O aumento de casos de AVC em jovens passou a chamar a atenção de médicos e serviços de saúde. Saiba por que isso está acontecendo.
O aumento de casos de AVC em jovens passou a chamar a
atenção de médicos e serviços de saúde. Afinal, o que antes era mais associado
à população idosa hoje aparece com frequência em pessoas na faixa dos 20, 30 e
40 anos. Essa mudança de cenário liga-se a um conjunto de fatores de risco,
muitos deles presentes no dia a dia e, em geral, negligenciados nessa faixa
etária.
Ao mesmo tempo em que houve melhora no diagnóstico,
com maior acesso a exames de imagem e atendimento de urgência, também se
observam hábitos de vida que favorecem o surgimento do acidente vascular
cerebral mais cedo. Assim, condições como descontrole da pressão alta, uso de drogas,
sedentarismo e alimentação pobre em nutrientes formam um ambiente propício para
que o cérebro sofra uma interrupção do fluxo sanguíneo ou um sangramento.
O que é o AVC em jovens e por que preocupa?
O AVC em jovens corresponde ao acidente vascular
cerebral que ocorre antes dos 45 ou 50 anos, a depender do critério adotado
pelos estudos. Ele pode ser isquêmico, quando um vaso sanguíneo é obstruído. Ou
então hemorrágico, quando há ruptura de uma artéria cerebral. Assim, a
preocupação é maior porque atinge pessoas em plena fase produtiva, com impacto
em trabalho, estudo e organização familiar.
Entre os motivos para maior atenção ao acidente
vascular cerebral em jovens estão a tendência de subestimar sintomas, a demora
em procurar ajuda e a ideia de que se trata de uma doença "de
idosos". Afinal, isso pode atrasar o atendimento, reduzindo as chances de
recuperação. Além disso, algumas causas são diferentes das encontradas na
população mais velha, envolvendo problemas genéticos, alterações de coagulação
e malformações dos vasos.
Quais fatores de risco explicam o aumento do AVC em
jovens?
Os especialistas apontam que o crescimento do AVC em
jovens adultos relaciona-se diretamente ao estilo de vida atual e ao controle
insuficiente de doenças crônicas. Portanto, pressão alta, diabetes e colesterol
elevado aparecem cada vez mais cedo, muitas vezes sem diagnóstico. Esses
quadros, somados ao tabagismo e ao consumo abusivo de álcool, aceleram o
desgaste dos vasos sanguíneos.
Entre os principais fatores de risco para o acidente
vascular cerebral em pessoas jovens destacam-se:
Hipertensão arterial: um dos fatores mais importantes,
frequentemente silencioso e sem monitoramento regular.
Tabagismo e uso de narguilé:
Sedentarismo e obesidade:
Uso de drogas ilícitas:
Consumo excessivo de álcool:
Alimentação rica em ultraprocessados:
Além desses fatores adquiridos, existem causas menos
visíveis, como alterações de coagulação do sangue, doenças autoimunes,
enxaqueca com aura em associação com tabagismo, e uso de certos
anticoncepcionais hormonais em pessoas com risco aumentado. Essas condições
podem atuar isoladamente ou combinadas aos hábitos de vida, elevando a
probabilidade de um evento cerebral agudo.
Doenças silenciosas e condições específicas em jovens
Muitos jovens com AVC apresentam alguma doença prévia
que não havia sido identificada ou tratada. Doenças cardíacas congênitas, como
o forame oval patente, podem permitir que pequenos coágulos formados em outras
partes do corpo cheguem ao cérebro. Arritmias cardíacas, mesmo transitórias,
também podem contribuir para a formação de trombos.
Outra situação observada é a presença de trombofilias,
condições que tornam o sangue mais propenso a coagular. Essas alterações podem
ser genéticas ou adquiridas ao longo da vida. Em mulheres, o uso de
anticoncepcionais combinados com tabagismo ou enxaqueca com aura aumenta o
risco de acidente vascular cerebral, sobretudo quando há histórico familiar de
trombose.
Doenças inflamatórias crônicas, como lúpus e outras
enfermidades autoimunes, também têm participação no cenário do AVC precoce.
Elas podem afetar diretamente a parede dos vasos ou interferir na coagulação.
Em alguns casos, o primeiro evento grave da doença é justamente um AVC, o que
reforça a importância de acompanhamento médico em quadros crônicos.
Estresse, sono e rotina moderna contribuem para o AVC
em jovens?
O ritmo acelerado de trabalho e estudo, comum entre
jovens adultos, é frequentemente associado a noites mal dormidas, excesso de
estímulos digitais e dificuldades para manter uma rotina saudável. O estresse
crônico está ligado ao aumento da pressão arterial, à piora da alimentação e ao
maior consumo de álcool, cigarro e outras substâncias.
A privação de sono é outro ponto de atenção. Dormir
pouco ou mal de maneira contínua interfere no metabolismo, eleva o risco de
obesidade, diabetes e hipertensão e pode favorecer episódios de arritmia
cardíaca. Todos esses elementos se somam na construção de um cenário mais
propício ao surgimento do acidente vascular cerebral em idade jovem.
Nesse contexto, pequenas mudanças de hábito podem
fazer diferença: monitorar a pressão arterial, buscar avaliação médica diante
de sintomas persistentes, organizar horários de descanso e, sempre que
possível, reduzir a exposição a fatores de risco conhecidos. A combinação entre
informação, acesso a cuidados de saúde e atenção aos sinais do corpo é
considerada essencial para diminuir a ocorrência de AVC entre os mais jovens e
reduzir as sequelas quando o evento acontece.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/por-quais-motivos-esta-ocorrendo-um-aumento-de-jovens-com-avc,1b7ad9f5f17b0bf1d5a907e2c081dc39pew9vy78.html?utm_source=clipboard
- Por: Valdomiro Neto* *com uso de Inteligência Artificial / Giro 10 -
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