Das antigas marchinhas de carnaval até os trios elétricos
de hoje, correu muita água debaixo da ponte. Antes os jovens flertavam e hoje a
galera fica.
O ficar depende de cada um, mas é importante conscientizar-se
dos riscos para ficar tranquilo.
Desde um beijo até a própria transa tudo deve basear
se em cuidados, para não correr riscos sem motivos.
As doenças de transmissão sexual também se
modificaram ao longo dos anos. Umas persistem até hoje e outras infelizmente
apareceram.
Se incrementaram tanto ao longo dos anos que até
mudaram de nome, de doenças venéreas, como eram conhecidas no tempo das
marchinhas agora se chamam DSTs, ou doenças sexualmente trasnmissiveis,
encabeçadas pela mais amedrontadora de todas que é a Aids.
As DSTs são um grande problema de saude pública em
todo o mundo, mas podem ser prevenidas e controladas.
Existem inúmeras doenças transmitidas através do ato
sexual que eram chamadas de doenças venéreas e agora tem a denominação de
Doenças Sexualmente Transmissíveis, conhecidas pela abreviação DSTs. As DSTs
são um grande problema de saúde pública em todo o mundo, mas podem ser
prevenidas e controladas.
Desde o fim da década de 80, várias alterações
relacionadas as DSTs ocorreram em todo o mundo. Constatou-se que em todos os
países o aumento da transmissão heterossexual do HIV (vírus da AIDS) era
facilitada pela infecção anterior ou concomitante de outras DSTs; As
autoridades sanitárias tiveram evidências incontestáveis de que o controle
abrangente e consistente das DSTs na comunidade previne a transmissão do HIV da
AIDS.
Na década de 70 a faixa etária de pacientes com
problemas relacionados às DSTs situava-se acima dos 30 anos. Atualmente, a
média baixou para 12 anos. A incidência mais comum do setor nos últimos anos
tem sido o papilomavírus humano (HPV), responsável por mais de 60% das
ocorrências de DSTs no Brasil (seguindo-se a sífilis e as uretrites
não-gonocócicas).
A estimativa da Organização Mundial de Saúde é que
surjam 30 milhões de novos casos de DSTss por ano na América Latina. No Brasil,
estima-se em 15 milhões essa ocorrência. Entretanto, esse número pode estar
aquém do número real, já que as únicas doenças de notificação compulsória que
os médicos devem avisar, obrigatoriamente ao Governo, são a sífilis congênita e
a AIDS.
As DSTs mais frequentes
As DSTss são transmitidas de uma pessoa para outra
através do contato sexual, sendo as mais frequentes:
Gonorréia: é uma infecção causada por uma bactéria
Neisseria gonorrhoeae. No homem aparece uma secreção purulenta de dois a dez
dias após o contato sexual suspeito, com dor e ardência ao urinar. É uma
infeção só da uretra (uretrite). Na mulher tem aspecto clínico variado desde
formas quase sem sintomas até vários tipos de corrimento amarelados e com odor
forte na vagina (vaginite) e uretra. A infecção não tratada avança para os
testículos (orquite) e a próstata (prostatite) no homem e trompas e útero nas
mulheres. Em ambos os sexos, pode gerar dores e infertilidade. A mulher
infectada transmite a doença para o filho durante o parto, podendo resultar em
infeção nos olhos do bebê e cegueira.
Sífilis ou Lues: é uma infeção causada por uma
bactéria espiroqueta Treponema pallidum. No homem e na mulher 20 a 30 dias após
o contato sexual surgem uma pequena ferida (úlcera) nos órgãos genitais (pênis,
vagina, colo do útero, reto). Essa úlcera também é chamada de cancro duro (que
vem junto com os gânglios (caroços) na virilha) e ambos desaparecem em um mês,
dando a falsa impressão que a doença sarou. Surgem depois de 1 a 2 meses
manchas na pele (sífilis secundária) que pode progredir agredindo o sistema
nervoso e o coração. As gestantes com sífilis podem ter abortamentos,
natimortos ou fetos com problemas de má formação.
Cancro Mole ou Bubão: é causada por uma bactéria
chamada Haemophilus ducrey. Neste caso, surgem várias feridas nos genitais (que
são doloridas) e na virilha. A secreção dessas feridas podem contaminar
diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.
