quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Conheça as quatro doenças mais comuns no verão e como se prevenir


Com altas temperaturas, circulação de vírus aumenta risco de enfermidades sazonais

 

Vacinação é uma das formas de prevenção de doenças sazonais

O verão está chegando e, com as altas temperaturas, a circulação de alguns vírus aumenta o risco de doenças sazonais. No Brasil, são comuns as doenças transmitidas por mosquitos ou por vírus gastrointestinais.

 

As quatro doenças que exigem mais atenção da população durante o verão são  a dengue, a febre amarela, a hepatite A e as gastroenterites por rotavírus. Para todas elas, há imunizantes eficazes, que são apontados por especialistas como a principal estratégia de prevenção. O Portal iG conversou com infectologistas para saber os tipos certos de vacinas para cada doença.

 

A dengue, a hepatite A e o rotavírus, causam um impacto direto na saúde nesta época do ano. Por este motivo, a prevenção deve ser estratégica.

 

“A  vacinação deve ser vista como uma proteção contínua e individual que tem impacto direto na saúde pública, especialmente contra a dengue, cujo vetor se beneficia do clima quente e úmido, e contra a hepatite A e o rotavírus, que se espalham em condições sanitárias precárias ou de aglomeração. A desatenção com a vacina é um risco real e desnecessário”, afirma o infectologista Alberto Chebabo.

 

Entenda a relação do aumento de casos das quatro doenças com as altas temperaturas:

A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da chikungunya e da zika. Durante o ano, os mosquitos se reproduzem na época de chuva, geralmente entre novembro e dezembro.

 

Quando começa o verão, o transmissor já está na fase adulta e pode transmitir a doença. De acordo com uma projeção matemática feita pelo InfoDengue – Mosqlimate Challenge¹ (IMDC), são esperados  1,8 milhão de casos de dengue no Brasil em 2026.

 

Chebabo reforça a necessidade de ampliar a vacinação como medida de proteção. “O problema do aumento dos casos de dengue é agravado pela baixa cobertura vacinal contra a doença no Brasil. Ano passado, o Ministério da Saúde enviou mais de 6 milhões de doses para os estados e municípios, mas apenas 3,3 milhões foram aplicadas. Aproximadamente 1 milhão de jovens brasileiros iniciaram o esquema vacinal, mas não retornaram para a segunda dose'', afirma ao iG Saúde.

 

O imunizante contém  quatro sorotipos do vírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, que atuam reduzindo o risco de infecção e também diminuem os riscos do desenvolvimento de formas graves da doença.

 

O infectologista Guenael Freire ressalta a importância da vacinação. “É fundamental que a população, mesmo que fora do público prioritário definido pelo Ministério da Saúde, procure as clínicas de vacinação para adquirir mais essa proteção.”

 

A  febre amarela é outra arbovirose combatida com vacina. Ela também merece atenção redobrada no verão, especialmente em regiões de mata ou com maior aglomeração. A febre amarela exige a imunização para quem viaja para alguns destinos internacionais e em regiões endêmicas do Norte do Brasil e Centro-Oeste.

 

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou para um possível aumento dos casos de febre amarela nas Américas. Até maio de 2025, o número de infecções registrado foi oito vezes maior que no mesmo período de 2024. O número de mortes já supera em três vezes o total do ano passado inteiro, de acordo com a organização. Ao todo, a região já relatou 221 casos e 89 óbitos em 2025. A liderança na América Latina é do Brasil, com metade das infecções e das mortes. Em seguida vêm a Colômbia e o Peru.

 

A hepatite A também é uma infecção, mas a transmissão é fecal-oral, através de alimentos mal lavados e água contaminada. Também pode ser transmitida sexualmente quando não se usa preservativo.

 

O médico Alberto Chebabo comenta que a “transmissão sexual tem se mostrado significativa, contribuindo muito para o aumento dos casos. Por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro registrou um crescimento de 50% em 2025 em relação ao ano anterior, totalizando quase 500 casos de hepatite A na capital do estado, de acordo com os dados locais divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. A maioria deles está associada à transmissão sexual, e não à hídrica ou alimentar.”

 

A gastroenterite por rotavírus é uma ameaça durante todo o ano, afirma o especialista Guenael Freire.

 

"Ela é conhecida como ‘virose de férias’. Tem seus surtos impulsionados no verão. Isso ocorre por causa da poluição hídrica (chuvas intensas que sobrecarregam os esgotos) e da maior exposição em ambientes de lazer."

 

Em 2025, mais de 11 mil diagnósticos foram confirmados, principalmente na Baixada Santista, em São Paulo. Todos estavam relacionados às chuvas e à contaminação da água do mar. Apesar disso, a vacina não é aplicada em todas as pessoas, como explica o especialista.

 

"No caso do rotavírus, a vacina é indicada para lactentes e é oferecida na rede particular em sua forma pentavalente. Ela é capaz de proteger contra cinco tipos de rotavírus (G1, G2, G3, G4 e P1A), que são as principais causas de gastroenterite, diarreia e desidratação grave em bebês e crianças pequenas. O imunizante também está disponível na versão monovalente (VRH1) na rede pública'', diz Guenael Freire.

 

Com o histórico de casos das doenças no Brasil, os médicos recomendam que as pessoas mantenham a carteira de vacinação atualizada e contribuam para a imunidade de rebanho. Essa será a única garantia de que estarão protegidas contra doenças que se aproveitam do verão para se espalharem.

 

Fonte: https://saude.ig.com.br/2025-12-10/especialistas-apontam-as-4-doencas-perigosas-no-verao-e-prevencao.html - Por Aline da Mata - Divulgação / EBC

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