Já sabemos de longa data que o exercício físico
melhora a imunidade e a saúde em geral. Porém, com a pandemia do coronavírus,
muitas pessoas que praticavam atividades de forma regular deixaram de fazer ou
diminuíram (e muito!) sua frequência e intensidade.
Confinados, não imaginávamos a proporção que o
isolamento poderia tomar e as restrições impostas à prática esportiva. As
sociedades médicas ligadas ao esporte reforçam a necessidade de fazer
exercícios tomando todas as cautelas que a situação ainda pede.
Se para as pessoas que malhavam duas ou três vezes
por semana o cenário ficou complicado, imagine para os atletas profissionais.
Pegos de surpresa com a paralisação dos treinos, muitos foram compulsoriamente
colocados na geladeira, isolados e sem prazo para voltar à ativa.
A exemplo de quem faz atividade física para viver
melhor, os profissionais do esporte tiveram rotinas alteradas, com impactos na
alimentação, no acompanhamento e na forma e no desempenho físicos. Isso sem
falar nas repercussões no trabalho, com redução salarial devido à perda de
patrocinadores e à ausência de competições.
Mas, com o controle da pandemia, como será a
retomada? Teremos público assistindo aos jogos nos ginásios e estádios? Como os
jogadores poderão se comportar em campo ou quadra, já que o contato físico é
quase uma necessidade em boa parte dos esportes coletivos? Como ficarão as
viagens? As equipes deverão fazer quarentena após as partidas? Clubes terão de
fazer testagem para o coronavírus de tempos em tempos?
São perguntas ainda sem resposta definida. O que
está certo é que, em relação aos exercícios e esportes, o importante é não
parar a atividade de forma abrupta. Não importa se você é atleta amador ou
profissional, busque continuar se exercitando — mesmo em casa.
Esse comportamento é essencial porque, confinados e
sem treino constante, tendemos a sofrer um desajuste no balanço energético.
Gastamos menos calorias e estocamos mais, principalmente na forma de um consumo
exagerado de alimentos inadequados. Equilibrar essa conta evita acúmulo de
gordura e perda de massa muscular.
Pensando nos atletas em si, há uma preocupação ainda
maior com o risco de lesões após tanto tempo sem treino e condicionamento. Daí
por que devemos pensar não em pré-temporada, mas numa temporada pós-Covid para
que possa haver uma adaptação gradual e o retorno dos jogos.
Na Europa já assistimos a retomada de treinos em
grupo e jogos em estádio (sem torcida). No Brasil ainda não.
Diante da pandemia e das medidas de isolamento
social, quem pratica atividade física ou esportes deve se esforçar para
garantir uma rotina balanceada, visando em primeiro lugar à manutenção da saúde
e, por consequência, uma forma física que permitirá um retorno mais tranquilo
aos exercícios fora de casa mais adiante.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/o-desafio-dos-exercicios-e-da-retomada-dos-esportes-com-a-covid-19/
- Por Dr. Eduardo Rauen, médico do esporte - Ilustração: Leonardo Yorka/SAÚDE é
Vital