Tricomoníase: é causada pelo protozoário Trycomona
vaginalis. Na mulher causa um corrimento amarelo, fétido, com cheiro típico,
que pode causar irritação urinária. No homem passa despercebido, mas mesmo
assim ele pode contaminar e ser contaminado pela mulher. O casal deve fazer o
tratamento concomitante.
Herpes Genital: é causada pelo vírus Herpes simplex
1 e 2. Em ambos os sexos surgem pequenas bolhas que se rompem e causam ardência
ou queimação (mas, que cicatrizam sozinhas). Aparecem e desaparecem
expontaneamente regulada por estresse ou cliclo menstrual. Não há cura
definitiva. O contágio sexual só ocorre quando as bolhas estão no pênis, vagina
ou boca.
Condiloma, acuminado ou crista de galo: é causado
por um vírus HPV ou papilomavírus humano. É uma virose que está relacionada com
o câncer de colo do útero e câncer do pênis. É uma doença de difícil tratamento
pois, como os anti-bióticos não atuam contra o vírus, precisa ser um
medicamento anti-vírus como é usado na AIDS. É caracterizada por uma pequena
verruga nos órgãos genitais tanto do homem como da mulher. O tratamento é do
casal. Uma mulher com esse vírus deve evitar ficar grávida, pois o filho será
contaminado com graves conseqüências. Apresentando mais de noventa tipos
diferentes, o HPV provoca verrugas genitais, que muitas vezes agridem o colo do
útero, podendo levar ao câncer. O HPV 16, por exemplo, é extremamente
agressivo, proliferando-se intensamente nos genitais e no colo uterino até em
pacientes de 15 anos, já com câncer no colo do útero provocado pelo HPV.
Cândiase ou Flores Brancas: é uma doença causada por
uma micose ou fungo chamada de Candida albicans, que produz um corrimento
semelhante a um leite coalhado que causa muita coceira e afeta 20 a 30% das
mulheres jovens e adultas. Surge com a gravidez, com a puberdade, diabetes,
estresse e antibióticos. No homem dá coceira no pênis, vermelhidão na glande e
no prepúcio. Deve se tratar o casal.
AIDS: é uma doença causada pelo vírus HIV (Vírus da
imunodeficiência humana) que é transmitido principalmente pelo esperma, sangue,
e leite materno, e há suspeitas de que também pela saliva. O beijo só poderá
transmitir o vírus no período que está em alta concentração no sangue de um dos
parceiros e o outro tem um ferimento na boca. O sexo oral com um parceiro que
tem o vírus, tem maior probabilidade de transmissão da infecção, pois o contato
é com o semem, aumentando as chances se houver uma ferida na boca
Clamidea: causada pela Chlamydia trachomatis é
considerada atualmente a doença sexualmente transmissível de maior incidência
no mundo, podendo atingir homens e mulheres em qualquer fase de suas vidas,
desde quando nascem de mães contaminadas ou durante o contato sexual. Nos
homens, a principal infecção por via sexual é a uretrite. Essa uretrite tem
como característica ser menos purulenta e espontânea do que a gonorréia.
Geralmente é matinal e pode demorar dias para se manifestar. Promove em alguns
homens disúria (dor ao urinar) e um prurido uretral. Se não identificada e
tratada corretamente, pode progredir para uma infecção mais profunda, atingindo
os testículos com comprometimento da fertilidade. Nas mulheres, a porta de
entrada é o colo uterino. O sintoma, quando ocorre, é um discreto corrimento. As
complicações nas mulheres da infecção não tratada são a doença inflamatória
pélvica e o aumento do risco de gravidez ectópica (fora do útero, nas trompas).
A maioria das pessoas (50% dos homens e 70% das mulheres) infectada não
apresenta sintomas ou sinais clínicos, dificultando muito a identificação das
pessoas contaminadas. Estas últimas têm um potencial para adquirir sérias
complicações, já que na maioria das vezes não procuram cuidados adequados,
portando estas infecções duram por longos períodos. Além disso, funcionam como
reservatórios e transmitem essas infecções aos parceiros tornando-as um dos
principais problemas de saúde pública em todo o mundo.