Comum em drinks e em longas noitadas, mistura eleva sobrecarga ao coração; entenda
Com o fim de ano batendo à porta, chegam também as
confraternizações, as férias e aquela maratona de festas -- e, claro, a
presença mais constante de bebidas alcoólicas. Uma combinação continua em alta
nas baladas e nos encontros de virada: álcool com energético. A mistura,
popularizada entre drinks e longas noitadas, pode parecer inofensiva, mas
cardiologistas alertam que os efeitos estimulantes dos energéticos elevam a
sobrecarga sobre o coração, mascaram sinais de intoxicação e aumentam o risco
de arritmias.
Segundo o médico Fabrício da Silva, cardiologista da
Clínica Amplexus, as substâncias presentes tanto no álcool quanto nos
energéticos atuam diretamente no sistema elétrico do coração, causando
taquicardia. O especialista acrescenta que pessoas com problemas estruturais no
coração, como hipertrofia ou inflamações, têm maior suscetibilidade a quadros
graves.
A associação pode ainda mascarar o nível de
embriaguez, aumentando a ingestão de álcool e criando uma sensação falsa de
energia. Para Marcelo Bergamo, cardiologista do Hospital Santa Bárbara, essa
contradição entre depressão do sistema nervoso (pelo álcool) e estímulo cardiovascular
(pelos energéticos) engana o organismo. "Isso pode mascarar a sensação de
embriaguez, levando a maior consumo de álcool sem percepção de risco imediato,
e sobrecarregar o coração, aumentando a frequência cardíaca e a pressão
arterial.", afirma.
Riscos aumentam no fim do ano
Tanto Silva quanto Bergamo afirmam observar maior
incidência de quadros cardíacos relacionados a essa mistura justamente em
períodos de festas. "Final de ano, férias, confraternizações e,
consequentemente, as pessoas se expõem a uma maior quantidade de álcool e
aquelas pessoas que gostam dos drinks que envolvam o álcool com o energético
também acabam se expondo em maior quantidade", diz Silva.
Bergamo confirma que verão e feriados concentram mais
casos -- especialmente em festas, bares e eventos com consumo intenso. Por esse
consumo, jovens adultos, de 18 a 30 anos, são os que mais registram casos nessa
época, com foco nos homens.
Quem está mais vulnerável?
Entre os grupos mais suscetíveis, os especialistas
citam idosos, hipertensos, diabéticos e pessoas com histórico de arritmia ou
doenças cardíacas. Jovens adultos, porém, estão longe de estar protegidos.
"Mesmo indivíduos aparentemente saudáveis podem apresentar complicações se
exagerarem na quantidade ou na frequência", afirma Bergamo.
Sinais de alerta
Palpitação, batimentos acelerados, dor no peito, falta
de ar, tontura e pressão na cabeça estão entre os principais sintomas. O
aparecimento de náusea intensa, confusão mental ou sensação de ansiedade também
devem acender o alerta.
"Se algum desses sintomas aparecer, é fundamental
não ignorá-los, mesmo que pareçam passageiros", indica Bergamo.
"Procure atendimento médico imediatamente. Enquanto aguarda ajuda,
hidratar-se também ajuda. Evite esforço físico, mantenha-se sentado ou deitado
e, se possível, alguém deve acompanhar a pessoa. Quanto mais rápido o
atendimento, menores os riscos de complicações graves."
Silva recomenda que, se possível, festeiros monitorem
os batimentos com smartwatch, mas reforça que a medida não substitui avaliação médica.
Exposição repetida aumenta o risco
O consumo frequente ao longo da vida pode provocar
alterações permanentes, como hipertrofia do coração, aumento da pressão
arterial e lesões no ritmo cardíaco. "Quanto maior a exposição às
substâncias, maiores os riscos", explica Silva.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/por-que-consumir-alcool-com-energetico-pode-te-colocar-em-risco,b12774c6e10574b3d84928a636c9b77003zvorzd.html?utm_source=clipboard
- Por: Maria Luiza Valeriano - Foto: Reprodução/freepic.diller/Freepik

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