Com altas temperaturas, circulação de vírus aumenta risco de enfermidades sazonais
Vacinação é uma das formas de prevenção de doenças
sazonais
O verão está chegando e, com as altas temperaturas, a
circulação de alguns vírus aumenta o risco de doenças sazonais. No Brasil, são
comuns as doenças transmitidas por mosquitos ou por vírus gastrointestinais.
As quatro doenças que exigem mais atenção da população
durante o verão são a dengue, a febre
amarela, a hepatite A e as gastroenterites por rotavírus. Para todas elas, há
imunizantes eficazes, que são apontados por especialistas como a principal
estratégia de prevenção. O Portal iG conversou com infectologistas para saber
os tipos certos de vacinas para cada doença.
A dengue, a hepatite A e o rotavírus, causam um
impacto direto na saúde nesta época do ano. Por este motivo, a prevenção deve
ser estratégica.
“A vacinação
deve ser vista como uma proteção contínua e individual que tem impacto direto
na saúde pública, especialmente contra a dengue, cujo vetor se beneficia do
clima quente e úmido, e contra a hepatite A e o rotavírus, que se espalham em
condições sanitárias precárias ou de aglomeração. A desatenção com a vacina é
um risco real e desnecessário”, afirma o infectologista Alberto Chebabo.
Entenda a relação do aumento de casos das quatro
doenças com as altas temperaturas:
A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes
aegypti, que também é vetor da chikungunya e da zika. Durante o ano, os
mosquitos se reproduzem na época de chuva, geralmente entre novembro e
dezembro.
Quando começa o verão, o transmissor já está na fase
adulta e pode transmitir a doença. De acordo com uma projeção matemática feita
pelo InfoDengue – Mosqlimate Challenge¹ (IMDC), são esperados 1,8 milhão de casos de dengue no Brasil em
2026.
Chebabo reforça a necessidade de ampliar a vacinação
como medida de proteção. “O problema do aumento dos casos de dengue é agravado
pela baixa cobertura vacinal contra a doença no Brasil. Ano passado, o
Ministério da Saúde enviou mais de 6 milhões de doses para os estados e
municípios, mas apenas 3,3 milhões foram aplicadas. Aproximadamente 1 milhão de
jovens brasileiros iniciaram o esquema vacinal, mas não retornaram para a
segunda dose'', afirma ao iG Saúde.
O imunizante contém
quatro sorotipos do vírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, que atuam
reduzindo o risco de infecção e também diminuem os riscos do desenvolvimento de
formas graves da doença.
O infectologista Guenael Freire ressalta a importância
da vacinação. “É fundamental que a população, mesmo que fora do público
prioritário definido pelo Ministério da Saúde, procure as clínicas de vacinação
para adquirir mais essa proteção.”
A febre amarela
é outra arbovirose combatida com vacina. Ela também merece atenção redobrada no
verão, especialmente em regiões de mata ou com maior aglomeração. A febre
amarela exige a imunização para quem viaja para alguns destinos internacionais
e em regiões endêmicas do Norte do Brasil e Centro-Oeste.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou
para um possível aumento dos casos de febre amarela nas Américas. Até maio de
2025, o número de infecções registrado foi oito vezes maior que no mesmo
período de 2024. O número de mortes já supera em três vezes o total do ano
passado inteiro, de acordo com a organização. Ao todo, a região já relatou 221
casos e 89 óbitos em 2025. A liderança na América Latina é do Brasil, com
metade das infecções e das mortes. Em seguida vêm a Colômbia e o Peru.
A hepatite A também é uma infecção, mas a transmissão
é fecal-oral, através de alimentos mal lavados e água contaminada. Também pode
ser transmitida sexualmente quando não se usa preservativo.
O médico Alberto Chebabo comenta que a “transmissão
sexual tem se mostrado significativa, contribuindo muito para o aumento dos
casos. Por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro registrou um crescimento de 50%
em 2025 em relação ao ano anterior, totalizando quase 500 casos de hepatite A
na capital do estado, de acordo com os dados locais divulgados pela Secretaria
Municipal de Saúde. A maioria deles está associada à transmissão sexual, e não
à hídrica ou alimentar.”
A gastroenterite por rotavírus é uma ameaça durante
todo o ano, afirma o especialista Guenael Freire.
"Ela é conhecida como ‘virose de férias’. Tem
seus surtos impulsionados no verão. Isso ocorre por causa da poluição hídrica
(chuvas intensas que sobrecarregam os esgotos) e da maior exposição em
ambientes de lazer."
Em 2025, mais de 11 mil diagnósticos foram
confirmados, principalmente na Baixada Santista, em São Paulo. Todos estavam
relacionados às chuvas e à contaminação da água do mar. Apesar disso, a vacina
não é aplicada em todas as pessoas, como explica o especialista.
"No caso do rotavírus, a vacina é indicada para
lactentes e é oferecida na rede particular em sua forma pentavalente. Ela é
capaz de proteger contra cinco tipos de rotavírus (G1, G2, G3, G4 e P1A), que
são as principais causas de gastroenterite, diarreia e desidratação grave em
bebês e crianças pequenas. O imunizante também está disponível na versão
monovalente (VRH1) na rede pública'', diz Guenael Freire.
Com o histórico de casos das doenças no Brasil, os
médicos recomendam que as pessoas mantenham a carteira de vacinação atualizada
e contribuam para a imunidade de rebanho. Essa será a única garantia de que
estarão protegidas contra doenças que se aproveitam do verão para se
espalharem.
Fonte: https://saude.ig.com.br/2025-12-10/especialistas-apontam-as-4-doencas-perigosas-no-verao-e-prevencao.html
- Por Aline da Mata - Divulgação / EBC

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