade ou trânsito intenso", orienta o profissional.

 

Também é fundamental evitar ações que podem colocar em risco a saúde da pessoa que sofreu o acidente. " É essencial evitar atitudes que podem agravar o quadro, como mover vítimas de trauma sem orientação, oferecer alimentos líquidos a pessoas inconscientes ou engasgadas, ou realizar procedimentos invasivos sem treinamento, como colocar objetos na boca de alguém durante uma convulsão. E nunca se deve hesitar em chamar o serviço de emergência, mesmo que a situação pareça controlada", lista José Andys.

 

O papel de cada cidadão nos primeiros socorros

Além do conhecimento técnico, José Andys defende que a população precisa ser incentivada a buscar cursos e treinamentos de primeiros socorros, oferecidos por instituições de saúde, escolas, faculdades e organizações comunitárias.

 

"Ações preventivas também são fundamentais. Manter a casa segura, usar equipamentos de proteção e redobrar a atenção com crianças e idosos são medidas que reduzem significativamente a ocorrência de acidentes", completa.

 

Para ele, cada pessoa preparada é um elo a mais na rede de suporte em saúde. "O conhecimento e a atitude rápida podem transformar uma emergência em uma oportunidade real de salvar vidas. Cada cidadão capacitado é uma extensão do sistema de saúde e uma esperança a mais para quem precisa de ajuda", pontua.

 

Como prestar os primeiros socorros

Abaixo, confira algumas dicas práticas para agir em uma emergência até a chegada do socorro:

 

Mantenha a calma e avalie o ambiente para garantir sua segurança e da vítima;

Verifique o nível de consciência e respiração da pessoa;

Acione imediatamente o serviço de emergência pelo telefone 192 (SAMU) ou 193 (bombeiros);

Se treinado, realize a ressuscitação cardiopulmonar em caso de parada cardíaca;

Para engasgo, utilize a manobra de Heimlich quando indicada;

Não ofereça alimentos ou líquidos e não movimente vítimas de trauma sem orientação;

Fique com a vítima, monitorando seu estado até a chegada do socorro.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/veja-como-prestar-os-primeiros-socorros-em-emergencias,f53b5dfbab1e0461e305a118d768f647chtho2z3.html?utm_source=clipboard - Foto: RossHelen | Shutterstock / Portal EdiCase - Por Bianca Lodi Rieg

domingo, 26 de junho de 2011

Conhecimento inato: Nós já nascemos sabendo


A morte do espírito

Nós já nascemos com algum conhecimento?

Desde que o chamado "espírito humano", discutido por milênios pelos filósofos, foi varrido para debaixo do tapete pela ciência moderna, os pesquisadores têm-se debatido com essa dúvida cruel.

Afinal, como explicar as diferenças de conhecimento e as habilidades inatas de cada pessoa?

Tabula rasa

A explicação clássica da ciência moderna é a chamada "tabula rasa": todos os humanos nasceríamos como uma folha em branco, na qual nossos conhecimentos, talentos e inclinações seriam escritas a partir das nossas experiências e vivências.
Essa ideia moveu mais de um sistema ditatorial, na tentativa de "educar" as crianças de um país segundo os devaneios dos próprios ditadores.

Sem contar o bom-senso, tanto esses "experimentos políticos" em larga escala, quanto os experimentos de laboratório, contradizem frontalmente o princípio da "folha em branco".

Tanto que os cientistas têm retornado para algo absolutamente metafísico: o chamado "conhecimento pré-experiência", um tipo de conhecimento que o ser humano adquiriria, de alguma forma não compreendida, antes mesmo de ter qualquer experiência.

Conhecimento inato

Agora, neurocientistas do Projeto Cérebro Azul, um gigantesco projeto de pesquisas europeu que está tentando reproduzir o cérebro humano em um computador, afirmam ter descoberto provas do chamado "conhecimento inato".

O grupo descobriu que os neurônios fazem conexões independentemente da experiência de uma pessoa.

Tem sido aceito há bastante tempo que os circuitos neuronais se formam e se reforçam por meio da experiência, um fenômeno conhecido como plasticidade sináptica.
Mas o Dr. Henry Markram e seus colegas agora anunciaram "evidências radicalmente novas", segundo eles, de que esta pode não ser a história toda.

O grupo demonstrou que pequenos conjuntos de neurônios piramidais no neocórtex se interconectam de acordo com regras relativamente simples e "imutáveis".

Blocos de conhecimento

Os aglomerados neuronais agora descobertos contêm, em média, 50 neurônios.
Os cientistas os veem como blocos básicos de conhecimento, que contêm em si mesmos um tipo de conhecimento fundamental e inato - por exemplo, representações de regras básicas de funcionamento do mundo físico.

O conhecimento adquirido - nossa memória - envolveria sempre a combinação desses blocos construtores fundamentais, reunidos para formar um nível mais alto do sistema.

"Isto pode explicar porque todos nós compartilhamos percepções similares da realidade física, enquanto nossas memórias refletem nossa experiência individual," diz Markram.

Segundo os pesquisadores, os princípios que governam a formação desses microcircuitos inatos é incrivelmente simples.

Basicamente, quando dois neurônios estão simultaneamente conectados a um terceiro neurônio vizinho, a probabilidade de que eles também estejam interconectados é maior do que a média.

Com base nessa observação, o grupo construiu um modelo estatístico de ocorrência dessas interconexões, que pode ser usado para estudar os fundamentos do cérebro.

Conhecimento pré-experiência

Quando os cientistas testaram os circuitos neuronais de diferentes ratos, todos apresentavam características similares.

Ora, se os circuitos tivessem sido formados unicamente das experiências vividas pelos diferentes animais - como sugere a ideia da folha em branco - esses circuitos deveriam divergir significativamente uns dos outros.

Desta forma, concluem, a conectividade neuronal deve de alguma forma ter sido programada anteriormente à experiência.

"Desde John Lock, há cerca de 400 anos, as pesquisas sobre como o cérebro aprende e se lembra têm sido guiadas pela crença de que nós começamos como uma folha em branco e então imprimimos nela memórias de cada nova experiência.

"A ideia de que a memória é como um lego formado por blocos fundamentais de conhecimento abre uma porta inteiramente nova de pesquisas," afirma Markram.

Ressurreição do espírito?

A simulação do cérebro, e as tentativas de construção de cérebros artificiais, estão agora, pela primeira vez, permitindo que os cientistas abordem diretamente a hipótese da "tabula rasa", passando da crença para os experimentos diretos.

E esses primeiros resultados discordam da ideia que tem permeado a ciência durante todos esses séculos: de que o homem é uma folha em branco na qual qualquer rabisco só é feito depois que ele tem consciência.

Não há dúvidas de que o conhecimento, no sentido mais usual do termo, o que inclui ler e escrever, reconhecer os amigos ou aprender um novo idioma, resultam de nossa experiência.

Mas a equipe do Cérebro Azul demonstrou que uma porção do nosso conhecimento básico, em suas representações mais fundamentais, pode vir escrito de fábrica.

Contudo, não será ainda a ressurreição do espírito, no sentido adotado pelos filósofos - os cientistas preferem dizer que o conhecimento está inscrito nos genes que dirigem a formação biológica do nosso corpo.

Mas a aceitação de um "conhecimento inato", pré-experiência, representa um avanço considerável para a desmistificação da crença na tábula rasa.

Fonte: Diário da Saúde